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terça-feira, 30 de outubro de 2012

A eleição de postes


No plano nacional se fala que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu seu segundo poste. Depois de Dilma Rousseff em 2010 agora foi a vez de Fernando Haddad em São Paulo. Embalados, alguns petistas da floresta chegam a fazer comparação entre Lula e Tião Viana, Marcus Alexandre e Fernando Haddad. Em SP, assim como no Acre, o ex-ministro foi apresentado como o novo. 

As duas eleições são totalmente opostas. Em primeiro lugar, Fernando Haddad de fato era o novo na capital paulista. Após 20 anos de tucanato e oito fora da prefeitura, o PT retoma o maior colégio eleitoral do País. Lá, ao contrário daqui, a influência da máquina é mínima. Em SP não há cargo comissionado obrigado a pedir voto e ficar em rotatória balançando bandeira.

Lá o atual prefeito Gilberto Kassab (pessimamente avaliado) pode até ter acionado a máquina em favor de José Serra (PSDB), mas o efeito foi inútil. O governo paulista está nas mãos do PSDB, mesmo assim não houve abusos. Em São Paulo, num universo de mais de 10 milhões de pessoas, esta influência é ínfima.

Em SP a vontade de mudança não foi solapada pelo trator do governo. O sentimento do eleitor foi respeitado, tanto é assim que os eleitores deram vantagem folgada a Haddad. O velho tucanismo foi derrotado pelo novo do PT. Aqui a coisa foi diferente. Todos os mecanismos (legais e ilegais) foram disponibilizados para eleger nosso poste.

Isso está comprovado nas urnas, com o placar apertado; menos de três mil votos separaram Marcus Alexandre de Tião Bocalom (PSDB).   A tal papagueada superpopularidade de Tião Viana não resultou em transferência de votos, ao contrário de Lula que conseguiu eleger seu poste. O resultado em Rio Branco nos mostra que, muito mais do que a popularidade de um líder, a força do dinheiro e dos cargos são os nossos grandes cabos eleitorais. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A sobrevivência


Após levar algumas ferradas de pium na balsa até Manacapuru, aqui estou de volta para a política na floresta –aliás, quem mora na floresta já está acostumado às ferradas da vida. Mas vamos lá analisar o que saiu das urnas no domingo.

O primeiro fato é: não houve vitorioso, mas sobrevivente. O PT conseguiu sobreviver usando de suas estratégias intimidadoras de cooptação daqueles votos que fazem a diferença na apuração. O Partido dos Trabalhos mantém a respiração numa sociedade completamente dividida.

O mais importante, tirou da oposição a chance de chegar a 2014 forte com a vitória em Rio Branco. A oposição que saiu de 2010 olhando para 2012 com o espírito do já ganhou, perdeu. Apesar de não confessarem em público, os tucanos estão ressentidos com o afã de Sérgio Petecão em lançar uma candidatura (Fernando Melo) que se mostrou um fiasco.

A vitória oposicionista poderia ter ocorrido já no sete de outubro. Uma série de erros de marketing e comunicação também contribuíram para que o então favorito Tião Bocalom despencasse nas pesquisas.

Não adianta a oposição enfrentar a poderosa máquina do PT dividida, desorganizada e despreparada.
As urnas mostraram que o eleitor quer mudança, quer dar uma chance à oposição, mas não encontrou a segurança necessária para colocá-la no Executivo.


O fato é que fica a pergunta: Como a oposição enfrentará 2014 com um Tião Viana forte e turbinado? Se alguém tinha dúvida da capacidade política do governador de reverter o resultado de 2010 a eleição de Marcus Alexandre dá esta resposta. Haverá algum guerreiro a enfrentar Tião Viana daqui dois anos?

A sorte está lançada.

sábado, 27 de outubro de 2012

Amanhã há de ser outro dia

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar

Eu tenho medo de viver no Acre

Eu sou acreano ou acriano como você bem quiser. Nasci e me criei neste rincão da Amazônia com muito orgulho. Sou um jovem jornalista em início de carreira. Vivo dignamente do meu soldo de “pobre operário”. Não preciso –nem quero – vender a minha alma ao diabo para estar nos manjares do rei. Como jornalista independente, algo muito sufocante no Acre, tento exercer a nobre função de ser os olhos e os ouvidos da sociedade.

Nos últimos meses, porém, tenho me preocupado muito com a situação política do Estado e tenho dentro de mim uma sensação de medo, de pânico. Todos nós temos visto coisas abomináveis cometidas pelos homens públicos que conduzem o destino deste povo.

O grupo político que está no poder usa dos métodos mais escusos, sujos e antidemocráticos para se manter na sua zona de conforto. Sabemos que essa gana de permanência no poder não é por conta de um projeto para o benefício do cidadão, mas de satisfação pessoal e daqueles que o cercam –a elite petista que se formou na última década às custas da miséria dos acreanos.

Temos visto no Acre as mais evidentes afrontas a qualquer princípio moral e ético na administração do bem público. O bem público tem estado a serviço não da sociedade, mas de um partido político. Temos visto violações claras às leis brasileiras, um desrespeito com a vontade popular (vide referendo do fuso horário), a censura à livre circulação de informação e ideias contrárias ao grupo dominante.

Temos vivido uma ditadura da esquerda. Tenho medo de viver no Acre porque se alguém é de oposição pode ser fatalmente eliminado pelo uso do aparelho policial, que hoje está doutrinado (através dos gordos salários) pelo petismo.

Parece que voltamos aos tempos das polícias políticas das ditaduras de esquerda, como na falecida União Soviética e na decadente Cuba. O Ministério Público e o Judiciário estão omissos diante de tantos abusos cometidos em nosso Acre.

Nesse Estado só há um poder: o Executivo. Parlamento? Só de enfeite e para gastar o dinheiro público longe dos olhos do contribuinte. Quem domina as chaves dos cofres define o ritmo da dança dos demais. A imprensa há uma década está acéfala, perdeu sua identidade de denunciar, de fiscalizar, de questionar. Alguma outra voz ali e aqui ainda “clama no deserto”.

O Acre e sua fragilíssima democracia estão em ameaça constante. Não temos segurança jurídica. A qualquer momento você pode ser vítima dos jogos sujo de um Estado aparelhado a serviço do PT. Os empresários são perseguidos e obrigados a contribuir com o caixa do partido em época eleitoral.

Não temos segurança quando falamos ao telefone, não sabemos se nossos e-mails são violados. Os inimigos do Estado estão sob ameaça constante. Extremistas petistas fincados em seus salários realizam campanhas de destruição da honra pela internet sem respeitar princípios mais básicos de civilização.

As oposições vão para as campanhas eleitorais numa luta desigual. O abuso do poder político é evidente. Funcionários do Estado são obrigados a carregar a bandeira do PT sob ameaça de perder gratificações e bônus salariais.

O candidato do PT usa os programas de governo na propaganda eleitoral e logo em seguida as emissoras exibem os comerciais pagos com dinheiro público destes mesmos programas. E a Justiça? Quem dera a Justiça agisse.

Em resumo, nossas instituições estão em frangalhos

A minha esperança está na sabedoria e inteligência do povo acreano, um povo politizado, que já percebeu a decadência moral e ética em que o atual grupo dominante está. Fico feliz ao ver que a oposição ganhou a maioria das prefeituras no interior; fruto da inteligência do eleitor, que não se deixou enganar por ameaças de perda de auxílios do governo federal como o Bolsa Família.

Torço para que o eleitor rio-branquense também possa agir de forma sábia diante da urna. Que veja a falência do discurso do partido único (ditadura) pois os problemas continuaram e até se ampliaram. Que o eleitor vote pela democracia, vote por uma capital e Estado fortes, que vote pela alternância de poder.

Só assim estaremos livres destas mazelas em que estamos mergulhados, colocando um freio naqueles que estão no poder e acreditam que o Estado é deles. A humanidade passou por um longo período de evolução até conceber o atual modelo de República. Que não seja agora em pleno século 21 que um partido político jogue na lata do lixo toda uma concepção de homens e mulheres livres, de um Estado a serviço da sociedade.    

Velha guarda -e o "novo"


A ex-senadora Marina Silva (sem partido) oficializou nesta sexta-feira seu apoio, em Rio Branco, à candidatura de Marcus Alexandre (PT) à prefeitura da capital acreana. Ao lado da velha-guarda de seu antigo partido, Marina lembrou sua trajetória política na luta pelo ambientalismo no Estado e os desafios do futuro para conciliar desenvolvimento com sustentabilidade.

No programa eleitoral de Marcus Alexandre da última quarta-feira, foi exibido um vídeo em que Marina - que ficou neutra no primeiro turno da disputa - declara sua adesão à candidatura petista. Segundo ela, seu apoio é programático e não pragmático.

Durante a solenidade de hoje, o candidato assinou um documento em que se compromete a colocar em prática as sugestões apresentadas por Marina para a construção de uma cidade sustentável. Defensora do segundo turno, a ex-senadora afirmou que esta é uma oportunidade para os dois candidatos escolhidos pela sociedade se apresentarem de forma melhor ao eleitor.

"O segundo turno mostra o balanço, o equilíbrio das ações da sociedade", disse. "Aqui em Rio Branco eu não me manifestei publicamente no primeiro turno, mas no segundo, por acreditar no projeto do Marcus Alexandre, eu fiz questão de vir a Rio Branco para declarar meu apoio", declarou.

Veja mais no Eleições 2012 Terra

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O tempo está feio

Foto de Marcos Vicentti

O tempo não está nada agradável dentro da Frente Popular do Acre. As nuvens escuras assombram o território petista.  A preocupação com a candidatura de Tião Bocalom, do PSDB, é evidente. A ordem de guerra dada pelo governador é cumprida à risca.

Todo o mundo está nas ruas (melhor, nas rotatórias) balançando a bandeira vermelha, amarela, azul – vale de tudo pra confundir o eleitor. A ordem para pular cedo da cama e fazer campanha para Marcus Alexandre vai do simples estagiário aos secretários do Estado e município, diretores de órgãos e até defensores públicos; ninguém escapou.

As nuvens negras sobre a cabeça do PT acederam a luz vermelha. Segundo informações, uma reunião foi convocada para analisar os impactos da mepasseata de Bocalom que tomou o centro na tarde quarta-feira.

Parece que São Pedro não está afim de fazer o novo

Boa notícia: as chuvas fortes que caem na cidade estão ajudando a encher o rio Acre, sinal de que a balsa de domingo não ficará encalhada.

Apoio (muito) condicional

A ex-ministra e ex-petista Marina Silva declarou apoio a Marcus Alexandre (PT). Não foi assim aquela declaração de provocar lágrimas como no evento de retomada da aliança entre Perpétua Almeida (PCdoB) e o PT.  Marina apoia o petista mas com muitas exigências e condições. Quer ver adotada a plataforma da cidade sustentável.

Em oito anos de administração do PT na capital do Acre, 70% do esgoto são despejados sem nenhum tipo de tratamento no rio Acre e igarapés. A sustentabilidade ambiental em Rio Branco é zero.

Marina Silva declarou voto em Marcus Alexandre num vídeo gravado a mil léguas de distância do cabo de guerra entre companheiros e tucanos. No domingo talvez ela aporte por essas bandas para votar no 13.

É assim que o PT vai conquistando seus apoios no segundo turno: aos trancos e barrancos, cooptando os vereadores derrotados pela oposição (alguns com 44 votos) e enviando uma filmadora para os ex-desafetos do partido reatarem as alianças.


Palanque BBC 2 turno


Na madrugada da última quinta-feira, 18 de outubro, uma forte chuva atingiu Rio Branco, a capital do Acre. Para os mais antigos era o prenúncio da chegada do ''inverno amazônico'', como é chamado o período de chuvas na região, que vai de outubro a fins de março. Para as famílias que moram no bairro Preventório é o início de mais uma temporada de tormento e angústia.

Os moradores convivem com o risco constante de deslizamento. As marcas da erosão estão visíveis por toda a parte. No caminho, ficaram pedaços daquilo que um dia foram casas e ruas. No local, não entra carro nem moto. O único acesso é por escadas de madeira em péssimas condições.

A reportagem visitou o Preventório na manhã daquela madrugada chuvosa. A terra estava encharcada e os degraus lisos como sabão molhado. A qualquer vacilo o tombo é inevitável. Da porta de casa, Isaque de Oliveira vê a erosão se aproximando.

Ele mora no bairro há cinco anos, já montou e desmontou a casa de madeira várias vezes. ''Quando cheguei aqui a casa era lá perto daquela árvore'', aponta ele para uma distância de 20 metros. No Preventório a maioria dos moradores é nômade dentro da própria comunidade; estão sempre em busca da ''terra firme'' e sempre tendo de montar e desmontar suas casas.

Veja texto completo na BBC Brasil

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Abuso econômico

Atenção Ministério Público Eleitoral, veja os abusos de propaganda e econômico que estão sendo cometidos em Rio Branco. Há algum promotor ai?

Isso sim é uma campanha milionária 

Boa notícia: O juiz da propaganda Pedro Longo determinou a retirada destas bolinhas do 13. Enfim a Justiça agindo 



Rio Branco, o céu e o inferno

*Esta é uma crônica enviada por leitor que preferiu não se identificar

Existe uma piada na qual o individuou morreu e foi pra perto de São Pedro, que lhe mostrou no andar de baixo, primeiro, o inferno. Ali, ele poderia decidir ficar se gostasse, ou ir direto pro andar de cima, o céu

Pela porta do elevador do inferno, o tal sujeito viu um gramado lindo, com mulheres maravilhosas de biquíni se deliciando numa piscina, alguns senhores jogando golf e tomando cervejas importadas e outros sendo paparicados por algumas garotas lascivas.

Pensou em ficar de primeira, mas pensou duas vezes e decidiu: “São Pedro, sei não hein! Quero ir para o céu”.

Chegando lá, no céu, ele viu mais ou menos o que via na Terra, nos panfletos distribuídos pelos missionários Adventistas, a figura do paraíso: alguns anjinhos tocando harpa, um monte de senhora bem vestidas passeando em um jardim, senhores de terno brincando com leões e pensou: “Hummm, sei não hein! Vou ficar aqui, mas se me entediar, vou tomar umas no final de semana lá no inferno”.

E assim ele fez. Passou no céu umas três semanas. A lei seca, a vontade de namorar, de se deliciar com uma carne falaram mais forte e ele não aguentou. “Seu Pedro, quero ir para o inferno”.

Assim foi feito com a ressalva de que ele nunca mais voltaria para o silêncio do céu. “É sem volta, hein!”, advertiu Pedrão.

Desse modo, o indivíduo foi lançado no inferno. Porém, quando abriram a porta do elevador, ele viu só fogo e pessoas queimando num caldeira realmente infernal. Gritos de terror ecoavam e ali, ele ficou: “P...merda...me f...”, disse ele.

Perguntou ao diabo-porteiro porque estava tão agradável o inferno há três semanas, quis saber pra onde teriam ido as loirinhas lânguidas e ouviu gargalhadas.

“Você é um grande otário, é que estávamos em Eleições para eleger o diabo-prefeito. Até ontem, tinha piseiro por aqui. Mas hoje volta tudo ao normal, acabou o segundo turno já. Tenha ótimos banhos de fogo no lombo”.

Assim parecemos viver no Acre. Em época eleitoral é tudo maravilha, um mar de rosas. É máquina abrindo rua na periferia, a água (ainda que pouca) chegando na torneira, o Estado e a prefeitura numa eficiência sem igual; até os petistas ficam simpáticos e beijam e abraçam todo o mundo na rua.

Fechada as urnas voltamos ao nosso inferno de Dante

Militâncias

Enquanto isso em alguma rotatória de Rio Branco....



A maior concentração por círculo quadrado de cargos comissionados defendendo a boca –não o boca

Meus sentimentos a estas nobres pessoas que são humilhadas e obrigadas a esta exposição pública ao ridículo. Meus sentimentos também aos cidadãos que vão em busca de serviços nos órgãos e encontram as repartições vazias.

Enquanto isso em algum ponto da periferia de Rio Branco

Foto: Gabriel de Aneglis

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Crime Organizado

Senador diz que tempos de Hildebrando voltaram no Acre 


Depois de ser execrado em público pelo secretário Emylson Farias (Polícia Civil) acusado de forjar um factóide, o senador Sérgio Petecão (PSD) afirma que “os tempos de Hildebrando Pascoal” estão de volta no Acre. Segundo ele, ao invés de a Polícia Militar estar sendo usada para implantar o terror e o medo, agora o “terrorismo” é praticado pela Polícia Civil.

“É incrível a forma política-partidária como um secretário de Estado tratou a investigação dos tiros em minha casa. Sem o aprofundamento das investigações, com a ausência dos exames de balística, o secretário emitiu uma sentença condenatória contra um senador eleito pelo povo”, critica Petecão.

O senador disse estranhar a investigação célere com que seu caso foi conduzido. “Temos tantos inquéritos que se arrastam na polícia e não encontram os culpados, no meu caso em menos de 48 horas já tinham toda a solução”, observou ele. Petecão destaca que em momento algum levou os tiros disparados em frente de sua casa como conotação política.

“Quem primeiro levou a questão para o lado político foi o PT ao explorar na propaganda eleitoral.” Petecão disse estar preocupado com a forma como as forças policiais estão sendo usadas no Estado para intimidar adversários do governo. “Se mata alguém não é só com tiro, facas, mas também por meio da humilhação pública cometida por autoridades do Estado usando os veículos de imprensa”, compara ele.    

O parlamentar lembra que só levou o caso para a Polícia Civil por sugestão dos PMs que atenderam a ocorrência. Segundo ele, os policiais sugeriram o registro da ocorrência por encontrar uma cápsula no interior da casa. 

Outra floresta


Foto: Jornal A Crítica 
A presidente Dilma Rousseff, parceira de Marcus Alexandre, do PT, esteve ontem à noite bem ali em Manaus. Subiu no palanque da comunista Vanessa Grazziotin (lá o PCdoB pode disputar a prefeitura) para tentar derrotar o tucano Arthur Virgilio, o ex-senador derrotado pela máquina de Luiz Inácio Lula da Silva.

Matéria em A Crítica

A presidente que tanto rasgas elogios a Marcus Alexandre na telinha dos rio-branquenses não teve um tempinho para passar aqui e fazer política na floresta. Com o chocolate que levou de José Serra em 2010 até eu desviava o Aerodilma destas bandas da Amazônia.

Sinal de desprestígio com o PT do Acre? Eles que por aqui se vangloriam de ser exemplo para o resto do partido País afora? Não sei, só sei que Dilma esteve em Manaus e não passou por aqui.

Em tempo: informação vinda do ninho tucano dá conta de que talvez, muito talvez, o tucano-mor Aécio Neves (MG) desembarque em Rio Branco amanhã. Ele também vai a Manaus pedir voto para Arthur Virgílio. A intenção é que Aécio fique pelo menos alguns minutos com a “turma da oposição”.

Que pelo menos um pré-candidato a presidente da República se lembre que, sim, o Acre existe. 

Democracia bolivariana

 Conheçam a Venezuela

Maximilien Arveláiz*

Quando amanheceu o dia 8 de outubro, os venezuelanos puderam se sentir orgulhosos. Nosso sistema eleitoral, automatizado e seguro, foi respeitado por governo e oposição, acompanhado por entidades e personalidades internacionais e considerado o melhor do mundo pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.

Nossa população, numa demonstração de consciência e politização, compareceu em massa às urnas desde a madrugada até que votasse a última pessoa na fila, já de noite. Alcançamos mais de 80% de participação do eleitorado em um país onde o voto não é obrigatório. Não se pode ignorar: a Venezuela é exemplo de democracia para o mundo.

Diante de tudo isso, constrange a forma com que os meios de comunicação internacionais, dentre os quais os brasileiros têm relevância, custam a enxergar a existência de uma democracia consolidada na Venezuela.

Seja por puro desconhecimento da realidade do nosso país, seja em união a uma campanha internacional contra os avanços da revolução bolivariana, a mídia privada brasileira fez uma cobertura desequilibrada do processo eleitoral no país.

É claro que utilizo aqui o recurso da generalização. Mas, numa leitura rápida das notícias, salta aos olhos o apoio deliberado da mídia pela oposição e a tentativa sistemática de deslegitimar o processo revolucionário em curso na Venezuela.

Grande parte das reportagens e editoriais priorizou ressaltar as críticas ao governo Chávez, deu exagerada importância a uma minoria de pesquisas que apontavam o empate ou a vitória de Henrique Capriles e ainda alardeou um caos político que viria da não aceitação do resultado das urnas por parte do governo, supostamente, "ditatorial" de Chávez.

Ainda mais graves foram as teses que tentavam buscar explicações para os mais de 8 milhões de votos a favor da reeleição de Hugo Chávez, como se não fosse nada menos do que natural a vitória do candidato que proporcionou uma série de mudanças positivas na vida dos venezuelanos, tendo reduzido à metade a pobreza extrema nos últimos 13 anos.

O favoritismo de Chávez foi creditado primeiro a um "populismo" do presidente "caudilho" e depois ao suposto uso da máquina pública e abuso de tempo de propaganda televisa. Tal análise, elitista e preconceituosa, pressupõe que a população, passiva e despolitizada, troca votos por casas, comidas e eletrodomésticos -o que é facilmente desconstruído com uma visita ao país.

Mais do que comparecer às urnas toda vez sempre (entre eleições e referendos, já aconteceram 16 pleitos desde que Chávez chegou ao poder), os venezuelanos, incentivados pelo presidente Chávez, constroem a cada dia mecanismos de participação direta na vida política do país.

O mais importante deles são os Consejos Comunales, microgovernos construídos no interior das comunidades, compostos e geridos por moradores. Se há um povo despolitizado e passivo, não é o nosso.

A liberdade de expressão, imprescindível na democracia, também é facilmente constatável. Os principais jornais da Venezuela hoje, o "El Nacional", o "El Universal" e o "Últimas Noticias", são claramente simpáticos à oposição e circulam sem qualquer censura ou boicote. Quadro similar se dá na TV e no rádio.

O que não foi divulgado em quase nenhum meio de comunicação internacional é que Capriles, cuja família é dona de uma cadeia de comunicação, teve, segundo estudo do Centro de Análise e Estudos Estratégicos Aluvión, mais tempo de propaganda eleitoral na televisão privada do que Hugo Chávez. A propaganda do presidente ocupou apenas 12% do tempo nos meios privados. A do candidato da oposição, 88%.

Vencer o desconhecimento sobre o que ocorre na Venezuela é hoje nosso maior desafio. Por isso, transmito o convite feito pelo presidente Hugo Chávez em coletiva de imprensa aos meios de comunicação nacionais e internacionais logo depois de votar: "Aos que queiram ver uma democracia pujante, sólida e madura, venham à Venezuela". Torço para que venham livres de preconceitos e dispostos a enxergar as verdadeiras razões pelas quais Hugo Chávez foi reeleito com 55,25% dos votos.

MAXIMILIEN ARVELÁIZ, 39, é embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Socialismo e bagunça (parte 2)

Nota de repúdio

A Direção Regional do PSOL/AC vem a público repudiar o comportamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que na noite desta sexta-feira (19) apareceu no horário eleitoral gratuito da Frente Popular de Rio Branco (AC) pedindo votos para o petista Marcus Alexandre, candidato imposto pela oligarquia decadente que governa o estado há 16 anos com mão de ferro.

O parlamentar afronta a decisão da Direção Regional do PSOL/AC, que não indicou voto em nenhum candidato neste segundo turno da capital acriana e proibiu qualquer militante de manifestar apoio em nome do partido, por entendermos que ambas as forças políticas que estão neste pleito não oferecem nenhuma novidade, não se diferenciam e não farão mudanças significativas para a sociedade.

Também o senador descumpre as resoluções nacionais do partido, que proíbem expressamente qualquer aliança formal e informal com PT e PSDB, partidos cujas práticas políticas não convergem com o que defendemos para o Brasil e para o Acre, uma vez que alimentam o desmonte do Estado, as políticas conservadoras e os privilégios das elites nacionais.

O senador, que desconhece a realidade local, não sabe que o Acre amarga entre os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil e é vítima da corrupção e do mau uso da máquina pública, práticas que se alastram desde quando a velha oposição governava.

A frente comandada pela oligarquia vianista, ao contrário do que fala o senador na TV, implantou um modelo insustentável de desenvolvimento, o qual é apoiado por organismos internacionais e organizações alinhadas com o capitalismo verde. As populações tradicionais continuam abandonadas.

O Acre está longe de ser uma referência em desenvolvimento sustentável. É o que confirmam também líderes seringueiros como Osmarino Amâncio e Dercy Teles, companheiros de Chico Mendes e críticos árduos do modelo de desenvolvimento levado a cabo pelo tal “Governo da Floresta”, uma coalizão de vários partidos díspares e que reúne desde antigos adversários “satanizados” a partidos de esquerda.

Randolfe, que não passou em nenhum momento no estado para apoiar nossa candidatura nestas eleições, declara apoio a um candidato denunciado por peculato e improbidade administrativa. Da mesma forma, ignora fatos históricos como a atuação direta do então senador Tião Viana, hoje governador do Acre, no processo de expulsão no PT dos fundadores do PSOL: Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá e outros companheiros.

A postura de Randolfe não nos causa tanta estranheza e espanto, posto que em Macapá seu candidato a prefeito que está no segundo turno recebeu apoio do DEM, PSDB e PTB, sob anuência de Sarney, contrariando todas as orientações do partido. Esse comportamento suspeito para um líder de esquerda é mais visível quando rasga elogios ao senador Jorge Viana, que defendia até há poucos dias anistia aos desmatadores em seu relatório do Código Florestal, intenção que foi reprovada até por Marina Silva.

Embora ainda em fase de construção, o PSOL no Acre tenta consolidar-se como uma referência de esquerda e abrigo para os verdadeiros lutadores do povo, que resistem aos desmandos do estado e à cooptação de todos os partidos e movimentos sociais. O próprio PSOL/AC já foi vítima dessas práticas em 2010, quando, dirigido por pessoas irresponsáveis, desonestas e impudicas, foi, sob pretexto até hoje desconhecido, levado aos braços da Frente Popular. O fato foi contestado na Justiça pelos militantes comprometidos, o que levou à exclusão da sigla desta coligação.

Entendendo que as atitudes individuais do senador Randolfe não condizem com as defendidas pelo conjunto do partido, o PSOL/AC exige providência do Diretório Nacional para o cumprimento das resoluções partidárias e ações enérgicas contra quem tenta macular, negociar e desvirtuar nosso valoroso e combativo partido. O PSOL não pode perder seu caráter de esquerda. A nossa luta é pela emancipação dos trabalhadores e oprimidos, e não pelo fortalecimento das nefastas oligarquias.

Viva o socialismo!

Viva o Partido Socialismo e Liberdade!

Rio Branco- Acre, 22 de outubro de 2012

A Direção Regional do PSOL/AC

O perigo do novo

Lula diz que país já apostou no “novo” e se deu mal

"[Em 1989], o novo era Collor, e vocês sabem o que aconteceu neste país. (...) Temos que votar em quem tem história. [Não podemos] Colocar [na prefeitura] alguém que nunca administrou nem a cozinha de casa."

Folha de S Paulo 

O ex-presidente Lula, que prega a eleição de Fernando Haddad (PT) como forma de renovar a política em São Paulo, fez ontem um discurso contra "o novo" em Diadema (SP), cidade controlada pelo PT há 12 anos.

No palanque de Mário Reali, candidato à reeleição, Lula disse que não se deve trocar "o certo pelo duvidoso" e que o país já apostou no "novo" em 1989, quando elegeu Fernando Collor, que sofreu um impeachment dois anos após a posse. O hoje senador é aliado do PT do Congresso.

Em Diadema, Reali disputa o segundo turno contra o vereador Lauro Michels (PV) que, assim como Haddad, disputa pela primeira vez uma eleição majoritária.

O "novo" é o principal mote da campanha de Haddad em São Paulo. Toda a propaganda petista do primeiro turno se desenvolveu sobre o slogan "um homem novo para um tempo novo".

Na primeira vez em que apareceu com Haddad em um programa de TV, o do apresentador Ratinho, Lula defendeu seu candidato dizendo que "a população votará no novo porque quer mudança".

Ele afirmou ainda que o adversário José Serra (PSDB) era "desgastado" e, em comício com Haddad em setembro, aconselhou o tucano a requerer a "aposentadoria".

EXPERIÊNCIA


Já no discurso de ontem, Lula defendeu continuidade e disse mais de uma vez que "não ficaria feliz" se a população elegesse "alguém que não tem experiência".

"É importante que o povo não entre em uma aventura", afirmou o ex-presidente em seu discurso.

"[Em 1989], o novo era Collor, e vocês sabem o que aconteceu neste país. (...) Temos que votar em quem tem história. [Não podemos] Colocar [na prefeitura] alguém que nunca administrou nem a cozinha de casa", concluiu.

O ex-presidente arrematou o discurso dizendo que Diadema não deveria trocar "o certo pelo duvidoso". "Nós vimos o que aconteceu com a Carminha. Ela trocou o certo pelo duvidoso, e vocês viram o que deu nela", disse, citando a vilã da novela Avenida Brasil, da TV Globo.

No primeiro turno, Reali teve 47% dos votos válidos, contra 42% de Lauro Michels. De acordo com pesquisas eleitorais, o candidato do PV agora lidera as intenções de voto no segundo turno.

SEMELHANÇAS

O discurso que Lula usou na cidade da Grande São Paulo se assemelha ao que o PSDB de José Serra usa na capital para atacar Fernando Haddad.

Em São Paulo, a situação do candidato petista é inversa à de Diadema.

Serra teve 31% dos votos válidos no primeiro turno e Haddad 29%. Agora, o petista lidera as pesquisas de intenção de votos com vantagem de 17 pontos.

Nos últimos dias, a propaganda eleitoral tucana tem martelado que Haddad "não está preparado" para assumir a prefeitura e que Serra seria a melhor opção por ser mais "experiente".

Em discursos e entrevistas, Serra também tem atacado o slogan petista dizendo que "novo no Brasil é político ir pra cadeia", em referência ao julgamento do mensalão.

Ontem, o tucano voltou a falar sobre o tema da novidade. Ele costuma dizer que "inovação" é uma questão de ideias, não de idade.

"Essa questão do novo, aqui na cidade, é crucial. Muita gente diz: 'Quero o novo'. O novo é o quê? É o que nós trazemos para a cidade", afirmou. (UIRÁ MACHADO, PAULO GAMA E DANIELA LIMA)

Envergadura moral

Governador nomeou ex-mulher de Marcus Alexandre para cargo no Estado 

 O governador Tião Viana escreveu na manhã desta segunda-feira, 22, que o candidato a prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PSDB), não tem envergadura moral para falar de sua pessoa nem dos aliados. Em tempos de discussão da moral na política, o Política na Floresta mostra que o governador nomeou a ex-mulher do candidato Marcus Alexandre (PT) para cargo comissionado na Secretaria de Planejamento (Seplan).

Cíntia Christina Araújo Médici Aguiar está como agente administrativo com salário de R$ 5,1 mil. Segundo informações repassadas ao blog, assim como a atual mulher, Gicélia Viana da Silva, Cíntia acompanhou Marcus Alexandre (PT) durante sua passagem pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre).

Com o novo casamento do petista, Cíntia voltou para a Seplan, onde era secretária de Marcus Alexandre. O blog entrou em contato com a ex-mulher, que preferiu não dar declarações.

O leitor informa

Informação repassada há pouco por um leitor

A primeira mulher do Marcus Alexandre, a que veio de São Paulo com ele também tinha um cargo no Governo, mais especificamente na secretaria de modernização e tecnologia da informação, no mesmo período que ele estava na SEPLAN mais ou menos em 2002, só lembro do primeiro nome dela - Cláudia.

Envie você também sua informação para fabiospontes@gmail.com

domingo, 21 de outubro de 2012

Socialismo e bagunça

Os senadores Randolfe Rodrigues (AP) e Jorge Viana (AC)
 O Psol não é mais o mesmo. No Acre, então, virou uma bagunça só. Até pastor evangélico forma a cabeça de chapa do partido. Em Rio Branco o vice da candidata Professora Peregrina (ou Pelegrina?) era o pastor Adacildo.

O Partido do Socialismo e Liberdade no Acre é de quem chegar primeiro. Nos acordos para o segundo turno o vice de Peregrina declarou apoio público a Tião Bocalom, do PSDB. No plano nacional o Psol tem a diretriz de não formar alianças com alguns partidos, entre eles o PSDB e o DEM.

Mesmo assim o pastor Adacildo colocou o adesivo do 45 em frente às câmeras. Peregrina está pedindo voto para Bocalom por ai. Em nota, o presidente regional Antônio Rocha declarou a neutralidade dos socialistas no segundo turno.

Mas o Psol está uma balbúrdia só. Neste sábado o senador Randolfe Rodrigues, do Psol do Amapá, a principal estrela nacional do partido, apareceu na telinha dos rio-branquenses pedindo voto para Marcus Alexandre, do PT.

Só para lembrar, o Psol surgiu em 2004 a partir da dissidência dos radicais do PT, descontentes com a condução neoliberal do governo Luiz Inácio Lula da Silva, aquela mesma que eles atacavam quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso.

Alguém entende a política e suas conveniências?  

Imoral e Ilegal



Para o suplente de senador do senador suplente Anibal Diniz (PT), Carlos Coelho, do famigerado Partido Ecológico Nacional (PEN), nepotismo no Acre é algo normal. Para o ex-assessor do senador Sérgio Petecão (PSD), nomear mulher, filho, primo, irmão, periquito e papagaio para cargo na estrutura do Estado é algo irrelevante, sem importância, numa sociedade marcada pelas injustiças e desigualdades.

Carlos Coelho que ganha gordos salários na estrutura da também famigerada Assembleia Legislativa do Acre, e agora com as portas abertas no governo do PT, esquece que a grande maioria da população do Acre vive na miséria com apenas um salário mínimo –isso quando recebe.

Nomear a parentela para receber bons salários às custas da miséria do povo, meu caro amigo Carlos Coelho, não é normal; é imoral, indecente, esdrúxulo e, acima de tudo, ilegal. O mesmo Supremo Tribunal Federal que hoje está colocando os mensaleiros na cadeia decidiu que o  nepotismo é crime.

Portanto ao nomear sua mulher para um cargo no Estado, o candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, Marcus Alexandre, cometeu um crime contra a ordem da administração pública.   

sábado, 20 de outubro de 2012

Degrau acima

Bocalom diz que Bittar e Petecão são os candidatos da oposição em 2014

Refutando as acusações de que deixará a prefeitura de Rio Branco para disputar o governo em 2014, o candidato Tião Bocalom (PSDB) afirma que a oposição já tem dois nomes cotados para pleitear o cargo: o deputado federal Márcio Bittar (PSDB) e o senador Sérgio Petecão (PSD). “Eu não deixarei a prefeitura de Rio Branco, ficarei do primeiro ao último dia no cargo, honrarei o voto dos eleitores”, afirma o tucano.

“Qualquer um deles [Bittar e Petecão] que disputar o governo do Estado terá o meu apoio. Enquanto isso estarei trabalhando na prefeitura para honrar os meus compromissos assumidos na campanha”, diz ele.

Uma das estratégias explorada pelo PT na campanha do segundo turno é ligar Tião Bocalom ao seu parceiro de partido em São Paulo, José Serra (PSDB). Na propaganda eleitoral os petistas afirmam que Bocalom, em ganhando a prefeitura de Rio Branco, deixará o cargo em 2014 para disputar o governo do Estado. Com isso, os marqueteiros querem mostrar Bocalom como um “político aventureiro”, que usará a prefeitura como trampolim para o governo.

O PT aposta no “efeito Serra” na capital paulista. A campanha de Fernando Haddad (PT) tenta enfraquecer Serra ao lembrar que em 2004 o tucano foi eleito prefeito e em 2006 deixou a cadeira para disputar o governo. O bombardeio tem surtido efeito e tirado alguns pontos de Serra, que precisa a cada aparição jurar de pés juntos aos paulistanos que fica no cargo.

Além disso, os petistas acreanos têm como exemplo Flaviano Melo (PMDB). Eleito em 2000 para a prefeitura, deixou a função em 2002 para disputar o Palácio Rio Branco contra o então governador Jorge Viana (PT), que foi reeleito.




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Em nome do pai

Jornalista diz que pastor não tem moral para falar em nome de igreja para apoiar PT


O repórter cinematográfico Luiz Cordeiro, jornalista profissional há 25 anos no Acre, membro da Igreja do Evangelho Quadrangular no bairro Conjunto Universitário, não gostou de ver o deputado estadual Denilson Segóvia (PEN), dizer pela imprensa que a igreja tem uma aliança com o candidato da Frente Popular, Marcos Alexandre, do PT.

Luiz Cordeiro, que é membro da igreja há onze anos, disse que não deu autorização nenhuma para o deputado falar em seu nome. “Não aceito em hipótese alguma que esse deputado fale em meu nome como membro da igreja Quadrangular. Primeiro porque não tenho acordo nenhum e nem aliança com o PT. Minha aliança é com Jesus Cristo. E também porque esse deputado não tem moral para barganhar carisma junto ao PT usando o nome da igreja já que, não tem uma postura política exemplar para os evangélicos. Se ele quer ganhar nome junto ao PT que fale por ele e não por mim” desabafou o jornalista.

Luiz Cordeiro disse ainda que já apoiou o grupo petista que está no poder, mas hoje se arrepende de ter se dedicado a exaltar um projeto que, a seu ver, não trouxe resultados positivos para a melhoria de vida do povo acreano. “Eu me arrependo muito de ter ajudado esse pessoal a chegar ao poder. Eles me iludiram com um discurso bonito e, em pouco tempo no governo, mudaram o discurso e as práticas políticas”, desabafa. 

Luizinho, como também é conhecido, continua: “Coisas que defendiam deixaram de lado e passaram a fazer muitas coisas que condenavam. Sou da igreja Quadrangular com muito orgulho e volto a afirmar que não aceito que façam politicagem com a igreja que escolhi para servir a Deus. Tenho certeza que esse é o sentimento de muitos irmãos que congregam nessa denominação tão respeitada no Acre.”

Até o ano passado o pastor Denilson Segóvia respondia a processos movidos pelo Ministério Público Eleitoral em 2010 por compra de votos e doação e irregular. Recentemente trocou de partido. Deixou o PSC que forma o bloco de oposição para integrar o partido de aluguel PEN, usado pelos deputados em situação “desconfortável” para fugir de suas antigas legendas sem perder o mandato por infidelidade partidária.  

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O novo com práticas velhas

Na propaganda eleitoral desta quinta-feira o PT chamou o tucano Tião Bocalom de “coronel de barranco”. Minutos depois somos informados de que o candidato do PT, Marcus Alexandre, quando diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), deu um belo presente a sua esposa: um cargo comissionado dentro do órgão.

Fiquei a me perguntar: será que este ato feito pela nova liderança política da cidade saída das urnas não cometeu um ato de “coronel de barranco”? Será que ele achava que o Deracre era a casa da mãe Joana pra nomear toda a parentela?  De uma coisa tenho certeza:

Marcus Alexandre acabou de afundar a candidatura do PT em Rio Branco. Ele não tem mais a moral política de olhar nos olhos do eleitor e pedir o voto. Ele não tem moral para falar em ética na administração pública.

Quem está interado nas redes sociais acompanha uma série de boatos em torno do candidato petista a possíveis tramas amorosos. Um comportamento não digno para um homem público que quer se tornar prefeito de uma capital.

O PT paga o preço por seguir uma política arrogante e da imposição do de cima para baixo. Deu a rasteira na deputada federal Perpétua Almeida, aliada do PC do B, impedindo-a de disputar a prefeitura.

Arrumaram um candidato encrenca, que pratica nepotismo e é investigado e denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa.  Antes de enfiar candidatos goela abaixo dos membros do próprio partido e do eleitorado como um todo, os caciques do PT precisam fazer uma profunda varredura na vida pregressa do ungido.

Em tempos de lei da Ficha Limpa, o sujo precisa ser lavado pelas urnas. 

O outro lado

Roberto Barros já foi “advogado” do governo em ação movida pelo TJ

O presidente eleito do Tribunal de Justiça do Acre, Roberto Barros, já atuou como advogado do Palácio Rio Branco em ação movida pelo atual presidente Adair Longuini contra o governo. No início do ano passado, Longuini impetrou uma série de ações contra o Estado no Supremo Tribunal Federal pedindo mais recursos para o Judiciário e a devolução de recursos previdenciários descontados dos salários dos servidores.

À época do cabo de guerra Executivo versus Judiciário Roberto Barros era o procurador-geral do Estado. Já de olho na cadeira que seria aberta no Tribunal, Barros evitava um confronto mais acintoso com seu futuro lugar de trabalho. Barros foi escolhido pelo governador Tião Viana na lista tríplice indicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Roberto Barros é o mais jovem membro a ocupar a presidência do TJ. Judiciário e Executivo chegaram a se confrontar quase por um mês no STF.  As pazes e as relações entre os dois poderes foram retomadas após negociações de acordo. O governo se comprometia a atender aos pedidos financeiros e o tribunal retirava os processos do STF.

Desde então Longuini e Tião Viana mantêm uma relação cordial. O governo liberou recursos para a construção da Cidade da Justiça em  Rio Branco e Cruzeiro do Sul, além de investimentos para melhoria no atendimento ao cidadão. A tendência é que a partir de 2013, quando Barros assume a presidência, a relação entre Executivo e Judiciário ocorra sem polêmicas e troca de farpas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Militância


Um dia após aparecer na propaganda eleitoral do PT, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) realmente caiu de corpo e alma na campanha de Marcus Alexandre. A foto acima exemplifica bem isso. A comunista não perdeu tempo e embarcou para Brasília. Nesta quarta-feira conduziu os trabalhos da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que é presidida por ela. 

Perpétua Almeida deu um alô na propaganda de Marcus Alexandre, não citou o nome do petista e tampouco pediu votos para ele. Mais uma evidência de que seu apoio ao PT ocorreu por livre e espontânea pressão. À parlamentar só restou a opção de ficar bem longe do Acre até o domingo de eleição para evitar mais constrangimentos.

Pulo do 13

NOTA À COMUNIDADE ACADÊMICA

 A Coordenação do Curso de Ciências Sociais, que em parceria com o Curso de Comunicação Social/Jornalismo e apoio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal do Acre, realizaria no próximo dia 19 de outubro o evento Diálogos com a Academia, tendo como convidados os candidatos a prefeito de Rio Branco – senhores Marcus Alexandre (PT - Coligação Frente Popular de Rio Branco) e Tião Bocalom (PSDB - Coligação Produzir para Empregar) –, informa o cancelamento da atividade.

As tratativas para realização do evento tiveram início na data de 10 de outubro e no dia 12 as duas coligações foram oficialmente convidadas a participar. Posteriormente, no dia 15, às 20h, na Sala dos Professores do CFCH, a Comissão Organizadora aguardou os representantes das duas coligações para discutir o regulamento da atividade.

No entanto, ao encontro compareceram apenas os representantes da Coligação Produzir para Empregar. Mesmo assim, a Comissão redigiu uma minuta de regulamento, que foi igualmente compartilhada com as assessorias dos dois candidatos, para análise e confirmação de participação no evento.

Na data de 16 de outubro, já com a confirmação de participação do candidato da Coligação Produzir para Empregar, a Comissão aguardou um posicionamento do candidato da Coligação Frente Popular de Rio Branco. Às 23h07min do mesmo dia, por meio de correio eletrônico, a assessoria da coligação comunicou a impossibilidade de seu candidato comparecer ao evento, alegando incompatibilidade de agenda, em função de compromissos assumidos anteriormente.

Diante disso, a Comissão Organizadora decidiu pelo cancelamento da atividade, considerando que a participação de um único candidato poderia implicar em tratamento privilegiado, segundo orienta a legislação eleitoral brasileira, além de comprometer fundamentalmente a dinâmica proposta para o debate, cujo objetivo era propiciar o diálogo de professores e alunos com os candidatos e a discussão igualitária das propostas políticas das duas coligações para a administração da cidade de Rio Branco.

 Rio Branco-AC, 17 de outubro de 2012.

 Coordenação do Curso de Ciências Sociais da UFAC

e Comissão Organizadora do Evento Diálogos com a Academia

Cameli pra cá e pra lá

Este segundo turno em Rio Branco tem um fato em especial: ambos os candidatos, Marcus Alexandre (PT) e Tião Bocalom (PSDB), têm o apoio direto ou indireto do ex-governador Orleir Cameli, considerado um dos piores governos da história recente do Estado. Presas a este apoio, nenhuma das campanhas pode tocar no assunto. O que está em situação mais “delicada” é o PSDB.

Enquanto o PT atribui ao grupo político dos tucanos a responsabilidade pela “herança maldita” dos governos da década de 1990, o PSDB não pode retrucar por ter em seu palanque o deputado federal Gladson Cameli (PP), sobrinho de Orleir. O PP indicou o vice de Bocalom, o vereador Alysson Bestene.

Hoje o ex-governador, demonizado pelo PT quando na oposição, é um dos principais aliados do Palácio Rio Branco no Vale do Juruá. O vice-governador César Messias é primo de Orleir Cameli. As empreiteiras da família Cameli foram detentoras de alguns lotes na pavimentação da BR-364 entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul.

Mesmo sem poder criticar a aliança do PT com “velhos caciques da oposição”, o PSDB não controla as críticas da militância nas redes sociais, que lembram a ligação entre os petistas e o ex-governador. Já o grupo do PT é mais cauteloso, evitando citar Orleir. O alvo são outros líderes da definida “turma da oposição” no grupo de Bocalom.  

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hay boca no!


Everybody loves Marina

Marina chega para votar em Rio Branco no 1 turno 

A direção do PT no Acre está em negociações intensas para assegurar o apoio da ex-senadora Marina Silva ao candidato Marcus Alexandre (PT) que enfrenta o segundo turno com Tião Bocalom (PSDB) pela prefeitura de Rio Branco. Uma das estratégias já executadas foi colocar Marcus Alexandre ao telefone com Marina, já que ela mora em Brasília.

Ao telefone o petista pediu o apoio de Marina e uma possível colaboração no segundo turno. Marina se manteve neutra durante todo o primeiro turno. Uma cópia do plano de governo do candidato foi enviada para ex-senadora analisá-lo. Não há previsão de quando (e se) ela declarará o apoio. “Não queremos pressionar a Marina, não está ocorrendo nenhuma pressão”, diz André Kamai, coordenador da campanha do PT.

Para ele, a adesão da ex-companheira respalda a candidatura de Marcus Alexandre e traz de volta a velha militância petista inconformada com o processo de escolha do candidato. A definição de Alexandre como o nome do PT provocou desgastes dentro do partido e do bloco de partidos que dá sustentação ao governo Tião Viana, a Frente Popular do Acre.

Mais no Eleições 2012 Terra

Tucano na terra de Chico

Este é Marcinho Miranda, o prefeito eleito da cidade de Xapuri. Ele é do PSDB e nasceu em Ji-Paraná, interior de Rondônia. Ele obteve um feito histórico: conseguiu desbancar o Partido dos Trabalhadores na terra de Chico Mendes, na terra onde a outrora esquerda acreana deu seus primeiros passos.

O tucano é filho do campo, e não do seringal. Seus pais são produtores rurais e ele cresceu no movimento de defesa do campo. Marcinho Miranda mora em Xapuri há mais de 20 anos, mesmo assim ainda carrega o forte sotaque do interior de Rondônia, do Paraná....

Ele venceu sobre a péssima gestão das prefeituras petistas em Xapuri. O último prefeito petista antes do atual, Julio Barbosa, deixou a gestão cercado de denúncias de malversação com as verbas públicas. Desde então Xapuri ficou entregue às moscas. A cidade de Chico Mendes, com um imenso potencial turístico, sofre com o abandono.

Em cima da insatisfação dos moradores, Marcinho Miranda levou a melhor. A missão do tucano é reconstruir Xapuri, recuperar a autoestima de sua população e fazer com que a “princesinha do Acre” possa explorar o turismo. Que o tucano Marcinho Miranda faça do ex-petista Chico Mendes a melhor referência para desenvolver o município.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Linha 2

O governador Tião Viana acompanhado dos diretores da Eletrobras


O governo afirma que a Linha 2 da rede de transmissão de energia pelo SIN (Sistema Interligado Nacional) vai entrar em funcionamento em novembro. Que esta não seja mais uma promessa feita pelo governador Tião Viana em véspera de eleição. Pois enquanto o sistema elétrico fica nesta esculhambação, vamos vivendo na bagunça das quedas constantes de energia, que resultam na queda da telefonia, internet... 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Terra partida

Obra mostra que 2 milhões de hectares na Amazônia estão nas mãos de políticos 



A Amazônia está nas mãos dos políticos. A declaração parece óbvia, pois a região está sob o controle do Estado brasileiro, que é comandado pelos políticos. Porém ela não se refere a este sentido, mas no de dizer que as terras da Amazônia estão dominadas, em sua grande parte, por políticos dos mais diversos partidos e cargos: prefeitos, vereadores, deputados...

Este é o retrato exposto no livro Partido da Terra, do jornalista Alceu Luís Castilho, lançado no fim de setembro. A obra é resultado de três anos de estudo e análise de 13 mil documentos. A principal base de Castilho foi a declaração de bens entregue pelos postulantes a cargos públicos no registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral.

No Acre, segundo ele, 13 dos 22 municípios possuem políticos como latifundiários. O principal dele é o prefeito de Jordão, Hilário de Melo (PT), com 18 mil hectares, incluído na lista dos 31 maiores políticos donos de terra na Amazônia. São mais de dois milhões de hectares em nas mãos de políticos na maior (ainda) floresta tropical do mundo.

De São Paulo, onde mora, ele concedeu, por e-mail, a seguinte entrevista para o Política na Floresta:    

 
Seu livro retrata a porção de terras na Amazônia concentradas nas mãos de políticos. Fica a pergunta: antes de se transformarem em políticos essas pessoas já eram latifundiárias, ou passaram a ser depois que entraram na política?

Alceu: Há os dois casos. Temos o prefeito de Jordão, no Acre, por exemplo, Hilário Melo, que vem de uma família que ocupava há tempos a região. Ele tem quase 18 mil hectares. Por outro lado há casos de políticos que não tinham nada e foram acumulando com o tempo – e em paralelo à atividade pública. O nome mais famoso dessa segunda tendência é o do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O livro detalha a história de Barbalho, em capítulo específico sobre o Pará. Pode-se dizer que os políticos enriquecem com as terras, são rentistas. Boa parte do dinheiro obtido vai parar nas fazendas, no gado.

Para ocupar a Amazônia os militares adotaram o mote “terra sem homem para homens sem terra”. A quantas anda a reforma agrária na maior região do país? Há terras para homens sem-terra?


Alceu: Esse modelo de colonização é bastante questionado nos meios acadêmicos. E tinha objetivos militares, conforme as concepções – defensivas – do general Golbery do Couto e Silva. É bastante reconhecido, também, que esse planejamento não levou em conta especificidades locais – inclusive as do solo. Boa parte do que o governo federal reconhece como “reforma agrária” nada mais é que reconhecimento de posses, e não fruto de projetos de assentamento. Os homens sem-terra deveriam ter terra em todo o território brasileiro, em seus locais de origem. A Amazônia, assim como o restante do território, foi e está sendo ocupada desordenadamente.

O que trava a reforma agrária na Amazônia? Justamente o fato de parte de suas terras estarem nas mãos dos políticos?


Alceu: O livro desenvolve a idéia de um “sistema político ruralista”. Esse sistema, historicamente, tem travado a reforma agrária em todo o Brasil, não somente na Amazônia. O fato de terras estarem diretamente nas mãos de políticos é uma das demonstrações de que os homens públicos (no Executivo, no Legislativo) não têm interesse em fazer uma reforma agrária efetiva, que desafie o modelo de apropriação do território – excludente, violento, ambientalmente desastroso.  Os políticos perpetuam a desigualdade porque dela são beneficiários.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário executou o programa Terra Legal, que tinha por objetivo regularizar as propriedades rurais na Amazônia. O programa deu certo ou foi travado pelos políticos latifundiários?


Alceu: Não me sinto à vontade para fazer um diagnóstico específico sobre a execução do Terra Legal. Geógrafos, sociólogos, antropólogos podem falar sobre esse e outros temas com mais propriedade. Agora, boa parte dos políticos latifundiários vive de renda, ou do que ganham com propriedades extensivas. Não existe notícia de que queiram largar o osso voluntariamente, em benefício do conjunto da sociedade brasileira. O principal responsável é o Estado – claro, administrado por coalizões partidárias que têm nesses políticos uma de suas principais expressões.

No seu livro foi possível apurar como estas áreas estão sendo aproveitadas? De que forma estas terras dos políticos estão ocupadas: para a exploração do agronegócio ou o uso sustentável da floresta por meio do manejo florestal?

Alceu: As declarações de bens são incompletas. Seria ótimo se cada político informasse, com detalhes, quantos hectares possui e o que produz (ou não produz) nele. A sociedade brasileira precisa cobrar cada vez mais essa transparência. Mas, no caso da Amazônia, não há muito segredo: os dados disponíveis mostram que a maior parte dos políticos com terras na região cria gado. O mesmo gado responsável pelo desmatamento. O caso de São Félix do Xingu, no Pará, onde há o maior rebanho bovino do país, e um dos maiores desmatamentos segundo o Ibama, é emblemático: políticos de vários Estados possuem terra ali. Para criar gado.

Quais foram (e são) as políticas da União para evitar esta superconcentração de terras na Amazônia? Há como corrigir esta falha ou cabe a nós somente chorar o leite derramado?


Alceu: A reforma agrária é apresentada por setores conservadores como um bicho de sete cabeças. Muito longe disso. Não é algo revolucionário. Faz parte do capitalismo promover reforma agrária. Assim aconteceu em todo o mundo. O Brasil só perde para o Paraguai em concentração fundiária. A sociedade, portanto, precisa cobrar o que está previsto na Constituição: reforma agrária efetiva. E não disfarces, escamoteamentos da realidade. Não se trata de cobrar bom mocismo dos políticos, e sim que cumpram a lei. Uma ótima oportunidade seria confiscar sumariamente as terras de fazendas envolvidas em trabalho escravo. Que se combata imediatamente a violência e o abuso de proprietários inescrupulosos. A efetivação da PEC do Trabalho Escravo, portanto, seria um passo exemplar. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Bah Tchê


José Luiz Tchè (PDT), como sugere o nome, é um gaúcho que perambula pelo Brasil em busca de aventuras políticas que lhe rendam dividendos financeiros. No Acre encontrou um bom porto seguro. Na terra do herói gaúcho da Revolução Acreana, José Plácido de Castro, Luiz Tchê encontrou espaços generosos no governo do PT.

No final do primeiro semestre desse ano decidiu romper com o governo. Alegava falta de espaço para sua candidatura à Câmara dos Deputados em 2014. Com o crescimento da oposição e até então com chances reais de vencer no primeiro turno embarcou em ninho tucano.

Não ficou nem três meses lá, após um doloroso processo de rompimento de seu partido com a Frente Popular.. Quando ficou decidido nas urnas que Bocalom precisava de mais um turno para tentar a vitoria, voltou chorando para o colo do governador Tião Viana.

Tchê é mais uma espécie dos típicos políticos de nosso país, que usam a política apenas como instrumento de melhoria da própria vida, que fazem política não para o coletivo, mas para si próprios.

Esse tipo de ”liderança” não precisamos cuidando da coisa pública. Com este comportamento ele não terá mandato de deputado federal nem de estadual.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

MDB de volta?

A oposição esteve hoje reunida na sede do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O PMDB é o mesmo MDB dos anos da ditadura militar que reunia toda a oposição. O MDB aglutinava as correntes da esquerda órfãs pelo bipartidarismo, e opositores aos generais, sem necessariamente serem socialistas, marxistas, trotskistas...

Hoje, durante a coletiva de imprensa para anunciar a união da oposição no Acre para enfrentar o petismo, imaginei como os tempos mudaram. O PMDB acreano colocou em sua sede nesta terça partidos das mais diversas matizes ideológicas, da direita à esquerda, até as legendas nanicas de aluguel.

O grupo reunido no PMDB tinha um adversário comum: o teoricamente esquerdista PT, que tenta de todas as formas sobreviver no poder. A ideologia comum da oposição em terreno peemedebista é uma só: vencer o PT para manter algum suspiro de democracia no Acre.

Um dos princípios básicos da democracia é a alternância de partidos no poder. No Acre está tudo dominado. O PT no governo usa da máquina estadual e federal para sua perpetuação. A oposição, limitada pelos superpoderes do petismo, aos poucos vai conseguindo respirar.

Elegeu a maioria dos prefeitos no interior, incluindo o segundo maior colégio eleitoral, Cruzeiro do Sul. O PSDB tem seis prefeitos eleitos, o PMDB quatro. O presidente do PSDB, Marcio Bittar, ressaltou a necessidade de a oposição sair vitoriosa nas urnas para garantir o livre Estado democrático de direito, “em que as pessoas tenham a liberdade de pensar, de se expressar, de escolher suas preferências políticas sem serem perseguidas por isso”.     

Veja mais:

 PT fica sem alianças e PSDB fecha com oposição 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E agora Bocalom?

O primeiro turno passou. Por muito pouco o governo não fez seu prefeito ainda neste domingo.  Tião Bocalom não teve a capacidade de manter sua liderança folgada registrada meses atrás. Nas últimas semanas caiu bastante. Dois fatos em especial foram essenciais para isso: a forte força da máquina do governo em ação e a autoconfiança de Bocalom em achar que o efeito 2010 se repetiria em 2012.

“Se vencemos o Tião Viana em 2010 aqui em Rio Branco por que não venceríamos esse Marcus Alexandre agora?” Era a o que mais se ouvia de tucanos e seus seguidores. Venceu em 2010 e perdeu ontem.

O primeiro turno de Bocalom foi marcado por uma série de trapalhadas. Seu programa eleitoral foi de péssima qualidade, não soube reagir à altura dos ataques que sofria do governo e não passou segurança para o eleitor. Ficou mais tempo fora do ar do que em exposição na propaganda eleitoral.

Bocalom confiava no rancor da população no petismo de dois anos atrás. Ao que parece, o governo Tião Viana conseguiu diminuir essa rejeição. Manteve seu governo centrado no social, ao contrário de seus antecessores.

Levou o governo para os bairros, para a periferia (ex-reduto de Bocalom?). A qualidade do Ruas do Povo pode ser pífia, mas para quem lidava com a lama e a poeira ter o tijolo ou o asfalto na frente de casa já foi uma diferença.

Bocalom fala no produzir para empregar mas não explica como aplicará esta plataforma. Faltou mais diálogo com o eleitor. A campanha tucana foi feita com base num suposto sentimento antipetista.

Há, de fato, este sentimento, mas não o suficiente para uma mudança brusca e cujas consequências poderiam ser desastrosas. Na memória do eleitor ainda está bem fresco o Acre antes do PT.

Bocalom subestimou a capacidade política do governador Tião Viana. Por acaso alguém achava que ele entregaria o maior colégio eleitoral do Estado de badeja para Bocalom? De Roma alguma.

Bocalom perdeu no primeiro turno para ele mesmo. Não teve a capacidade suficiente de ficar pelo menos na frente de Marcus Alexandre. Caso queira uma virada vai ter que queimar muita caloria.

É uma nova campanha que começa agora. Bocalom vai ter que deixar seu estilo turrão de fazer campanha, parar de ouvir só a ele mesmo e achar que só o que faz é o correto; lutar para manter os votos deste domingo e “roubar” alguns de Marcus Alexandre. Bocalom não explorou seu currículo de prêmios enquanto prefeito de Acrelândia. A campanha foi totalmente errada.

Marcus Alexandre não vai mudar muito o estilo. Só precisará apresentar mais seu plano de governo, já que foi ofuscado pelos ataques constantes a Bocalom que surtiram o efeito de tirá-lo do primeiro lugar. O segundo round desta batalha está só começando; são só dois gladiadores em campo. Nós ficaremos na arquibancada para ver quem sobreviverá. 

Marina na fila



A ex-senadora e candidata derrotada à presidência em 2010, Marina Silva (sem partido), votou na manhã cedo neste domingo em Rio Branco. Ela chegou por volta das 10h (hora local) à Superintendência do Incra, onde está localizada sua seção 43ª, na 10ª zona eleitoral. Amigos e simpatizantes fizeram companhia a ela durante o voto. Como não é candidata, Marina precisou ficar na fila como os demais eleitores; ela precisou esperar trinta minutos para chegar até a urna.

"Que esta de fato seja a festa da democracia em todo o País. Nos lugares onde há segundo turno é uma oportunidade para o eleitor pensar duas vezes, refletir duas vezes", disse ela. Marina Silva disse estar aberta a conversas em Rio Branco sobre um possível 2º turno. "O que eu quero é o aprofundamento das conquistas", defendeu ela.

Fundadora do PT no Acre, Marina deixou o partido após desgaste durante sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O ambientalismo de Marina no governo acabava por se chocar com o desenvolvimentismo no Planalto, capitaneado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

Veja mais em Eleições 2012 Terra

domingo, 7 de outubro de 2012

Que vença a democracia

Hoje é dia de irmos às urnas. De forma consciente escolher o homem ou a mulher que cuidará das nossas cidades pelos próximos quatro anos. Em Rio Branco, muito mais do que uma eleição de prefeito, esta campanha se mostrou mais um cabo de guerra governo x oposição. Com ambos os lados jogando todas as fichas para a vitória já neste domingo, sem necessidade de um segundo round.

Esta eleição se transformou em plebiscito, onde o que está em avaliação é o petismo e seu modus operandi. A oposição também está em teste nas urnas. Ninguém sabe o que sairá delas logo mais. As pesquisas Ibope são piadas esdrúxulas, sem graça. Não merecem o mínimo de crédito.

Derrotados em 2010 na capital, os petistas adotaram em 2012 as estratégias de sempre. Eles têm a melhor estrutura na mão. Usam de seu poder para se manter no poder, provocando uma disputa desigual e injusta. Colocam os servidores públicos em cargo de confiança para segurar as bandeiras vermelhas, usam dos programas de governo (estadual e federal) para cooptar votos e tentar nos fazer acreditar que eles podem mudar o mundo.

O maior adversário do PT foi o próprio PT. O partido teve como desafio provar para o eleitor ser o novo mesmo sendo o velho. Marcus Alexandre teve uma campanha vazia. Não há mais promessas a serem feitas. Todas elas já foram usadas nas eleições de Jorge Viana, Binho Marques, Raimundo Angelim e Tião Viana. O PT ficou sem discurso. 

A Frente Popular chegou desgastada após um intenso período de embate PT x PCdoB. Aquela velha militância aguerrida já não existe mais, ela não se vê em Marcus Alexandre. A atual situação vivida pelo partido hoje é natural, pois todo poder um dia se deteriora. E esta eleição decidirá se o povo do Acre viu que o petismo e o Vianismo aprenderam com o recado de 2010, ou se tudo continua como dantes.

Já a oposição, depois de bater na trave em 2010, pode enfim soltar o grito de gol. Ela pode sair vitoriosa neste primeiro turno ou ir para um embate ainda mais duro no segundo. Depois de tantas disputas Tião Bocalom (PSDB) enfim poderá dizer –se vencer, lógico – que a esperança é a última que morre.

Em caso de derrota, o melhor é deitar num bom divã para uma profunda reflexão, autoanálise. A derrota oposicionista em 2012 será a garantia de mais domínio petista nos próximos anos, provocando uma lenta e torturante recuperação das forças de oposição, em que a maior prejudicada é a democracia. 

Nas ruas o desejo do eleitor é por mudança. O povo acreano é sábio, entende que o princípio básico da democracia é a alternância de poder. Nosso histórico nos mostra que não temos o costume de deixar um partido muito tempo ditando o ritmo.

As eleições sempre são apertadas por aqui. O PT é o partido que mais tem resistido no poder, justamente por conta de seu modus operandi. Que mais uma vez o povo acreano fique cara a cara com a urna e escolha o que é melhor para toda a sociedade. Que no fim das contas (e da apuração), a democracia saia fortalecida. 

sábado, 6 de outubro de 2012

No gogó

Na capital do Acre, oposição usa carro de som para “desmentir” pesquisa Ibope

Os cinco candidatos de oposição na disputa pela Prefeitura de Rio Branco se reuniram neste sábado (6) para desqualificar a pesquisa Ibope/Rede Amazônica, afiliada Rede Globo, que coloca o petista Marcus Alexandre (PT) à frente 15 pontos do segundo colocado, Tião Bocalom (PSDB). Segundo a pesquisa divulgada na noite desta sexta-feira (5), considerando somente os votos válidos, o candidato do PT poderia vencer já no primeiro turno com 50%.

Para “desmentir” os números apresentados, os prefeituráveis decidiram unir forças para “desmentir” o Ibope. Carros de som deixaram os jingles de lado para mensagens que induzem o eleitor a não acreditar na vantagem da situação. Bocalom é o próprio locutor da mensagem nos carros do PSDB.

Ele cita como exemplo a eleição de 2010, quando, a dois dias da eleição, o instituto apontava vantagem de 13 pontos de Tião Viana (PT). Ao final da apuração a diferença entre os dois foi de um por cento. “Essas pesquisas encomendadas de última hora sempre me colocaram com números bem abaixo dos candidatos do PT, e ao abrirem as urnas o resultado foi sempre ao contrário”, diz o tucano.

Veja mais em Eleições 2012 Terra

Livre escolha



Amanhã os venezuelanos também vão às urnas. Escolherão o novo presidente do país. Hugo Chávez concorre pela enésima vez. Dizem que lá é uma ditadura camuflada por escolha livre dos mandatários.

Na Venezuela o voto não é obrigatório, ao contrário do Brasil, onde o eleitor faltoso é punido. No Brasil, para se garantir a lisura das eleições, as Forças Armadas precisam estar nas urnas.

Fica a questão: qual o conceito de democracia mesmo?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Preso por corrupção

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O governo do Peru indicou não ter pressa para decidir se vai conceder o indulto ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), de 74 anos. O primeiro-ministro peruano, Juan Jiménez, disse que não há prazos para definir o tema. Ontem (4) o presidente Ollanta Humala evitou responder a perguntas sobre o assunto.

“[A decisão] terá o tempo que for preciso", disse o primeiro-ministro. "O [governo do] Peru tem muitos assuntos importantes a serem tratados", completou. "Isso vai levar o tempo necessário para determinar se a pessoa está dentro do que estabelecem as normas relativas à clemência humanitária.”

Jimenez disse que o governo vai acompanhar o trabalho do comitê encarregado de analisar os pedidos de indulto encaminhados por vários setores em favor de Fujimori. Todos os pedidos alegam que o estado de saúde do ex-presidente é grave. Fujimori sofre com um câncer de boca e cumpre pena de 25 anos de prisão por crimes de corrupção e contra a humanidade.

O primeiro-ministro acrescentou ainda que a decisão sobre o indulto será técnica e baseada em relatórios médicos sobre o estado de saúde de Fujimori. Segundo informações preliminares, dois oncologistas disseram que Fujimori não é doente terminal nem sofre condições de confinamento na prisão.

Fujimori cumpre pena de prisão por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos. É acusado também por um grupo de mulheres de esterilização forçada e sem consentimento, no período de 1996 a 2000, em diversas cidades peruanas, na região de Cuzco.

Há indicações de que cerca de 300 mil mulheres foram esterilizadas no período, por meio de ações do governo.

As buchas de 2012

Nunca antes na história desse Estado tivemos uma eleição em que o nível da qualidade de nossos candidatos fosse tão ruim. Os dois e únicos debates realizados esta semana foram a comprovação disso. No debate da TV Gazeta, o desempenho dos candidatos foi tão esdrúxulo que não houve sequer o campeão ou o derrotado. Na TV Acre pelo menos foi possível um ranking simples, pois qualquer análise mais profunda provocaria um imenso desgaste psicológico no indivíduo.

O troféu de bucha do ano vai para, lógico, Antônia Lúcia (PSC), o vice é Fernando Melo (PMDB). Após dizer que vai fazer overbooking no sistema de saúde municipal (entendeu?), agora ela declarou que Acrelândia é a capital do Acre. A TV Acre teria agido melhor se tivesse trocado Antônia Lúcia pela professora Maria Peregrina (PSOL), para ver se muda isso aí, já que nada é impossível de mudar.

Antônia Lúcia provoca mais risos do que qualquer outra sensação. Ela substituiu o Tijolinho e seus bambures nesta eleição. Fernando Melo no debate de ontem parece que tinha chupado umas mangas verdes minutos antes. Estava raivoso, cara fechada, partindo pra cima de tudo e todos – nem o menosprezado paranaense Tião Bocalom (PSDB), em tese aliado, escapou.

Logo ele que criticou tanto a baixaria entre PSDB e PT foi o cinturão de ouro na TV Acre. De forma baixa e deselegante chamou o adversário do PT de “pau mandado”. Atitude reprovável e uma agressão não ao petista, mas ao eleitor em casa. O espaço que deveria ser aproveitado para debates de ideias se transformou numa arena com cinco gladiadores.

Se há pau mandado Fernando Melo também o foi por 13 anos enquanto foi secretário de Jorge Viana, deputado estadual e federal pelo PT; só saiu de lá quando levou um pé na bunda dos caciques. Agora se apresenta como a verdadeira oposição.

Bocalom mais uma vez se mostrou nervoso. Não passou segurança no que dizia, gaguejava e se perdia nas informações. Bocalom pode até ser bom nas ruas, no corpo a corpo com o eleitor, mas quando fica cara a cara com as câmeras os nervos ficam a flor da pele. Ao contrário de Fernando, manteve um embate mais “cavalheiro” com o petista.

Marcus Alexandre por sua vez (agora vestido de polegar vermelho) manteve o script e o roteiro repassados pelos marqueteiros. Tem os números e as informações na ponta da língua. É o mais preparado, o mais qualificado, mas não passa segurança política, carisma. Sua face, apesar de nova, carrega as rugas dos cansados anos de petismo no Acre, do qual  o povo parece ter se cansado. 

O campo de batalha está limpo para domingo. O povo vai às urnas. A decisão está nas mãos do eleitor – que ele seja soberano em seu voto e que vença a democracia.

O ruim piorou

O último debate em Rio Branco (AC) antes do primeiro turno, organizado pela TV Acre/Rede Globo na noite desta quinta, foi mais uma vez marcado pelo acirramento do cabo de guerra entre governo e oposição, com as propostas para o eleitor ficando em segundo plano. Desta vez os ânimos ficaram acirrados e a própria oposição se desentendeu, quando o candidato Fernando Melo (PMDB) questionou a capacidade de Tião Bocalom (PSDB) em administrar a capital do Acre.

O peemedebista indagou Bocalom se sua experiência de administrar uma pequena cidade do interior –Acrelândia – o gabaritava a governar a maior cidade do Estado. “O eleitor precisa estar atento para saber este cidadão está apto a cuidar de nossa cidade, qual a sua capacidade administrativa”, afirmou Melo.


Veja mais no Terra Eleições 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Neutralidade


Vereadora de Rio Branco no início dos anos 1990, a ex-senadora petista Marina Silva chega a Rio Branco neste fim de semana para votar nas eleições municipais. Morando em Brasília desde 2010, a acreana se manteve neutra no processo eleitoral do Estado, não declarando apoio a nenhum dos candidatos a prefeito na capital. Durante este período de campanha, Marina esteve apenas uma vez na cidade.

Gravou mensagem de apoio a dois candidatos a vereador; um do PT e outro do PV. Fora esta manifestação, Marina preferiu o silêncio. Fundadora do PT no Acre, ela não esteve no palanque de Marcus Alexandre (PT).

Em entrevista recente ao “Valor Econômico”, a ex-senadora defendeu que o melhor para Rio Branco seria o futuro prefeito ser decidido no segundo turno. "Quando a gente fica muito tempo em um lugar, tem ensinamentos que são pedagógicos. Essa pedagogia se revela nas dificuldades”, disse ela ao analisar os 14 anos de PT no governo acreano.

Conforme Marina Silva destacou em entrevista à TV Gazeta, esta é a primeira vez que participa de uma eleição sem estar filiada a algum partido. “É muito importante que haja o debate do que queremos para nossa cidade, em relação aos cuidados da nossa cidade, e como cidadã eu não me furto deste debate”, afirmou.

Em 2010, Marina Silva obteve a terceira posição na disputa presidencial no Acre, atrás de José Serra (52,12%) e Dilma Rousseff (23,92%). A acreana obteve 23,45% dos votos válidos em sua terra natal.

Deu na BBC

Discurso e prática: governo do PT prega sustentabilidade mas principal rio da cidade sofre agressões como essa

A menina Érica Bezerra, 9 anos, foi ao módulo de saúde localizado a poucos metros de sua casa. Ela não se sentia bem há cinco dias. Tinha fortes dores de cabeça, náuseas e os olhos estavam ressecados.

Ao tentar uma consulta às 11h da segunda-feira passada, foi informada de que naquele horário não seria mais possível atendê-la. Ela teria que chegar pelo menos antes das 7h do próximo dia para tentar o atendimento.

Érica mora no bairro Vitória, periferia de Rio Branco, a capital do Acre. Bem ao lado de sua casa há uma obra inacabada que faz o esgoto de toda a comunidade se acumular. O esgoto, por sinal, desce por toda a rua de barro até ''desaguar'' no buraco aberto.

Este caso no Vitória é apenas um entre os milhares em Rio Branco, que fica no extremo oeste da Amazônia. Segundo o Instituto Trata Brasil, especializado em assuntos de saneamento básico, Rio Branco tem apenas 20% de seu esgoto coletado. No ranking do saneamento elaborado pelo Trata Brasil, a capital acreana aparece na 91º posição entre os cem maiores municípios do país.

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