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sábado, 28 de fevereiro de 2015

O bom garçom

O ex-prefeito de Rio Branco e deputado federal Raimundo Angelim (PT) foi confirmado na semana passada o novo líder da bancada acreana em Brasília. A indicação de Angelim já tinha sido antecipada por Contilnet Notícias no começo do mês, e confirmada agora. O petista terá como vice da liderança o também deputado de primeiro mandato Alan Rick (PRB).

Raimundo Angelim foi o candidato a deputado federal mais bem votado nas eleições de 2014. Sua boa gestão à frente da prefeitura da maior cidade do Estado é apontada como o fator que impulsionou o desempenho nas urnas. Ele substitui o senador Sérgio Petecão (PSD), que ocupou a função nos dois últimos anos.

O sucessor natural de Petecão era Sibá Machado (PT). Com sua escolha para liderar a bancada do PT na Câmara, Sibá indicou Angelim para a função. Mas o cargo de ex-prefeito foi outra grande credencial para o petista liderar a bancada. Angelim é um especialista da política “pires na mão”, a busca implacável de um prefeito de uma capital pobre por verbas federai.

E são estas verbas que asseguram a sobrevivência do Acre – seja debaixo de chuva ou na seca. Oito anos à frente da prefeitura e da associação dos municípios do Acre o fizeram conhecer os caminhos e labirintos para chegar até as minas federais.

Politicamente o cargo de líder assegura boa visibilidade diante dos eleitores. Se souber bem buscar recursos e (o mais importante) sua liberação pode obter bons dividendos nas próximas eleições.

Afinal, conseguir dinheiro para prefeituras e governo passou a ser o grande mérito dos deputados e senadores acreanos, ao invés de exercerem a função de um parlamentar, de fiscalizar as ações do governo e cobrar a correção de problemas.



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

“Novo Haiti”, pela ONU

Não há como negar os esforços que estão sendo feitos para erguer um novo Haiti. A reconstrução do país devastado pelo terremoto de 2010 é tangível na capital, Porto Príncipe. Ruas ganharam asfalto, novas escolas abriram suas portas e residências passaram a ocupar o espaço onde antes estavam 10 milhões de metros cúbicos de escombros, quantidade suficiente para encher 4 mil piscinas olímpicas.

“No momento do terremoto, a Missão da ONU aumentou sua capacidade devido ao tamanho da devastação no Haiti e ao efeito que essa catástrofe teve, não apenas na capacidade do governo de responder a ela, mas também em todas as instituições que foram gravemente afetadas. Um terço dos funcionários públicos morreu e houve uma pressão enorme sobre alguns serviços, como o de saúde”, explicou a chefe da Missão da ONU para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), Sandra Honoré.

O símbolo dessa nova era é a Praça Boyer, um centro de lazer dos hait ianos, onde pessoas de todas as idades desfrutam de iluminação pública, quadras de esporte e atos cívicos. Ocupada por barracas de famílias de deslocados internos até 2013, a praça é também um local de aprendizagem.


O Programa das Nações Unidas para os Assentamos Humanos (ONU-Habitat), em conjunto com o Ministério de Trabalhos Públicos, aproveitou o espaço da Praça Boyer e, em janeiro de 2015, começou a compartilhar com os haitianos normas seguras de construção e a ensiná-los como construir melhor. Para baixar os custos das obras, muitos haitianos reciclam material encontrado nas ruas e não contam com mão de obra especializada para assessorá-los nas etapas de construção e como deixá-las seguras para enfrentar novos riscos, daí a importância desta parceria.


Dos 1,5 milhão de deslocados após o terremoto, apenas 80 mil permanecem em campos, menos de
1% da população. Muitos, no entanto, serão realojados a partir de janeiro em um programa de acompanhamento do governo e a Organização Internacional para as Migrações (OIM). A iniciativa fornece um subsídio equivalente a um ano de aluguel para as famílias cadastradas que deixem os campos de deslocados e também verificam as estruturas das novas residências para garantir sua resistência a novos tremores.

O governo também estuda transformar vários assentamentos temporários, onde casas de madeira substituíram há anos as barracas, em bairros formais, proporcionando serviços básicos e infraestrutura para melhorar a qualidade de vida de seus moradores.

“Passaram-se cinco anos, mas ainda há um número considerável de pessoas vivendo em campos. Temos 79 mil pessoas em 105 campos diferentes. Alguns em Porto Príncipe, mas outros em lugares diferentes como o epicentro do terremoto, Leogane”, descreve o chefe da OIM, Gregoire Goodstein. “Quando olhamos para o início, em julho de 2010, quando fizemos o primeiro registro, tínhamos 1,5 milhão de pessoas em campos. Hoje, conseguimos reduzir esse número em 94%.“

Entre as lições aprendidas do processo de reconstrução, Goodstein lembra que grande parte da ajuda humanitária se concentrou em Porto Príncipe e que por isso a cidade acabou sendo transformada em um ímã para pessoas em situação vulnerável em diferentes partes do pais, piorando ainda mais a situação na capital devastada.

“Deveríamos ter descentralizado mais a ajuda humanitária. Em uma cidade bloqueada por escombros e destroços, acabamos agravando ainda mais o problema ao atrair pessoas demais para Porto Príncipe”, disse.

Verticalização de Porto Príncipe

Reconstruir o Haiti implica uma mudança de paradigma. Com um déficit habitacional de 700 mil residências antes do terremoto e um grave problema de escassez de terra e falta de títulos de propriedades, o país precisa encontrar novas formas de proporcionar moradia para as quase 2,3 milhões de pessoas que vivem na área metropolitana da capital. Para isso, o governo trabalha com a população local para mudar percepções sobre questões relacionadas à propriedade e promove a verticalização de Porto Príncipe.

“O Haiti em vez de densificar, ao colocar mais pessoas por metro quadrado,  está se massificando. Todo mundo quer terra, quer jardim, mas ninguém tem dinheiro. É uma situação muito complicada. Esse é um exemplo de como podemos construir no Haiti de forma segura, com mitigação sendo feita e códigos de construção respeitados”, diz o diretor do projeto de moradia e reabilitação de bairros, Clement Belizaire, uma proposta do governo haitiano para levar 5.102 famílias vivendo em seis grandes campos a 16 bairros.

Reconstruir o Haiti implica uma mudança de paradigma. Com um déficit habitacional de 700 mil residências antes do terremoto e um grave problema de escassez de terra e falta de títulos de propriedades, o país precisa encontrar novas formas de proporcionar moradia para as quase 2,3 milhões de pessoas que vivem na área metropolitana da capital. Para isso, o governo trabalha com a população local para mudar percepções sobre questões relacionadas à propriedade e promove a verticalização de Porto Príncipe.

“O Haiti em vez de densificar, ao colocar mais pessoas por metro quadrado,  está se massificando. Todo mundo quer terra, quer jardim, mas ninguém tem dinheiro. É uma situação muito complicada. Esse é um exemplo de como podemos construir no Haiti de forma segura, com mitigação sendo feita e códigos de construção respeitados”, diz o diretor do projeto de moradia e reabilitação de bairros, Clement Belizaire, uma proposta do governo haitiano para levar 5.102 famílias vivendo em seis
grandes campos a 16 bairros.

O projeto, que envolveu o Programa da ONU para o Desenvolvimento, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Escritório da ONU de Serviços para Projetos (UNOPS) e a OIM, contou com a participação ativa dos próprios membros da comunidade para decidir sobre as prioridades da reabilitação do bairro e gerou mais de mil oportunidades de emprego e qualificação de mão de obra.

Claude André-Nadon, chefe de programa no UNOPS, explicou que um dos componentes trabalhados durante este processo foi a percepção de que haitianos poderiam viver em um edifício e mesmo assim ser proprietários. “Um proprietário antes era aquele que tinha acesso direito à terra. Por isso esse projeto é um grande avanço para o Haiti”, disse.

O processo de reconstrução do país teve participação efetiva dos militares. Com o mandato da Missão da ONU para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) alterado após o terremoto, o trabalho das tropas vai muito além da segurança.

Veja matéria completa aqui 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Oposição x base

Oposição na Assembleia do Acre é a maior entre os Estados do Norte 

O governador petista Tião Viana é o que enfrenta, entre seus colegas eleitos e reeleitos em 2014 na região Norte, a maior oposição dentro das assembleias legislativas. É o que mostra reportagem da “Folha de São Paulo” publicada nesta segunda-feira (23). Conforme o levantamento, a oposição acreana ocupa nove cadeiras no parlamento estadual, o que representa 37% do total dos 24 assentos.

Na vizinha Rondônia, por exemplo, o governador Confúcio Moura (PMDB) tem maioria esmagadora, com apenas dois deputados lhe fazendo oposição. Proporcionalmente, a oposição do Acre no legislativo estadual é a sétima maior do país. Roraima e Tocantins lideram; nestes Estados a oposição é maioria,  representando, respectivamente, 71% e 54%.

Esta é uma das oposições mais organizadas que o governo do PT, m seu quinto mandato, enfrenta no Acre. O mesmo quadro se repetiu em 2010, mas com o passar dos anos parlamentares eleitos pela oposição migraram para a base governista.

Na eleição passada nenhum dos que fizeram esta migração foram reeleitos. Apesar da atual boa representatividade, a oposição não representa ameaças aos interesses do Palácio Rio Branco na Assembleia. O governo tem maioria folgada para aprovar seus projetos e barrar propostas inconvenientes dos adversários.

O domínio das cadeiras pelo petista também assegura deixa-lo livre de um eventual processo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) caso ele seja denunciado pelo Ministério Público, e a acusação aceita pelo Judiciário. É preciso uma autorização especial da Assembleia Legislativa para que o governador seja processado.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Clima e políticos temperamentais

As dimensões continentais de nosso país nos faz viver extremos no clima. Enquanto a região que concentra a maior densidade populacional enfrenta uma das piores secas da história, a Amazônia e seus poucos habitantes vive com o drama anual das enchentes que causam inúmeros estragos e transtornos. Mas o que conecta os moradores da periferia do Acre atingidos pela cheia e os de São Paulo com o “apagão” de água é a incompetência dos governantes longevos de ambos os Estados.

Em São Paulo os tucanos já ultrapassam os 20 anos de domínio no governo. No Acre o PT, representado pela irmandade petista, também caminha para duas décadas de hegemonia. No reduto do PSDB a crise da água já tinha sido alertada há muitos anos, mas nenhuma providência foi tomada.

A Sabesp, controlada pelo Estado e capital privado, se preocupou muito mais em garantir os lucros de seus acionistas, a injetar recursos em tecnologias que pudessem amenizar os efeitos da falta de chuvas, garantindo o mínimo de abastecimento na crise.

No Acre o mau-humor dos rios são conhecidos desde que a floresta surgiu milhares de anos atrás. Todo primeiro trimestre de cada ano as chuvas se intensificam, transbordam os mananciais e obrigam milhares de pessoas a abandonarem suas moradias. Em 20 anos de governo, somente agora o PT tenta amenizar o problema com o investimento na construção de casas fora de áreas de risco.

Mas a Cidade do Povo é um paliativo, pois os rios cortam a grande maioria das cidades acreanas, e sempre provocam o transtorno da enchente. O governo Jorge Viana em oito anos preferiu torrar milhões de reais na construção de uma passarela (ou pinguela) inútil no centro de Rio Branco, enquanto milhares veem suas casas submersas todo “inverno amazônico”.

Outras soluções foram apresentadas, como a construção de uma barragem para controlar o nível do rio Acre, evitando, assim, o alagamento de dezenas de bairros. Mas investir nestes projetos não é de agrado dos políticos. Para eles, é muito melhor deixar estas famílias (eleitores) à mercê do sobe e desce dos rios para surgirem como os salvadores da pátria, recebendo muitos votos na próxima eleição.

E fora as vantagens de decretar estado de emergência ou calamidade para beneficiar empresas de empresários aliados.

Rifado pelo PT, mas líder do PT

Ver o deputado Sibá Machado (PT-AC) na liderança da maior bancada da Câmara dos Deputados e do principal partido hoje no Brasil pode significar que esta subida se deu com as bênçãos do petismo do Acre, Estado que caminha para 20 anos de PT no governo, e tido como uma das referências para outros governos petistas. Mas fosse depender do clã Vianista em seu reduto eleitoral, Sibá não teria conseguido nem mesmo sua reeleição.

Sibá Machado passou a constar na lista-negra do Palácio Rio Branco e da cúpula petista subserviente aos interesses de Tião Viana desde que ousou disputar a presidência do PT local, em 2013. Reunindo as correntes minoritárias da legenda, incluindo a Democracia Socialista (DS), o parlamentar encarou o chamado campo majoritário, que orbita em torno da Democracia Radical (DR), do governador Tião.

A disputa foi quase que um duelo de Titãs. De um lado Sibá reunindo os

chamados petistas tradicionais e insatisfeitos com os atuais rumos do partido, e do outro o sociólogo Ermício Sena contando com toda a estrutura do governo em sua campanha para presidente de um partido. Até lideranças de outras siglas da FPA foram convocadas para conquistar votos para Sena sob ameaça de expurgo de seus cargos comissionados.

Sibá, que já foi presidente do PT, perdeu a eleição interna, mas ganhou muitos desafetos. E uma das formas de retaliação por encarar o grupo dominante foi o boicote a sua campanha de reeleição. O deputado precisou se virar nos 30 para encarar a concorrência de ver toda a máquina do Estado empenhada na eleição do candidato de Tião Viana, o agora deputado federal Léo de Brito.

Numa campanha a “pão e água”, conseguiu o segundo mandato. Sibá é um dos petistas mis orgânicos. No auge do mensalão –quando ocupava a cadeira de senador deixada pela então ministra Marina Silva - usou a cartilha do partido de dizer que tudo não passou de uma farsa e golpismo dos adversários. Ele pertence ao grupo do mensaleiro condenado José Dirceu. E sua influência com o ex-ministro mais a militância petista histórica deram forças para liderar a bancada num dos piores momentos para o PT, com o escândalo do petrolão.

Fosse depender do apoio dos irmãos Jorge e Tião Viana certamente ele não teria conseguido a força necessária para um dos postos mais importantes na carreira de qualquer político. Sua indicação para líder foi um duro golpe para a cúpula petista acreana, que não ousou nem mesmo emitir nota de louvores por ter um acreano liderando a bancada da sigla. Para Sibá Machado e seus aliados, a escolha teve um leve gosto de vingança contra os companheiros que trabalharam para enfraquecê-lo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A lenda da Amazônia

A crise hídrica no Sudeste brasileiro que pode causar o colapso no abastecimento de água nas nossas “selvas de pedra” tem provocado um importante debate: a Floresta Amazônica existe e sua preservação não traz consequências só para quem mora nos remotos Estados do Norte. Vez por outra quando o assunto ambientalismo vira atração na São Paulo Fashion Week, a Amazônia é lembrada na chamada grande imprensa.

Agora, a qualquer divulgação de dados sobre o desmatamento da floresta, a Amazônia ganha as capas dos “jornalões”, recebe artigos com análises de especialistas e ganha infográficos no “Jornal Nacional” e “Fantástico”. Aos poucos os brasileiros que nunca se preocuparam em saber a localização da Amazônia procuram saber mais um pouco sobre ela toda vez que vão abrir o chuveiro para tomar banho, e nada cai dele.

Contudo, muito mais do que só a questão do “salvem a Amazônia” e nossos peixes-boi, é preciso lembrarmos que temos 25 milhões de brasileiros vivendo nesta região. E desde que o Brasil é Brasil continuamos com nossos problemas históricos. As velhas oligarquias –de direita e de esquerda – continuam a mergulhar nosso habitantes na miséria, criando grandes latifúndios, e os conflitos de terras com suas vitimas tradicionais.

Na semana passada assistimos à chacina de uma família inteira no Pará, em mais um exemplo da omissão do Estado brasileiro numa reforma agrária séria para o Norte. São criados os projetos de assentamentos com as famílias literalmente despejadas neles. Manter a floresta em pé com sua consequente contribuição para o equilíbrio do clima no planeta passa necessariamente em garantir dignidade aos seus moradores.

A ocupação irregular de terras e o descontrole do Estado continuará a provocar índices recordes de desmatamento que tira o sono de qualquer brasileiro que compreende a importância da Amazônia. Investir em tecnologia para se aumentar a produtividade sem a necessidade de ariri novas áreas é uma das soluções mais plausíveis, mas que parece travar nos gabinetes dos burocratas em Brasília.

Falar da Amazônia é fácil, encarar suas hostilidades e desafios é o grande problema.

Punir os desmatadores com rigor também é uma boa solução. Mas as multas milionárias aplicadas pelo Ibama aos grandes fazendeiros se perdem nos corredores dos tribunais, enquanto o pequeno continua sendo fortemente reprimido, levando-o a mergulhar ainda mais na pobreza. Assegurar valores competitivos de fato aos produtos madeireiros e não-madeireiros manejados de forma sustentável também assegura a competividade do extrativismo vegetal, ante lucratividade rápida e fácil do boi.

Estas são soluções de conhecimento amplo, mas que se emperram na má vontade política de nossos representantes, boa parte deles financiados pelos velhos grupos que querem manter a Floresta Amazônica como os quintais de suas mansões. Que esta crise hídrica leve à elite pensante do centro-sul a cobrar ações mais enérgicas de Brasília, pois neste país só a voz rouca das ruas paulistanas parecem ser ouvidas. É melhor se agir agora antes que a Amazônia vire, logo mais breve, apenas em imagens salvas no Google. Frear o desmatamento garantirá mais água na Cantareira e o fim de cálculos enfadonhos para sabermos em quantos Pacaembus caberia a floresta desmatada no último mês.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Marina Silva falou, Marina Silva avisou

A crise hídrica não é um problema só para milhares de brasileiros que moram nas regiões afetadas pela seca prolongada, levando-os ao racionamento de água e à dura realidade de ver suas torneiras vazias. Aos poucos ela afeta a economia do país, e não somente no sentido de colocar em risco a produção de energia. A falta de água começa a afetar a produção industrial.

Sem água, uma das matérias-primas base, as fábricas também não funcionam. Ela é usada em várias fases no sistema fabril. E sem ela a produtividade fica comprometida. Preocupados com esta situação, muitos industriais já pensam em sair do centro industrial nacional localizado Sudeste e migrar para outras. E a Amazônia pode ser um dos destinos mais seguros.

Temos a maior bacia hidrográfica do mundo. Por mais que soframos com os temperamentos de São Pedro, as chuvas continuam a cair, mantendo nossos principais rios sempre caudalosos. A Zona Franca de Manaus é um bom exemplo do sucesso industrial na floresta.

Além da segurança hídrica e energética ela conta com o que o empresariado mais sonha: a isenção de impostos. A falta de chuvas no Sudeste compromete a hegemonia daquela região como centro industrial, e levará para regiões mais pobres do país empreendimento que podem gerar riqueza e tirar da miséria outro tanto de brasileiros.

Os governos da Amazônia precisam estar atentos a este comportamento. Nunca antes na história deste país o clima parece afetar tanto o movimento de investimento da economia. Mas a busca das indústrias pelo “El Dourado” das águas deve contar com responsabilidade ambiental. Afinal, só há chuvas regulares porque ainda temos parte da floresta intocada pela ação humana, e é parte desta mata que regula o tempo do Oiapoque ao Chuí.

A atração das indústrias para o Norte precisa vir acompanhada de políticas responsáveis de conservação de nossos mananciais. Sabemos que todo grande empreendimento tem seus impactos com sérios danos ao ambiente. E a preservação das fontes hídricas deve ser prioridade, pois, caso contrário, a degradação ao longo dos anos pode acaba como nossa vantagem.

Depois de 500 anos o Brasil começa a olhar a importância deste pedaço de terra que representa mais da metade de seu território, mas sempre relegado a terceiro plano nas políticas de desenvolvimento dos governos. Está sendo preciso milhares de paulistas, mineiros, capixabas e cariocas ficarem de balde na mão para o começo de um novo olhar sobre a Floresta Amazônica.

Depois de investirem bilhões de reais na construção de usinas hidrelétricas na Amazônia para abastecer as industrias do Sudeste, ao que tudo indica esta energia ficará por aqui mesmo para abastecer as neoindústrias da floresta. São as mudanças climáticas com seus efeitos mais drásticos no Brasil.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Acabou o Carnaval

Não é de hoje que as finanças do Acre são motivo de preocupação. Após assumir a herança maldita deixada pelo governo anterior, o PT está a caminho de mergulhar o Estado no mesmo abismo do passado por conta de práticas irresponsáveis para assegurar seus sucessivos mandatos, em quase duas décadas de dominação. E o resultado disso está comprovado agora, conforme reportagem da “Folha de São Paulo” em que o Acre apresentou o pior déficit proporcional em 2014.

Desde 2011 sucessivos alertas são emitidos pelo Tribunal de Contas (ele existe) tocante aos limites de gastos com pessoal. O governo Tião Viana opera sempre no limite do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal quanto ao gasto com o funcionalismo. O governo adora evocar esta importante legislação para dizer que cumpre cada um dos seus artigos religiosamente. Mas a prática é bem outra.

Esta gastança com a folha infelizmente não resulta em benefícios para os cidadãos, pois grande parte dela se destina a cargos para acomodar os aliados da Frente Popular. Ainda temos déficits ou desvalorização naquilo que mais importa: policiais, médicos, enfermeiros e professores.

O governo enfrenta dificuldades. A crise não é um “privilégio” só de Brasília, mas afeta os brasileiros de Norte a Sul. Dependente de transferências federais, o Acre sofre com a queda de arrecadação nacional. Tal cenário fez o governo Tião Viana levar o Acre a endividamento recorde; crescimento de 95% nos últimos quatro anos.

O governo tenta passar a imagem de tranquilidade, que tudo está bem, que estamos longe de nosso teto de endividamento. Sim, estamos, mas fazer empréstimos num Estado que não consegue nem ao menos arcar por conta própria suas despesas tidas como essenciais, fica a preocupação de saber como toda esta dinheirama obtida junto aos bancos será paga.

O Palácio Rio Branco paraec viver num mundo fora da realidade. Enquanto governos estaduais em todo o país anunciam pacotes de cortes para manter seus equilíbrios, no Acre o governo incha ainda mais a estrutura do Estado com cargos políticos de livre nomeação. Não há sinais de se adotar um plano de austeridade, e o governo continua gastando muito e gastando pessimamente os escassos recursos dos acreanos.

O Acre que de fato foi um exemplo de execução de seu orçamento com responsabilidade fiscal nos governos petistas de Jorge Viana e Binho Marques corre o risco, numa linguagem do mercado de capitais, de ter sua nota de investimento rebaixada por conta do governo Tião.

E o pior de tudo é saber que as principais apostas do governo para aumentar suas receitas e reduzir a dependência de crédito externo estão em risco pelas crises que se avizinham. Crises na economia brasileira resultam em queda de arrecadação que alimenta os Estados.

A gigante Petrobras se vê a cada dia apequenada com sucessivos escândalos de corrupção, comprometendo a galinha dos ovos de ouros dos governadores: a exploração da camada do pré-sal.

A equipe econômica e de planejamento do governo agora precisam curar a ressaca do Carnaval, sair do mundo das fantasias e encarar a dura realidade. O atual governo precisa abrir mão de práticas que coloquem em risco as conquistas dos últimos anos, e adotar um estilo Joaquim Levy em sua administração.

Se assim não proceder, o orgulho petista acreano de apresentar de nos apresentar como modelo para o Brasil, tornar-se-á uma grande vergonha nacional nos próximos anos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A desconstrução de Marcus Alexandre

Que há tempos a lua de mel entre o prefeito Marcus Alexandre (PT) e a população de Rio Branco acabou isso é óbvio. Acordar cedo não é mais um trunfo para a grande maioria dos trabalhadores, que necessita pular da cama antes do galo cantar todo os dias –seja na “hora de Deus” ou na hora do Tião. Como sempre digo aqui, o novo não conseguiu se desvencilhar da velha maneira de fazer política.

Sua eleição em 2012 teve um alto custo, e inchar a pobre prefeitura da capital com cargos comissionados foi a forma de assegurar abrigo a todos os seus cabos eleitorais. E isso também tem um custo, e esta aí para todos verem. Rio Branco continua uma cidade sem a mínima infraestrutura, e todas as grandes obras tocadas por Alexandre são a herança bendita do antecessor Raimundo Angelim (PT).

O novo petista ainda não entregou uma obra para se afirmar sua marca. No primeiro momento ele caiu nas graças do povo e visto como a liderança do futuro, aquele capaz de assegurar a permanência do vianismo no poder, no revezamento entre os irmãos Jorge e Tião no comando do governo.

Mas Alexandre vem sendo engolido pela política clássica dos detentores da máquina, de recorrer a todos os métodos para garantir a sobrevivência. (Incluindo se aliar com o que tem de mais retrógrado em nossa sociedade e que tanto condenavam no passado).

Não se pode negar que Alexandre é bem intencionado e trabalhador. Mas empaca numa prefeitura de poucos recursos, e os que existem são para garantir a folha de pagamento dos aliados. E assim precisa operar para sua campanha de reeleição em 2016 e que terá impactos diretos em 2018, quando ninguém sabe como seu partido vai para a disputa. Muitos analistas o apontando como o sucessor de Tião Viana.

Mas o desgaste do prefeito coloca em risco até sua reeleição daqui mais um ano e meio. A cidade continua no buraco –e não é apenas uma figura de linguagem. Agora há mais uma boa notícia: um eventual novo reajuste da tarifa de ônibus, já que o anterior não levou em conta os recentes e sucessivos aumentos do diesel praticados por Dilma (PT).

Ou seja, o pepino tem que ser descascado não só por Brasília, mas também pelos prefeitos na base. Os deuses conspiram contra Marcus Alexandre neste seu início de carreira política. Seu brilho vai se apagando. A última eleição mostrou isso, quando a oposição venceu no primeiro turno em Rio Branco, perdendo por apenas dois mil de diferença –mesmo com o prefeito sendo vendido como o xodó dos rio-branquenses.

O novo já está velho, e este discurso de novidade não cola. Talvez por isso os comentários de que não disputará a reeleição, com o PT colocando outros nomes (Ney Amorim ou Gabriel Forneck). O objetivo é evitar ainda mais queima de cartucho, poupando o prefeito para o que mais importa ao petismo: o Palácio Rio Branco. Ele será trabalhado para lá chegar, até a volta dele: Jorge Viana (PT).

Bom trabalho 
A renovação na Câmara tem dado bons resultados. Com sangue no olho e disposição de mostrar serviço, os novos deputados federais suaram a camisa neste dias legislativos pré-carnaval. Que esta boa disposição continue até o final do mandato. O eleitor que paga seus gordos salários e benefícios fica agradecido. A renovação é salutar, ocupar um cargo por muito tempo é apenas um vicio e leva à corrupção.

Quadro novo 
Um bom exemplo da renovação é Antônio Pedro, eleito deputado estadual pelo Democratas, que tem como base o município de Xapuri. Ele nunca exerceu um cargo político antes. Sua experiência como empresário bem-sucedido na região do Alto Acre, porém, lhe dá a segurança de exercer um mandato profissional, com o estabelecimento de objetivos a serem conquistados. Como deputado, contudo, o retorno precisa ser não para si, mas para o cidadão acreano.

Petróleo Progressista (PP) 
Um dos possíveis motivos para Gladson Cameli (PP) não fazer, até o momento, nenhuma manifestação em defesa da CPI da Petrobras no Senado é o comprometimento do PP até a medula nesta que desponta para ser o caso de corrupção do século no Brasil. As investigações apontam o PP como um dos principais beneficiados no sistema de partilha das propinas. Ver o silencia de Cameli é desolador, pois o eleitor acreditava vê-lo como um parlamentar de oposição atuante.

Turma do funil 
E neste período carnavalesco a política local vai entrar em ressaca. Ela que já não está estas maravilhas há muito tempo, virá  ladeira abaixo como o embebecido nos bailes da cidade. Já se passaram alguns dias e as principais autoridades do Estado sumiram do mapa. E pelo jeito até o blog precisará de um engov até a Quarta de Cinzas; mas farei um esforço para escrever algo aqui e acolá. Abram-se as alas!!!


Feliz sexta-feira 13!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Divisão de cadeiras

Muito mais do que chorar as mágoas da derrota na eleição passada, a oposição acreana tem como dever, a partir de 2015, pensar com que roupa virá para 2018. Não se trata apenas de parafrasear Noel Rosa, mas de fato traçar uma nova roupagem para as próximas eleições gerais. Até o momento o receituário não tem agradado ao eleitor, ansioso por mudanças, mas preferindo deixar tudo como está aí.

Neste embate estará a briga pelo Senado, que num Estado pequeno como o Acre ganha proporções épicas. Um dos pontos de interrogação é saber se a chamada oposição dupla-face (entenda abaixo o que é) tirará do PT a hegemonia das cadeiras, derrotando uma de suas principais estrelas: o senador Jorge Viana (PT).

Serão duas vagas em questão. É certo que o petismo continue com uma cadeira. Neste embate só há uma certeza: nem governo tampouco oposição leva as duas para si; será bem partilhado pelo eleitor, como tem sido historicamente.

A dúvida fica em torno de como a oposição entrará em campo. Assim como o governo pode ter uma disputa interessante, com os irmãos Viana brigando pelos mesmos votos e para os mesmos cargos, os oposicionistas podem ficar num beco sem saída.

Hoje o candidato natural é Sérgio Petecão (PSD). O senador, mesmo com um mandato aquém do esperado e sempre à sombra de Renan Calheiros (PMDB-AL), vê sua imagem desgastada. Desde 2012 só se meteu em trapalhadas eleitorais. A ele foi atribuída a derrota dos opositores à prefeitura de Rio Branco, depois de dividir o palanque.

O mesmo agora em 2014, após patrocinar Tião Bocalom para sair do PSDB e ir para o DEM, levando à outra divisão de candidaturas. Mas não se pode negar a militância do senador na campanha de Márcio Bittar (PSDB) no segundo turno, após ver a candidatura de sua esposa para a Câmara naufragar.

E é justamente o tucano Bittar que desponta como o grande favorito da oposição para o Senado em 2018. Mesmo com a derrota para o governo ele se configura numa das lideranças políticas do Estado. Ainda tem a vantagem de ter um partido autêntico de oposição no Acre e em Brasília, diferente do PP de Gladson Cameli e o PSD de Petecão, que em Brasília curvam-se aos interesses de Dilma Rousseff.

(Esta é a chamada oposição dupla-face)

Mas Bittar ainda pode ser um bom quadro para o Palácio Rio Branco. Precisa aproveitar os próximos quatro anos para passar mais tempo pelo Acre e se aprofundar melhor nos nossos problemas e apontar as soluções. Somente sua experiência de passar dias atolado numa BR-364 em Sena Madureira não o gabarita como conhecedor profundo de nossa realidade.

Ele é um bom político. Tem experiência e boa formação intelectual. Boas armas para um político de cargos majoritários. Seus aliados tucanos dizem que a vitória para o Senado é quase certa.

Só resta  saber como ele vai operar dentro da oposição para tirar a força de um concorrente já assentado na cadeira, além de enfrentar o peso de um vianismo, mesmo que há tempos este esteja se arrastando para se assegurar no poder. O amanhã nos dirá como esta equação será resolvida. Antes de 2018 o calendário exige passarmos por 2016.

Prestação de contas 
Até o momento o eleitor de oposição do Acre não viu como seus senadores eleitos por este campo se posicionaram com relação à CPI da Petrobras no Senado. Até ontem já havia 23 assinaturas de apoio. Gladson Cameli (PP) e Sérgio Petecão (PSD) devem satisfação. Será que o custo de ocupar cargos na Mesa Diretora foi jogar no lixo a confiança do eleitorado acreano?

JV paz e amor 
Este parece ser o novo estilo de Jorge Viana. O combativo senador petista vem deixando de lado seu já tradicional estilo aguerrido, optando pelo apaziguamento. Aparenta querer pegar onda no “Camelismo”, de agradar a gregos e troianos, com bonitas frases de efeito redigidas pelo marketing, e conquistar eleitores. Em seu caso é mais reconquistar ante o desgaste de 20 anos de domínio.

Reconhecimento 
Nada mais justo do que o ex-prefeito Raimundo Angelim (PT) ser escolhido para liderar a bancada federal. Sua boa votação fez a diferença. Mas, muito mais do que isso, foi seu expertise sobre o caminho das pedras nos ministérios em Brasília para conquistar recursos que pesou. Como prefeito de Rio Branco ele soube como ninguém carregar o pires em busca de dinheiro para a capital.

Força mantida 
Tirada da secretaria de Saúde, Suely Melo continua com bastante força diante de Tião Viana. Ele atua como sua assessora especial, e qualquer assunto mais delicado é designada diretamente por ele para resolver. Na mais recente cheia do rio Tarauacá esteve diretamente envolvida nas ações de ajuda do Estado à prefeitura de Rodrigo Damasceno.

Cartilha tucana 
Que Wherles Rocha (PSDB-AC) será uma das principais vozes da oposição na Câmara dos Deputados isso não há dúvidas. Seu retrospecto de enfrentamento ao petismo lhe oferece a credencial. Mas lá é diferente daqui. Numa bancada de 54 deputados tucanos, ele terá de suar muito a camisa para virar uma referência nacional. Precisará de muita calma, ou pode gastar munição desnecessária e sair abatido deste tiroteio.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A saúde de Tião Viana

O governador Tião Viana viu como tema central dos debates da primeira semana de trabalhos da “nova” Assembleia Legislativa a saúde, sua área tida como primordial por sua formação médica e “humana”. Por mais que o petista tenha assumido para si a tomada de decisões que afetam diretamente o bom ou mau funcionamento do setor, os acreanos continuam a reclamar de problemas já rotineiros.

Talvez haja uma explicação para isso: em um mês à frente do cargo, o sucessor de Suely Melo, Armando Melo, até agora não disse à comunidade para quê veio de fato. Pouco ou quase nada se ouve falar de seu nome. Quando os pepinos aparecem, o seu auxiliar Irailton Lima é acionado para apagar o incêndio.

A impressão que fica é de um procurador que não quer assumir para si a responsabilidade de problemas passados -e bem presentes. Melo precisa entender que agora ele não mais opera com a frieza das leis, mas com a extrema sensibilidade humana que milhares de pacientes do sistema público de saúde necessitam dos gestores.

Um paciente num leito de câncer não tem motivos para esperar o mesmo tempo que um processo movido contra o Estado, e que ele, como procurador, tinha o dever de trabalhar o tempo que fosse necessário para evitar danos a este mesmo Estado. A saúde não tem este mesmo “time”. Trata-se de vidas que estão em jogo.

O médico Tião Viana precisa dar severas broncas na cúpula da saúde. Este setor não pode trabalhar evocando a desculpa da burocracia. A agilidade tem que ser a marca de um bom secretário para evitar a falta de medicamentos na rede, bem como a garantia de atendimento médico nos hospitais.

Se o governador não assumir de fato a responsabilidade na gestão da saúde a oposição continuará a lhe causar problemas dentro da Assembleia Legislativa. Mas isso não é o pior: o cidadão mais pobre ficará sofrendo com o descaso. Muito mais do que boas intenções (e de ficar na linha de frente no tiroteio oposição-base), a saúde necessita de eficiência, competência e compromisso por parte de seus operadores.

Caminho certo 
Até o momento Daniel Zen (PT) tem se comportado como um bom líder do governo. Seu preparo intelectual o gabarita para sua oratória na tribuna. O mais importante, contudo, é o respeito com que trata a oposição. Ao contrário dos últimos líderes de Tião Viana, que recorriam à ironia e uma tentativa tola de desconstrução dos adversários, Zen os responde apenas com os dados técnicos, mostrando como e onde o governo está agindo para corrigir os problemas apresentados.

Misturas
Há tempos o blog bate na tecla da confusão público-partidária institucionalizada no governo Tião Viana. O presidente do PT, Ermício Sena, praticamente tem assento cativo dentro do gabinete do governador. Na terça passada, por exemplo, quando da leitura da mensagem governamental na Aleac, ele atuava como um verdadeiro integrante do primeiro escalão, ficando colado à vice-governador, Nazaré Araújo.

Separações 
Há uma diferença clara entre os reinos encantados de lá e cá. Pelo Planalto não se vê Rui Falcão “socado” nos palácios oficiais, muito menos por Brasília, optando por ficar na sede do PT, em São Paulo. Partido é partido e governo é governo. Infelizmente esta separação salutar e óbvia parece não ser bem assimilada pelo Acre. São estas falhas que tiram os possíveis brilhos da gestão Tião Viana.

Rumo amadurecido 
Após disputar o cargo de vice-governador na chapa de Tião Bocalom (DEM) pelo PV, o ex-deputado Henrique Afonso está pensado em seus novos rumos políticos, já que os verdes retornaram ao governo. Uma das apostas é que ele se filie ao Democratas. Afonso é visto como uma liderança não morta, e que ainda tem um grande caminho a ser trilhado na política acreana. Para isso só precisa deixar de lado sua inconstância que lhe é peculiar, mais messiânica de tudo ao seu redor –inclusive de si mesmo.
 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Prosa rural

A mensagem enviada por Tião Viana à Assembleia Legislativa esta semana deixa bem evidente as claras diferenças entre seu governo e o de seu irmão, Jorge Viana. O texto de Tião tem o aroma das fazendas, do campo, do setor rural. Já Jorge tinha a cara da floresta, da utopia de um Estado rico a partir da exploração sustentável de nossas riquezas florestais, o chamado governo da floresta. Com Tião, porém, o governo pode ficar definido mesmo como o da zona rural. Do outro lado a “florestania” caminha para se tornar uma excelente peça de pesquisa no Wikipedia.

Saiu o governador “conservacionista” e entrou o desenvolvimentista ao extremo. A mensagem de Tião Viana tem tantos dados sobre os investimentos na produção rural, com cifras milionárias, que o leitor mais atento se pergunta: e o legado de Jorge da propaganda da potência florestal? Parece ter virado poeira. As citações às políticas de fomento ao campo ganharam parágrafos e mais parágrafos, enquanto o extrativismo florestal apenas algumas linhas.

Tião Viana ainda carrega conceitos como desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental, mas para ele o interessante é nos transformar no Mato Grosso ocidental. Nunca antes na história deste Estado se viu um governo investir tanto na cadeia produtiva rural. Talvez movimento semelhante ocorreu só no regime militar, com a venda de terras no Acre a preço de banana e a transformação dos seringais falidos em grandes fazendas.

Mas como questão de sobrevivência política, Tião precisou abandonar a bem-intencionada “florestania” do irmão, que manteve o Acre na pobreza (inclusive os moradores da floresta), e incapaz de produzir o mínimo necessário para nossa segurança alimentar. Tião tenta tirar o Acre do atraso da centralização de toda a riqueza rural somente na pecuária, diversificando o campo com o incremento da produção de grãos e a criação de outros animais, sobretudo o peixe.

O primeiro mandato de Tião –usando uma linguagem rural - foi para plantar as primeiras sementes desta nova política de desenvolvimento. No segundo poderemos saber se a safra será boa ou se tudo não passou de mais uma estratégia de propaganda. O petista está no caminho certo. Temos terras férteis para produzir, sem precisar desmatar.

Ao invés de perseguir o produtor rural, o governo precisa ser aliado, oferecer as tecnologias e assistência necessárias. Mas também não podemos negar nosso potencial florestal, cujo retorno dos investimentos leva o mesmo tempo para uma samaúma se transformar na rainha da floresta. O Acre é um Estado pobre, com população na pobreza, e as políticas de desenvolvimento precisam ter impactos positivos a curto e médio prazos.  Não podemos conviver com mais 100 anos de atraso.

E o setor rural fortalecido é um dos caminhos mais curtos para a miséria ficar num passado remoto.

Cavalheirismo 
O prefeito Marcus Alexandre (PT) tem dado exemplo de respeito para com a Câmara Municipal. A cada abertura de ano legislativo faz questão dele próprio fazer a leitura da mensagem governamental, ao invés de buscar agendas fora do Estado apenas para fugir do Dia D. Assim tem agido o governador Tião Viana mostrando desdém para com a Assembleia Legislativa. Que o prefeito continue com esta boa cordialidade, mesmo que num eventual segundo mandato. Ele se comporta como bom republicano.

Colírio 
Outra boa medida de Alexandre foi sancionar a lei que regulamenta a exposição dos outdoors em Rio Branco, projeto discutido ainda na gestão do agora deputado federal Raimundo Angelim (PT). Em São Paulo as regras ficaram conhecidas como Cidade Limpa; por aqui segue a mesma linha. Rio Branco já está muito desconfortável com tantas crateras em ruas e avenidas, e a poluição visual triplica a sensação de mal-estar.

Enfermaria 
Um caso interessante no PCdoB são seus dois últimos líderes na Assembleia Legislativa: Eduardo Farias e Janilson Leite são médicos. A conclusão é: com o partido na UTI após o fiasco das urnas em 2014, somente mesmo estes profissionais para garantir alguma sobrevida. A partir de agora só a precisão cirúrgica dos doutores para ressuscitar este paciente combalido.

Debates 
O senador Jorge Viana (PT) esteve ontem participando do programa Globo News Política, com Alexandre Garcia. Ele debateu com o veterano deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) o atual cenário político brasileiro, as propostas de reformas no Congresso, além das projeções a partir das eleições de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara e Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado. Jorge voltou a não fazer questão de esconder seu entusiasmo com a colega Marina Silva.

Retribuição 
Não há dúvidas de que Sibá Machado é um petista exemplar, por isso merece o cargo de líder da maior bancada da Câmara –uma tremenda responsabilidade. Sibá tem o DNA do PT, respira PT e se alimenta de PT. Como parlamentar é atuante e toma a linha de frente nos debates mais espinhosos.

Retribuição 2
Garantiu a reeleição mesmo que a contragosto do vianismo, que não o perdoa por tê-lo enfrentado na eleição interna do partido em 2013.. Mas o fator principal para sua ascensão foi atuar como advogados dos mensaleiros na Câmara. Razões para isso ele tem: afinal, seu grande padrinho político é José Dirceu, condenado como o operador deste grande esquema de corrupção.

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sem Graça

“Petrolão” pode afetar projeto de exploração de petróleo no Acre 

Depois de intensas articulações do governador Tião Viana em 2013 para que a Petrobras assumisse para si o projeto de prospecção e possível exploração de petróleo e gás no Acre, o empreendimento de transformar o Estado na potência petrolífera da Amazônia ficará comprometido. A causa principal para isso são as sucessivas crises pelas quais a estatal vem atravessando.

Em seu balanço trimestral divulgado na semana passada, a Petrobras já tinha anunciado cortes de ao menos 30% em seus novos investimentos. Grandes projetos que já estavam em andamento foram suspensos.

Na situação do Acre, onde ainda é incerta a viabilidade econômica desta exploração, mais as dificuldades impostas pelo ambiente hostil da floresta, a perspectiva da empresa de injetar recursos neste momento é quase zero.

Até outubro do ano passado a Petrobras ainda não tinha assinado o contrato de exploração da Bacia do Acre. A empresa alegava problemas burocráticos por conta da região estar localizada numa área de fronteira internacional, o que necessitaria do aval da Presidência da República.

Até o momento só há a assinatura do contrato de concessão. Este contrato, porém, só foi assinado 10 meses após a empresa ganhar o bloco no leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo, em novembro de 2013.

De acordo com a estatal, o contrato de concessão do bloco AC-T-8 (Bacia do Acre) prevê uma fase exploratória de oito anos, dividida em dois períodos exploratórios (o primeiro, com duração de cinco ano; o segundo, com duração de três anos). Com a crise do “peetrolão”, este período tende a se estender.

Em comunicado ainda em outubro de 2014, a Petrobras informava que a fase exploratória já se tinha iniciado por meio dos estudos geológicos e geofísicos da região do bloco. Mas com as sucessivas denúncias de corrupção na empresa, sua perda de valor de mercado e a baixa captação de recursos para investimentos, o projeto ficou comprometido, assim como os demais.

Ainda há a questão ambiental, por conta das terras indígenas no entorno da bacia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) recomendou à ANP readequar o projeto do bloco para que ele fique a uma distância segura do Vale do Javari. Segundo a Funai, esta região é um dos últimos refúgios do índios isolados, e sua proteção é essencial.


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Petrolão e petrolinho

Quem acompanha de forma mais atenta o desenrolar da operação Lava Jato, já percebeu algumas semelhanças com a operação G7, ambas da Polícia Federal. Enquanto a primeira desbaratou quadrilha que surrupiava os cofres da Petrobras, a segunda desarticulou esquema de corrupção em licitações do governo do Acre. O que há de mais comum entre elas são os operadores: as empreiteiras.

Mas as caraterísticas não param por aí. O “petrolão” revela que as grandes empreiteiras do país se reuniam em cartel para fraudar as concorrências da Petrobras. No Acre nossas pequenas construtoras faziam o mesmo conluio, mas para abocanhar licitações do Ruas do Povo e Cidade do Povo, programas de pavimentação e habitação, respectivamente, do governo Tião Viana (PT).

Lá a PF e o MPF comprovaram que havia o pagamento de propinas para diretores da estatal e políticos. Os desvios podem superar a cifra dos R$ 2 bilhões. Por aqui ainda não se sabe ao certo como e quem se beneficiou do esquema. A G7 só apurou desvios de dinheiro, não indicando para quem ele foi entregue. Pelo menos não me lembro de ler tal citação no inquérito.

O que houve foram pequenos benefícios aos agentes públicos, como a reforma da casa do ex-secretário de Habitação, Aurélio Cruz, segundo a PF. Parte do dinheiro do “petrolão”, conforme as denúncias, foi usada para a doação para as campanhas de partidos como PT, PMDB e PP.

Por aqui não sabemos se o dinheiro desviado pela G7 abasteceu as campanhas eleitorais. Uma semelhança bem típica entre Lava Jato e G7 é a união das empreiteiras nas fraudes das licitações. Em ambos havia combinações de preços para determinar a empresa vencedora, com a interessada em levar o certame fazendo o projeto das demais concorrentes.

Na Lava Jato as provas são robustas. Até agora a G7 ainda não resultou em denúncia dos investigados pelo Ministério Público, mesmo com quase dois anos de sua deflagração. O inquérito da PF mostra claramente os acordos entre os empreiteiros para combinar quem levaria qual lote de obras.

Por lá os ex-diretores da Petrobras foram presos e a cúpula da estatal foi obrigada a renunciar, mesmo que contra vontade de Dilma, mas a mando de Lula.

Por aqui os gestores indiciados pela PF aos poucos retomam seus espaços no governo, com direito a nomeações com salários de quase R$ 20 mil pagos pelo contribuinte. A Lava Jato caminha para ser o maior escândalo político nacional, superando o “mensalão”.

A G7 acreano também abalou as estruturas do poder local, mas a sociedade caminha para uma sensação de impunidade, mesmo com provas mostrando os acertos entre empreiteiras para fraudar licitações de obras feitas com dinheiro público.

Guerra suja 
É evidente que há hoje uma guerra entre agentes penitenciários e os detentos do Acre. As mortes dos agentes mostram isso. O governo não pode fechar os olhos para situação e precisa exercer sua autoridade. É preciso intervenção, sim. Mas a intervenção de tirar dos agentes a segurança dos presos e entrega-la à PM até os ânimos se acalmarem. Não é necessária intervenção federal, basta o Estado agir com mão de ferro, punindo exemplarmente abusos de ambos os lados.

Direitos 
O governo não pode permitir que o direito de familiares de visitar os presos seja impedido pelos agentes. Esta é uma garantia legal prevista em nossa legislação. O governo precisa identificar e punir os agentes que jogaram spray de pimenta nas mães e mulheres dos presidiários no último domingo, como bem mostraram as câmeras da TV Acre.

Reações 
É dever do Estado garantir a segurança de seus agentes, assim como também a integridade dos presos sob sua responsabilidade. Como jornalistas recebemos com frequência denúncias de parentes que relatam maus tratos dos agentes contra os detentos. Já houve em anos recentes até casos de torturas. Nada justifica a morte dos agentes, mas numa guerra todo ataque tem um contra-ataque.

Estrategista 
Não há dúvidas de que o grande operador para a formação deste bloco entre PCdoB, PSB e Pros foi o diretor do Depasa, Edvaldo Magalhães (PCdoB). Ele que foi deputados por 12 anos conhece bem os meandros políticos da Casa. Como líder de Jorge Viana por oito anos e presidente entre 2007 e 2010, aprendeu como ninguém fazer as costuras certas para assegurar a hegemonia do grupo dominante. A realpolitik está em seu sangue.

Revanches 
A oposição poderia dar o contragolpe com a formação de bloco entre PMDB e PP, o que resultaria na união de quatro deputados. Se houvesse adesão do PR ou PSD se igualaria ao PT, com cinco. Mas como a briga de egos na oposição é o que a norteia, e nenhum dos empossados está disposto a abrir mão das vantagens da liderança, é muito difícil algo sair do papel.

Diferenças 
São estas as claras diferenças entre Frente Popular e oposição. Os governistas têm um claro projeto de poder, de dominação –o que não é condenável aos olhos da ciência política. Já os oposicionistas têm brigas de foices por sobrevivência individual, não há um projeto coletivo de tomada e manutenção do poder. O petismo deita e rola com esta balbúrdia dos adversários, e vai assegurando seu reinado – mesmo que a duras penas.


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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Justiça independente

“Linha dura” do TJ se prepara para comandar Judiciário do Acre 

Depois de um aliado do governador Tião Viana conduzir os rumos do Poder Judiciário acreano nos últimos dois anos, o Tribunal de Justiça do Acre se prepara para ficar sob o comando da chamada “linha dura”, campo composto pelos desembargadores apontados como mais “independentes”. Na próxima sexta-feira (6) assume a cadeira da presidência a desembargadora Maria Cezarinete Angelim.

Ela ganhou o status de “linha dura” após o conturbado julgamento do processo da operação G7, desencadeada pela Polícia Federal em maio de 2013, e que prendeu empreiteiros e secretários do governo acusados de corrupção. À época, ela colocou metade de seus colegas sob suspeição, o que os impedia de proferir qualquer sentença, e remeteu o caso diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Ela terá como vice-presidente Denise Bonfim, desembargadora responsável por decretar a prisão dos investigados pela PF. As duas ganharam a alcunha de “damas de ferro”, e “Joaquim Barbosa de saias”, numa referência ao  então ministro do STF responsável pela condenação dos envolvidos no mensalão do PT.

As duas viraram inimigas número um do Palácio Rio Branco. Em evento de apoio aos presos da operação G7 feito pelo governo, as duas foram chamadas de “más amadas e más resolvidas” pelo agora ex-senador Aníbal Diniz (PT).

Cezarinete e Bonfim são oriundas da magistratura, o que facilitará a fluidez de uma boa presidência, não enfrentando barreiras na classe de baixo dos magistrados. A origem também assegura maior independência do Judiciário, já que seus postos não são frutos de interferências políticas externas.

O atual presidente, Roberto Barros, é da cota do chamado quinto constitucional, vagas preenchidas por membros da advocacia e do Ministério Público, cuja escolha passa diretamente pelo governador. A tendência é de Barros assumir a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), organizando, assim, as eleições de 2016. Até 2012 ele era procurador-geral do Estado.

Como corregedor-geral do TJ/AC ficará Regina Longuini, também membro da magistratura. Juntas, as três somam 60 anos de carreira no Judiciário, superando até a idade do Judiciário acreano, que em 2013 completou 50 anos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Sucessão à jato


Após conduzir o processo de escolha do novo presidente do Senado neste domingo (1º), o senador Jorge Viana (PT-AC) pode assumir ainda este ano a cadeira reconquistada por Renan Calheiros (PMDB-AL). Indicado pelo PT para representar o partido na vice-presidência, Jorge estará atento ao desenrolar da operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras, o chamado “petrolão”, já que o senador alagoano é citado como um dos possíveis políticos beneficiados pelo esquema.

Segundo noticiado pela imprensa nacional, Calheiros pode estar entre os denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF). Por ter foro privilegiado, o senador só pode ser investigado a partir de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente reeleito do Senado nega qualquer envolvimento no esquema. Mas se houver a denúncia e seu nome estiver na lista, o desgaste seria inevitável.

A pressão da opinião pública para um renúncia da presidência do Senado seria a primeira perda política. Uma eventual renúncia conduziria o petista acreano Jorge Viana a ocupar o posto de Calheiros, mesmo que interinamente. Jorge assumiria a presidência pelo tempo necessário da realização de uma nova eleição.

Este mesmo caso aconteceu com o irmão de Jorge, o governador Tião Viana (PT). Em 2007, Tião era também vice de Renan Calheiros, que se viu obrigado a deixar o cargo após a revelação de que suas contas estavam sendo pagas por um lobista. Tião tomou gosto pela função e decidiu ir para a disputa junto com José Sarney (PMDB0AP).

Abandonado por Lula para garantir o PMDB na base, Tião Viana foi derrotado. Agora, assim como Renan Calheiros, Tião Viana também foi citado como possível beneficiário do “petrolão”. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, o governador teria recebido R$ 380 mil em 2010 para sua campanha ao governo. A reportagem foi baseada na delação premiada feita pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Refugiados

Abandonado por PT, Aníbal busca “asilo político” em Brasília 



O ex-senador Aníbal Diniz (PT) está em busca de asilo e abrigo político em Brasília após exercer por quatro anos o mandato herdado. Ele assumiu a cadeira deixada por Tião Viana em 2010, então eleito governador do Acre. Apontado pela revista “Veja” duas vezes entres os melhores senadores do país, Aníbal se viu apunhalado pelo PT no processo de escolha do candidato ao Senado em 2014. 

Para manter a aliança com o PCdoB, Tião Viana tirou seu partido da disputa, entregando a vez para a agora também ex-deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB). Sentindo-se traído pelos companheiros de partido que ajudou a fundar no Acre, ainda na década de 1980, Aníbal não tem pretensões de voltar para o Acre. 

Sua atuação no Senado em defesa do governo Dilma Rousseff, mais seu prestígio na atuação parlamentar, são suas armas para encontrar abrigo na Esplanada dos Ministérios. Até o ano passado ele era cotado para ser o número dois do Ministério das Comunicações, mas até o momento nada está definido. 

Seu fiel companheiro Jorge Viana também está na luta para encontrar um lugar ao Sol para Aníbal. Segundo alguns petistas, o ex-senador deixa o Acre levando mágoas do governador Tião Viana e seus aliados que o abandonaram. Sua cadeira no Senado foi ocupada no último domingo por Gladson Cameli (PP).