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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Os números da eleição

Acalmado os ânimos deste primeiro turno e após um breve descanso depois da cobertura de domingo, o momento requer uma análise do que foi o resultado das urnas para o Palácio Rio Branco. A atenção se volta para os maiores colégios eleitorais acreanos. A conclusão é simples: os votos de Rio Branco e Cruzeiro do Sul foram essenciais para assegurar o segundo turno.

Considerando a soma dos demais 20 municípios, Tião Viana (PT) estaria hoje soltando fogos pela reeleição. Ao contrário de 2010, quando o então tucano Tião Bocalom ganhou em colégios importantes, incluindo a capital, Bittar não obteve o primeiro lugar em nenhum. Ao contrário, sempre viu o petista numa distância bastante segura.

Até em Cruzeiro do Sul, reduto de sua vice Antônia Sales (PMDB) e do prefeito Vagner Sales (PMDB), apontado como o mais bem avaliado da Amazônia Ocidental, Oriental e estatal, o tucano ficou atrás. No Juruá, o candidato ainda tinha o apoio de Gladson Cameli (PP), eleito senador com uma ampla margem.

Em Cruzeiro do Sul Tião Viana ficou com 46,92%, contra 37,85% de Bittar. Os números mostram a força do governador no segundo maior eleitorado, capaz de conter até os Sales e os Camelis.

Não se pode negar o empenho destes clãs na candidatura do PSDB, mas é certo que, em primeiro lugar, estavam muito mais voltados para fazer prevalecer seus próprios interesses –o que é natural na política. Cada um tinha suas candidaturas de conveniência, o que pode ter deixado Bittar um pouco morno.

Com o jogo resolvido para eles, talvez agora estejam de corpo e alma junto de Bittar. Em Rio Branco, onde o PT esperava ser carregado nos braços do povo graças a Marcus Alexandre (PT), o eleitor voltou a mostrar sua divisão, exposta sobretudo na eleição de prefeito de 2012.

O resultado na capital foi quase que semelhante ao geral do Estado. Tião Viana (48,55%), Márcio Bittar (30,92%) e Tião Bocalom (19,53%). Somando os votos da oposição, Tião Viana, outra vez mais, sai derrotado em Rio Branco.

Os números mostram que 2014 não têm nada de diferente de 2010. A diferença é a divisão da oposição em duas candidaturas, mas que pode ter sido essencial para influenciar o segundo turno. O desejo de mudança do eleitor é o mesmo.

Em seus quatro anos, Tião Viana não conseguiu amenizar o sentimento anti-PT do acreano e tem sua reeleição seriamente ameaçada. Neste segundo turno, quem errar menos leva o troféu.

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