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sábado, 30 de junho de 2012

A diferença de quem sai na frente



A convenção do PSDB para homologar Tião Bocalom candidato a prefeito de Rio Branco mostrou a diferença de quem lidera as pesquisas de intenção de voto. Dos três principais candidatos, a dele foi a capaz de reunir o maior número de pessoas –por livre e espontânea vontade, diferente da livre e espontânea pressão da de Marcus Alexandre (PT).

 Estar à frente das pesquisas tem trazido até agora mais vantagens do que desvantagens. Mas com o começar da campanha na próxima sexta-feira (6) Bocalom pode preparar o lombo que seu adversário principal é só o governo do Estado, e ele vem com tudo.

 Nos bastidores já há a produção de um dossiê contra Bocalom por petistas e palacianos. Entre as denúncias estariam algumas malversações dos tempos em que o tucano era professor de matemática na rede municipal de Acrelândia. São denúncias que, a se repetir como aquela das diárias da Câmara Municipal, vão cair no vazio e fortalecer a candidatura do PSDB.

Bocalom assegurou em seu palanque os principais desafetos do Palácio Rio Branco. O principal deles foi o PP de Gladson Cameli com sua alta capilaridade eleitoral e financeira. O mais recente foi o PDT de Luiz Tchê, que leva com ele precisos 2min57seg do tempo de propaganda eleitoral.

 O desafio de Bocalom é manter a dianteira nas pesquisas. A tarefa não é fácil, exigirá muita estratégia e inteligência por parte dos articuladores da campanha. Bocalom tem a faca e o queijo na mão; está nas graças do povo. Seu discurso antipetismo soa como uma ópera nos ouvidos do povão.

 Ele tem o apoio dos ex-presidenciáveis José Serra e Geraldo Alckmin, que caíram nas graças do povo acreano nas eleições passadas.  

 Tião Bocalom venceu Tião Viana em Rio Branco em 2010. Seu adversário em 2012 continua sendo o governador. A eleição é outra, o momento talvez seja outro, a cabeça do eleitor pode ser outra. Em outubro saberemos se o povo confirmará a retirada do PT do poder e a ascensão de um novo grupo político.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quem quer ser um peemedebista?

Fernando Melo e tropa observam o subversivo Vanderley Pereira, "enviado do PT"

Um verdadeiro fiasco. Assim pode ser classificada a convenção do PMDB desta quinta-feira à noite. Mesmo sem o aval da Justiça, João Correia foi por lá e deu as caras. A confusão era questão de tempo.

 O grande responsável por todo este inferno astral do PMDB, porém, não é João Correia, mas as próprias pessoas que se apossaram do partido (o senador Sérgio Petecão) e fizeram dele um feudo para fazer vingar seus interesses políticos pessoais.

Como diz Luiz Tchê, é Tião Viana dono do PT, ele do PDT, Bocalom e Bittar do PSDB, Gladson Cameli do PP e Petecão e Fraviano (perdão, Flaviano) Melo fazem sociedade com o malfadado PMDB, a escória do Brasil, partido dos velhos coronéis que transformam o Congresso Nacional no laboratório do fisiologismo.

Um partido que no Acre não teve a capacidade de reciclar suas lideranças, passando os últimos 30 anos flutuando em torno de Fraviano. O PMDB no Acre vive de suas glórias passadas. A última vez que ocupou o Palácio Rio Branco foi em 1989, justamente com o governador Fraviano Melo.

Desde 1999 vangloria-se de ser o único partido a não ter mamado nas tetas petistas. Grande coisa! O Acre melhorou muito por causa disso. No período não foi capaz de desenvolver um projeto político alternativo ao PT, ficou no jogo do poder pelo poder e deixou de ser a principal referência de oposição, hoje encarnada na figura do PSDB –que também não tem nada de projeto concreto.

O PMDB agora está em fase de desligamento de seus aparelhos que o mantém vivo na UTI. Os peemedebistas foram obrigados a aceitar uma candidatura goela abaixo. E o grande salvador do PMDB veio justamente das fileiras de seu grande adversário mortal: o PT. O ex-petista Fernando Melo aportou no Glorioso como a promessa da liderança que tirará o PMDB da UTI.

A convenção de ontem mostrou que o PMDB vai muito mal, obrigado. Uma meia dúzia de candidatos a vereador vai para as ruas em Rio Branco. A depender da votação proporcional, pode ficar sem nenhuma cadeira na Câmara. O partido começa sua campanha desunido e desorganizado.

Sem estrutura, a convenção teve que ser embalada pelo jingle do “Dá-lhe Petecão” de 2010. A assinatura do atestado de óbito do PMDB em outubro terá duas assinaturas garantidas: Fraviano Melo e Sérgio Petecão. Lamentável a política acreana e brasileira ter chegado a este ponto. Como diz a sábia Marina Silva, a “política enfrenta uma crise sem precedentes.” 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nós vamos invadir sua cidade



A Cidade do Povo é a cidade na qual todo rio-branquense sempre sonhou morar; tem asfalto, iluminação pública (não precisaremos fazer gato), posto de saúde funcionando de domingo a domingo, água na torneira e esgoto recolhido e tratado, ônibus passando na porta da casa e policiamento 24 horas. Quem não quer morar numa cidade perfeita dessa? 

Enquanto isso, do lado de fora, nós continuaremos com nossa realidade: lama e poeira, os avisos semanais do extinto Saerb de falta d’’água, as lâmpadas nos postes quebradas, esgoto escorrendo pela rua e estaremos plantados num ponto de ônibus caindo aos pedaços. O sonho de todo morador de Rio Branco será obter uma casa dentro do paraíso –a Cidade do Povo. 

Sabemos que temos um problema sério na habitação. Temos milhares de famílias vivendo em áreas de risco e alagadiças. Todo inverno amazônico é a mesma coisa. O rio Acre sobe e desabriga milhares de famílias. Este é um caos que nunca vai acabar pois o Taquari, o Ayrton Sena, o Quinze, o Cidade Nova, a Seis de Agosto não serão eliminados do mapa. 

O R$ 1 bilhão a ser gasto no Cidade do Povo poderia ter mais eficácia se aplicado na construção de grandes conjuntos habitacionais como acontece em qualquer outra cidade do mundo, sem ser preciso criar uma cidade dentro da outra. Este investimento seria mais econômico e sobraria dinheiro para a solução dos probleminhas básicos de quem não morará na Cidade do Povo. 

Mas como todo bom político, Tião Viana quer deixar sua marca como governador do Acre. A Cidade do Povo será a principal dela. Torço para que ela dê certo e de fato minimize nosso grave entrave na área habitacional, tirando os mais pobres da miséria e oferecendo a eles qualidade de vida. Se a solução é a Cidade do Povo, que renda frutos sociais –e não somente eleitorais.    

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Aqui jaz um Aquífero



Área onde será construída a Cidade do Povo e em cujo subsolo está a maior reserva de água da cidade
O Ministério Público esperneou, cutucou, brigou, mas não deu. A Cidade do Povo será construída linda e encantadora sobre o maior reservatório subterrâneo de água da capital acreana, a nossa única reserva em caso de um colapso não remoto do agredido rio Acre. É uma pena que as instituições do Estado sejam atropeladas para fazer valer o interesse político-eleitoral de um governo passageiro, cujas conseqüências serão para as gerações. 

Mas falar em preservação do aquífero hoje em dia já não tem sentido. Como fruto da incompetência governamental, inúmeras famílias construíram casas no local, dando origens a bairros sem a mínima estrutura, com o esgoto sendo despejado no solo; o aqüífero pode estar contaminado há bastante tempo.

O governo petista também já construiu um complexo industrial e um hospital sobre este “poção”. À época o Ministério Público esperneou, esperneou e... as obras continuaram.

Rio Branco é uma cidade com problemas tão grandes quanto a quantidade de invasões e promessas não cumpridas pelos políticos. Agora será construída a cidade perfeita dentro da caótica.

Os rio-branquenses ficariam muito mais felizes se os nossos imbróglios mais básicos do dia a dia fossem resolvidos. Mas o governo prefere centrar suas energias em populismos megalomaníacos  como forma de assegurar a reeleição em 2014, depois de um 2010 apertadíssimo.

Quem perde é o cidadão e o meio ambiente. A fatura será cobrada na frente.

Esta é a política na floresta, onde reina a lei do manda quem pode, obedece quem tem juízo.    

Oposisômetro


Chamou-me a atenção como o anúncio de Luiz Calixto (PSL) na vice de Fernando Melo (PMDB) foi papagueado pelos patrocinadores da campanha: uma chapa de oposição pura testada e aprovada pelo Inmetro. Oposição ao extremo. O governo que se cuide. Esta é a verdadeira oposição. Nunca antes na história deste Estado o fato de ser oposição foi tão glorioso, garantindo praticamente um passaporte para o Paraíso.

Fiquei a me perguntar: será que no dia 7 de outubro, quando estiver em frente à urna para escolher o novo prefeito de Rio Branco, o eleitor vai pensar três vezes antes de decidir em quem é mais ou menos oposição?

Daqui alguns dias vamos criar no Acre o Oposisômetro para medir o nível de enfrentamento e combate ao Poder.Ao eleitor não interessa a perda de tempo do discurso do quanto pior, melhor. A política é para mudar e não para esculhambar.

Nós estamos falando de uma cidade inundada de problemas e os políticos, ai invés de se vangloriarem por terem um programa de governo capaz de amenizar nosso caos diário, estufam os peitos como a oposição puro-sangue. A foto acima do repórter fotográfico Gabriel De Angelis retrata bem o cotidiano do rio-branquense.

Um esgoto estourado no bairro Vila Nova, próximo ao centro. O esgoto escorrendo pela rua é resultado de uma obra má feita; o objetivo era justamente o de solucionar, acabou complicando. As caixas de esgoto são pequenas de mais e não suportam os dejetos. Enquanto isso, uma candidatura nasce com a garantia de fábrica de ser oposicionista.

Esta é a oposição no Acre. Ficam se matando num jogo de poder enquanto esquecem de sentar à mesa para elaborar um projeto concreto de alternativa ao PT, que tanto eles criticam e atacam. Rio Branco não quer saber se seu futuro prefeito será oposição Made in China ou Made in USA. A capital quer, simplesmente, um prefeito.

A continuar com este discurso pobre e medíocre, a Frente Popular vai virar este jogo e os oposicionistas vão ficar chupando dedo e chorando as lágrimas por ficarem pelo menos mais 10 anos fora do poder. O eleitor é inteligente e exigente; ele estará de olho em tudo isso.  

terça-feira, 26 de junho de 2012

TRE: Tuitada Regional Eleitoral


Presidente do TRE usa Twitter oficial para elogiar governador

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), desembargador Pedro Ranzi, usou a página oficial do TRE no Twitter para fazer elogios ao governador Tião Viana. Pelo microblog institucional, Ranzi parabenizou o governador pelo lançamento das obras da “Cidade do Povo”, realizado nesta terça-feira (26) em Rio Branco. 

“Parabenizo V. Exª pela iniciativa de desenvolver o maior projeto de habitação do Acre, o "Cidade do Povo". (Des. Pedro Ranzi)”, escreveu o presidente do tribunal eleitoral. 

Veja o detalhe 


Cara Nova


O Blog ganha a partir desta terça-feira seu novo cabeçalho.

A bela arte acima é do web designer de Agazeta.net, Enarde Fernandes.

Aqui vai minha gratidão ao trabalho do colega de redação.

Alguns ajustes precisarão ser refeitas

Peço um pouco de paciência aos milhões de leitores do blog para mais alguns ajustes

O meu, o seu, o nosso partido



“O Tião Viana é o dono do PT e eu sou o dono do PDT.”
Luiz Tchê (PDT-AC)
 

A frase do presidente do PDT acreano, José Luiz Tchê, outorgando a propriedade individual dos partidos resume bem a que ponto chegou a política brasileira. Tchê não comete nenhuma blasfêmia ou disparate. Ele apenas teve coragem de falar o que é real e pronto: os partidos têm, sim, seus donos, e não são os filiados.

A situação partidária no Brasil está em crise. São tantos para dar e vender –se é que o brasileiro tenha coragem de desembolsar um real para comprar algum. Os partidos são propriedades de seus líderes, de preferência quem tenha capital (financeiro e de votos) para sustentá-los. As decisões são tomadas de cima para baixo.

Aos filiados –eles ainda existem – cabe prestar continência e seguir o bonde andando. É difícil dizer que alguém busca um partido hoje por uma ideologia; por trás de uma ficha de filiação sempre há um interesse maior, na grande maioria das vezes com o objetivo de fortalecer seus donos do que a agremiação em si.

No Acre a filha da terra Antônia Lúcia tem pelo menos quatro partidos (PSC, PHS, PTC e PRTB), cuja importância para a democracia brasileira e do Acre são tão importantes quanto a eleição de Tancredo Neves em 1985, ou fim dos governos militares no Acre com a vitória de Nabor Júnior do MDB.

Esta é a política brasileira: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Na “Veja” desta semana o cientista político Roberto Romano escreve um artigo mostrando a realidade do sistema partidário nacional. A análise dele se dá em cima da aliança esdrúxula do PT em São Paulo com o PP de Paulo Maluf. O demônio de ontem se transformou no anjo de hoje por tão somente um minuto e meio de tempo de TV.

A seguir os principais trechos do artigo:

“Nossos partidos abusam do eleitor ao mercadejar alianças. Longe de conceitos ou doutrinas, pechincham e barateiam adesões. Não existem diferenças entre eles porque, diriam os petistas juvenis, todos são "farinha do mesmo saco", Weber, Marx, Tocqueville, Bobbio e outros tentaram pensar a política. Hoje ela atinge o impensável.”

“Como o estado é o terreno da politica, com seu enfraquecimento, somem a causa e a razão de qualquer doutrina. Na crise, o primeiro signo letal é a perda de substância programática nos partidos. Partidos projetam formas de estado e sociedade. Eles oferecem aos eleitores um plano de ordem social e jurídica: liberal, socialista etc. “

“Vencendo as eleições, os dirigentes tentam aplicar o prometido. Se vence o socialismo, dele se espera a preeminência do coletivo sobre os indivíduos. Os vencidos seguem para a legítima oposição. Vitorioso o liberalismo, as políticas seguem outras vias. Na democracia, a derrota ou a vitória nunca expulsam os adversários da cena pública. A alternância do mando prolonga a vida do Leviatã. “

“Caso uma agremiação tenha um programa, mas, para atingir e manter indefinidamente o mando, se alie a setores que pregam o contrário do que ela promete ao eleitor, ocorre o estelionato eleitoral. O programa, depois de escolhido, não pertence mais aos eleitos, mas à maioria que o sufragou. Ao quebrarem a fé pública, os partidos chegam à infâmia e a sua política se limita ao camelódromo dos votos.”

“No comércio político, o poder se conquista com votos. Para adquiri-los e livrar-se das despesas de sua compra, o demagogo "usa o poder conquistado ou adquirido para obter benefícios ( ... ). O poder custa, mas rende. Se custa, deve render. O jogo é arriscado: às vezes, custa mais do que rende, se o candidato não é eleito; mas ele rende mais do que custa" (Norberto Bobbio, "A utopia de cabeça para baixo").”