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sábado, 30 de novembro de 2013

A burguesia fede

Esta belezura da engenharia acreana será um dos principiais condomínios de luxo do empobrecido Acre. Em seus apartamentos de infinitos metros quadrados  vão morar uma pequena elite acreana sempre dependente, lógico, dos recursos púbicos do governo.

Construído pela Albuquerque Engenharia, uma das empreiteiras denunciadas pela Polícia Federal na Operação G7 por formação de cartel para abocanhar as licitações do Estado, o prédio está localizado a poucos metros da avenida Antônio da Rocha Viana.

Ao lado passará uma obra do governo, um parque de urbanização das margens daquilo que seria o Igarapé Fundo. Igarapé ele deixou de ser há muito tempo por conta da ineficiência do governo de investir em políticas de saneamento. Todos os dias o esgoto de milhares de famílias são ali despejados sem o mínimo tratamento.

Este será um vizinho incômodo para a burguesia acreana em seu luxuoso prédio. As janelas dos apartamentos vão precisar passar a maior parte do tempo fechadas para o “pixé” do esgoto não incomodar.

Pensando no conforto da burguesia aliada, o governo decidiu acelerar as obras de construção do parque. Elas se arrastam desde que Oscar Niemeyer desenhava as primeiras curvas dos prédios de Brasília. A cada eleição que se avizinha máquinas e homens retomam o canteiro –fechadas as urnas, férias coletivas.

Quem sabe agora, com os novos vizinhos ilustres, o Palácio Rio Branco acelere de vez o ritmo das obras e garanta o mínimo de dignidade às famílias pobres que moram nos bairros às margens do igarapé transformado em esgoto. Bom também seria uma estação de tratamento para garantir a sobrevivência deste manancial.

Aliás, é bom questionar com a empreiteira conseguiu a licença ambiental da obra já que o Código Florestal impede construções às margens de rios, igarapés, riachos...

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O X da Questão

Articulação poítica evita fiasco do Acre em leilão da ANP

Uma série de telefonemas de Rio Branco para Brasília e de Brasília para o Rio de Janeiro evitou que o Acre enfrentasse um fiasco na 12º rodada de licitações da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Dos nove blocos da Bacia do Acre em leilão, apenas um foi arrematado –e pela estatal Petrobras.

Não fosse a intervenção política na petrolífera nacional, onde o governo federal tem a maior parte de participação, nenhuma outra empresa privada teria tido coragem para desembolsar alguns milhões de reais para a exploração incerta de gás e petróleo na Amazônia acreana.

Nenhum investidor seria louco o suficiente para ir contrário ao Zoneamento realizado pelo Ministério de Minas e Energia que mostra a pouca chance de exploração comercial rentável na Bacia do Acre. A única capaz de enfrentar este risco é a Petrobras.

Mas como sabemos a empresa não está nos melhores do seus dias. A cada semana aparecem números negativos de seu desempenho no mercado. O aparelhamento da estatal pelo governo petista, usando-a como manobra para cobrir o déficit das contas públicas e segurando o preço da gasolina para garantir a reeleição de Dilma, a faz cair das primeiras posições das petrolíferas mundiais.

É pouco provável que a esta altura a Petrobras –também gerenciada por capital privado – tenha disposição para as meras prospecções no Vale do Juruá. Os recursos em caixa estão voltados única e exclusivamente para a bilionária camada do pré-sal, que vai exigir somas volumosas de recursos.

Pela foto colocada na coluna do jornalista Nelson Liano Júnior, do Ac24horas, percebe-se que Tião Viana (PT) não estava bem acompanhado no leilão da ANP. Sua articulação política evitou o fracasso completo, fracasso não só pior que a falência da OGX de Eike Batista –e tantos outros “X” em recuperação judicial. 

Desse jeito não tem Senhor X que transforme o Acre na Arábia Saudita da Amazônia.    


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PT deixe o PV construir sua história

Henrique Afonso*

Os ataques sofridos pelo PV nos dias de hoje são uma demonstração clara de que o  Partido dos Trabalhadores tem dificuldade de conviver com diferenças na sociedade. Seu espírito autoritário dificulta qualquer possibilidade de ser referência em experiência de procedimentos e comportamentos democráticos. Seu testemunho deixa um triste rastro de insatisfação de aliados no processo de conquista do poder,  egocentrismo ao tomar decisões, e na apropriação do domínio das ferramentas e dos mecanismos pelos quais se desenvolvem uma gestão.

     Para ser claro, o PT quer tudo debaixo de seu total controle. Essa é sua verdadeira face: O totalitarismo. Não sei como alguns partidos conseguem se manter diante de tanta arrogância, e ser tão subservientes por tanto tempo. O que mais me tranquiliza é que tudo passa e que ninguém, por mais que seu carisma de influência seja grande, submete por todo o tempo pessoas debaixo de seus pés sem que haja resistência nalgum momento.
                  A cultura do totalitarismo tem que ser vencida na sociedade, e é urgente que se estabeleça outro processo político que restitua situações possibilitadoras de democratização de nossas relações. Estou preocupado com essa ambição explícita do PT em se perpetuar no poder. O que percebo é uma clara intenção de num futuro bem próximo sermos surpreendidos com uma tomada de poder que nos leve ao triste desatino da volta de regimes totalitários. Vejo esse cenário sendo preparado em todas as esferas da sociedade.           

         O PT não veio pra brincar de fazer política. Ele tem muito claro o que quer para o Brasil. Quem não descortinar seus interesses, como vai ver sua face oculta? Como primamos pela democracia, temos que respeitar seu direito de  ser e se expressar na sociedade. Todavia, não abrimos mão de termos nossos espaços políticos garantidos nos movimentos de resistência a esse modelo autoritário de governar. Ocupar os espaços políticos de poder na sociedade pra quê? Ora, nenhuma força se propõe em participar do processo político sem ter definido uma pauta programática em torno de um arcabouço ideológico e filosófico fundamentado numa concepção de mundo e de homem. O que ignora isso aparece simplesmente para comercializar siglas e fortalecer os que já detêm a hegemonia na sociedade.

                      Particularmente me incluo nesse movimento que se apresenta com o objetivo de construir uma sociedade fundada nos pilares fundamentais da democracia. O que percebo, é uma exigência histórica de rompimento de comportamentos presunçosos, de controle absoluto de todos os segmentos da sociedade. Pelo que vemos na história, o melhor é superarmos modelos autoritários de governo e avançarmos na edificação de novas relações democráticas: imprensa livre, órgãos de fiscalização e controle exercendo seu poder de monitorar; movimentos sociais com autonomia e completamente desaparelhados dos poderes, pois sua força  são os representados; a oposição com seus espaços democráticos garantidos, e não sendo tratada como inimiga. Penso que dessa forma, teremos um Estado democrático e de direito comprometido com uma nova civilização, com a dignidade humana e a felicidade de todas as pessoas.

            Quando escrevo sobre isso, trago entre tantas outras coisas, a elucidação das marcas do que é um Estado que traz na sua história os traumas gerados pelos erros de gestão, pela consequência do autoritarismo, do culto ao personalismo, às super estrelas, da obediência cega, do silêncio e do barulho oculto no recôndito das pessoas, do fisiologismo nas suas múltiplas formas de aparecer na sociedade, e da grande máscara que esconde a vergonha do endividamento com instituições financeiras, da dívida histórica que o Brasil tem com os mais necessitados e injustiçados, e a dívida que ele (estado) tem com a ética que exige politicamente e constitucionalmente o cumprimento dos compromissos assumidos perante a sociedade.

              Além de outros exemplos, como prova do que estou falando, padecemos na pele uma intervenção no nosso partido - PV Acre - que ao mesmo tempo em que revela ferimento nos princípios elementares da democracia,  mostra o nível de absurdo em que o poder dominante pode mostrar. Quando é violado a um partido, um sindicato, uma igreja, um jornal, ou a uma pessoa  o direito de exercer sua liberdade de expressão é porque chegamos ao limite, e o sinal amarelo foi acionado. Nessa situação é melhor dar uma parada, refletir a fim de compreender o contexto e construirmos uma nova realidade. Se um governo é do PT, o seu direito está em viver a história do seu partido. Deixe que a história dos outros partidos aconteça com seus protagonistas. Não use a força do poder político para impedir que outras forças conquistem seus espaços. Isso é da democracia.

                  A despeito da nossa militância na história, pare de achar que vamos manchar nossa biografia e ideologia. Até porque o que acreditamos é tão sério que renunciamos projetos pessoais, empregos, sossego, vaidades, poder pelo poder em nome de uma causa que é a promoção da vida e vida em abundância. Não abrimos mão da sustentabilidade como modelo de desenvolvimento e faremos o necessário para que a democracia tome seu lugar no Estado Acriano. Particularmente, no que concerne a legalização do aborto, das drogas, prostituição, homossexualismo sou contra, e no PV tem uma cláusula de consciência que me garante ter posicionamento em defesa da vida desde a concepção, da família cristã e da liberdade religiosa. O Estado é laico, sei disso, mas a nação é cristã e isso tem que ser considerado. Já me manifestei sobre isso. O Brasil é plural, diverso e entendo que o contexto existencial em que estamos, impõe o respeito, a tolerância e o amor como valores indispensáveis a uma nova civilização. Se um dia o PV não for isso ele será o que o PT está sendo hoje, então certamente não farei mais parte dessa história. E viva a democracia! Viva a vida!

*Henrique Afonso é deputado federal pelo PV do Acre

Casamento (quase) perfeito

Começa corrida para a indicação de vice de Tião Viana

Com o ano de 2013 caminhando para as suas últimas semanas, começa dentro da Frente Popular do Acre (FPA) a corrida para a indicação do vice de Tião Viana (PT) em sua tentativa de reeleição no próximo ano.

De olho na vacância da indicação, ante a impossibilidade de César Messias (PSB), o nanico Partido Ecológico Nacional (PEN) decidiu apresentar dois  nomes para vice-governador: os deputados Jamyl Asfury e Élson Santiago.

Apesar de ter a maior bancada dentro da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), com seis parlamentares, na Câmara a legenda não possui nenhuma cadeira. Desta forma o PÈN fica sem minutos para negociar na divisão da propaganda eleitoral. O único poder de fogo se restringe à bancada na Aleac, capaz de comprometer interesses do Palácio Rio Branco.

O próprio líder do governo foi categórico: “O PT vai ter candidato a governador, ao Senado e ainda quer a vice? Assim não dá, política é espaço, e eles [PT] não ganham eleição sozinhos, o conjunto da Frente Popular faz a diferença.”, diz Astério Moreira (PEN).

Diante do grau de comprometimento de grande parte da bancada uma “rebelião” dentro do parlamento está praticamente descartada. Os “penistas” ocupam posições estratégicas, desde a liderança do governo à presidência da Mesa Diretora.

Outro partido que há pouco tempo cogitava a vaga de vice era o PCdoB. O nome do secretário Edvaldo Magalhães (Desenvolvimento) era um dos mais cotados. Mas os comunistas já descartaram esta possibilidade e almejam tão somente a candidatura única de Perpétua Almeida (PCdoB) ao Senado dentro da FPA.

O PSB de César Messias também sonda em permanecer na dobradinha com o PT, mas a falta de nomes pesebistas competitivos os inviabiliza. Nos bastidores os comentários são de que o PT de Tião caminha para uma chapa puro-sangue. Nomes como Leo Brito e Anibal Diniz são os mais cotados para a dobradinha.

Um fator que pesará nesta escolha é a sucessão em 2018. A eventual reeleição de Tião Viana em 2014 levaria o partido a pensar nas acomodações futuras já que Jorge Viana (PT) pode vir a disputar um novo mandato no Senado, e ficando impedido de regressar ao Palácio Rio Branco pela passagem recente de seu irmão.

 Uma renúncia do governador em 2018 para disputar algum cargo garantiria a permanência do PT no governo do Estado.

domingo, 24 de novembro de 2013

O moderno e o arcaico



A menina de cabelos pretos amarrados e com roupas de menino sentada numa banco de cimento se diverte ao ver um imponente pastor alemão ser treinado por seu policial. A pequena bola verde (talvez recheada com cocaína) que quica num vai e vem na mão daquele homem com uma farda rajada, parece ser o último tesourou para o cão disciplinado e treinado para encontrar drogas.

Logo mais ele verá aquela bolinha ser escondida entre as bagagens descarregadas de um moderno Airbus-A319, que pousou há poucos minutos no Aeroporto Capitão Aníbal Arab Fadul, em Cobija, a capital do departamento boliviano de Pando.

Num espaço de poucos metros quadrados e coberto com telhas, onde a única refrigeração pode ser a fina chuva que começa a cair na Amazônia boliviana, os passageiros daquela confortável aeronave ficam num empurra-empurra por suas malas, colocando os pés na lama. Mas antes, o pastor alemão precisa farejar algo suspeito nelas.

Aquelas onde ele para é um sinal, o policial as retira e coloca naquele mesmo banco de cimento onde estava sentada a menina.. O obediente cachorro é como as máquinas de raio-x em aeroportos mais modernos, e a esteira onde as bagagens perambulam é a capacidade do passageiro de furar o bloqueio daquelas pessoas que não desgrudam o olho da mala.

Esta é a rotina no aeroporto de Cobija. O pouso daquele moderno avião que opera nos céus dos mais ricos países do mundo é o mesmo onde ali crianças disputam a chegada dos carros.

Ajudar o passageiro a carregar a mala pode render algumas moedas de pesos bolivianos ou de real dos brasileiros que a cada fim de ano vão buscar seus filhos estudantes de medicina em Santa Cruz de la Sierra ou Cochabamba.

Vigiar o carro também rende a estes “chicos” um trocado que certamente vai servir no sustento da família. O aeroporto de uma das cidades mais pobres do mais pobre dos países da América do Sul não é simples, não oferecendo nenhum luxo. Os ventiladores no teto substituem o ar-condicionado. Na parede uma caixa de som serve como o aviso sonoro para a chegada ou a partida do voo.

O homem que usa o banheiro masculino para urinar é facilmente visto do lado de fora. Ao lado, três caixas d´água estilo Brasilit garantem o abastecimento. No estacionamento, o outdoor patrocinado por um banco recepciona o visitante: Bienvenido a Cobija (Gracias a Ti somos El banco que une toda Bolívia).

Logo colado está outra placa, esta com uma foto do presidente Evo Morales anunciando a construção do novo aeroporto, este com arquitetura moderna e certamente acabando com aquele desconforto no desembarque.

As malas no carro e o regresso se faz necessário. O trânsito é confuso, os semáforos por pouco não colidem com os aviões tamanha a altura. O motorista brasileiro desatento certamente passará o sinal vermelho. Se não causar um acidente pode ser flagrado por um policial e ter que desembolsar uma nota de R$ 50 para pagar a propina.

É hora de atravessar a ponte e voltar para o Brasil. Do lado de cá os buracos permanecem nosso cartão de visita, e haitianos continuam a perambular por Brasileia, no Acre.

A Impressão é que a miséria não escolhe nacionalidade, cor, credo ou convicção política. Nos buracos da estrada brasileira outra certeza: a corrupção e a incompetência fazem suas vítimas nos dois lados da fronteira.
            

sábado, 23 de novembro de 2013

Não há vagas (Até que tem, mas...)



Acomodação é o principal entrave para Henrique Afonso na oposição


Rompido com a Frente Popular e recepcionado pela oposição, o desafio do deputado federal e pré-candidato ao governo Henrique Afonso (PV) é encontrar seu espaço dentro do grupo diante de tantos nomes já postos no processo eleitoral do próximo ano.

Com três pré-candidaturas na oposição, Afonso terá que optar entre integrar o G8 (que defende candidatura única) ou o grupo de Tião Bocalom (DEM) e do senador Sérgio Petecão (PSD), defensores da divisão.

Os primeiros a saírem na dianteira em busca do vede foram Bocalom e Petecão. Apesar de se apresentar como candidato, Petecão tem se articulado muito mais para viabilizar o palanque do democrata do que o seu próprio.  De olho neste filão, Gladson Cameli (PP) marcou território e quer levar o PV para o G8 para, quem sabe, chegar ao G9.

O problema é que no grupo dos oito já há candidatos definidos para a majoritária: Márcio Bittar (PSDB) é o escolhido para disputar o Palácio Rio Branco e Cameli o Senado. Uma indicação para vice ficaria até inviável ante o PMDB, que selou aliança com os tucanos tendo a garantia de indicar o vice.

A acomodação de Afonso no G8 ficaria mais complicada do que na ala de Bocalom. Hoje a aliança mais enfraquecida dentro da oposição, Bocalom e Petecão enfrentam dificuldades para a indicação de vice e um nome para o Senado. Vice é uma possibilidade descartada pelo PV.

O desgaste do rompimento com a Frente Popular tem levado os verdes à convicção da necessidade de encabeçar a disputa majoritária. À legenda, dentro da aliança DEM-PSD, há a cadeira de Senado disponível. Uma disputa pelo Senado seria uma saída honrosa, mas com pouca probabilidade de sucesso.

Com estes cenários, ao PV resta a opção de não estar no grupo da oposição e se apresentar com a terceira via. Para tanto seria necessário o apoio de outras legendas, sobretudo dissidentes da FPA e com perfil programático mais semelhante. Os verdes sabem o desgaste que sofreriam numa aliança com o DEM e PSD de maioria ruralista no Congresso Nacional.

Em Brasília Henrique Afonso busca os apoios do PSB e da Rede Sustentabilidade. Ele tenta por meio da ex-senadora Marina Silva selar pactos com estas duas legendas. Outro alvo é o PCdoB, que tenta viabilizar a candidatura única de Perpétua Almeida ao Senado, mas enfrenta a resistência do PT de Anibal Diniz.   

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Voto de protesto

Vitória de promotor em eleição do MP representa insatisfação com andar de cima

A vitória do promotor Danilo Lovisaro Nascimento na disputa para a eleição do novo procurador-geral de Justiça representa a insatisfação de membros do Ministério Público com os rumos tomados pela instituição nos últimos anos.  A proximidade excessiva com o governo e os impactos causados pela operação G7 são alguns dos motivos da “rebelião”.

Esta é a avaliação feita por alguns membros do MP consultados pela reportagem. Danilo Lovisaro encabeçar a lista tríplice pegou de surpresa até mesmo os mais pessimistas, que não apostavam em sua viabilidade.

A eleição para a composição da lista tríplice ocorreu durante esta sexta-feira, com a apuração sendo concluída no meio da tarde. O promotor, responsável pela Promotoria de Combate ao Crime Organizado, obteve 45 votos. Em segundo lugar está a procuradora-adjunta Kátia Rejane obteve 38 votos.

Com 30 apoios recebidos, o procurador Oswaldo D’Albuquerque ocupa a última posição. Procurador-geral de Justiça por quase 10 anos, Edmar Monteiro ficou de fora da composição com 25 votos.

“Talvez tenhamos algo a dizer [com a vitória de Danilo], tal qual dissemos quando estivemos nas ruas no meio deste ano”, diz um promotor satisfeito com a vitória de seu colega. A boa votação do promotor pode ser vista como insatisfação do “andar de baixo” com o “andar de cima”. Esta é a primeira vez que um promotor de Justiça supera um procurador na eleição interna.

Luz, câmera e...abandono


A fachada das Lojas Formigão passa por uma reforma. A estrutura de ferro colocada no andar superior foi retirada e ressurgiu um dos maiores símbolos da capital acreana nas décadas de 1980 e 1990: o Cine Rio Branco. Todo bom acreano já passou pelas poltronas deste cinema e assistiu aos clássicos que marcaram a sétima arte naquele período.

Pena esta prédio hoje estar sendo deteriorado . Parece que por aqui as fundações de Cultura só servem para encher o bolso dos artistas de fora com recursos públicos, e não olham para nosso patrimônio cultural. Este prédio bem que poderia estar tombado.

Mas...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A batuta e a caneta


A edição desta terça do Diário Oficial do Estado mostra que a única função do Detran Acre é multar, e não educar os motoristas. Veja o absurdo: agora até mesmo o saxofonista da banda de música da Polícia Militar está credenciado pelo departamento de trânsito a multar você, motorista, caso fique fora do tom quando estiver dirigindo e ouvindo aquele bregão.

Não bastassem as constantes blitzen realizadas diurnamente e todos os dias da semana para arrecadar dinheiro, o cidadão se vê cercado de todos os lados pelos fiscais do trânsito. Vale de tudo para reforçar os cofres do Estado em tempos de crise e da proximidade do 13º salário.

Desse jeito não tem vitrola tamanho aperto do Estado em cima dos condutores.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Os tapurus e os jornalistas


A classe de jornalistas do Acre vive hoje talvez um dos piores momentos de sua história. Pode não ser pior do que os tempos sombrios do coronel Hildebrando Pascoal. Não vivi este momento tenso, mas pelos relatos que ouvi de colegas na redação dá para ter uma noção de como era difícil exercer o jornalismo então.

Mas hoje a situação não é a das melhores. A diferença é que não temos as redações invadidas pelo coronel e seus capangas, nem jornalistas sofrendo ameaças de morte e sendo obrigados a engolir as edições dos jornais. Mas sofremos as mesmas perseguições dos donos do poder e intimidações.

O caso dos tapurus exemplifica bem isso. Jornalistas estão sendo tratados como bandidos por terem exercido sua função constitucional de denunciar problemas na refeição servida em um hospital público do Acre. Um secretário de Comunicação de forma insana e desequilibrada praticamente acusou os profissionais de terem montado a cena, colocando os vermes (tapurus) dentro das marmitas.

Não é de hoje que o autointitulado jornalista Leonildo Rosas (que nunca concluiu sua graduação na Ufac) difama e ataca a honra dos verdadeiros jornalistas que tentam (às duras penas) exercer o jornalismo fiscalizador. Ele fala que os profissionais atuam sem ética, a mesma ética que lhe falta ao usar dinheiro público para tirar do cidadão a liberdade de imprensa e expressão.

Os jornalistas no Acre hoje não contam com um sindicato por conta do sufocamento realizado pelo governo. O presidente e vice do Sinjac renunciaram por ocuparem funções confortáveis em cargos públicos –um na prefeitura petista e outra na Assembleia Legislativa também petista. O resto da diretoria...bem, esta está muito bem acomodada no gabinete do governador.

Estamos desde maio sem reajuste salarial porque não há quem negocie com os patrões. Vamos entrar em 2014 acumulando perdas de 2012, 2013 e 2014 certamente também não teremos nada. Enquanto isso os líderes sindicais estão com seus gordos salários na estrutura do Estado.

Para piorar jornalistas são levados para depor numa delegacia de combate ao crime organizado, a mesma que não combateu uma quadrilha que surrupiava os cofres do Acre, sendo preciso a intervenção da Polícia Federal –Operação G7. Diante de tanta pressão, a jornalista Lenilda Cavalcante sofreu um acidente vascular cerebral (AVC).

E agora, o sindicato vai prestar alguma solidariedade? O desequilibrado Leonildo Rosas pedirá desculpas ao povo do Acre por suas atitudes débeis? O Acre vive um momento perigoso em sua democracia. Estamos a caminho do abismo, a população parece estar dopada (por um Bolsa Família) e o colapso social e econômico está a porta.

Que em 2014 ocorram as mudanças tão necessárias para tirar o Acre do fundo do poço   

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Debates

Para quem não viu o debate sobre os atuais momentos da política acreana no Gazeta Entrevista da última terça, segue aqui o vídeo

Aprecie sem moderação

sábado, 16 de novembro de 2013

Everybody hates Asfury

Os 23 deputados estaduais entraram ontem em comum acordo quanto ao deputado Jamyl Asfury (PEN): toda vez que o segundo vice-presidente (cargo criado para acomodá-lo) presidir a sessão, todos vão sair do plenário.

O esvaziamento é uma forma de protesto encontrada por eles contra as atitudes do parlamentar, visto como o traidor dentro do plenário e “menino de recado” do governo. Sua servil subserviência ao Executivo é rejeitada até pelos mais extremistas governista. 

Após na quarta comprar briga com os deputados por se posicionar contra a PEC das emendas impositivas e falar em consulta prévia ao Palácio Rio Branco para saber se há sua aprovação, o cúmulo do absurdo, dizem os deputados, aconteceu na patética sessão dedicada à Telexfree.

Jamyl Asfury simplesmente atropelou Moisés Diniz (PCdoB) como principal defensor da causa dos divulgadores. De forma sorrateira, marcou um encontro entre Carlos Costa, seus seguidores, com o governador Tião Viana (PT). O gesto deixou Moisés enfurecido, indo logo depois “detonar” Jamyl de forma indireta.

“O que aconteceu aqui não foi legal. Vocês viram o que aconteceu e isto não foi bacana. Esta foi uma atitude rasteira.” A declaração ocorreu da cadeira da presidência da Mesa Diretora enquanto Moisés Diniz encerrava a sessão. O clima não está dos melhores dentro do plenário.

O deputado Jamyl Asfury (PEN) tem se mostrado nos últimos meses um verdadeiro desserviço para a sociedade acreana. Eleito para defendê-la, o parlamentar dá as costas aos interesses do povo e se volta única e exclusivamente aos anseios nada republicanos do governo Tião Viana (PT) dentro da Aleac (Assembleia Legislativa do Acre). 

Rejeição unânime entre seus 23 colegas de plenário, Jamyl Asfury, que tinha tudo para ser um dos grandes nomes no Parlamento, se apequena diante de sua postural serviçal ao Palácio Rio Branco e coloca ainda mais na lona a já maculada Casa do Povo.





quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Voo cego

Base do governo Tião Viana rejetia pedido de informação sobre uso de helicóptero

Texto: Wherles Rocha (PSDB)

Mais uma vez os deputados da base do governo votam contra a transparência na utilização da coisa pública. Meu requerimento solicitando informações sobre a utilização do helicóptero João Donato foi derrubado pela base "arriada".

Os deputados Jamyl Asfury, Lira Moraes, Edivaldo Souza, Marileide Serafim, Éber Machado, Denilson Segovia, Jonas Lima, Geraldo Pereira e Maria Antônia votaram para que o governo não preste conta da utilização da dita aeronave.

Quero agradecer aos deputados Chico Viga, Gilberto Diniz, Toinha Vieira e Chagas Romão que votaram a favor da transparência.

Fica a pergunta para o senhor Sebastião Viana: Qual o medo de prestar conta da utilização do helicóptero do Estado? Agora eu tenho quase certeza que tem coelho nesse mato.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um dia depois

Foto: Ray Melo/Ac24horas
Após as intensas farpas trocadas desde meados de agosto por conta do PED (Processo de Eleições Diretas), petistas decidiram nesta segunda deixar as diferenças das tendências de lado, colocando as mágoas na seputlura, e adotaram o discurso da “unidade de ação” com vistas às eleições de 2014.

Com Ermício Sena consagrado vitorioso nas urnas, o trabalho agora será da divisão dos cargos dentro da Executiva, colegiado que comporta as tendências mais bem votadas e responsável pela tomada de decisões do partido.

A tendência Democracia Radical (DR), do atual presidente Leo Brito e de Ermício Sena, tende a ficar com a maioria dos cargos, mas precisando fazer negociações mais acirradas com os grupos menores. A votação de Sibá Machado e sua chapa, Um Partido que Transforma o Acre, dará ao grupo ao menos duas cadeiras, num total de sete.

Já a Mensagem ao Partido, que agrega Democracia Socialista e Esquerda Popular Socialista, terá outro acento. Caberá a Ermício Sena conversar com todas as tendências caso queira ver aprovado na executiva propostas de interesse de seu grupo ou do partido como um todo.

Ermício será responsável por conduzir o partido no processo eleitoral de 2014.

Antes de coletiva de imprensa realizada nesta segunda, o PT fez reunião a portas fechadas. À mesa estava o candidato vitorioso e os vencidos, além dos representantes de todas as tendências. Entre eles foi firmado o pacto de reunificação partidária após o embate do PED, com Ermício assumindo algumas das bandeiras defendidas pela campanha de Sibá.

Uma delas é a formação de um conselho político integrado pelos petistas históricos, que se dizem desprestigiados pela gestão da DR. O conselho será responsável por auxiliar a executiva em tomadas de decisões do PT, gabaritado pela longa experiência p0lítica de seus membros.

Outro compromisso é o campo majoritário não promover uma “caça às bruxas” aos militantes que estiveram engajados na candidatura de Sibá Machado. Havia o temor de “degola” nos filiados mais à esquerda da legenda. Reunidos, os principais dirigentes firmaram o compromisso da paz voltar a reinar.

Mas as tendências menores sairam fortalecidas no diretório de Rio Branco. Mesmo com a derrota de Júlia Feitoza, elas terão a prerrogativa de indicar quais cargos quer ocupar na executiva. O quase empate técnico com o vereador Gabriel Forneck pode deixar Feitoza na vice-presidência ou indicar um aliado de confiança.      

sábado, 9 de novembro de 2013

Bom militante


Tião Viana esqueceu de sua agenda de governador neste fim de semana e colocou os pés no Vale do Juruá. Por lá, ele subiu e desceu barrancos pedindo votos para Ermício Sena ser definido amanhã como o novo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Acre.

Como se vê, os “valores democráticos” de Tião Viana desceram rio Juruá abaixo. Ele tem todo o direito de votar em um dos candidatos ao cargo, mas jamais poderia usar de sua influência para interferir no resultado das urnas.

Com esta “pressão indireta” do governador qual o militante petista com cargo no governo não se sentirá obrigado a votar em Ermício?

Para o governador, a vitória de seu assessor especial neste domingo é uma questão de honra; a vitória de Sibá Machado representaria o maior fiasco da história política de Tião, por isso toda essa disposição e gás.

Como infelizmente o portal da transparência do governo está fora do ar, não é possível saber se o governador viajou às custas do contribuinte para fins partidários.

Mais da Política na Floresta aqui 

Domingo à PT



Dividido, PT vai para eleição mais acirrada dos últimos anos

Há 15 anos governando o Acre e nove a prefeitura de Rio Branco, o Partido dos Trabalhadores (PT) terá neste domingo seu PED (Processo de Eleição Direta) mais acirrado dos últimos anos. Após a hegemonia de uma única tendência, a Democracia Radical (DR), os petistas orgânicos, com uma formação política mais à esquerda, uniram suas tendências em torno do deputado Sibá Machado, que já comandou a legenda.

No campo hegemônico hoje representado pelo atual presidente Leo Brito, o sociólogo Ermício Sena tenta manter o grupo na presidência com o apoio do governador Tião Viana (PT) e outras lideranças influentes. De forma mais tímida está o senador Jorge Viana (PT), descontente com o atual momento de cizânia vivido pelo PT.

Somente em Rio Branco, ao menos 800 militantes estão aptos a votarem. A eleição ocorre das 9h às 17h nos 22 diretórios municipais. A previsão é que ainda no domingo o vencedor seja conhecido.

Sibá Machado aparece como o candidato da minoria. Ao seu lado tem as tendências Democracia Socialista (DS), Esquerda Popular Socialista (EPS), Articulação e Articulação Sindical (Artsind). O grupo reúne a chamada “velha-guarda” do PT, responsável pela formação do partido no Acre e que se diz desprestigiada pela atual executiva.

Assessor especial de Tião Viana (PT), Ermício tem o discurso de manter as conquistas e avanços do PT na gestão de Leo Brito. Com doutorado na Espanha, o sociólogo atuou em funções importantes do governo petista e tem sua imagem como da “renovação” a que o partido tem se submetido para enfrentar o desgaste dos 15 anos de poder, o que lhe rende vitórias apertadas a cada eleição.

A seu favor Ermício tem a vantagem de contar com a mobilização de toda a estrutura dos cargos comissionados do PT no governo e prefeituras. Esta mobilização e interferência do Palácio Rio Branco no PED é criticada pela ala mais à esquerda, que vê nisso a perda da livre escolha dos filiados no candidato de sua preferência.

Mas, independente de quem vencer, o PT continuará o mesmo para 2014. Defenderá a reeleição de Tião Viana e até uma chapa puro-sangue, com outro petista sendo vice-governador, como ocorreu em 2002 com Jorge e Binho Marques.

Outro embate será a corrida ao Senado. O PT já oficializou a candidatura de Anibal Diniz –suplente de Tião Viana no Senado – mesmo com ele em desvantagem nas pesquisas. A legenda enfrentará queda de braço com o fiel aliado PCdoB, defensor de Perpétua Almeida como candidata única da Frente Popular por estar melhor posicionada nos levantamentos.