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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O descanso ao inquieto



Saudade e gratidão. Estes são os sentimentos mais comuns naqueles que nesta quinta-feira, 15 de agosto, deixaram todos os seus afazeres para prestar as últimas homenagens a Roberto Moura.

Entre as milhares de pessoas que passaram pela Assembleia Legislativa havia desde figuras importantes, como empresários e políticos, a anônimos que talvez nunca tenham conversado com ele, mas foram de alguma forma assistidas por meio dos empregos gerados pelo Grupo Recol.

Foi sob aplausos emocionantes que o corpo de Roberto Moura saiu do hall da Assembleia Legistiva com destino ao caminhão do Corpo de Bombeiros. A bandeira do Acre no caixão simbolizava o amor deste filho de Tarauacá pela terra onde decidiu investir, manter residência e criar seus filhos.

No caminhão dos Bombeiros estava o primogênito Marcelo Moura, que fez questão de estar ao lado do pai em todos os momentos. Com o semblante da dor, mas estampando no rosto o orgulho pelo pai (orgulho este responsável por lhe assegurar a força para suportar o momento) empreendedor que lhe ensinou os valores do trabalho e da honra, Marcelo percorreu os 20 quilômetros até o cemitério Morada da Paz ao Sol.

O caminho escolhido até o local do sepultamento foi estratégico: a Via Chico Mendes. É ali, ao longo da mais importante rua do Segundo Distrito, que Roberto Moura construiu suas empresas. Na principal delas, a Recol Distribuidora, um grupo de funcionários deu as mãos numa corrente, dando o último adeus ao chefe.

Era ali naquele local onde Roberto Moura chegava cedo todos os dias para o ofício e ia embora tarde. Ao longo da Via Chico Mendes os curiosos observavam o cortejo. Na frente das empresas os funcionários se reuniram para ver Moura passar ali pela última vez, num caminho que já tinha sua marca, mas pouco conhecido de muitos.

Pela Via Verde o cortejo seguiu sem muitos problemas chegando às 17h no Morada da Paz. No local uma grande quantidade de amigos e parentes o esperava. A missa foi celebrada pelo padre e amigo de infância Leôncio Asfury –sendo Moura o responsável por lhe ensinar o Latim no catecismo.

O homem inquieto, criativo, visionário e trabalhador era deitado para seu descanso em paz no Morada da Paz. Depois de 60 anos de uma vida agitada e focada no trabalho –muitas das vezes abrindo mão da diversão – Roberto Moura ia para seu merecido repouso na terra que mais amava, o Acre.

Mas esta era a certeza de que seu legado não acabava ali. Uma ampla geração Moura foi deixada aqui para dar continuidade aos seus sonhos, para a construção de um Estado melhor. Roberto Moura tem seu lugar garantido na galeria dos grandes acreanos, sendo sempre evocado como exemplo do homem determinado a tornar os seus sonhos mais simples em realidade.  

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