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terça-feira, 31 de julho de 2012

Índio quer tucano


Os números da Fundação Nacional do Índio (Funai) mostram que o total de terras indígenas homologadas pelo governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)  foi o dobro do registrado na era Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Durante os oito anos de FHC, foram registradas 145 demarcações de terras indígenas em todo o país. Sob Lula, chegou-se a 79.

Em 2011, primeiro ano da presidente Dilma Rousseff, apenas três áreas indígenas foram homologadas. Neste primeiro semestre, a Funai informa um total de sete terras demarcadas nos Estados do Acre, Amazonas e Pará.

Em abril, lideranças dos povos indígenas do Acre ocuparam a sede da Funai por mais de 30 dias, além de ir para Brasília protestar na sede da fundação.  Ao que parece, os índios brasileiros foram felizes no governo dos tucanos e não sabiam. Sonhavam com a utopia do PT e se esbarraram na frieza administrativa da doutora Dilma.

Obama amazônico

O candidato à sucessão de Raimundo Angelim (PT), Leôncio Castro, do nanico PMN, não aparece com um único ponto sequer nas pesquisas de intenção de voto. Mesmo assim repudia quem não o coloque entre os dois finalistas do segundo turno. “Eu não trabalho com a possibilidade de não chegar ao segundo turno”, disse a Alan Rick no Gazeta Entrevista.

Leôncio Castro é um homem de fé. Afirmou que sua candidatura é uma luta de Davi contra Golias. Para empolgar a ele mesmo e seus minguados apoiadores, decidiu adotar como slogan de campanha o mesmo que embalou a eleição do democrata Barack Obama em 2008, o “Yes, We Can”.

Trazendo para o tupiniquim, Leôncio Castro tem o “Sim, Nós Podemos”. Assim como Obama acreditava na possibilidade de se tornar o primeiro presidente negro da história americana, Leôncio jura de pés juntos que em 2013 será o prefeito da capital acreana.

Do “33, a idade de Cristo” que marcou as campanhas de Sérgio Petecão (PSD) quando consagrou suas campanhas no PMN, agora o Partido da Mobilização Nacional sai com Leôncio Castro à Obama. Tá bom, “He Can” 


Dá-lhe, Leôncio

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Carta aos assessores

Caríssimos senhores assessores de imprensa dos prefeituráveis

É com imenso prazer e honra que venho me dirigir a vossas excelências para tratar de vossos trabalhos durante esta Eleição 2012. Como bons democratas, temos oferecido o espaço igual para que todos possam divulgar suas agendas e resumo de trabalho do dia. Em alguns casos, porém, fica impossível não passar a tesoura nos textos dos senhores para evitar problemas deste veículo com a Justiça Eleitoral.

Vale lembrar que os senhores enviam seus textos para veículos de comunicação, não para sites ou blogs de seus respectivos candidatos. Portanto, expressões que firam o princípio da imparcialidade e da igualdade, como também ataques aos adversários na disputa sem o devido “outro lado” da história, serão retiradas.

Clichês tais como “o futuro prefeito de Rio Branco”, “o prefeito a partir de janeiro de 2013”, “o candidato mais preparado”, “uma multidão lotou o evento”, “o candidato foi recepcionado com choros e lágrimas” serão retiradas dos textos enviados. Com esta medida, não queremos entrar em futuras ações do Ministério Público Eleitoral e depois parar no banco de réus do Tribunal Superior Eleitoral.

Quanto ao dead line, horário não tem sido o problema. Exceto a assessoria de imprensa de Bocalom que até esta hora (17h:25min) não repassou nada. Como já pedi por telefone a solução deste problema e nada foi resolvido, recorro ao blog para as devidas providências.

Desde já agradeço a compreensão e façamos o melhor trabalho para o leitor-eleitor escolher, ai sim, o futuro prefeito de Rio Branco.

Atenciosamente 
Fabio Pontes 

Obs: Caso seu assessorado não esteja sendo divulgado, favor enviar e-mail para fabiospontes@gmail.com 


A mágica de Ollanta Humala



O esquerdista Ollanta Humala completa um ano à frente da presidência do Peru. Um ano que passou voando. Parece que foi ontem a apertada eleição de Humala sobre Keiko Fujimori, a filha do tirano Alberto Fujimori. A vitória de Humala no Peru representou a vitória do novo da esquerda sobre o velho conservadorismo enraizado na sociedade peruana.

Para Humala vencer as arcaicas oligarquias peruanas embasadas sobre a exploração das ainda restantes jazidas de minério nos Andes e a riqueza do petróleo e do gás na Amazônia, ele precisou se comprometer a não colocar em risco o status quo da burguesia e das multinacionais que lucram bilhões de dólares no país.

Temia-se que Humala seria mais um discípulo bolivariano de Hugo Chávez, seguindo os exemplos de Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia e Cristina Kirchner na Argentina. (Por mais que ele esteja geograficamente cercado pelos seguidores de Chávez, o Peru está ileso).

O esquerdista ganhou no segundo turno com a promessa de seguir o exemplo do Lulinha paz e amor do Brasil. Aliás, os marqueteiros de Lula fizeram a campanha de Humala.

Ele mantém o discurso da esquerda, do governo para os mais pobres, mas sem deixar de rezar a cartilha do capitalismo. Está sobrevivendo em um ano. “O Peru vai bem, estamos resolvendo os problemas, em um ano não é de se esperar que resolvamos todos, não sou mago, e acredito que as coisas estão indo bem”, disse ele durante as celebrações dos 191 anos da Independência do Peru, comemorados no sábado, 28 de junho.

Boa sorte a Humala nos próximos anos de presidência. Que continue sem fazer as magias de Chávez e companhia nos países vizinhos –com políticas populistas que mergulham suas nações ainda mais na miséria. Que de forma racional possa conciliar o desenvolvimento econômico com o social, garantindo a distribuição de renda aos mais pobres e assegurando a estabilidade do Peru para atrair investimentos.   

domingo, 29 de julho de 2012

O fantástico mundo de Tião




Na tarde deste domingo o governador acreano Tião Viana mostrava, pelo Facebook, todo o seu orgulho e amor pelo Acre. Escreveu sobre a alegria de ver os filhos brincando no quintal de casa durante o pôr do sol deste dia de calor escaldante. “O entardecer do domingo com os filhos brincando no quintal...o Acre que amamos...”, escreveu ele.

O Acre que amamos do governador seria impossível de ser odiado. Tião Viana mora no Residencial Ipê, o reduto da elite acreana. Fechado e com câmeras, o bairro oferece a segurança de que todo cidadão sonha; qualquer pequeno pode brincar tranquilamente sem o susto de sofrer alguma violência. Além disso, o petista tem a segurança garantida 24 horas por policiais militares.

Este é o Acre imaginário de Tião Viana. Para a grande maioria da população, entretanto, a realidade é outra. Crianças pobres brincam de futebol nas ruas empoeiradas ou ficam correndo atrás de papagaio, com o risco de ser atropelados ou sofrer outro acidente. Este é o Acre que também amamos...

sábado, 28 de julho de 2012

Siga o (bom) exemplo de Collor, Jorge

O Senado Federal passa a publicar a partir da próxima terça-feira (31) os salários de todos os seus servidores, incluindo os senadores. É nesta ocasião que o Brasil passará a conhecer os nobres parlamentares com salários estratosféricos, incluindo o acreano Jorge Viana (PT).

Juntando a pensão de ex-governador do Acre e de senador da República, Jorge Viana terá um salário mensal bruto de R$ 50 mil até 2018, quando se encerra seus oito anos de mandato. Caso tente a reeleição ou trilhe outros caminhos na política, o contracheque do petista pode permanecer ou ser alterado.

A pensão de ex-governador que sempre foi criticada pelo PT voltou a vigorar justamente no primeiro mandato de Jorge Viana no Palácio Rio Branco (1999-2002). Um privilégio garantido a quem deu seus préstimos ao povo do Acre.

É justo? É ilegal? É imoral. Em um dos Estados mais pobres da República brasileira obter este salário sem dar uma contribuição à Previdência não condiz com a conduta de quem sempre combateu a velha política dos coronéis no Acre.  Milhares de acreanos precisam trabalhar para ganhar um salário mínimo e contribuir com o INSS para, na velhice, continuar ganhando um salário mínimo. Isso quando contribuem, pois muitos estão na informalidade.

Jorge Viana bem que poderia seguir o exemplo de um coronel instalado no Senado, seu colega ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL). O presidente do primeiro impeachment de nossa história abriu mão de sua pensão de ex-governador de Alagoas. Mesmo caminho seguiu Aécio Neves (PSDB-MG) e João Durval (PTB-BA).

Jorge Viana, que é um árduo defensor da moralidade no trato do bem público e crítico da velha politicagem do toma lá dá cá e outros fisiologismo, tem a oportunidade de mostrar ao povo acreano seu compromisso com a ética e o fim de privilégios com o bem do público. 

Jorge Viana não é o único privilegiado a ter dois ganhos na Casa. Estão na lista José Sarney (PMDB-AP). Epitácio Cafeteira (PTB-MA), José Agripino (DEM-RN), Valdir Raupp (PMDB-RO), Ivo Cassol (PP-RO) e Pedro Simon (PMDB-RS). Esta regalia de pensão a ex-governadores precisa voltar ao centro das discussões nacionais.

É hora de ressuscitar as ações diretas de inconstitucionalidade que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Com o julgamento do mensalão a se iniciar na próxima semana, o STF ficará travado para julgar outras questões. Mas, é tão logo ver o veredicto dos mensaleiros, e cobrar o fim desta pensão imoral.

Concorda comigo, Flaviano Melo?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A oposição elegerá Marcus Alexandre


O jogo de desespero da candidatura de Fernando Melo (PMDB) ao atacar Tião Bocalom (PSDB) para pegar os votos do tucano é a prova de que a oposição está perdida nesta eleição, chegando desunida e sem projeto para apresentar a uma cidade que, em oito anos de administração petista, não conseguiu ultrapassar os 30% de atendimento da rede de esgoto.

O jogo do PMDB e PSDB parece estar voltado muito mais para 2014 do que 2012. Usando seus porta-vozes e o furioso vice Luiz Calixto, Fernando Melo dispara contra Bocalom. Da forma como está, ao PT não terá a chance de gastar energia para atacar o tucano, deixando a tarefa aos cuidados dos peemedebistas e discípulos.

A confiança que o eleitor decidiu depositar na oposição em 2010 aos poucos vai se acabando. Não é de duvidar a queda de Bocalom, a ascensão de Marcus Alexandre e o sepultamento completo de Fernando Melo. A oposição garantirá o terceiro mandato do PT em Rio Branco e a reeleição de Tião Viana em 2014.

O povo até tenta depositar o voto nos oposicionistas, mas a incapacidade e a burrice política de seus líderes cavam a própria cova. Uma eleição quase certa para a prefeitura do maior colégio eleitoral do Estado está em risco. A oposição dará a oportunidade de o PT ressurgir das cinzas e tornar hoje o sentimento de antipatia em simpatia. Parabéns para a oposição.

Ao eleitor ficará a seguinte leitura: ruim com eles [PT], pior sem.  

Expomiséria


A Feira Agropecuária e de Negócios do Acre –alcunhada Expoacre – não é uma festa só de fartura, de riquezas, de cifras e de um Acre imaginário e reduzido a um pequeno circulo social. Lá vez por outra também encontramos o retrato do verdadeiro Acre, de pobreza, miséria e desigualdades vivida pela grande maioria na base de nossa pirâmide.

Exemplo é a imagem flagrada por mim na noite desta quinta. Se de um lado empresários colocam seus produtos à venda para alguém comprar na feira, outros precisam sobreviver e olhar para toda aquela fartura como algo bem longe de sua realidade. Este é o Acre de paradoxos.

Onde uns são mais iguais que outros 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Arena é para Boi



Quem tirou seu suado dinheiro do bolso para comprar os ingressos dos melancólicos shows sertanejos universitários da Expoacre 2012 vai ter que se sentir como um boi na arena dos rodeios. Este é o espaço reservado para o público das noites de cantorias. O que separa o palco da platéia é justamente a cerca de proteção que evita bois e touros de fugirem da arena.

 Isso é um verdadeiro desrespeito para com os espectadores. Poderiam pelo menos tirar esta cerca com seus arames e colocar outros instrumentos de contenção dos fãs. A impressão é que o público está pagando para viver um dia de boi na arena do rodeio.

A primeira noite de show foi um sucesso. Os organizadores fizeram com que quase 20 mil pessoas se sentissem como os furiosos bovinos com seus peões montados lutando pelos preciosos oito segundos de fama.

Lá em cima, nos camarotes, a elite tomava sua cerveja gelada e cantava com Miche Teló...
Assim você me mata! 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O que te importa?



Enquanto o mundo cai sobre as costas do Tribunal de Justiça com a revelação dos supersalários pagos pelo Poder aos seus magistrados, a famigerada Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) continua fechada, trancada e trancafiada para o acesso do contribuinte. Já são dois meses de Lei de Acesso à Informação (LAI) e nada do Parlamento zelar pela transparência, que fica somente em suas propagandas “cala-boca”.

Isto sem contar outras leis que obrigam a divulgação das prestações de contas. Dias destes fizeram uma coletiva de imprensa para anunciar que em um mês o Portal da Transparência estaria no ar. Já são dois meses e o contribuinte continua sem saber de nada. Ao tentar acessar o Portal da Transparência o patrão recebe ao seguinte aviso

Acesso Negado
Você não está autorizado a acessar esta página


Muito bonito para a nossa cara, não!?!?!? Não acredita. Veja aqui

O advogado Edinei Muniz entrou com um pedido de informações baseado na LAI. Ele queria as prestações de contas das verbas de gabinetes dos 24 deputados, incluindo as notas fiscais. No pedido ele fornecia o e-mail de jornalistas para que estes também recebessem os dados. O prazo expirou e o advogado está sem as informações.

Ele agora recorrerá à Mesa Diretora. É pouco provável que obtenha êxito. O melhor mesmo será preparar uma ação e entrar na Justiça. Esta também é a melhor solução para nós, pagadores de impostos, sabermos como o nosso dinheiro é usado pelos senhores deputados.

domingo, 22 de julho de 2012

Quente e frio!

Este é um bom artigo escrito pela jornalista Eliane Cantanhêde na Folha de S Paulo deste domingo. Mostra bem o paradoxo entre a onda “concurseira”  em voga no Brasil e a onda de greves no setor público por melhorias nos salários.

Vale a pena ler

Quente e frio!

Há uma corrida desenfreada por concursos e vagas públicas. Simultaneamente, uma onda de greves e protestos de servidores. Afinal, é bom ou não é?

Direito é o curso mais procurado do país, mas não significa uma vocação coletiva, ou que todos os vestibulandos queiram ser advogados, juízes, delegados. A maioria quer usar a faculdade como "cursinho" para fazer concurso --não importa o setor.

Essa corrida ocorre pelo aumento de vagas no serviço público na era Lula, com um festival de concursos em todas as áreas, todos os Poderes, todos os Estados. E, claro, é estimulada pela estabilidade, pela aposentadoria, pela ascensão funcional. É botar o pé dentro e subir degraus.

É uma contradição: se tudo parece tão bacana e a turma estuda tanto para entrar, é preciso explicar as greves em mais de 20 setores da administração e os 10 mil servidores que pararam o trânsito em Brasília na última quarta, pichando um ministério, ameaçando invadir outro.

Talvez seja tão bom que os funcionários se sentem fortes o suficiente para confrontar Dilma Rousseff e exigir o impossível: R$ 92 bilhões de aumentos, 50% a mais na folha de pagamentos. Nenhum patrão do mundo faria isso. Muito menos um patrão, ou patroa, que apenas gerencia o dinheiro dos outros --os contribuintes.

Dilma argumenta com a crise internacional e joga duro, mas os grevistas também. Ela só cedeu para os professores das universidades, focando o top da carreira (doutores com dedicação exclusiva) e dando até 45% de reajuste em três anos. A categoria rejeitou, porque só a "elite" seria beneficiada. E os dois lados têm razão: nem o salário dos docentes é justo nem há dinheiro para tudo.

Que o impasse entre governo e servidores sirva para que essa obsessão "concurseira" recue para a normalidade. Para isso, porém, Dilma precisa garantir crescimento e investimentos na economia. O setor público está quente, a indústria, esfriando.

Entrar pra historia é com vocês!

Em tempos de festa country e eleições para prefeito, nos brindo com esta sábia poesia de Raul Seixas 




Cowboy Fora da Lei 

Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz

Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra historia é com vocês!

sábado, 21 de julho de 2012

Era uma vez um Governo da Floresta


Quanto mais os anos avançam mais o conceito de Florestania vai caindo no ostracismo. A economia da floresta vai ficando de lado e entra em campo o desenvolvimentismo por meio da indústria e do agronegócio. Tião Viana deu fim à Secretaria da Floresta criada pelo irmão Jorge Viana. De conceitos como manejo florestal, extração sustentável e produtos verdes, as palavras de ordem são indústria, emprego e mecanização agrícola.

Tião Viana teve uma eleição apertada e corre o risco de perder em Rio Branco. Tudo fruto do descontentamento da população com as políticas econômicas. A Florestania não surtiu o efeito necessário. Beneficiou apenas uma pequena elite governamental e empresarial. Enquanto os defensores da economia da floresta estavam encastelados em seus sonhos que tudo estava a mil maravilhas, o povo se revoltou nas urnas.

A Florestania não gerou riquezas para o Acre. O Acre só andou na última década por conta do inchaço de verbas federais enviadas por Luis Inácio Lula da Silva. A fonte secou e o dinheiro é escasso. Está sendo necessário endividar o Acre para manter os investimentos e a reeleição de Tião Viana.

O governador Tião Viana não quer pagar o preço –nós vamos – de centrar os esforços num campo econômico cujos resultados são de longuíssimo prazo, e alcance restrito. A grande maioria da população acreana continua na pobreza. O contracheque do funcionalismo público e o Bolsa Família mantêm a duras penas a economia em movimento. No interior a situação é pior. Tião Viana fomenta o empreendedorismo entregando equipamentos. Ótimo!

Investiram milhões em indústrias verdes e o Acre continua pobre. Vendem para o exterior um Estado irreal, imaginário. O acreano quer sua maior riqueza de pé, mas quer emprego, quer dinheiro no bolso. A Florestania não trouxe este resultado. Tião Viana tomou para si o discurso do outro Tião (o do PSDB) e agora quer tornar o Acre uma potência agrícola. Ótimo!

O Governo do Povo do Acre deu fim ao Governo da Floresta. A ordem é gastar, investir, produzir, movimentar a economia. O Estado não vai comportar mais ninguém na sua folha de pagamento –já tem muito apadrinhado político. Temos 12% do território devastado pronto para ser uma mina do agronegócio.

O Acre não está pronto para a industrialização. Nossa infraestrutura é precária, temos um mercado consumidor pobre e a mão de obra não está preparada. A solução mais rápida é o campo. É possível, sim, conciliar a economia da floresta com o do campo. Cada uma no seu canto. A Florestania falhou, o povo reprovou e agora a visão desenvolvimentista da direita tucana está à porta.

Tião Viana está pagando os erros de seus antecessores.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A Frente Popular no banco dos réus –de novo

Causou celeuma no final da tarde desta quinta-feira a notícia de que a Procuradoria Eleitoral em Brasília aceitou o recurso do Ministério Público Eleitoral no Acre contra a candidatura majoritária da Frente Popular, formada pelo governador Tião Viana (PT), o vice César Messias (então PP e hoje no PSB), o senador Jorge Viana (PT) e o candidato derrotado ao Senado Edvaldo Magalhães (PcdoB).

Tucanos logo soltaram fogos, comemorando, afirmando que logo mais Tião Bocalom subiria as escadarias do Palácio Rio Branco. Mais calma e menos euforia. Esta é a sugestão. Uma passada de olho no parecer da vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau mostra que ele está baseado nas denúncias dos procuradores no Acre, completamente rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral daqui em 2011.

Há chances delas serem aceitas pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral? Talvez sim, talvez não. As denúncias continuam as mesmas: abuso de poder econômico e político, além do abuso na linha editorial de veículos de comunicação. Não sou nenhum jurista e não tenho bola de cristal, mas meu vaticínio é que tudo continuará como dantes.

A denúncia que poderia ter mais consistência é o uso dos jornais para favorecer Tião Viana e companhia. A Companhia de Selva, por sinal, é bastante citada. A Procuradoria afirma que de 2007 a 2010 os marqueteiros do governo receberam quase R$ 30 milhões de verbas públicas. Dinheiro este, diz o MP, usado para comprar a linha editorial dos veículos de comunicação.

No caso dos jornais impressos por serem empresas privadas e independentes eles podem definir suas preferências políticas e apoiar quem bem entender. Pesaria a acusação contra a TV Aldeia, uma concessão pública e emissora pública. Mas com uma audiência pífia, seria pouco provável influenciar o meu, o seu o nosso voto.

O MP acusa a FPA de usar bens e espaços públicos para fazer campanha. O caso especial é de jornalistas com contrato com órgãos públicos mas que prestam “assessoria” para políticos. Em um Estado como Acre onde imprensa e poder confundem-se, esta é uma prática recorrente e corriqueira.

É claro que é inadmissível estes servidores fazerem suas assessorias eleitorais em pleno horário de trabalho. No Acre o público e o privado estão tão próximos que ninguém sabe quem é quem. Uma imoralidade que deve ser combatida, lógico.

Poder Político e Econômico
O MP acusa a Frente Popular de formar Caixa Dois, doações de empresas aos cofres do PT sem ser declaradas. Segundo a denúncia, reuniões entre os arrecadadores da FPA e empreiteiros ocorriam com freqüência na sede da semiestatal Federação das Indústrias do Acre (Fieac). O MP diz que os trabalhadores das empreiteiras eram obrigados a sair dos canteiros de obra e pedir votos para Tião Viana. Para isso ganhariam R$ 50 –compra de voto.

Há também a convocação de servidores públicos com a missão de, batido o ponto nas repartições, irem para as ruas lutar pelo quarto mandato do PT no Acre. Todas estas denúncias foram rejeitadas pelo TRE. O então relator do processo, Marcelo Bassetto, não viu provas suficientes capazes de condenar os réus.

Bassetto apontou trapalhadas durante o período de coletas de provas e prevaleceu a teoria da árvore do fruto envenenado. O processo foi retomado. É esperar e ver se o TSE irá aceitá-lo e vai pata julgamento em plenário. Caso os ministros tenham o mesmo entendimento de Bassetto o futuro é a absolvição. Até lá, só muita especulação.  

Procuradoria da República pede cassação da cúpula da Frente Popular

Informações obtidas pelo Política na Floresta dão conta de que a vice procuradora-geral eleitoral Sandra Verônica Cureau pediu a cassação de todos os candidatos majoritários da Frente Popular que inclui o governador Tião Viana (PT), o senador Jorge Viana (PT) o candidato derrotado ao Senado Edvaldo Magalhães (PCdoB) e o vice-governador César Messias (PSB). Advogados do PSDB em Brasília já foram informados sobre a decisão da Procuradoria Geral da República.

Populismo petista trava Zona Azul


Petistas de plantão espalham pelas redes sociais bombardeios contra Tião Bocalom (PSDB) por ele defender no Gazeta Entrevista a implantação da Zona Azul em Rio Branco, a única capital do país a não ter este sistema. Em oito anos de administração do PT em Rio Branco o estacionamento no centro continua uma bagunça. Espaços públicos são privatizados por funcionários públicos que deixam seus veículos o dia todo parado.

A administração Raimundo Angelim vem arrastando este problema há muito tempo. Em 2012 abriu licitação para contratar a empresa responsável pelo sistema. Até agora nada. Com seu candidato Marcus Alexandre (PT) atrás nas pesquisas, parece que Angelim preferiu recorrer ao populismo e deixar a Zona Azul para lá –depois das eleições.

Agora a petezada acusa Bocalom de ser contra os trabalhadores por defender a Zona Azul. É preciso ver quem são estes trabalhadores –geralmente filiados ao Partido dos Trabalhadores. Trabalhador que é trabalhador assalariado não tem condições de comprar e manter um carro e vai trabalhar de ônibus lotado e sucateado. 

A gestão PT piorou a situação do estacionamento central. Nos últimos anos a cidade perdeu três importantes estacionamentos centrais. O primeiro estava localizado na Avenida Brasil, ao lado do Banco do Brasil. No local foi construído um prédio para abrigar órgão do Estado.

Com o aluguel milionário do falecido Mira Shopping, a única utilidade do prédio que era o estacionamento subterrâneo sumiu. Agora só carros dos funcionários públicos. O mais recente óbito ocorreu em uma outra área também na Avenida Brasil, onde você pode pegar adesivos e bandeirolas de Marcus Alexandre, é o comitê central do PT.

Com menos oferta em estacionamentos privados, caberá ao cidadão disputar uma vaga na via pública.  Quem não teve a sorte de ganhar um cargo comissionado no governo e desejar ir ao centro para resolver penduricalhos não encontrará vaga. Deixará o carro num local proibido e quando voltar estará a multa.

Não adianta fazer populismo nem terrorismo com a questão da Zona Azul. A prefeitura do PT não resolveu a questão do estacionamento e tampouco vai. O populismo que está na raiz do partido não irá de frente com uma medida antipopular –ainda mais em tempos de eleição em que o eleitor quer mudança. Que a promessa de Bocalom e outros candidatos não fique da boca para fora.  

terça-feira, 17 de julho de 2012

Ele não merece seu voto

“Eu tenho lado”, diz deputado que deixou oposição. “Deus nos deu uma saída”, afirma após declarar que matinha candidatura até Jesus voltar 





Este na foto acima é o deputado estadual agora pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) e árduo defensor do governo de Tião Viana (PT), Jamyl Asfury. Em 2010 ele foi eleito com 4.672 votos pelo Democratas, um dos adversários mais ferrenhos ao petismo. Ele, por sinal, foi eleito com o duro discurso de oposição ao PT. Como chegou a declarar ao jornalista Ray Melo certa vez, “que seria mais fácil ir para o inferno que aderir à Frente Popular”.

Agora, da noite para o dia tudo mudou. De repente ele descobriu que o grupo do qual ele fazia parte até a noite de domingo é formado por um bando de malucos, o pior tipo de gente possível. Usando uma boa expressão bíblica (livro que ele adora citar), mudou da água para o vinho – no caso do PEN da água para a cachaça 51.

Políticos como Jamyl Asfury são figuras recorrentes na política acreana. Fazer parte da oposição não é uma boa estratégia neste mundo do troca-troca. Não se tem direito a participar das jogadas, não indica cargos, não tem o apoio do governo na eleição. Tudo é mais difícil. Para o ex-líder do Democratas, este tempo acabou, “pois o melhor de Deus está por vir”.

Jamyl Asfury agora é situação e afirma que pode voltar a ser oposição quando o PSDB um dia assumir o poder. Ele alega ambiente insustentável para permanecer na oposição. Deixou bem claro que tucanos foram a Brasília intermediar pela “rasteira” em sua pré-candidatura à Prefeitura de Rio Branco.

Rasteira por rasteira ele agora integra o grupo que passou a perna na pré-candidatura de Perpétua Almeida (PCdoB) e enfiou goela abaixo o petista Marcus Alexandre –para quem o “demo” promete empenho para assegurar a vitória e a derrota de Tião Bocalom. 

Para a nossa alegria Jamyl nos dá a garantia que mudou de lado, não de ideologia. Ufa! “O deputado Jamyl Asfury tem palavra”, proclama-se ele. “São águas passadas”, diz sobre o momento turbulento pós-rasteira à tucana. “Eu tenho lado”, reafirma. “A minha postura branda, a minha postura ética e de respeitar as pessoas vai continuar. Isso não foi entendido na oposição, mas acredito que será entendido na situação.”

“Eu não tinha como fazer outra coisa senão esta que estou fazendo agora”, diz o perseguido pelo PSDB, como ele afirma. “Deus nos deu uma saída”, comemora sobre o surgimento do PEN. Ele mesmo afirmou em março que seria candidato a prefeito “até Jesus voltar”. Jesus não voltou, ele levou um tombo e agora tem um lugar no paraíso –melhor, no Palácio Rio Branco.
 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Lugar de mulher é na política


Há tempos os acreanos não viam uma primeira-dama tão atuante como Marlúcia Cândida, esposa de Tião Viana. De organizadora da área social do Estado, em 2012 ela também terá outra função: conquistar os votos das mulheres para o PT. Na sexta-feira (13) à noite, na inauguração do comitê central de Marcus Alexandre, Marlúcia foi convidada a tomar o microfone e discursar.


Falou bem. Mostrou-se uma mulher ligada aos avanços do mundo, do Brasil e do Acre; mostrou o novo lugar da mulher na sociedade. De meras donas de casa procriadoras e condenadas a viver à sombra dos maridos, elas hoje estão à frente da presidência da República, FMI, governos e tantas outras instituições.


A arquiteta Marlúcia Cândida é o porto-seguro de Tião Viana. Em março foi incumbida de amenizar os “estragos políticos” da recusa do governo em receber os donativos do Jogo da Solidariedade, organizado pelo 100% popular e do jeito que o povo quer, Sérgio Petecão (PSD).


Enquanto todo o mundo caia sobre as costas de Tião Viana, Marlúcia foi para a frente das câmeras e justificou a negativa aos alimentos. Agora a missão é outra: conquistar votos para Marcus Alexandre e, assim, assegurar a permanência do PT no maior colegiado eleitoral do Estado para, em 2014, ter a garantia da reeleição do marido.


Assim como em março, a missão de Marlúcia Cãndida agora não é nada fácil. Será seu estilo cândido capaz de atrair o voto das rio-branquenses? Será seu estilo suave de falar capaz de amenizar o espírito anti-PT por parte dos (e das) eleitores? Sexta foi o primeiro discurso dela, vamos esperar até que ponto ela será “aproveitada” nesta campanha. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

PEN: uma Boa Ideia


Nenhum outro número cairia como uma luva para ser oferecido ao Partido Ecológico Nacional, o PEN: o número 51, marca registrada da cachaça mais famosa do Brasil, quiçá do planeta terra. A cachaça tem como matéria-prima a cana-de-açúcar, a mesma fonte para gerar o etanol que queima nos motores de milhões de veículos Brasil afora – o combustível verde, sustentável.

Nada melhor ainda por a caninha 51 ter como slogan a famosa expressão Boa Ideia. A criação do PEN não foi somente uma boa ideia, mas excelente diante do atual cenário político do Acre. Com a Frente Popular se vendo a cada dia em tamanho reduzido com a saída de seus principais partidos, o surgimento mágico do PEN foi uma baita vitória que merece um porre de 51.

Com a penca de deputados entre a cruz e a espada com suas siglas na oposição e eles no governo, o PEN está sendo a rota de escape. Com a benção de Tião Viana, pelo menos sete deputados se filiarão à nova legenda transitória. Sim, o PEN servirá apenas como uma ponte para se escapar da infidelidade partidária. Deixa-se a sombra da oposição para trás e se garante a permanência no Palácio Rio Branco.

Daqui até outubro de 2013 esta superbancada não será a mesma. Alguns já têm destino certo, outros o governador irá remanejar. Com o PEN debaixo dos braços do governador, os deputados poderão abonar uma nova ficha de filiação sem o risco de perda de mandato, pois terão a benção palaciana. Há outra vantagem: não há suplente para colocar toda esta trama em risco.

Enfim, o trigésimo partido brasileiro nada mais serve senão para ficar à disposição das imobiliárias políticas. Ninguém sabe de onde ele surgiu e qual bandeira erguerá. Não tem um programa partidário e servirá até a próxima quarta-feira (18) como a estratégia de abrigo dos comandantes e coronéis. Mais um partido a serviço do Fisiologismo Federativo do Brasil. 

Nova legenda se torna janela para deputados de “oposição” ficarem no governo

Dá-lhe Pelé!


Esta é a nossa oposição estudando o plano de governo para cuidar de Rio Branco

Ao invés de estar andando pela cidade conhecendo a realidade deste povo pobre, Fernando Melo, do PMDB, e Sérgio Petecão (PSD) cuidam da política acreana com muitas fotografias ao lado das estrelas brasileiras.

Isso sim é 100% popularidade

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Endividar-se é preciso –pagar a conta ainda mais

O Palácio Rio Branco enviou à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) projeto de lei para contratar empréstimo no valor de R$ 50 milhões para modernizar o sistema de arrecadação tributária do Acre –o Pró-Fisco. O PL nada mais é do que uma garantia do Estado para colocar nas nossas costas o R$ 1,2 bilhão a ser contratado neste ano. Trata-se do maior volume de recursos já firmados pelo Acre junto às instituições financeiras.

Já temos as taxas de ICMS mais altas do país. Por conta disso possuímos uma das tarifas de energia e preço de combustível mais exorbitantes da República do Pindorama. Agora, para complicar de vez, o Estado acionará todos os seus botões para uma cobrança implacável dos impostos.

Em um Estado pobre, onde a iniciativa privada é sufocada pela máquina do Estado, a única forma de obter os recursos para pagar os mais de R$ 3 bilhões devidos é cobrar o imposto do cidadão lá na base, que terá seu custo de vida aumentado, pois o investidor repassará para a ponta o que o Fisco lhe cobra. Os empresários também que se preparem. Vai ser fiscal na porta da pequena à grande empresa 24 horas. Tudo em nome da lei, da ordem e do Fisco.

Infelizmente esta é a realidade do Acre. O governo toma o dinheiro, aplica-se não se sabe onde (pois ninguém vê) e a fatura fica para nós pagarmos. Até hoje foram dezenas de empréstimos com a promessa de melhorar o Acre –não saímos do lugar. A infraestrutura continua precária e o povo sofre com serviços do Estado precários.

A bucha (num bom linguajar acreano), óbvio, fica para nós. Os próximos governos ficarão endividados e engessados. Temos uma máquina inchada onde metade das receitas fica para a folha de pagamento; a outra para pagar dívida. Os empresários se encontram travados para investir e não podem gerar emprego e renda para quem precisa. E o Estado, bem, o Estado vai cobrando seus quintos.

Ai depois o eleitor da floresta vem e os manda para os quintos...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Eles estavam à toa na vida


Depois de 50 anos de existência enfim a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) parece ter percebido que tem um grande poder nas mãos. Aproveitando uma certa “fragilidade” política do governador Tião Viana e a ascensão da oposição, parlamentares endurecem o tom e querem fazer valer seus interesses. Parece que a época de o governo enfiar projetos goela abaixo dos parlamentares está com os dias contados.

A ficar este cabo de guerra com um toma lá dá cá de criação de blocos, a “Casa do Povo” entra num verdadeiro Carnaval fora de Época. Em ritmo folião, é aproveitar as marchinhas e lembrar que os deputados estavam à toa na vida, se curvando aos interesses do Executivo que tem a faca, o queijo e o cofre nas mãos.

Agora eles querem a faca, o queijo e também uma parte do cofre. Emenda é a palavra mágica. O governo não quer entrar na Sapucaí, mas tem o botão mágico para criar blocos e mais blocos afim de conter a fanfarra da oposição e seus Novos Baianos. Há duas questões em jogo: de um lado se fala na busca da independência, do outro o fisiologismo por emendas.

Enfim a Aleac saiu do noticiário já previsível do governo bater o martelo e pronto para as especulações de saber se a oposição terá forças para brecá-lo. Assim deve ser um Parlamento forte. Com a sociedade e não o governo impondo suas vontades. Com um Poder Legislativo travado é a população quem perde, pois o poder de fiscalizar e questionar fica suprimido.

Em um Estado onde o Quarto Poder tem sérias limitações de exercer sua função subtrair do único poder constituído a função de fiscalizar o Executivo é temerário.  Sai-se de um Estado Democrático para um autoritarismo imposto pela força econômica. É o uso do dinheiro público para tirar do público seu poder de vigilância.

Que este não seja somente mais um Carnaval da Aleac para brincarem com a cara do cidadão. Que não acordemos com a ressaca de um porre de um vai e vem de blocos. Que possamos entrar na avenida cantando a força e a independência de um Parlamento. Enquanto isso não acontece, é nos contentarmos com o papo de bêbado para delegado de terça a quinta das 10h em diante.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Tião Viana reconstrói Rio Branco

Em qualquer parte de Rio Branco onde se anda há as placas sinalizando obras. São ruas sendo pavimentadas e redes de distribuição de água e coleta de esgoto construídas. O transtorno é um só. Ruas, avenidas, vielas. Nada escapa da quebradeira para colocar cano por debaixo do asfalto. A avenida Antônio da Rocha Viana, por exemplo, está aos remendos.

A impressão que se tem é: o governador Tião Viana está reconstruindo Rio Branco. Depois de 12 anos de governo petista, somente agora o básico do básico começa a ser feito. A Prefeitura de Rio Branco não teve a capacidade nos últimos oito anos de criar ou remendar a rede de saneamento básico.

Em dois mandatos o prefeito Raimundo Angelim não solucionou o problema da falta de água. Não se pode alegar cofres vazios. O “prefeito amigo” do governo teve sua gestão em tempos áureos de derrame de dinheiro federal no Acre. Faltou vontade política para fazer o básico.  Rio Branco tem 73% de esgoto a céu aberto e apenas 30% de coleta apropriada do esgoto.

O mote do “juntos fazemos mais” não funcionou para melhorar a qualidade de vida dos mais pobres.

Passaram asfalto nas ruas, construíram praças e embelezaram o centro. Mas os bairros ficaram abandonados. O mesmo se repetiu no governo Jorge Viana. Houve investimento pesado em grandes obras de infraestrutura, com pontes, rodovias e complexos viários. O povo continuou sem água e com a fossa na porta. Investiu-se demais em um setor e se esqueceu do outro.

Agora Tião Viana corre contra o tempo para reparar os danos deixados pelos antecessores. Coloca asfalto e tijolos na periferia, garante água na torneira e começa a complexa rede de esgoto. O atual governador inicia estes trabalhos da estaca zero. É preciso quebrar as obras dos antecessores para assegurar o saneamento básico.

O que os olhos do cidadão não viram (por não existir ou quando pouco estava debaixo da terra) o PT sentiu nas urnas em 2010. Tião Viana tem a melhor das intenções ao executar o Ruas do Povo, e ser um governo popular depois dos antecessores focarem no bem-estar da nossa pequeníssima elite e na crescente classe média.

Tião Viana recebeu esta fatura nas urnas em 2010. O PT deixou de ser o partido das massas, da periferia, para ser o responsável por assegurar os empregos de uma penca de cargos comissionados. Tião Viana luta para se desfazer deste estigma e fazer de seu governo o “Governo do Povo”. O governador precisa ter sérios cuidados para não cair em tentações para não fazer de seu governo um governo populista, mas popular. 

A Graaaande promessa de 2012



O segurança particular e fotógrafo do senador Sérgio Petecão (PSD), Montana Jack, já está com sua candidatura a vereador de Rio Branco registrada na Justiça. Candidato pelo PSD, José Marcos Barbosa Rebouças sairá nas urnas com o nome Montana e o número 55222. 

Montana Jack tende a ser uma das surpresas nesta eleição. Assim como em 2008  o eleitor tirou o líder do prefeito na Câmara Márcio Batista (PCdoB) e colocou o vendedor de desinfetantes Cabide (PTC), a tendência é que mais uma vez o rio-branquense decida ser representado por um político ilustre. 

O pequeno notável parceiro do senador Petecão com seus pouco mais de 1,20m, certamente não terá uma votação de acordo com sua estatura. “A campanha do Montana está conforme o tamanho dele”, responde Petecão. 

O eleitor enviará mais um político notável para a Câmara como forma de protesto pela inutilidade em que se tornou aquela Casa nos últimos anos. Assim como a Assembleia Legislativa, a Câmara Municipal é hoje a caixa de ressonância não do cidadão, mas do Executivo. 

É lamentável a que ponto chegou a política acreana, com todos os demais poderes desfigurados e à sombra de um só. Enquanto os políticos brincam com a gente, a gente vai brincando com eles e vamos elegendo Montanas, Cabides, Chicos Doidos e os Pirulitos do Amor.  

domingo, 8 de julho de 2012

Ele sabe pedir voto


Na manhã de sábado pulei da cama cedo para ver o primeiro dia de campanha do tucano Tião Bocalom, o líder das pesquisas de intenção de voto em Rio Branco e vencedor da Eleição 2010 aqui na capital. Queria presenciar o comportamento dele como candidato e a receptividade do povo em mais uma vez receber o postulante.

No dia anterior o petista Marcus Alexandre tinha andado pela mesma região que andou Bocalom: a parte efervescente do centro onde está o maior fluxo de populares, pessoas sem vínculos partidários, muitas das vezes alheias ao que está acontecendo na política. O termômetro da cidade, onde todas as classes e bairros se encontram.

Não tive a oportunidade de acompanhar a caminhada de Marcus Alexandre e seu vice Márcio Batista (PCdoB). Portanto, aqui não cabe uma comparação entre Alexandre e Bocalom neste pontapé da campanha. Seria uma injustiça de minha parte. Mas o pouco do que vi de Alexandre como candidato a prefeito no que tange a carisma político ele fica muito atrás de Bocalom.

O petista é um ótimo técnico. Conhece Rio Branco como a palma das mãos. Tem todos os números da cidade na ponta da língua. Mas na política só isso não basta. É preciso o contato com o eleitor, o sorriso, a simpatia, o aperto de mão, uma conversa simples e um abraço de despedida. Isso Bocalom tem de sobra.

Nos poucos minutos que acompanhei Bocalom pelo Camelódromo percebi a quebra de qualquer barreira entre ele e os pequenos comerciantes da área. Pessoas donas do próprio negócio e que não precisam de PT ou PSDB para viver sobrevivendo. Bocalom olha o eleitor nos olhos, dar um abraço apertado e alongado, pergunta como está a vida do cidadão.

Bocalom pode não ter a máquina do Estado a seu favor, mas absorve todo o sentimento de mudança de que o eleitor deseja na vida política do Estado. Ele capta a linguagem do povão e consegue falar de igual para igual. Na política não basta ser um burocrata, o carisma faz toda a diferença.

Essas duas virtudes o PT reúne muito bem com Tião e Jorge Viana. Porém eles não foram capazes de transferi-las para o seu novo pupilo petista. O governo Tião Viana tem um bom índice de aprovação e aceitação, mas isto não é repassado para o plano eleitoral.

Marcus Alexandre ainda tem tempo de mudar seu jeito desengonçado e “caipirão” para ver se daqui até o dia sete de outubro cai nas graças do povo. Se assim não for, o discurso do novo não encontrará eco no eleitorado e o velho Bocalom acabará saindo como o novo. 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Plebiscito de 2012

Muito mais do que uma simples eleição para a escolha de prefeitos e vereadores, o pleito de 2012 será um plebiscito onde o eleitor dirá na urna se quer a continuidade do petismo ou a sua retirada total. Os primeiros sinais de mudança foram dados em 2010, com a vitória da oposição em Rio Branco e o continuísmo apertado do PT no Estado. A grande dúvida é saber se o resultado de 2010 será reconfirmado ou se o acreano dará uma segunda chance para o Partido dos Trabalhadores. 

Esta é uma eleição em que a oposição pode sair vitoriosa nos maiores colégios eleitorais. (Pode!) Para mim não há favoritismo em nenhum dos lados. Apesar da larga vantagem de Tião Bocalom (PSDB) em Rio Branco, uma virada do neófito Marcus Alexandre (PT) não é descartada.

A capacidade da oposição acreana de se autodestruir é a principal vantagem do PT. Enquanto os oposicionistas ficam no jogo do poder pelo poder, o petista vai andando de bairro em bairro mostrando a cara e pedindo voto. Em Cruzeiro do Sul o coronel de barranco Vagner Sales e sua trupe peemedebista partem para a arrogância e acreditam que podem vencer a eleição sozinhos, sem o apoio dos partidos.

A campanha começa agora. Os irmãos Tião e Jorge Viana vão começar as andanças a partir de hoje em busca de emplacar seus candidatos, em especial Marcus Alexandre. A popularidade do Vianismo vai a teste nas urnas. Terão eles ainda a capacidade de transferir votos? Pesquisas recentes os apontam com uma capilaridade significativa.

A campanha está autorizada. É todo mundo correr atrás do voto e tentar conquistar a mente e o coração do eleitor. Este será o plebiscito em que o eleitor poderá proclamar o começo do fim (alguns dizem que este sinal foi dado em 2010). O fim da era Viana e o começo do Bocanismo. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A dívida nossa de cada dia

O pedido de empréstimo enviado pelo Palácio Rio Branco à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) prevê contratos junto a pelo menos duas instituições: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Será um empréstimo no BNDES, no valor de R$ 250 milhões e dois no BID, sendo um em US$ 187 milhões e o outro em US$ 72 milhões.


Pelos cálculos do deputado Luiz Tchê (PDT), especialista em endividamento do Estado, com os novos empréstimos a dívida ativa do Acre pode chegar a R$ 2,5 bilhões. O pedido já está na Aleac e deve ser votado até a quinta-feira da próxima semana. Os parlamentares do Bloco Trabalhista Socialista e da oposição prometem emperrar a votação até que o governo envie seus secretários para explicar os empréstimos.


“Queremos saber onde será aplicado o dinheiro e qual será a contrapartida do Estado. Sabemos que ainda temos capacidade de endividamento, mas é preciso saber como esta conta será paga”, diz Tchê. Segundo ele, o governo está em dívida com o Parlamento ao não enviar seus secretários para dar explicações sobre o último empréstimo junto ao BNDES, no valor de R$ 645 milhões.    


O Acre é o que tem a maior dívida junto ao BNDES entre os Estados da região Norte. A dívida do Acre é 100% maior da amazonense, mesmo com Manaus sendo uma das sedes da Copa do Mundo 2014.


Somados, os empréstimos do governo acreano no banco estatal chegam a R$ 2,5 bilhões. A dívida representa 69% do Orçamento para 2011. O primeiro empréstimo realizado pelo governo petista no BNDES, de acordo com dados do Tesouro Nacional, foi em 2002, no valor de R$ 39,9 milhões. O último aconteceu em 2009, tendo o banco liberado R$ 205 milhões.