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sexta-feira, 29 de março de 2019

A paciência ficou pelo buraco


Em menos de um mês (acho que é isso, pois já perdi as contas), volto a escrever sobre a situação decrépita em que se encontra Rio Branco, a capital do Acre. Não há como ficar indiferente diante do péssimo momento vivido por nós, moradores desta cidade que já teve tempos melhores.

E antes que eu seja atacado e acusado pelos asseclas da prefeita Socorro Neri (PSB) de ser misógino ou machista, o debate aqui não se trata de gênero, mas de competência.

E, à luz da verdade, ser ou não ser competente independe de ser homem ou mulher - é uma questão de escolha ou vocação. Ao recorrer a esse subterfúgio, Socorro Neri empobrece o debate e desrespeita as próprias mulheres. Temos inúmeros exemplos de gestoras públicas de extrema competência neste país e ao redor do mundo.

Não só no setor público. Há mulheres comandando grandes corporações privadas com maestria. Ficando no campo político, o melhor exemplo é a chanceler Angela Merkel, que há quase duas décadas comanda a poderosa nação alemã, encarando com mão de ferro (e não vacilando) diante dos problemas mais graves enfrentados pela Europa.

Mas, saindo do fantástico mundo europeu, e voltando para nossa dura realidade amazônica, Rio Branco está um caos, quase insuportável de se viver. Do centro à periferia as crateras tomam de conta das ruas. Matagal e lixo também se acumulam. À noite é um breu só. Um cenário quase apocalíptico.

Nas redes sociais, circula um vídeo em que um cidadão esbraveja todo seu furor contra a prefeita de Rio Branco por conta de seu carro ter ficado danificado em meio à buraqueira - um caso entre centenas. A revolta deste homem representa quase que uma sensação de toda a população.

A paciência do rio-branquense já foi pelo espaço – ou ficou dentro de algum buraco. O atual momento lembra aquele de 2002, quando Rio Branco era administrada também por um vice que assumiu no lugar do titular. Naquele ano, Flaviano Melo renunciou para concorrer ao governo, deixando no lugar Isnard Leite.

Em 2018, Marcus Alexandre fez o mesmo, deixando a cadeira para Socorro Neri. Em 2002, Isnard Leite tapava os buracos com barro. Agora nem isso; o jeito é rezar para a pancada ao cair no buraco não causar tantos danos ao veículo.

Socorro Neri culpa as chuvas pela atual crise de infraestrutura da cidade. Desde que o mundo é mundo, sabemos que aqui são seis meses de intensas chuvas e outros seis de sol. Ou seja, nós pagadores de nossos impostos só poderemos ter ruas de qualidade durante o “verão amazônico”.

Nas chuvas vamos ter que hibernar dentro de nossas casas. Tal desculpa não tem justificativa. A prefeitura precisa ter um plano para garantir ruas trafegáveis o ano todo. Se essa é uma região úmida, é preciso pensar num asfalto capaz de suportar o período chuvoso, deixando de enfrentarmos esse momento de inferno astral.

No próximo dia 7 de abril, Socorro Neri completará um ano à frente da Prefeitura de Rio Branco - e não teremos nada a comemorar. Quando assumiu, até conseguiu recuperar um pouco as ruas da cidade ante a herança maldita que recebeu de Marcus Alexandre, que deixou uma cidade também entregue aos buracos.

A pesebista fez uma reforma administrativa reduzindo o tamanho da máquina municipal, prometendo que sobrariam mais recursos para aplicar em investimentos. Até agora não vimos nenhum resultado deste enxugamento. Ao que tudo indica, o vice assumir o lugar dos titulares na prefeitura da capital acreana não é a melhor das medidas.

O preço quem pagará, ao fim das contas, é o cidadão.   

   

quarta-feira, 27 de março de 2019

Gladson quer, enfim, assumir o governo

Passados três meses deste ano de 2019, parece que, enfim, o progressista Gladson de Lima Cameli, 40 anos, assumirá o governo do estado do Acre. Eleito pelos acreanos no último dia 7 de outubro, Gladson exercia uma função quase simbólica de governador desde 1º de janeiro.

Na verdade, o governo vinha (e ainda vem) sendo conduzido por um chamado “grupo de notáveis”, ou os ungidos. Como a experiência de Gladson com gestão pública é zero e ele tampouco procurou tratar essa deficiência durante seus 12 anos de vida parlamentar na Câmara dos Deputados e no Senado, os especialistas do assunto passaram a gerenciar a máquina.

Essa terceirização da gestão palaciana foi até formalizada por meio de lei, sendo criado o tal GPPE: Grupo Permanente de Planejamento Estratégico. Formado por cinco grandes crânios da gestão e da legislação da administração pública, tal grupo tem a melhor das intenções: manter o bom funcionamento da máquina e, em tese, atuar para coibir atos que venham a macular a gestão.

Em outras palavras, combater a corrupção. A presença da Procuradoria e da Controladoria do Estado é essa salvaguarda. O problema é que os técnicos assumiram o lugar do político Gladson Cameli, escolhido ele pelos acreanos nas urnas.

A consequência é um vácuo de poder dentro do Palácio Rio Branco - cujo prédio ainda se encontra em completo abandono por conta da burocracia do GPPE -, com vários feudos familiares e partidários querendo mandar mais do que o outro para abrigar a parentela às custas do erário público.

Desde que assumiu o governo, Gladson Cameli vem mostrando completa inabilidade tanto do ponto de vista da gestão da máquina quanto do seu lado político. Os discursos são fracos, repetindo apenas aquilo que os notáveis lhe passam: que o estado está quebrado e é preciso cautela.

Na ponta, falta medicamento nos hospitais, as aulas da rede pública começaram com um atraso nunca antes visto, a população continua refém da violência e os serviços estão comprometidos pela falta de pessoal.

O governador tem se mostrado incapaz de resolver tais problemas e de gerenciar os conflitos e as brigas internas dentro de sua base. Ter terceirizado a gestão não se mostrou o melhor dos resultados.

Ele fez o correto ao colocar ao seu lado tais notáveis para compensar a falta de experiência, mas não poderia jamais transferir o poder que lhe foi outorgado pelas urnas. Agora, ele paga as consequências das severas medidas de austeridade impostas pelo GPPE,  com a sociedade insatisfeita com o governo.

Percebendo tal dano, o progressista quer reduzir os poderes do grupo dos ungidos e, de fato, assumir seu governo. Eis a medida mais do que necessária caso o jovem Gladson Cameli não queira ver sua potencial carreira política ir para o fundo do poço, tendo uma administração malfadada como foi a de seu tio Orleir Cameli, que, assim como Gladson, preferiu deixar a condução de seu governo nas mãos dos secretários. O saldo foi catastrófico, e Gladson sabe muito bem disso.   


segunda-feira, 25 de março de 2019

A insegurança é vermelha e é azul

Entra governo, sai governo e os fins de semana em Rio Branco continuam sendo de barbárie. A cada segunda-feira, ao se abrir os portais de notícias, o sangue por muito pouco não escorre pela tela do celular, tablet, notebook ou do computador. Não é que a imprensa seja sensacionalista. Ela apenas está no seu dever de informar o que está acontecendo.

Quando o PT estava no poder, até o último dia 31 de dezembro, a antiga oposição e hoje poder dizia que tudo era culpa dos petistas. Passados 100 dias no Palácio Rio Branco, agora eles provam do próprio veneno, e veem que o buraco é mais embaixo. Ao receber de Gladson Cameli a incumbência de reger a segurança pública, o vice major Rocha disse que em seis já poderíamos (quase) dormir de janela aberta. 

O seu escolhido para comandar a pasta, o coronel Paulo Cézar, foi mais ousado e deu um prazo de 10 dias. Os dois falharam e a violência continua aterrorizando a população: somos assaltados no centro, em frente de casa esperando o Uber ou táxi, dentro do ônibus. Enfim, ninguém está a salvo.

E não adianta o major Rocha e o emedebista Roberto Duarte (que ainda não se definiu se é oposição ou situação) colocarem o colete à prova de bala, fazerem cara feia para bandido e viveram um dia de Robôcop da floresta: o resultado foi ainda pior na periferia da capital.

Como agora se pode constatar, o problema da violência no Acre não é culpa de a segurança pública ser gerida pelos vermelhos ou pelos azuis; a bandidagem não tem filiação partidária, apenas de facções. A atual crise também não se resolve com o governador empunhando um fuzil e dizendo como seus soldados devem agir.

O resultado está aí: temos uma polícia mais truculenta, mais letal agindo com o aval do governo que aplaude tudo isso de errado que está aí. Para agravar a situação, até a Secretaria de Direitos Humanos foi extinta; as vítimas da truculência praticada em nome do Estado não têm mais a quem recorrer.

A situação da segurança no Acre se resolverá em duas pontas: fechar as fronteiras para a atuação das facções criminosas em sua guerra pelo controle da rota do tráfico, agir com inteligência para estancar suas fontes de financiamento, prender e isolar as lideranças. A segunda solução é gerar renda e emprego para uma juventude cada vez mais sem oportunidade, que é alvo fácil para a cooptação pelo mundo do crime.

Segurança pública se faz muito mais com ações concretas e inteligentes, e muito menos com proselitismo partidário (querendo sempre culpar o passado). O último fim de semana deixou provado que a bandidagem não tem medo de vice-governador policial aposentado, fazendo cara feia e vestido com colete ao lado de deputado do MDB. 

quinta-feira, 21 de março de 2019

Uma casca de banana para Cameli


Desde o segundo turno da campanha eleitoral para a Presidência da República, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), apresenta-se como um entusiasta do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele afirma ser um admirador e seguidor das mesmas ideias e propostas defendidas pelo capitão reformado.

Passados quase três meses desde que Bolsonaro subiu a rampa do Planalto, muitas de suas ideias começam a causar danos para o país e para seu próprio governo. Como mostrou a pesquisa Ibope divulgada nesta quarta, a popularidade do presidente caiu 15 pontos.

O segundo pior começo de gestão dos últimos anos, perdendo apenas para o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Uma das medidas adotadas pelo governo Bolsonaro foi fragilizar ainda mais os sindicatos do país, que desde o fim da contribuição sindical obrigatória, passam por um perrengue em suas contas.

Após essa medida adotada ainda no governo de Michel Temer (MDB), agora Bolsonaro chancelou instrumento que desobriga o desconto da contribuição sindical mensal ser feita diretamente na conta corrente dos trabalhadores. Caso queiram contar com o recurso voluntário de suas classes, os sindicatos vão ser obrigados a emitir boletos.

Para cutucar o governo de Gladson Cameli, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) apresentou proposta para que, no Acre, os servidores públicos continuem a pagar seus respectivos sindicatos a partir de desconto no débito em conta. Para Magalhães, a medida representa um fortalecimento dos sindicatos acreanos.

Na avaliação dele, ao aceitar tal proposta o governo Cameli sinaliza com respeito aos sindicatos dos servidores públicos, que representam a principal força econômica e política do estado. Já se for no sentido contrário, o governador entrará ainda mais em desgaste com a classe, que já tem realizado protestos contra a recente administração.

A resposta a esse impasse está nas mãos do governador: se de fato for um seguidor fiel de Jair Bolsonaro, repete a medida no Acre e acaba de vez com os sindicatos e com a sua própria trajetória política. Agora, se quiser passar a imagem de um governador forte e de personalidade própria, deve seguir a sugestão de Edvaldo Magalhães, reduzindo, assim, os danos de uma relação um tanto quanto conturbada com os servidores públicos.       

Eis uma escorregadia casca de banana que o líder do PCdoB colocou para o atual chefe do Palácio Rio Branco. 



sábado, 9 de março de 2019

quarta-feira, 6 de março de 2019

Socorro, prefeita

Acabou a folia, acabou a farra. É hora de curar a ressaca e renovar as energias para a vida voltar ao normal e encarar a dura realidade de uma Rio Branco que a cada dia fica mais carcomida e deplorável em seu aspecto urbanístico. Não teve folião esses dias que deixasse de notar a situação horrível em que se encontra a capital do Acre.

E a prefeita Socorro Neri (PSB) o que tem feito? Aparentemente nada. Como dito acima, a situação só se agrava, e não se vê ações por parte da prefeitura para reparar os danos. Os buracos estão por todos os lados; não importa a rua ou região da cidade - eles estão lá nas avenidas, ruas, becos, vielas…

Surgem como que num passe de mágica. Por sua vez, não presenciamos ação efetiva por parte da prefeita para solucionar o grave problema. Essa queixa não se dá só em nome de quem tem seu veículo próprio, e que enfrenta desconforto e insegurança ao circular por ruas deploráveis - além dos prejuízos financeiros para trocar peças danificadas. 

O maior custo, no entanto, é com a insegurança para todos os cidadãos. Ao se tentar desviar de algum buraco, o motorista de um veículo maior pode atingir o menor, alguém que esteja numa moto, numa bicicleta ou até mesmo o pedestre. Quem está de “carona” no ônibus tem o desconforto dos buracos, mais a sensação de se estar em latas velhas que trepidam dentro da buraqueira.

É uma situação horrível que causa transtornos a todos os contribuintes. Ano passado, a prefeita anunciou uma tal reforma administrativa para enxugar o tamanho da máquina recebida por seu antecessor, Marcus Alexandre (PT), que renunciou ao cargo para concorrer ao governo. Apesar de ter sido reeleito com larga folga em 2016, amargou a derrota por também ter deixado Rio Branco às crateras.

Socorro Neri demitiu pessoas, extinguiu secretarias, entre outras medidas. Com isso, prometia ela, haveria mais recursos para se investir onde realmente era necessário: em serviços públicos de qualidade. Não é o que temos visto. Rio Branco continua em situação de penúria como dantes.

E não adianta vir com a desculpa que a buraqueira é por conta das chuvas. Todos os anos enfrentamos nosso “inverno amazônico”, e todos os anos vivemos a mesma lástima na estrutura urbana da capital. Moramos numa região chuvosa, por isso é preciso investir em uma massa asfáltica que tenha maior resistência à água.

É o mínimo que o cidadão rio-branquense que paga seus impostos espera da prefeitura. Investimentos de qualidade em seu benefício. Vivemos hoje uma situação dramática por pura incompetência de nossos gestores. E o preço, como sempre, quem paga é o cidadão.

Socorro Neri precisa agir a partir de agora, e não esperar o fim das chuvas previsto para o começo de abril. A paciência do rio-branquense já se esgotou. Ainda estamos de bom-humor e fazemos piadas dos buracos, transformando-os em piscinas, açudes para pescaria, oceanos e locais estratégicos para plantar bananeiras - daqui um tempo até para a soja defendida por Gladson Cameli (PP).

 

sábado, 2 de março de 2019

Um governo terceirizado


Em agosto do ano passado, durante o prazo de registro das candidaturas junto à Justiça Eleitoral, o então candidato a governador do Acre pelo Progressistas, Gladson Cameli, enviou seus advogados para realizar o ato, ao invés de ir pessoalmente.

Confesso que desde que acompanho a vida política do estado como jornalista, foi a primeira vez que vivenciei tal ato. Os outros candidatos de eleições anteriores da antiga oposição, como Tião Bocalom e Márcio Bittar, sempre fizeram questão de ir ao fórum eleitoral  registrar suas candidaturas e entregar o plano de governo.

O registro da candidatura é um ato exigido pela legislação. A ida do próprio candidato ou candidata não é obrigatória, podendo ele ou ela ser representado por uma indicado seu. Porém, o valor simbólico e político do ato é muito grande, representando um gesto de respeito ao jogo democrático pela corrida aos votos que ali se inicia.

É uma oportunidade dos candidatos estarem com a cara na mídia, já que geralmente a imprensa vai em peso. É a chance de se colocar a cara na televisão antes da propaganda eleitoral, falando um pouco sobre o que pensa, como será sua campanha e quais as propostas.

Gladson Cameli perdeu essa oportunidade e enviou seus advogados. Quando menos se esperava, os jornalistas foram informados de que o candidato líder nas pesquisas de intenção de voto já tinha registrado a candidatura, e entregado o plano de governo num pen-drive.

Tal gesto foi tudo o que os petistas queriam para iniciar a campanha de desgaste da imagem de Cameli, tentando reduzir seu favoritismo entre os eleitores. À época, Marcus Alexandre (PT), adversário direto do hoje governador, disse que Gladson terceirizou um importante momento da campanha eleitoral. O ex-prefeito tinha plena razão.

E o mais interessante é que essa terceirização progressista continuou na campanha, na transição e agora no Palácio Rio Branco. Passados dois meses com Gladson Cameli à frente do governo, a impressão é que a atual gestão está terceirizada, com o governador sendo uma figura meramente ilustrativa, e tendo  o poder exercido de forma real por seus supersecretários tidos como técnicos,  além dos aliados partidários de quem ele parece ser refém. 

Estamos vivendo uma espécie de parlamentarismo em nossa selva amazônica que quer ser “sojeira”. Temos a figura do chefe de Estado e a do chefe de governo. Gladson Cameli é o chefe de Estado que exerce um poder simbólico: apenas assina os decretos e diz amém para tudo o que seu corpo técnico determina - sem, aparentemente, fazer questionamentos. A chefia de governo parece estar terceirizada.

Para tentar demonstrar algum sinal de força, foi colocado por seu vice, o Major Rocha (PSDB) - que transformou Segurança Pública em seu feudo para mandar e desmandar - para tirar uma foto carregando um fuzil, dando palavras de ordem que soaram muito mais como chacotas do que um comando.

Gladson Cameli transparece não estudar a fundo a real situação fiscal, social e econômica do Acre. Apenas se emprenha pelos ouvidos por tudo aquilo que a santíssima trindade (formada pela Casa Civil, Fazenda e SGA) lhe diz: que não tem dinheiro e que as contas - num português chulo - estão “arrombadas”.

Sabemos que a situação financeira do Acre não é a das melhores, mas querer paralisar o funcionamento da máquina pública em nome de uma tal austeridade vem trazendo sérios prejuízos à população e à economia. A demissão em massa de cargos comissionados e terceirizados ampliou nossa legião de desempregados A economia está estagnada. .

Num estado pobre como o nosso, o setor público é o principal carro-chefe da economia. Se ele vai mal, todo o resto vai mal. Nosso setor privado é incipiente para absorver toda a mão-de-obra; não temos grandes empresas e as raras que existem estão ruim das pernas.

Um dos maiores exemplos da ausência de poder do governador foi a decisão (não dele) de não contratar professores da rede pública que já tinham tido passagens pela Educação. Ora essa, onde já se viu isso no mundo? O estado carece de mestres na sala de aula, e o governo quer abrir mão de contratá-los?

Será isso fruto das medidas de austeridade ou da malfadada despetização? Vendo a lambança em que lhe meteram, Gladson Cameli precisou voltar atrás; afirmou que vai, sim, chamar os professores.

O jovem governador precisa mostrar a que veio e, sobretudo, que a população outorgou a ele e não a seus influenciadores o direito de exercer o poder em nome deste mesmo povo - como diz a Constituição. O progressista precisa dar sinais de segurança para a população - não a segurança de carregar um fuzil que claramente não sabe manusear. 

Mas a segurança de que ele é o governador, de que não pode dizer sim a todos que lhe procuram ou dizem, a assumir as consequências de suas escolhas e demonstrar que sabe muito onde está e o que está fazendo. Se ele não se investir desta autoridade que lhe foi concedida pelo voto, a imagem que continuará a passar é a de que, sim, o Acre está desgovernado e sem direção.