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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Acabou o Carnaval

Não é de hoje que as finanças do Acre são motivo de preocupação. Após assumir a herança maldita deixada pelo governo anterior, o PT está a caminho de mergulhar o Estado no mesmo abismo do passado por conta de práticas irresponsáveis para assegurar seus sucessivos mandatos, em quase duas décadas de dominação. E o resultado disso está comprovado agora, conforme reportagem da “Folha de São Paulo” em que o Acre apresentou o pior déficit proporcional em 2014.

Desde 2011 sucessivos alertas são emitidos pelo Tribunal de Contas (ele existe) tocante aos limites de gastos com pessoal. O governo Tião Viana opera sempre no limite do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal quanto ao gasto com o funcionalismo. O governo adora evocar esta importante legislação para dizer que cumpre cada um dos seus artigos religiosamente. Mas a prática é bem outra.

Esta gastança com a folha infelizmente não resulta em benefícios para os cidadãos, pois grande parte dela se destina a cargos para acomodar os aliados da Frente Popular. Ainda temos déficits ou desvalorização naquilo que mais importa: policiais, médicos, enfermeiros e professores.

O governo enfrenta dificuldades. A crise não é um “privilégio” só de Brasília, mas afeta os brasileiros de Norte a Sul. Dependente de transferências federais, o Acre sofre com a queda de arrecadação nacional. Tal cenário fez o governo Tião Viana levar o Acre a endividamento recorde; crescimento de 95% nos últimos quatro anos.

O governo tenta passar a imagem de tranquilidade, que tudo está bem, que estamos longe de nosso teto de endividamento. Sim, estamos, mas fazer empréstimos num Estado que não consegue nem ao menos arcar por conta própria suas despesas tidas como essenciais, fica a preocupação de saber como toda esta dinheirama obtida junto aos bancos será paga.

O Palácio Rio Branco paraec viver num mundo fora da realidade. Enquanto governos estaduais em todo o país anunciam pacotes de cortes para manter seus equilíbrios, no Acre o governo incha ainda mais a estrutura do Estado com cargos políticos de livre nomeação. Não há sinais de se adotar um plano de austeridade, e o governo continua gastando muito e gastando pessimamente os escassos recursos dos acreanos.

O Acre que de fato foi um exemplo de execução de seu orçamento com responsabilidade fiscal nos governos petistas de Jorge Viana e Binho Marques corre o risco, numa linguagem do mercado de capitais, de ter sua nota de investimento rebaixada por conta do governo Tião.

E o pior de tudo é saber que as principais apostas do governo para aumentar suas receitas e reduzir a dependência de crédito externo estão em risco pelas crises que se avizinham. Crises na economia brasileira resultam em queda de arrecadação que alimenta os Estados.

A gigante Petrobras se vê a cada dia apequenada com sucessivos escândalos de corrupção, comprometendo a galinha dos ovos de ouros dos governadores: a exploração da camada do pré-sal.

A equipe econômica e de planejamento do governo agora precisam curar a ressaca do Carnaval, sair do mundo das fantasias e encarar a dura realidade. O atual governo precisa abrir mão de práticas que coloquem em risco as conquistas dos últimos anos, e adotar um estilo Joaquim Levy em sua administração.

Se assim não proceder, o orgulho petista acreano de apresentar de nos apresentar como modelo para o Brasil, tornar-se-á uma grande vergonha nacional nos próximos anos.

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