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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A benção do Purus



Às margens do rio Purus, pedreiro trabalha em obra da igreja da pequena Santa Rosa do Purus, cidade em que metade da população é indígena

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Anibal perdeu a hora

Por eleição, Anibal Diniz muda discurso sobre fuso horário

Ocupando a cadeira de Tião Viana (PT) no Senado, conquistada em 2006 e de olho na sua permanência, o senador Anibal Diniz (PT) mudou seu discurso em relação ao debate do fuso horário do Acre. De ferrenho crítico à volta das duas horas de diferença em relação a Brasília, o petista adotou o discurso de respeito à vontade do eleitor expressa no referendo de 2010.

Em abril do ano passado, durante plenária realizada pelo PT, Anibal chegou a dizer que iria trabalhar para atrapalhar a tramitação do projeto de lei que restabelecia o fuso, da qual ele foi relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

”Vou usar todas as ferramentas regimentais possíveis para emperrar o projeto do fuso”, afirmou ele durante o encontro de seu partido.

O senador petista ressaltou, à época, que o objetivo deste emperramento era fazer com que a discussão do fuso fique em voga somente durante seu projeto de uma nova consulta popular, desta vez um plebiscito.

“O fuso horário deve ficar como está. O discurso do Petecão é fútil, não tem validade”, criticou ele seu colega de Casa, o senador Sérgio Petecão (PSD).  Passado um ano e se aproximando o pleito de 2014, Anibal tem outra postura.

Agora, para o senador, a vontade popular expressa nas urnas precisa ser respeitada. O respeito, segundo ele, deve ocorrer em nome da soberania do povo acreano.

A mudança da água para o vinho não ocorre à toa. Anibal Diniz é o “candidato natural” do PT à reeleição, mas enfrenta forte oposição por seu baixo desempenho nas pesquisas. Ele enfrenta adversários dentro do próprio PT e na Frente Popular. Sua postura contra o fuso só tem ampliado o desgaste. Com o novo discurso, o senador espera melhorar seus índices de aceitação.

Céu sem brigadeiro

Isoladas no meio da selva amazônica, as cidades de Santa Rosa do Purus, Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter têm na aviação o meio mais rápido e fácil de acesso ao resto do Acre e do mundo.

O pouso e a decolagem de aeronaves de pequeno porte nestas regiões são fundamentais para garantir a sobrevivência das comunidades.





Mesmo sabendo desta vital importância, o poder público parece fazer vista grossa com as atuais condições das pistas. Em cada um destes municípios a situação é precária. Buracos e mais  buracos se formam ao longo do local destinado à operação dos aviões.

A aviação civil na Amazônia acreana está em sério risco diante da ineficiência do Estado. Eu percorri alguns metros da pista de Jordão e constatei a sua péssima qualidade. O material usado na construção –um espécie de seixo da pior qualidade – aos poucos vai se “descolando”.

Em outro ponto a vegetação já cresce, invadindo a pista, mostrando que a espessura do suposto asfalto não supera alguns milímetros. Classifico a pista de Porto Walter como a pior. Na hora da decolagem o avião leva cada pancada que o passageiro se pergunta se o pneu não estourou.

Este é um problema antigo e bastante conhecido de nós acreanos, mas até hoje nada foi feito.

O governo precisa voltar sua atenção para a região e construir pistas de qualidade antes que o pior não aconteça.

Neste vídeo veja a manobra realizada pelo piloto para desviar os buracos na pista de Santa Rosa do Purus

Amazônia em Chamas

E num canto qualquer da Amazônia....



...o fogo invade a floresta


Foto registrada num dos lugares mais remotos da floresta, entre Jordão e Marechal Thaumaturgo, na fronteira com o Peru.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O empoderamento


Desde a última quinta-feira estive longe do conforto da vida num centro urbano
A convite do senador Sérgio Petecão (PSD) o acompanhei numa viagem pelos municípios mais isolados do Acre: Santa Rosa, Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter.

Em 2008, quando trabalhava para o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), percorri Santa Rosa e Jordão. De lá para cá estas duas cidades mudaram bastante.

Estão mais urbanizadas, deixando aquele aspecto de vilas abandonadas no meio da floresta Amazônica. Muita coisa ainda precisa melhorar, é verdade. Os serviços públicos do Estado ainda deixam muita a desejar, mas as populações destas cidades hoje contam com um pouco mais de dignidade.

Com quem conversei uma das unanimidades foi a afirmação de que o responsável por esta salto na melhoria da qualidade de vida ocorreu no governo Binho Marques (2007-2010). O petista tinha como foco de seu governo a inclusão social, com as ações do governo voltadas para ajudar as comunidades mais carentes.

Era aquilo que ele chamava de o “empoderamento das comunidades”. Santa Rosa e Jordão ainda não estão “empoderadas”. Ainda falta o básico do básico, no isolamento tudo é mais difícil.

Tanto assim que estas duas cidades figuram nas últimas posições do ranking de IDH divulgado recentemente pela ONU. O poder de ação do Estado deve voltar suas atenções mais para estas comunidades no meio da Amazônia.

Por sinal, a certeza que tive nesta viagem foi aquilo que sempre imaginava: O Brasil está de costas para a Amazônia.

Ao longo da semana vou postando outras leituras e observações desta gratificante jornada.   

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Máquina partidária

Eleições PT: Parlamentares da DS se queixam do uso da máquina em benefício da DR

Os deputados do PT que compõem a tendência Democracia Socialista (DS) estão descontentes com aquilo que eles consideram como uso inapropriado da máquina do governo em benefício da candidatura de sua principal oponente na eleição interna do partido, a Democracia Radical (DR).

Com cargos dentro da Casa Rosada, assessores especiais do governo que estão em campanha, incluindo o candidato a presidente Ermício Sena, estariam fazendo viagens aos diretórios petistas no interior às custas dos cofres públicos.

Segundo informações dos parlamentares, desde a última segunda-feira (19) Ermício Sena, acompanhado dos assessores especiais Francisco Nepomuceno, o Carioca, e Gilvandro Assis estão em campanha pelo Alto Acre contando com veículo e motorista financiados pelo governo.

Não se sabe se os assessores viajam com direito a diárias também pagas pelo contribuinte.   No Portal da Transparência não consta o pagamento de diárias ao trio.

O blog ainda apura uma viagem feita por outros membros da DR ao município de Jordão. A questão é saber quem arcou com os custos da aeronave já que entre os passageiros estava o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Ney Amorim (PT).

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Índios visíveis

Vídeo comprova existência de tribo indigne isolada no Brasil 

Por History Channel 

Um vídeo divulgado recentemente pela Funai comprovou a existência do índios Kawahiva, tribo nômade, que vive fugindo por conta das ameaças na região norte do Mato Grosso. Trata-se de um vídeo de dois minutos, produzido em 2011, e divulgado apenas agora. As imagens mostram um grupo de pessoas - homens, mulheres e crianças - andando nus, com arcos e longas flechas.

De acordo com a Funai, o vídeo foi divulgado como "prova" da existência da tribo, por conta de latifundiários que desejam a posse destas terras remotas o Mato Grosso.

Funai sabe da existência dos Kawahivas desde 1999. Esta tribo é composta por caçadores e coletores de frutas, que se deslocam constantemente por causa de mineiros, agricultores, madeireiros e proprietários ilegais.

No fim de julho, houve a delimitação de um território de 411.848 hectares em que só é permitida a entrada de não índios com autorização da Funai. Mas a reserva só foi criada depois de resolvidos problemas judiciais com fazendeiros e após uma análise do Ministério da Justiça.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Verdes e maduros


O lançamento da candidatura do deputado federal Henrique Afonso ao governo pelo PV é um claro sinal da atual fragilidade política da Frente Popular e do Palácio Rio Branco.

O governo que tanto criticava a oposição por sua eterna divisão, agora também se vê às voltas com este mesmo problema. A disposição do parlamentar verde em tirar o PV da Frente mostra a fragilidade do governo Tião Viana (PT) após a operação G7.

É inconcebível um governo que se gaba de ter quase 80% de aprovação popular não ter a capacidade de manter sua base unida. A perspectiva de vitória da oposição no próximo ano é um dos principais fatores para esta dispersão.

De olho neste momento, os partidos que sempre estiveram às margens de qualquer possibilidade de ascensão na FPA já vão arrumando as malas e saindo de mansinho.

Outro fator que mostra a vulnerabilidade da então toda-poderosa Frente Popular é a saída de partidos que garantiam um bom tempo na propaganda eleitoral. Em 2014 a dificultosa campanha de Tião Viana não contará com os minutos do PR, do PSB e os segundos do PV.

Salve a Frente Popular

sábado, 17 de agosto de 2013

Relações institucionais


Conceder uma honraria a um ministro de Estado é uma espada de dois gumes: pode resultar em benefícios presentes e futuros, ou criar constrangimentos para quem concede e para quem recebe.

A foto acima representa bem isso. O governador Tião Viana condecorou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, com o Grau de Grã-Cruz do Quadro Especial do Estado do Acre.

Ao passar a faixa à ministra, houve a troca de beijos e, meio que sem querer, os repórteres fotográficos registraram a cena acima.

Micos como este são comuns na vida de nossos homens e mulheres públicos 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Maquiagem (quase) perfeita


Algum acreano (a) nascido (a), registrado (a) e domiciliado (a) no Estado do Acre sabe me dizer se existe prefeita num dos nossos 22 municípios?

Puxando o mapa político de nossa terra na minha cachola, não me recordo de nenhuma mulher à frente de prefeitura por aqui. Até o ano passado tínhamos duas, uma em Tarauacá e outra em Assis Brasil.

Mesmo com a política de calça jeans dominando o Acre, os nossos governantes querem passar a imagem inversa. Veja esta imagem acima. “Encontro Estadual com Prefeitos e Prefeitas”.

Aí há dois erros: primeiro que no Acre não temos prefeito, e em segundo lugar, como bons cavalheiros, os idealizadores desta arte deveriam ter colocado as damas na frente.

Então, se tivéssemos prefeita no machista Estado do Acre, o certo seria:

“Encontro Estadual com Prefeitas e Prefeitos.”

Como a cultura do governo petista é soterrar as lideranças femininas (Naluh Gouveia, Marina Silva, Francisca Marinheiro e Perpétua Almeida), agora querem passar uma boa impressão para a ministrA Ideli Salvatti.

Mas como ela não é ingênua, verá na plateia que no Acre não há prefeitas, e certamente vai passar o recado para a presidentA Dilma Rousseff.  

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O descanso ao inquieto



Saudade e gratidão. Estes são os sentimentos mais comuns naqueles que nesta quinta-feira, 15 de agosto, deixaram todos os seus afazeres para prestar as últimas homenagens a Roberto Moura.

Entre as milhares de pessoas que passaram pela Assembleia Legislativa havia desde figuras importantes, como empresários e políticos, a anônimos que talvez nunca tenham conversado com ele, mas foram de alguma forma assistidas por meio dos empregos gerados pelo Grupo Recol.

Foi sob aplausos emocionantes que o corpo de Roberto Moura saiu do hall da Assembleia Legistiva com destino ao caminhão do Corpo de Bombeiros. A bandeira do Acre no caixão simbolizava o amor deste filho de Tarauacá pela terra onde decidiu investir, manter residência e criar seus filhos.

No caminhão dos Bombeiros estava o primogênito Marcelo Moura, que fez questão de estar ao lado do pai em todos os momentos. Com o semblante da dor, mas estampando no rosto o orgulho pelo pai (orgulho este responsável por lhe assegurar a força para suportar o momento) empreendedor que lhe ensinou os valores do trabalho e da honra, Marcelo percorreu os 20 quilômetros até o cemitério Morada da Paz ao Sol.

O caminho escolhido até o local do sepultamento foi estratégico: a Via Chico Mendes. É ali, ao longo da mais importante rua do Segundo Distrito, que Roberto Moura construiu suas empresas. Na principal delas, a Recol Distribuidora, um grupo de funcionários deu as mãos numa corrente, dando o último adeus ao chefe.

Era ali naquele local onde Roberto Moura chegava cedo todos os dias para o ofício e ia embora tarde. Ao longo da Via Chico Mendes os curiosos observavam o cortejo. Na frente das empresas os funcionários se reuniram para ver Moura passar ali pela última vez, num caminho que já tinha sua marca, mas pouco conhecido de muitos.

Pela Via Verde o cortejo seguiu sem muitos problemas chegando às 17h no Morada da Paz. No local uma grande quantidade de amigos e parentes o esperava. A missa foi celebrada pelo padre e amigo de infância Leôncio Asfury –sendo Moura o responsável por lhe ensinar o Latim no catecismo.

O homem inquieto, criativo, visionário e trabalhador era deitado para seu descanso em paz no Morada da Paz. Depois de 60 anos de uma vida agitada e focada no trabalho –muitas das vezes abrindo mão da diversão – Roberto Moura ia para seu merecido repouso na terra que mais amava, o Acre.

Mas esta era a certeza de que seu legado não acabava ali. Uma ampla geração Moura foi deixada aqui para dar continuidade aos seus sonhos, para a construção de um Estado melhor. Roberto Moura tem seu lugar garantido na galeria dos grandes acreanos, sendo sempre evocado como exemplo do homem determinado a tornar os seus sonhos mais simples em realidade.  

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Obrigado, Moura


Em seu espaçoso e confortável escritório na sede da Recol Distribuidora, localizado na Via Chico Mendes, o empresário Roberto Moura tinha no canto da mesa de mármore uma mala preta recheada de cartelas de remédios.

Toda vez que sentia um mal-estar recorria ao recipiente em um busca de um comprimido; era uma farmácia completa; desde cápsulas para dor de cabeça, controle da pressão às suas vitaminas para suportar a correria do dia-a-dia.

Foi lá onde o encontrei pela primeira vez para conversar sobre minha permanência no site Agazeta.net após receber uma outra proposta de trabalho. Lá também ficou acordada minha continuidade à frente da coluna Quentinhas da Redação.

Nunca tive experiência nenhuma com colunismo, mas ele gostou do meu estilo e lá queria o meu trabalho. Seu Roberto, ou Moura, era assim como seus funcionários o tratavam. Preferia o chamar de Moura, mas tive muito pouco contato com ele.

Muitas pessoas na rua me abordavam e questionavam como a empresa ainda me segurava mesmo com o meu estilo de fazer jornalismo, um estilo que não agrada aos petistas no Palácio Rio Branco: o da crítica e do questionamento.

(em qualquer outro veículo de comunicação do Acre já estaria na rua da amargura)

Durantes estes dois anos e meio em que trabalhei na Agazetas.net, o empresário nunca ligou para dizer o que devia ou não deveria escrever na coluna. E olha que as pancadas em seus aliados tanto do governo quanto da oposição não eram poucas. Não raro os descontentes o acionavam por telefone, mas ele jamais transferiu esta pressão para mim.

Vez por outra eu recebia umas broncas dos superiores diretos dentro do portal. Era pedido mais cautela e reduzir o poder da artilharia. Foi por meio de Roberto Moura que aprendi na vida a importância de vez por outra nós ficarmos com os dois pés no freio –e que sempre há o momento certo de acionar o acelerador.

No jornalismo esta cautela é essencial. Minha pouca idade e imaturidade muitas das vezes não me faziam entender e aceitar estes morde e assopra da vida. Ainda era aquele jovem que “achava que ia mudar o mundo”, mas entendi que o sistema engole a tudo e a todos. -aos trancos e barrancos a gente acaba aprendendo.

Mesmo com tantas pressões Roberto Moura nunca cedeu ao pedido de “homens fortes” por minha demissão, e me manteve empregado em sua empresa. A ele sou muito grato por esta oportunidade e será uma lição e uma gratidão que vou levar pelo resto da vida –até quando Deus me conceder o direito de respirar.

O jornalismo acreano sentirá falta deste empresário, um homem de cara fechada mas de um coração generoso. Era por meio de sua emissora de televisão que o Acre ainda podia respirar um pouco de democracia, onde a oposição tinha certo espaço para expor suas críticas –a TV Gazeta foi a válvula de escape em meio à censura petista.

Não sei o que será daqui para a frente. Quanto a mim, continuarei a fazer meu trabalho jornalístico. Como Roberto Moura me ensinou de forma indireta, no momento certo irei para a trincheira, e no momento certo recuar.

Esta talvez seja a melhor estratégia na Arte da Guerra 

G7, PF e a oposição


Os líderes do PSDB no Acre, o deputado federal Márcio Bittar e o deputado estadual Wherles Rocha, serão convidados pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos sobre a “manipulação” da instituição pela oposição acreana na operação G7.

Deflagrada no dia 10 de maio pela PF, a G7 prendeu servidores públicos e empresários acusados de fraude em licitações e desvio de verbas públicas. Ao todo 15 pessoas foram presas, entre elas o sobrinho do governador Tião Viana (PT), Thiago Paiva.

Desde então o governo iniciou uma campanha para desqualificar a operação G7 e a desembargadora Denise Bonfim. A primeira iniciativa foi considerar a atuação da polícia um “golpe” e acusá-la de estar a serviço da oposição.

A superintendência da PF no Acre foi denunciada junto ao Departamento de Polícia Federal em Brasília por integrantes do PT.

Agora, a cúpula da PF quer saber se de fato, vejam só, os agentes e delegados no Acre montaram escritório no diretório do PSDB. Dois agentes de Brasília foram enviados para analisar o caso.

Wherles Rocha, que é policial militar da reserva, será o primeiro a prestar esclarecimentos nesta quarta. Ele foi convidado e terá todos os seus direitos preservados por ser parlamentar.

Depois dele será a vez de Márcio Bittar. Como o tucano –que é primeiro-secretário da Câmara dos Deputados – está em Brasília, é provável que os esclarecimentos ocorram somente na sexta-feira, ou quando o ele estiver pela capital federal. 

Pelo jeito muita água ainda vai rolar em relação à operação G7   

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Divisão de forças

Jorge e Anibal trabalham candidaturas para enfraquecer DR 



Os senadores petistas acreanos Anibal Diniz e Jorge Viana estão em trabalho de bastidores para incentivar o maior número possível de candidaturas dentro do PT. O objetivo é enfraquecer o principal grupo dominante, a Democracia Radical (DR).

De acordo com informações, Jorge e Anibal estariam retaliando o grupo pela atuação de alguns de seus membros. A principal queixa dos parlamentares foi pelo fato de integrantes da DR terem levado ao conhecimento do governador Tião Viana reunião realizada por eles para avaliar a atual cojuntura política do governo e do PT.

A informação é de que Jorge Viana não estaria nada satisfeito com a reação do Palácio Rio Branco aos impactos da operação G7, que foi considerada “desastrosa” por aliados e parte da imprensa. O confronto com o Judiciário e a PF foi a tática mais criticada.

Por conta desta reunião, Jorge e Anibal foram “advertidos” pela presidente do PT, Leonardo Brito, líder da DR. Desde então os senadores estariam trabalhado para desidratar a candidatura de Ermício Sena à sucessão de Leonardo Brito.

Uma das estratégias é dividir os votos dos petistas. A candidatura de Sibá Machado é vista com simpatia pelo senador Jorge Viana, que até o momento tem se mantido neutro e não declarou apoio a nenhum dos candidatos.

Pelo lado de Anibal Diniz a candidatura organizada pelo seu assessor Nilton Cosson é apontada como estratégia para a divisão. Cosson trabalha o lançamento de candidato pela tendência PT para Todos.

O prazo para a inscrição das chapas vai até as 20h desta segunda-feira (12). Caso Sibá e PT para Todos confirmem participação, esta pode ser uma das eleições petistas no Acre com o maior número de candidatos.

Desta forma, a DR, mesmo que faça o sucessor, precisará dividir com as demais correntes um número maior dos cargos do Diretório Regional,  reduzindo seu poder de fogo.

Do sonho ao pesadelo

Suposto golpe Telexfree: mecânico realiza sonhos, e mulher perde casa

Ana Paula Batalha
Do UOL, em Rio Branco

De cada dez moradores do Acre, um virou divulgador da Telexfree. São cerca de 700 mil habitantes no Estado, e 10% deles aderiram ao negócio, segundo estimativa do Ministério Público Estadual (MPE/AC).
Desde que a empresa foi proibida de operar e teve seus bens bloqueados, por suspeita de formação de pirâmide financeira, esse tornou-se um dos principais assuntos nas ruas das 22 cidades do Estado.

Alguns com medo de perder o que investiram, outros envergonhados, ou instruídos pela empresa, poucos concedem entrevistas, e quando aceitam, não querem ter seu nome ou foto divulgados.

A promotora de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público no Acre Alessandra Marques conta que tem sido procurada por pessoas desesperadas.

"Veio um senhor chorando, dizendo que o filho o havia convencido a vender casa e carro para investir R$ 160 mil na Telexfree."

No país inteiro, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas tenham investido suas economias na empresa. O MP disse que não há previsão de quando a Justiça irá resolver o caso.

Dona de casa vendeu casa e limpou conta no banco

A dona de casa Maria Olcione, 38, moradora de Brasiléia (AC), a 234 km de Rio Branco, vendeu a casa em que morava com a família e limpou as economias no banco para investir cerca de R$ 30 mil na Telexfree.

Ela conheceu o negócio por meio de amigos e familiares, e aderiu em novembro de 2012, pela internet. "Vi que todos se davam bem, então resolvi entrar".

Conseguiu convencer outros 15 divulgadores e, por isso, não pagava mensalidade no negócio. O primeiro retorno do investimento veio em janeiro e nos quatro meses seguintes. Ela diz ter recebido de volta cerca de R$ 10 mil.

Sem casa própria, ela passou a morar com o marido e os três filhos em um imóvel alugado por R$ 450 ao mês. Com o dinheiro da Telexfree, pagava o aluguel e a faculdade do filho -que estuda medicina na Bolívia.

"A Telexfree foi um anjo", diz. "Estava tudo indo muito bem, mas agora não tenho nem o que comer. Acabei de buscar um pacote de arroz na casa da minha irmã para almoçar, porque não temos mais dinheiro", declara.

Matéria completa aqui

sábado, 10 de agosto de 2013

Farpas petistas



Uma guerra silenciosa está sendo travada neste momento dentro do PT pelo comando do partido. A disputa pode comprometer a já não tão saudável relação entre a maioria dos parlamentares do partido, membros do Palácio Rio Branco e os líderes da ala dominante, a Democracia Radical (DR).

O momento conturbado petista é consequência também do temporal provocado pela operação G7, da Polícia Federal, desbaratada em maio.

A forma como o presidente do PT, Leonardo Brito, vem conduzindo o partido e as reações do governo à operação G7 não tem agradado a grande maioria dos parlamentares (entre eles Jorge Viana) do PT e seus grupos dentro do partido.

A insatisfação da condução partidária também não agrada aos senadores petistas. Preocupado com os rumos da legenda e as consequências para a eleição do próximo ano, um dos senadores convocou reunião com parlamentares petistas para tratar destas questões.

O que os senadores ouviram foram muitas reclamações. Perceberam, então, que o descontentamento não era só deles, mas da maioria. O problema é que, sem o consentimento e conhecimento dos participantes da reunião, tudo que foi discutido foi repassado ao governador que, lógico, não gostou nada do que lhe foi repassado por quem estava presente na reunião. Tião Viana, por sinal, não foi convidado para o encontro.

Para repudiar esta postura, os assessores palacianos recorreram ao e presidente do PT, Leonardo Brito, para repreender os senadores, responsáveis pela reunião. Brito enviou uma carta aos dois senadores condenando a realização da reunião sem o conhecimento e a presença de Tião.

O envio da carta foi classificado como falta gravíssima pela executiva do PT, pelos senadores serem considerados petistas históricos e vistos como “intocáveis” – esta infração é mais grave do que “esquecer” de convidar o governador para a reunião.

Veja também:
Deputados federais vão disputar presidência do PT/Acre 

A partir de então os dois senadores começaram uma operação para enfraquecer o grupo de Léo, Carioca e André Kamai na sua luta para manter o domínio do PT nas eleições de novembro. Integrantes da Democracia Radical, tendência prevalecente no PT, definiu o sociólogo Ermício Sena para a sucessão de Leonardo Brito.

Em resposta, houve convite ao deputado Sibá Machado para também ser candidato a presidente do diretório estadual. Apoiado pelos senadores, o petista, considerado orgânico, foi em busca de apoio dentro do PT. Segundo pessoas próximas ao deputado, uma reunião foi convocada pela DR, na tarde desta sexta-feira (09) para tentar convencer Sibá a desistir da ideia.

Sibá não só descartou esta possibilidade como informou que sua candidatura é ungida pela CNB (Construindo um Novo Brasil), campo majoritário do PT que tem entre seus membros o atual presidente Rui Falcão, o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão.

O certo mesmo é que a situação política de Ermício Sena não é a das melhores. Em reunião recente promovida pelos senadores petistas no interior, foram expostas opiniões consideradas divergentes das do governador – o que é natural.

A forma como um dos integrantes da Democracia Radical relatou essas opiniões a Tião Viana não foram bem recebidas entre os senadores.A atitude desagradou ainda mais a bancada no Senado, que têm percorrido os diretórios municipais pregando o retorno do PT às suas origens.

Estas movimentações contribuíram para desgastar a candidatura de Ermício Sena nos grupos dos senadores Jorge Viana e Anibal Diniz –essenciais para garantir sobrevida no PT. Cogita-se a possibilidade da DR mudar seu candidato.

Segunda-feira é o prazo para as inscrições da chapa. O fim de semana será de muita negociação para aparar as arestas. Neste vale-tudo o que está em jogo será quem conduzirá o PT nos próximos anos e como o partido enfrentará as urnas em 2014.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Proveito multinível

Eu não costumo perder meu tempo com políticos que recorrem ao populismo e ao oportunismo para obter sucesso eleitoral.
Mas aqui vou tirar alguns minutos para responder ao deputado Moisés Diniz, do Partido Comunista do Brasil, que desde o meio de julho decidiu comprar a briga Telexfree.

Senhor deputado, os investidores do Telexfree não são ingênuos para acreditar que  vossa excelência e outros políticos entraram nessa com o único objetivo da solidariedade e bom moços dispostos a enfrentar o gigante.

O senhor, então, precisa de muitos votos. Por muito pouco o senhor não foi reeleito em 2010 por conta de ser líder de um governo cujo projeto político está desgastado há muito tempo.

Também vale lembrar aqui aos divulgadores Telexfree que Moisés Diniz defende o governo que vocês acusam de ter começado o processo que colocou a empresa na ilegalidade.

Como bem sei, o governador Tião Viana não tem culpa neste caso. E como todo investidor também sabe esta é uma questão de Justiça e que será resolvida nos tribunais. Portanto, todo político que promete solucionar o problema está querendo tirar uma casquinha.

Moisés Diniz afirma trabalhar para legalizar o marketing multinível. Balela. Estas empresas já são regularizadas no Brasil. Como bem sabemos, Natura e Avon são empresas multinível, pois dividem seus lucros com seus revendedores.

A diferença delas para Telexfree e outras investigadas pelo Ministério Público e Polícia Federal é que elas têm o que oferecer a seus clientes, e não prometem enriquecimento fácil e rápido.

A Telexfree e suas congêneres oferecem um lucro inexistente em lugar nenhum do planeta. No nosso capitalismo selvagem esta é uma possibilidade zero para a base da pirâmide; somente para o topo.
No mais, torço para que todos os divulgadores da Telexfree sejam restituídos em suas aplicações e que não mais caiam no conto do vigário.

Ainda tenham cuidado com os políticos que querem obter lucros eleitorais com o desespero de vocês.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Com educação, por favor

O maior sindicato do Estado, dos trabalhadores em educação do Acre (Sinteac), realiza no final do mês a eleição para a escolha da nova diretoria. Com representação nos 22 municípios, o domínio do Sinteac representa bom êxito nos anos eleitorais para o grupo que consegue eleger seu presidente. De olho nesta fatura, o PT trabalha para manter território.

O partido, porém, tende a ir dividido para a disputa. Ao menos dois petistas disputarão a presidência: Rosana Nascimento e Justino Queiroz. Os dois representam as duas tendências da legenda que estão em constante rota de colisão, a Democracia Radical (DR) e a Democracia Socialista (DS).

Nos bastidores, a DR tenta convencer a DS a desistir da candidatura de Justino. A divisão aumentaria as chances do partido perder o Sinteac. Para convencer a DS, os dirigentes da tendência oposta dizem que a derrota petista poderia influenciar na reeleição do governador Tião Viana em 2014.

O temor do grupo dominante, segundo informações, não é tanto a ascensão da oposição no sindicato, mas a vitória do PCdoB, o que deixaria os camaradas fortalecidos nas disputas internas da Frente Popular pelas candidaturas do próximo ano, em especial o Senado.

Mesmo com esta perspectiva, a Democracia Socialista não tem sinalizado a intenção de desistir do nome de Justino. O apoio ao professor seria um desafio ao amplo domínio da Democracia Radical em todas as instâncias do PT, incluindo a ala sindical.

Pela oposição, os professores se reúnem em torno do nome de Waldir França. O objetivo do grupo – que aglutina dissidentes petistas – é obter o apoio da categoria que saiu insatisfeita com o resultado da greve de 36 dias. É em torno desta insatisfação e do que eles classificam como inércia do Sinteac, que os oposicionistas se articulam para tirar a presidência das mãos do PT.

Ministros Isolados

Peru: ministros perdem cargo por conta de projeto de gás em reserva de índios isolados 

Survival International 

Pelo menos três ministros renunciaram no Peru, em meio a crescente pressão para aprovar o polêmico projeto de gás na Amazônia.

O plano de expansão do atual projeto de gás da Camisea, que está dentro da reserva Nahua-Nanti para tribos isoladas, tem sido amplamente condenado, e em março, a ONU pediu a sua ‘suspensão imediata’.

O Ministério da Cultura do Peru, encarregado de proteger os direitos dos povos indígenas, emitiu, na semana passada, um relatório indicando os perigos que o projeto colocaria para as vidas dos índios isolados. Entretanto o relatório desapareceu apenas algumas horas depois de ter sido publicado on-line, e tanto o ministro como o vice-ministro da Cultura deixaram o cargo.

Entre as preocupações apresentadas no relatório do Ministério, estão o risco de propagação de doenças entre os índios isolados, que não possuem imunidade para doenças comuns que podem ser trazidas por trabalhadores das companhias de petróleo e por forasteiros



O projeto Camisea já levou à morte de cerca de metade dos Nahua depois que eles foram contatados pela primeira vez após as explorações petrolíferas iniciais na década de 1980. Os Nahua continuam a sofrer de graves problemas de saúde, como é comum entre índios de recente contato, e a expansão de Camisea cortará ainda mais fundo a sua floresta.

Em uma carta escrita para o Ministério da Cultura, no mês passado, os Nahua rejeitaram o plano de expansão, afirmando, ‘Nós decidimos não permitir que a companhia de petróleo Pluspetrol realize o seu trabalho no nosso território’ devido as suas ‘repetidas quebras de promessa.’

Camisea é dirigida por um consórcio de empresas lideradas pela Pluspetrol da Argentina, pela Hunt Oil dos Estados Unidos e pela Repsol da Espanha. Os planos de expansão incluem a detonação de milhares de explosivos e a perfuração de mais de 20 poços.

O diretor da Survival Stephen Corry disse hoje, ‘o governo do Peru parece ter sido apanhado em um tipo de ‘febre do gás’, em que o governo parece determinado a avançar com a expansão do projeto de Camisea, apesar da oposição da ONU, e até mesmo de alguns de seus próprios ministros. Os cidadãos peruanos deveriam estar se perguntando, ‘O que é mais importante – a vida dos índios ou os lucros estrangeiros?’

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Lição vizinha


No fim de semana passei pela cidade boliviana de Cobija, capital do departamento de Pando –na fronteira com o Acre.

Ao andar pelas ruas me impressionei pela quantidade de bandeiras da Bolívia hasteadas no comércio e nas casas. No centro comercial era visível quase em cada loja o pavilhão lá pendurado.

Fiquei a fazer a comparação com o patriotismo brasileiro –de quatro em quatro anos de copa do mundo.

Aqui na fronteira temos o costume de classificar os bolivianos como os mais repugnantes do planeta, mas vejo o quanto temos que aprender com eles. Um povo que por causa da construção de uma estrada (financiada pelo governo brasileiro) ocupa as praças, e por muito pouco não colocou um presidente aliado para fora, o Evo Morales –estes são os nossos vizinhos.

Aqui no Brasil os nossos cofres são roubados diariamente pelos homens públicos e não temos a mínima capacidade de indignação. Em junho fomos para as ruas somente pelos 20 centavos, um modismo que ficou nisso.

Vou sugerir a cada brasileiro passar uma semana na Bolívia para pegar umas aulas de consciência política; quem sabe assim possamos escolher melhor nossos representantes em 2014.

P.S: Em 6 de agosto também é comemorada a Independência da Bolívia. Em 1825 o país se declarou livre da coroa espanhola. 

Cidade engolida

Recebi este e-mail de uma pessoa intitulada O Profeta. Ele relata a visão de uma catástrofe que levaria toda uma cidade a virar ruínas. Segundo ele, o chão se abriria e a cidade seria engolida. “Os edifícios pareciam que eram sugados para o interior da terra. Essa cidade estava próxima a uma cadeia de montanhas”, escreve ele.

De acordo com O Profeta, sua visão pode ter segurança por ter antevisto outros cataclismos, como o tsunami que devastou o Japão em 2011.

A seguir as palavras de nosso profeta.  



Eu vi. Era noite. Madrugada. Possivelmente estava fora do corpo. Estava flutuando no espaço, quando de repente comecei a ver, ao longe, as terras de uma cidade se movimentando e todos os edifícios desmoronando como se fossem cartas de baralho ou castelos de areia. Os edifícios pareciam que eram sugados para o interior da terra. Essa cidade estava próxima a uma cadeia de montanhas. E quando olhei novamente, não vi mais a cidade: somente pedras sobre pedras. E talvez nem isso. E quando mais uma vez olhei, vi vapores de água subindo de entre as montanhas como se estivesse saindo água fervente provinda dos mares. E como fiquei aterrorizado, acordei, e não vi mais nada. Fiquei por várias horas em transe para poder gravar na alma o pouco do que tinha visto. Não sei em qual continente aconteceu dito cataclismo. Porém sei que o que aconteceu àquela cidade, foi uma total destruição causada pela força magnética de um gigantesco planeta perdido de um outro sistema solar que não o nosso. E ainda não é o fim, é apenas o começo das dores. É o começo da transição do planeta Terra. Aliás, a sequência, por influência do planeta intruso, pois outros desastres já aconteceram neste século, de cunho gravíssimo, e os seres humanos não se aperceberam.

O Profeta


domingo, 4 de agosto de 2013

Tião perdeu as rédeas


A penúltima noite de Expoacre foi como o governo Tião Viana (PT): uma tragédia.

Por muito pouco vidas não foram perdidas naquele caldeirão country

Este era um evento anunciado: a mistura da venda indiscriminada de bebidas com a falta de segurança só poderiam resultar no caos da madrugada deste domingo, quando tiros foram disparados, pessoas pisoteadas e uma chuva de garrafas de vidro atingia o infeliz com e sme chapéu de vaqueiro.

Incompetência e irresponsabilidade são os adjetivos mais simples para os organizadores da festa. Uma das questões a ser levantada pelo Ministério Público é: quem autorizou a venda de bebidas alcoólicas em embalagens que colocam em risco a vida das pessoas?

Quem saiu ganhando com esta liberação? Houve conveniência por parte de gestores públicos ao permitir o consumo de bebidas em garrafas de vidro?

Os relatos são de cenas de horror no parque de exposição. Na UPA bem ali próxima a madrugada foi marcada por pessoas chegando ensanguentadas, com as cabeças cortadas pelo vidro, outras pisoteadas. Muitos correram para o interior dos estandes em busca de socorro.

Por muita sorte o pior não aconteceu. Como já era alta madrugada, crianças e idosos não estavam no local.
Agora é se iniciar uma investigação rígida para apurar as responsabilidades.

E a pergunta que não pode ser omitida é: Quem autorizou a venda de bebidas em garrafas de vidro?



P.S: Num Estado onde os governantes vão à praça pública para difamar Poder Judiciário e Polícia Federal não se pode esperar que seus cidadãos comuns deem bom exemplo de civilidade. O caso Expoacre representa bem isso

A luta dos Awás

Após ficarem por muitos anos invisíveis para a grande imprensa brasileira, enfim o povo Awá é capa de um jornalão. O Globo deste domingo trás reportagem especial sobre os riscos que esta população indígena sofre há décadas. A reportagem é ilustrada com belas fotografias de Sebastião Salgado. 

Veja a matéria

Awás lutam contra a destruição dos madeireiros no que restou da Floresta Amazônica do Maranhão
 

Miriam Leitão e Sebastião Salgado

No pouco que resta de Floresta Amazônica no Maranhão, vive o povo Awá, conhecido como “o mais ameaçado do planeta”. São pouco mais de 400 pessoas, cercadas de municípios que dependem da extração da madeira. Os Awá falam guajá, do tronco Tupi. Só alguns sabem um pouco de português. Eles são um dos últimos povos apenas caçadores e coletores. Vivem da floresta e pela floresta. O GLOBO esteve lá junto com o fotógrafo Sebastião Salgado para registrar o cotidiano desses índios poucos conhecidos e a dramática situação que os cerca.

A terra dos Awá-Guajá já foi demarcada, homologada e registrada com 116.582 hectares. Todas as contestações judiciais foram consideradas improcedentes. Ela está dentro da Reserva Biológica do Gurupi, criada pelo presidente Jânio Quadros em 1961, e que tem o mais alto nível de proteção ambiental. Mesmo assim lá estão os grileiros e os madeireiros derrubando a floresta e encurralando os índios. Essa área da Amazônia é única, porque é a porta de entrada da floresta, e algumas espécies só existem lá.

Os Awá fugiram do contato com os brancos por quase 500 anos. Chegaram a ser chamados de “índios invisíveis”. Foram contatados só a partir de 1979, e alguns indivíduos permanecem fugindo. Vivem o momento mais decisivo de sua sobrevivência. A Justiça ordenou a desocupação da terra pelos não índios, e a Funai terá que cumprir essa ordem nos próximos meses.

A ligação dos Awá com a floresta é ainda maior do que a de outros índios. Num discurso em guajá, um dos líderes da Aldeia Juriti, Piraima’á avisou:

— Os madeireiros estão matando as árvores. Vão matar os Awá. Eu vou enfrentar os madeireiros. Eu tenho coragem.

O Exército desembarcou na região com 700 homens, numa operação com o Ibama, para reprimir o ataque à floresta e a produção de maconha em terras indígenas e encontrou abundantes provas do crime de desmatamento. É o que conta essa reportagem que tem o privilégio de ter imagens do maior fotógrafo do mundo: Sebastião Salgado, que passou três semanas com os índios, por dias longe da aldeia e dentro da floresta.

Material Completo


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Muy amigos


O governador Tião Viana (PT) anda muito mal acompanhado. Os dois deputados acima são do Partido Ecológico Nacional (PEN) –uma legenda de aluguel que serviu como trampolim para desfiliações. Trata-se de Walter Prado e Élson Santiago, sendo este último o presidente da Assembleia Legislativa.

Élson Santiago responde a processo na Justiça por peculato. Foi denunciado por malversação no uso da cota do exercício parlamentar –a mesma que o parlamento esconde do portal da transparência .

Walter Prado agora teve recuso negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em processo que responde por compra de votos na eleição de 2010 (Veja aqui). Com o entendimento da Corte, a decisão do TRE-AC que condenou Prado à perda dos direitos políticos, ficando impedido de disputar eleição pelos próximos três anos, é mantida.

A volta da normalidade

O governador Tião Viana (PT) aos poucos vai retomando a relação com sua base política na Assembleia Legislativa. Depois de um fim de primeiro semestre tenso por conta do apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o pagamento de aposentadoria para ex-governadores, os deputados tendem a voltar do recesso no clima paz e amor com o governo –e de olho na reeleição do próximo ano.

Desde a semana passada Tião Viana tem recebido os deputados em seu gabinete. Os encontros ocorrem até mesmo com os deputados mais rebeldes, e que inspiram pouca confiança no Executivo. Conhecido por suas alfinetadas nos discursos de plenário, Walter Prado (PEN) foi recebido por Tião, além de acompanhá-lo em agendas externas.

A um ano das eleições –apontadas como uma das mais duras a ser enfrentada pela Frente Popular – o governo trabalha para manter a base unida e evitar possíveis cooptações pela oposição. Governistas já contabilizam os prejuízos com a saída do PTB, PR e PSB.

Os rompimentos representarão menos tempo de propaganda eleitoral para Tião Viana em sua tentativa de reeleição. Nos últimos dias os deputados vinham reclamando da relação com o governo. A insatisfação levou a maioria dos membros da base a assinar a PEC apresentada pelo oposicionista Gilberto Diniz (PTdoB).

Para evitar mais sustos neste segundo semestre de ano pré-eleitoral, o Palácio Rio Branco apazigua a base com a promessa de apoio às suas respectivas reeleições. A bancada anda descontente com a perspectiva de ter como concorrentes em 2014 secretários de Estado cujo padrinho principal seja o governador.

 Tião tem assegurado que isso não ocorrerá, com o Executivo não interferindo na disputa proporcional. Diante desta sinalização, os deputados prometeram fidelidade às matérias de interesse do Executivo, além de barrar eventuais propostas de CPI por parte da oposição.