O retorno melancólico das boas terras de Manacapuru levará a oposição a analisar o que foram as eleições deste ano. É preciso refletir sobre os erros, ver os pontos fracos e trabalhar para corrigi-los para as próximas disputas. Assim como 2010 e 2012, a bola bateu na trave e não entrou. O tão esperado grito de gol dos oposicionistas está entalado na garganta.
Continuará como a ampla minoria na Assembleia Legislativa, e ainda perde quadros que garantiam certa qualidade no debate. Entre estas perdas estão Major Rocha (PSDB) de malas prontas para a Câmara dos Deputados, e a derrota de Gilberto Diniz (PTdoB), que, apesar de seu jeito bonachão, tinha discursos qualificado se incomodava bastante o governo.
A vereadora e deputada eleita Eliane Sinhasique (PMDB) caminha para ser a principal referência da oposição neste segundo mandato de Tião Viana (PT). O prefeito Marcus Alexandre (PT) agradece sua saída da Câmara Municipal e joga o pepino para o Palácio Rio Branco.
Desta disputa podemos destacar Márcio Bittar (PSDB) e Gladson Cameli (PP) como as grandes referências da oposição daqui em diante. A votação recebida por Márcio e Gladson os gabaritam a conduzir os processos para as eleições de 2016 e 2018. As eleições municipais não serão fáceis. Tirando raras exceções, a maioria dos prefeitos da oposição eleitos em 2012 foi um fiasco.
É pouco provável que se repita aquele boom do PSDB e PMDB nas prefeituras. Pode ocorrer um rodizio: estas cidades voltam para o governo, e as da FPA mudam tudo. Caberá às lideranças cobrar dos prefeitos mais profissionalismo e responsabilidade na administração dos municípios.
Se assim não for, o PT retoma a hegemonia nas cidades. A conquista de mais uma cadeira para o Senado assegura à oposição uma força política considerável.
Glason Cameli e Sérgio Petecão (PSD) podem fazer muitos estragos ao governo ou deixar tudo como está. A situação deles é complicada. Seus partidos estão na base de Dilma, mas adversários do Vianismo no Estado.
É uma espécie de oposição dupla-face. Para não atrair a antipatia de um eleitor acreano dividido, e que votou em ambos pela campanha de se apresentarem como adversários do petismo. Agora precisam mostrar posições firmes e dizer ao cidadão o motivo de estarem no Senado.
O PSDB continuará como a trincheira oposicionista em Brasília e aqui. E neste sentido Wherles Rocha pode se destacar fazendo barulho na Câmara, pegando no pé do governo Dilma e Tião. O fato de ficar sem mandato não impedirá Bittar de ser o líder em seu partido e outras siglas onde exerce influência.
Seu trabalho será manter as bases, fortalece-las e até ampliá-las. Os próximos quatro anos vão requerer muitos estudos e dedicação para chegar afiado ao pleito de 2018, seja qual for o cargo a disputar: governo ou Senado. Na política é assim: acaba uma eleição e começa a próxima. E para quem não está no poder, os desafios são bem maiores.
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