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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Pernas próprias

Com crise na Resex Chico Mendes, enfim ICMBio no Acre terá vida própria


O aumento crescente e descontrolado do desmatamento dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes levou a presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Brasília a adotar uma série de medidas para enfrentar a situação.

Uma delas será garantir vida própria ao órgão no Acre, terra natal do líder seringueiro e da responsável pela criação do ICMBio, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Passados 11 anos desde a criação do instituto, que ficou responsável por cuidar das unidades de conservação do país, o Acre deixará de estar subordinado à coordenação regional sediada em Porto Velho.

A partir das próximas semanas, o braço do instituto no Acre terá vida própria, não dependendo mais de Rondônia para definir suas ações. Atualmente, apenas as chefias de cada unidade de conservação no Estado têm certa autonomia, entre elas a Resex Chico Mendes, a do Alto Juruá e a Cazumbá-Iracema.

A situação do ICMBio no Acre é de quase penúria. Com quase um milhão de hectares, a Resex Chico Mendes, como exemplo, tem apenas quatro servidores para cuidar da área, sendo que grande parte dela está pressionada pelo agronegócio.

Nos bastidores do instituto no Acre já começam algumas movimentações para saber quem vai assumir a coordenação regional. Desde reportagem publicada pela revista “Veja” mostrando o avanço da pecuária e do desmatamento na Resex Chico Mendes, a presidência do órgão decidiu reforçar sua atuação dentro da unidade.

Entre está a ampliação do número de operações, de funcionários e o recadastramento de todas as famílias para regularizar a situação fundiária de cada uma.   

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Jorge Viana longe dos holofotes

Se há no grupo político da Frente Popular alguma liderança que tenha melhor trânsito entre os jornalistas acreanos, seu nome é Jorge Viana (PT). O senador é capaz de dialogar com todos os profissionais, desde os mais simpáticos a sua trajetória política até aos mais críticos.

Nos últimos tempos, no entanto, o petista tem mudado este comportamento. Essa mudança tem sido cada vez mais perceptível. Exemplo mais recente ocorreu essa semana ao fazer o lançamento da revista com a prestação de contas de seu mandato.

Noutras épocas, sua assessoria despachava convites pessoais para os jornalistas; além dos convites, ainda havia ligações telefônicas como reforço. Desta vez Jorge Viana decidiu ficar longe dos holofotes, e fez o evento somente para seu círculo político.

A cada fim de ano e começo de ano legislativo o petista também costumava reunir a imprensa; essa programação também ficou de fora de sua agenda. Até mesmo pedidos de entrevista têm sido recusados por ele.

O isolamento ocorre justamente em 2018, ano em que ele disputa a reeleição para o Senado. Saber o que de fato levou o parlamentar a essa mudança de comportamento é uma incógnita.

Uma de suas estratégias pode ser evitar falar de temas espinhosos que podem arranhar sua imagem ante o eleitorado, como a prisão do ex-presidente Lula e as denúncias de corrupção em que seu partido está envolvido até o pescoço.

Jorge Viana sabe que qualquer declaração neste momento pode ser delicada tanto para sua relação com o eleitor quanto com o partido. Conhecido desde seus tempos de governador por gostar dos holofotes da imprensa, o petista parece adotar a discrição como a melhor forma de evitar o sentimento anti-PT da população, garantindo assim mais oito anos em Brasília.