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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Lado frágil

Ocupando a última posição na mais recente pesquisa de intenção de voto, o senador Aníbal Diniz (PT) tem visto aumentar seu número de adversários dentro da Frente Popular pelo direito de ser o nome da coligação na disputa pelo Senado em 2014.

De acordo com a pesquisa Delta realizada em junho, Aníbal teria 6% da preferência dos eleitores caso as eleições fossem hoje, contra 49% da aliada Perpétua Almeida (PCdoB).

Além da alta popularidade da deputada comunista, Aníbal –que pode pela primeira vez disputar uma eleição majoritária – ganhou como concorrente o deputado e líder evangélico Henrique Afonso (PV), aliado de Marco Feliciano (PSC-SP) na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Para garantir a competitividade de Aníbal nas “prévias” da Frente Popular, o PT tem investido em seu nome. A primeira medida foi oficializá-lo como o “candidato natural” do partido.

Dentro do PT reina o consenso de que o ocupante da cadeira seja o candidato, caso haja as condições legais para isso, sendo a questão política deixada para depois.  Aníbal tem possíveis concorrentes dentro do próprio PT, incluindo o ex-prefeito Raimundo Angelim e o deputado federal Sibá Machado.

Mesmo em desvantagem nas pesquisas, o PT acredita na possibilidade de crescimento de Aníbal. Militante petista histórico e um dos organizadores da fundação no Acre, Aníbal assumiu o Senado no fim de 2010 após a renúncia de Tião Viana para tomar posse como governador.

Uma das estratégias para alavancar Aníbal é colá-lo à imagem das principais lideranças do PT, como Tião Viana e seu colega de Casa, Jorge Viana. Neste recesso parlamentar Aníbal acompanhou Tião nas principais agendas do governo, sempre aparecendo nas principais imagens.

O bom mandato dele no Senado também é outro fator de peso. Em 2011 ele ficou entre os 10 melhores senadores do país em ranking elaborado pela revista “Veja”.

O que mais preocupa o PT é Perpétua Almeida. Sua ampla vantagem nas pesquisas a um ano das eleições faz os comunistas exigirem do PT a bola da vez na disputa majoritária. Este também era o cenário de 2012, mas os petistas optaram por não dar o braço a torcer e investiram em Marcus Alexandre.

Cogita-se até a possibilidade de duas candidaturas ao Senado pelo governo para se evitar mais desgaste na conturbada relação PT e PCdoB.

Diante do nanico PV, o partido do governador não vê muita resistência. Em 2010 PV e Afonso também brigaram pela cadeira, mas foram vencidos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Até que o Estado os separem


 Na semana passada, a (ex) secretária de Turismo Ilmara Cordeiro entregou ao governador Tião Viana sua carta de demissão. Ela alegou como motivo principal da saída da vida pública a realização de seu casamento.

Como o marido mora fora do Acre, Ilmara deixou o generoso salário de secretária de Estado e as viagens oficiais pelo Brasil e pelo mundo bancadas pelos cofres públicos tudo em nome do amor. Ótimo!

Quem também deixou o primeiro escalão do governo foi Mauro de Deus (até ontem não sabia quem era ele nem que existia a importantíssima secretaria adjunta de Esportes). Até o momento a demissão não ocorreu por emoções que a própria razão desconhece..  Segundo ele, é decisão de governo, para aquilo que seria uma mexida na equipe de Tião.

Pois bem, se para sair do cargo Ilmara recorreu ao casamento, aqui fica a minha sugestão para os secretários ineficientes e de pouca utilidade para a sociedade acreana: arrumem um casamento e também peçam a demissão ao governador.

Alguém aí disposto (a) a se casar com secretário do governo? Os pretendentes podem procurar as respectivas secretarias, e de preferência que sejam de outros Estados.
O Acre agradece

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Reforma sem protesto

O governador Tião Viana (PT) pode iniciar a partir desta semana uma série de mudanças no primeiro escalão de seu governo. Segundo informações, ao menos cinco secretários tendem a deixar suas pastas. Depois de Ilmara Rodrigues sair do Turismo na semana passada, nesta segunda-feira o secretário-adjunto de Esportes, Mauro de Deus, deixou o cargo.

Mauro estava na função desde o início do governo. Para seu lugar o mais cotado é o militante histórico do PT, Pelezinho, conhecido por sua atuação nos movimentos de base. Outra mudança à vista é na Comunicação. A subsecretária Andrea Zilio é cotada para subir de posto e ocupar o lugar do secretário Leonildo Rosas.

As mudanças ocorrem após os impactos causados na imagem do governo por conta da operação G7, da Polícia Federal. Pesquisa Delta apontou queda de popularidade e de intenção de voto em Tião Viana. A reforma ocorre como tentativa de recuperação dos níveis de aprovação do governo, alterando a forma de atuação nas pastas mais estratégicas.

sábado, 27 de julho de 2013

Um pouco mais


Em longa reunião realizada na manhã desta sexta na sede do PMDB, os dirigentes dos partidos de oposição decidiram que não será desta vez se o grupo vai caminhar pela unidade em 2014, ou terá várias candidaturas. Entre os participantes do encontro estão os dois possíveis candidatos ao cargo, Márcio Bittar (PSDB) e Sérgio Petecão (PSD).

Enquanto a maioria dos partidos defendeu a necessidade da unidade, o senador, que também preside o PSD, continuou a bater na tecla de divisão, argumentando ser este o melhor caminho para provocar o segundo turno. Ele analisa que somente assim a oposição terá chance de derrotar o governo.

Segundo fontes, a reunião ocorreu em clima de harmonia, com cada partido apresentando seu ponto de vista. De consenso ficou definido dezembro como o limite para as definições de candidatos ao governo e Senado.

Além disso, ficou acertada agenda de encontros dos oposicionistas pelo interior. Na segunda quinzena de agosto haverá plenária em Cruzeiro do Sul. Individualmente, os partidos também ficarão responsáveis por suas estratégias de atuação.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Integração

Brasil e Peru se comprometem a avançar em integração pelas fronteiras

Agência EFE 

A chanceler peruana, Eda Rivas, se reuniu nesta quarta-feira com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, com quem analisou as relações bilaterais e concordou sobre a necessidade de avançar na integração física através das fronteiras amazônicas.

"Devemos aprofundar a aliança estratégica assinada por ambos os países há dez anos", apontar um maior desenvolvimento conjunto "com inclusão social" e apostar em projetos de infraestrutura física que ajudem a potencializar o comércio, declarou Rivas em entrevista coletiva com Patriota.

Entre alguns exemplos de projetos tombados ao desenvolvimento do comércio, a ministra citou a Rodovia Interoceânica, que parte do porto brasileiro de Santos no Atlântico, atravessa a Bolívia e chega a terminais portuários do Chile e Peru no Pacífico.

Essa estrada seria inaugurada em abril passado pelos presidente do Brasil, Dilma Rousseff; da Bolívia, Evo Morales, e do Peru, Ollanta Humala, mas esse encontro foi adiado e ainda não se fixou uma nova data, explicou Rivas.

A ministra assegurou, no entanto, que "apesar da estrada não ter sido inaugurada oficialmente, já está pronta e já está ajudando o comércio" dos países.

Patriota destacou que nos últimos meses cresceu a troca na fronteira entre o Brasil e o Peru, que atribuiu precisamente a essa maior integração física bilateral.

Rivas também ressaltou que para este ano espera-se um aumento dos fluxos comerciais entre Peru e Brasil, que em 2012 chegaram ao recorde histórico de US$ 3,7 bilhões.

Além disso, Rivas e Patriota destacaram a cooperação bilateral em matéria de segurança fronteiriça e combate ao narcotráfico, duas áreas em que se comprometeram a continuar afinando os mecanismos de vigilância conjuntos.

Os ministros explicaram que durante a reunião que tiveram hoje em Brasília, a primeira desde que Rivas assumiu o cargo, em maio, também fizeram uma análise da situação regional.

Patriota explicou que a discussão ganhou fôlego com a crescente importância da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), cuja presidência rotativa está em mãos do Peru e passará a ser exercida pelo Suriname a partir de agosto.

Amazônia Gelada


Após um fim de semana com os termômetros acima dos 35o, os acreanos começaram esta quarta-feira com temperatura de 7,5º e sensação térmica abaixo de zero. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), às 11h (hora local) a temperatura mínima era de 9o, com sensação de 5o. Especialistas afirmam que este é um dos maiores frios no Estado dos últimos 15 anos.

Segundo o meteorologista Davi Friale, há a possibilidade de neve na madrugada desta quinta. “As condições atmosféricas estão favoráveis à queda de neve leve, entre 3 e 6 horas da manhã, pois faltam,apenas 2º, para que esse fenômeno ocorra no Acre já que as outras condições que são alta umidade do ar, com nuvens espessas e baixas, estão presentes”, diz o especialista.

Desde a madrugada desta terça-feira que as temperaturas despencaram no Estado amazônico. Depois de um fim de semana e uma segunda-feira com os termômetros acima dos 35o, com sensação térmica chegando a 40o, os acreanos começaram a terça com garoa, céu fechado e muito vento gelado.

Na tarde desta segunda o forte calor superava os 35o. Sem chuvas há pelo menos duas semanas, o clima seco contribuía para o aumento da sensação de calor. Durante a noite as primeiras nuvens começaram a se formar, mas a sensação térmica não era a mais amena. Em alguns pontos da capital, Rio Branco, choveu forte.

Foi durante a madrugada que a friagem fez os acreanos tirarem dos fundos do guarda-roupa as capas de frio, acessório pouco utilizado no clima quente e úmido da Amazônia. 

O frio permanecerá até o próximo sábado, quando as baixas temperaturas começam a perder um pouco de força, com a mínima de 18o.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Marina e o PT


Rompida com o PT desde 2008, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,  não perdeu seus laços com os companheiros petistas no Acre.

Até hoje os seus apoiadores estão em cargos importantes no longevo governo do PT acreano.

Vide o caso de Fábio Vaz, este senhor de blusa azul ao lado do governador Tião Viana. Esposo de Marina, ele é secretário-executivo numa das mais importantes secretarias do governo, de nome bem extenso: Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria , do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens).

Um dos organizadores da Rede Sustentabilidade no Acre, ele tem como missão na pasta executar as políticas de desenvolvimento sustentável; ele seria o cartão verde do governo na busca de apoio para as ações voltadas à exploração das riquezas da floresta com sustentabilidade.

Marina Silva nos últimos dias tem aumentado seu tom de crítica ao petismo, mas mostra ingratidão aos companheiros, já que tem seu marido bem empregado na estrutura do Estado.  

A cara da oposição


Esta senhora de blusa preta, que sempre está nas agendas do governador Tião Viana (PT), é a deputada Marileide Serafim, líder do PSD na Assembleia Legislativa.

Ela é do partido do senador Sérgio Petecão, presidente do PSD no Acre, e que será adversário de Tião na eleição do próximo ano.

Dá para entender?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Fui de bike


Enquanto governos do mundo inteiro adotam políticas para incentivar o transporte alternativo, que não causem impactos no ambiente, no Estado Amazônico do Acre ocorre o inverso.

Com um dos piores sistemas de transporte coletivo do Planeta, Rio Branco passou a ganhar nos últimos anos as bicicletas elétricas. Econômicas, elas podem alcançar até 50 km/h sem nenhum esforço físico de seu proprietário, e sem despejar um metro cúbico de gases poluentes.

As magrelas elétricas passaram a ficar na mira da cobrança de impostos do Estado. Não bastasse a já famigerada indústria da multa com seus radares e agentes de trânsito sempre prontos a dar aquela canetada o Detran/AC quer  enquadrar os condutores da bike ecológica nas “normas do trânsito”.

Este é um eufemismo para dizer que a partir de agora os ciclistas serão obrigados a pagar algumas taxas que alimentam a milionária indústria do Detran. Ele precisará ter a carteira de habilitação e o veículo a pagar alguns impostos.

O governador Tião Viana (PT) foi um dos primeiros usuários das bikes elétricas; defendeu o seu uso como forma de diminuir os congestionamentos em Rio Branco.

Pena as autoridade de trânsito não terem entendido o recado de Tião

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Só na saudade


Toda vez que bate aquela saudade do companheiro Lula, o governador do Acre, Tião Viana (PT), encontra alguma agendazinha em São Paulo para colocar a ida à capital paulista como evento oficial e, assim, a conta ser debitada nos cofres públicos.

Os encontros de Tião com Lula em nada interessam ao Acre. Afinal, ele é ex-presidente. Como o Vianismo está com as portas fechadas no Palácio do Planalto, o único consolo é um cafezinho no Instituto Lula.

As agendas em SP são muito mais para relembrar os bons tempos de Lula no Planalto, do que para encontros com os diretores de importantes hospitais paulistas para firmar parcerias. Quem depende do sistema de saúde público do Acre já notou que estamos longe de ter um Albert Einstein ou Sírio Libanês.

Lula não pode trazer nenhum benefício para o Acre. Apresentado pelo governo como o “melhor amigo do Acre”, Lula fica na promessa de por aqui aparecer, mas sem nunca dar as caras.

O mais interessante é que esta viagem do governador a SP não foi colocada no Portal da Transparência. É de se questionar se o governo omitiu os custos de mais esta visita a Lula, ou ocorreu apenas um “erro técnico”.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Já foi concedido

O governador Tião Viana (PT) foi taxativo em sua página no Facebook

“Não se pode conceder o que não há”

A declaração é uma referência à greve dos servidores de Rio Branco que estão com as atividades paralisadas desde a semana passada, reivindicando 15% de reajuste salarial.

Segundo Sebastião, não há recursos em caixa. A crise econômica que abala a economia brasileira deixou as contas públicas na lona. De fato este é um fator preponderante.

Mas o inchaço na folha de pagamento do Estado e da prefeitura também emperra os gestores de concederem qualquer tipo de reajuste.

Levantamento feito pelo blog junto ao Tesouro Nacional aponta que entre janeiro e junho últimos a transferência do FPM para Rio Branco foi de R$ 89,9 milhões. Já nos seis primeiros meses de 2012 o fundo alcançou a cifra de R$ 75,6 milhões.

Ou seja, dinheiro há, o problema é o que ocorreu com a administração de Rio Branco em 2013. Eleito às custas do toma lá dá cá, agregando inúmeros novos aliados oriundos da oposição, Marcos Alexandre precisou inchar a prefeitura para abrigar os neo-companheiros.

Para isso foram criadas cinco secretarias. Secretaria cheirando a novo implica na contratação de servidores, de preferência indicados pelos partidos da Frente Popular.

De fato “não se pode conceder o que não há”, pois já foi concedido no início do ano.

Aos servidores municipais concursados só resta a esperança da greve para ver se sai algum aumento salarial.

Salvação Awá

Survival International 

Survival International tem recebido relatos que o Exército Brasileiro iniciou uma grande operação terrestre contra madeireiros ilegais que estão operando em torno da terra dos Awá, a tribo mais ameaçada do mundo.

Centenas de soldados, policiais e agentes especiais do Ministério do Meio Ambiente penetraram a região, com o apoio de tanques, helicópteros e aproximadamente cem outros veículos, para parar o desmatamento ilegal que já tem destruído mais de 30% de um dos territórios indígenas dos Awá.

Relata-se que a operação começou no final de junho de 2013. Desde então, pelo menos oito serrarias foram fechadas e outros equipamentos foram confiscados e destruídos.
A operação chega a um momento crítico para os Awá, uma das últimas tribos caçadores-coletores nômades da Amazônia brasileira. Os Awá estão em risco de extinção se a destruição de sua floresta não for parada urgentemente.

Mas enquanto a operação está tornando mais difícil a entrada dos madeireiros no território dos Awá, e a remoção da madeira valiosa, as forças não entraram na terra Awá em si – onde o desmatamento ilegal ocorre a um ritmo alarmante e onde ação rápida é crucial.

O Amiri Awá disse à Survival, ‘Os invasores devem ser removidos da nossa floresta. Os madeireiros já destruíram muitas áreas; nós não queremos que eles acabem com toda nossa floresta.’
Dezenas de milhares de pessoas no mundo, incluindo muitas celebridades, se uniram à campanha da Survival International instando que o governo brasileiro envie forças para dentro dos territórios dos Awá a fim de expulsar os invasores ilegais, parar o desmatamento da floresta dos índios, processar os invasores ilegais e impedir que eles entrem novamente na área.

O diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje, ‘O Brasil deu um primeiro passo promissor para salvar a tribo mais ameaçada do mundo, graças às milhares de pessoas no mundo que apoiam os Awá. Isto prova que a opinião pública pode causar mudanças. Contudo, a batalha não está vencida ainda: as autoridades não devem parar até que todos os invasores tenham saído’.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mostra a tua cara

Como o Brasil olha para o Norte e Nordeste

[...] Realocar a distribuição das cadeiras no Congresso seguindo o princípio de um homem, um voto, também ajudaria muito pois reduziria o papel de estados nordestinos que continuam dominados por famílias oligárquicas e beneficiaria estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde o eleitorado é maior, mais instruído e com mais probabilidades de exigir o fim de abusos e das práticas retrógradas.

Este é um trecho do livro (semitucano) “Brasil em Alta, a História de um País Transformado”, do jornalista americano Larry Rohter, correspondente do New York Times no Brasil por muitos anos.

Meu comentário:


Nós do Norte e Nordeste somos vistos como a escória da pátria brasileira pelos sulistas e paulistas que não sabem que o Brasil faz fronteira com a Colômbia. O eleitor de SP é tão instruído que em 2010 elegeu um palhaço para o Congresso Nacional. No Rio a sabedoria é tão grande que há tempos eles têm dois Estados: o pseudo-oficial conduzido, vejam só, pelo PMDB, e o comandado pelos traficantes de drogas.

Em Minas Gerais, lembremos, foi iniciado o mensalão tucano (omitido no livro) e até hoje não ocorreu o julgamento deste crime. Olha o nível de instrução do eleitorado mineiro. 



Por isso sempre defendi o Bolivian Syndicate. Hoje poderia estar falando inglês e chamando os brasileiros de “macacos”. 
 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Acre (dês) politizado

Desde que me entendo por gente ouço que o acreano é o cidadão mais politizado da pátria brasileira; discute-se política na padaria, no bar, na praça e em qualquer outro ponto de aglomeração. Em comparação com outros Estados até discutimos mais política do que um paulista, um carioca, um barriga-verde, potiguar...

Mas a política debatida aqui nestas bandas da floresta é a política pequena, a política partidária entre o azul e o vermelho a cada dois anos. Resumimos nossa mobilização política às farpas entre petistas e oposicionistas, sem um debate mais amplo, complexo e com resultados concretos no cotidiano.  

Posso observar isso a partir destas ondas de manifestações que sacodem o País. Enquanto as ruas das grandes cidades continuam a ser ocupadas, em Rio Branco nos resumimos ao Dia do Basta.

Não desmerecendo aquele sábado legítimo de rua, mas deixa transparecer que muitos foram apenas por modismo, para repetir aqui o que vinha ocorrendo em outras capitais. É só ver o caso da “pressão” da PEC da pensão de ex-governadores. Apenas alguns “gatos pingados” estiveram reunidos na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados a apoiar a proposta.

Muitos ficam indignados com esta regalia concedida a uma pequena elite acreana, mas poucos são os dispostos a ocuparem a praças pedindo o seu fim.

Até mesmo nas redes sociais as manifestações são tímidas. Outro exemplo é desta quinta-feira, 11 de julho, quando quase 20 Estados foram tomados por manifestações dos sindicatos e centrais sindicais. No Acre, uma pequena quantidade de lideranças sindicais e trabalhadores percorreram as ruas centrais.

Mas como toda causa tem uma explicação, a nossa inércia de mobilizações populares não fica vazia. Desde que a esquerda tomou o poder, em 1999, todos os organismos de organização social foram cooptados pelo petismo: sindicatos, associações, ONGs, cooperativas....

Com as principais lideranças sindicais comprometidas com cargos no Executivo, é até de se estranhar que no Acre ainda ocorram greves. É certo que há líderes desamarrados, mas que, engolidos pela máquina, não dispõem da força suficiente para organizar as categorias.

Nosso nível de formação política também é péssimo. A educação pública está sempre em posições desconfortáveis nos rankings do MEC. Portanto, não há um povo politizado no Acre. A politização só ocorre em ano eleitoral, com cada um dos lados opostos desta moeda brigando por seus interesses próprios.

Confiantes nesta amarra social, os detentores do poder se sentem à vontade para cometer os maiores desmandos possíveis –e nós ficamos na plateia vendo tudo.

Isso é muito lamentável em uma sociedade. A incapacidade de expressar sua indignação é típica de regimes autoritários. No Acre, supostamente, estamos num regime democrático. Mas a grande maioria da população tem medo de dar seu grito de liberdade para não ser perseguida pelo governo.

Quem discordar desta minha visão pode ficar á vontade para contrariá-la.  
   

As vítimas da PEC

Esta é a última semana de trabalhos na Assembleia Legislativa. Ufa, ainda bem! Agora só em agosto. Caso o Parlamento continuasse por mais algumas semanas era provável que não ficaria intacta nenhuma daquelas reluzentes vidraças do prédio na Arlindo Porto Leal.

Os deputados entram em suas merecidas férias de meio de ano no pior dos climas. A ousadia de assinar a PEC que propõe o fim do pagamento de aposentadoria a ex-governadores custou muito caro aos membros da base de sustentação de Tião Viana (PT).

Em público o Palácio Rio Branco não assume nenhum posicionamento quanto à questão. Mas nos bastidores trava-se uma guerra surda, mas que ganhou eco na tarde desta quarta-feira: Jonas Lima, do PT. Ele foi o escolhido para ser o bode expiatório do governo para a retaliação que prosseguirá de hoje em diante.

Mas por que Jonas Lima, deputado do partido do governador? Vamos começar do começo. Deputado em primeiro mandato, Jonas é primo do deputado federal Taumaturgo Lima e do secretário Mâncio Lima Cordeiro (Fazenda). Liderança evangélica, suas convicções sempre tiveram em conflito com as bandeiras liberalizantes do PT, como casamento gay e descriminalização do aborto.

Nada que isso transforme Jonas Lima num inimigo interno. As divergências com o petismo começaram, precisamente, na eleição de 2012. Tendo como base eleitoral o Vale do Juruá, e o município de Mâncio Lima, ele tinha como candidato a prefeito o também parente Isaac Lima, do PT.

Isaac tinha Jonas, que tinha Taumaturgo, mas que não tinha Tião Viana tampouco o PT. O Palácio Rio Branco estava dedicado à campanha do PMDB. Do PMDB? Sim. O prefeito Gleidson Rocha tinha como vice o PCdoB de Edvaldo Magalhães. Por isso o governo fez vista-grossa com a candidatura de Isaac Lima, que perdeu por uma diferença de 50 votos.

Desde então a relação entre Jonas, PT e governo não foi a mesma. Logo depois ele passou a perder espaços dentro do Executivo. Cargos que antes pertenciam ao deputado foram repassados a outros aliados do PT no Juruá, como o ex-prefeito de Rodrigues Alves, Francisco Deda (PP).

Desprestigiado dentro do grupo político, ele passou a perceber outras tentativas de enfraquecê-lo. Para exteriorizar toda esta insatisfação, ele decidiu assinar a PEC do Gilberto Diniz (PTdoB); desde então foi emitida sua sentença de morte política por parte do petismo.

Porém, como pano de fundo de todo este impasse, há outros interesses que envolvem o assessor especial do governo, Francisco Nepomuceno, o Carioca. (olha ele ai outra vez). A PEC foi apresentada por um deputado inimigo de Tião Viana, que é Gilberto Diniz. Qualquer aliado jamais poderia assiná-la. A proposta ganhou apoio popular e os deputados ficaram contra a parede.

Assinar a PEC e ficar bem com o eleitor, mas ser tratado como inimigo pelo governo? Diante desta situação, os deputados do PT decidiram consultar a Executiva Estadual para saber qual o posicionamento a ser adotado. Este aconselhamento foi pedido ao presidente petista Leonardo Brito e a Carioca.

Eles informaram que não poderiam repassar orientações sem a presença de Tião Viana, ausente do Acre em viagem a Brasília. O mesmo pedido foi feito pelos demais deputados da Frente Popular ao conselho político da aliança, mas foi dada a mesma desculpa.

Sem saber o que fazer, o líder do governo na Aleac, Astério Moreira (PEN), decidiu liberar a base; cada um ficasse à vontade para assinar ou não. Com a omissão da direção partidária e a pressão da opinião pública, os deputados foram para o tudo ou nada.

Moisés Diniz, presidente do PCdoB e ex-líder do governo, foi o primeiro a assinar e ser seguido por seus colegas da base; o estrago estava feito. A PEC ganhou corpo e pode ser votada em agosto.

Começou então a caça às bruxas. Quem foi o culpado? A resposta foi uma só: a falta de articulação política entre governo e Assembleia. Retirado desta função desde o início do governo Tião Viana, Carioca queria dar o recado de que toda esta balbúrdia ocorreu pela falta de seus carões e imposições com a base na Aleac –ou seja, sem sua presença ficou tudo uma casa da mãe Joana na Casa do Povo.

Agora Carioca irá surgir como o salvador da pátria e retomar a posição que reinou triunfalmente nos governos Jorge Viana e Binho Marques. Alguém tinha que pagar o preço. O escolhido foi Jonas Lima, cujas portas foram, literalmente, fechadas no governo.

Jonas Lima é persona non grata no Palácio Rio Branco. Em reunião realizada no final da tarde de terça no gabinete do governador com todos os deputados da base, Jonas foi convidado para uma conversa em particular. Além dele estavam os demais integrantes da base petista e o dirigente Leonardo Brito.

O partido passou a orientação: o companheiro deveria fazer um pedido de desculpa público por ter assinado a PEC do Gilberto e outras rusgas internas. O pedido deveria ser feito diante das câmeras e ter ao seu lado o presidente da Assembleia, Élson Santiago (PEN).

Somente com esta atitude o governador Tião Viana passaria a dialogar com ele e a base. Jonas não aceitou, e sua situação só se agravou. Por isso o governador fez apenas uma saudação aos parlamentares na reunião, sem perder muito tempo com eles. 

Além do fator Carioca, outro ingrediente levou os deputados a assinarem a PEC. A insatisfação com os secretários de Tião candidatos a deputado em 2014. Em situação de vantagem, os secretários contam com a máquina do Estado para usarem como bem entenderem no fortalecimento de suas candidaturas. Não são poucas as queixas dos parlamentares ao governo sobre eventuais abusos cometidos pelos secretários, o que tem sido ignorado.

Esta novela mexicana ainda renderá bons capítulos...

Vamos aguardar ansiosamente o seu desfecho!     

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nada de PEC

Governo faz reunião com base, mas deixa PEC fora de pauta 

Os deputados que integram a base de sustentação do governo estiveram reunidos na tarde desta terça com o governador Tião Viana (PT) e seus assessores políticos. Na pauta, segundo informações, estava a agenda de votações do governo para a derradeira emana de trabalhos da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) ante do recesso de julho.

De acordo com deputados que participaram do encontro, não foi tratada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 02/2013), de Gilberto Diniz (PTdoB), que extingue o pagamento de aposentadoria para ex-governador. O objetivo foi passar à base o conteúdo de propostas do Executivo que devem ser  votadas.

O governo pretendia municiar os deputados para um eventual confronto com a oposição, principalmente em relação ao pedido de empréstimo de R$ 124 milhões. Além disso, foram passados detalhes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e como o Estado trabalha com as perspectivas econômicas para 2014.

O governador Tião Viana foi à reunião apenas para uma saudação aos parlamentares, sem fazer menção à PEC. Para o vice-presidente da Aleac, Moisés Diniz (PCdoB), não haveria motivos a proposta ser tratada pelo Executivo por ser  matéria de competência do Legislativo. “As PECs são instrumentos do Poder Legislativo. A Assembleia Legislativa não é um braço do Palácio Rio Branco”, destacou ele.  

terça-feira, 9 de julho de 2013

A culpa é do PT

Depois de 15 anos sustentado no poder acreano, o Partido dos Trabalhadores (PT) prova de seu próprio veneno. Tudo o que acontece (de ruim) no Acre é atribuído à legenda e ao governo.

O Telexfree é o caso mais recente. Tião Viana tem sentido na pele a fúria dos divulgadores inconformados com a decisão da Justiça de bloquear as suas atividades.

Sem ter nunca interferido na situação, o governador sofre todo tipo achincalhamento em suas páginas da rede social. Tião Viana não acionou o Ministério Público para iniciar o processo e apresentar a denúncia na Justiça.

Ao contrário, a promotora do caso, Alessandra Marques, é um desafeto dos petistas. Sua atuação independente e indisposta a atender a caprichos governistas a colocou na lista negra do petismo.
Mas o povo não quer saber, a culpa é do PT. Este clichê tem um autor: o ex-deputado Nogueira Lima (DEM), que hoje, vejam as coincidências – é um fiel aliado do PT.

O PT não construiu esta fama à toa. Seu histórico de interferência e ingerência nos Poderes do Estado é tão plausível no Acre que a ação ou omissão destas instituições são atribuídas ao governo petista.

Se o PT deixasse os demais membros da figura do Estado atuarem de forma harmônica e independente –como reza a Constituição – certamente Tião Viana não estaria agora pagando o preço de ter debitado em sua conta o bloqueio da Telexfree, a queda da Mohamed Morsi no Egito, a guerra civil na Síria e a interceptação do avião de Evo Morales nos céus da Europa.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

As lições de Maquiavel

Como dizia Maquiavel, tenha o povo ao seu lado

Lilian Venturini - O Estado de S.Paulo

É preciso colocar os óculos do tempo para ler O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, o filósofo italiano que há 500 anos escreveu a obra na qual detalha como um governante pode chegar e se manter no poder. Seu famoso tratado completa cinco séculos neste ano - e, em muitos aspectos, continua atual.

Os protestos e manifestações que atingiram 353 cidades do País mostram que um de seus principais conselhos aos governantes foi esquecido: estar atento ao povo. "A um príncipe é necessário ter o povo ao seu lado", insistia ele. "De outro modo, ele sucumbirá às adversidades."

Descumprir promessas se preciso, agradar ao povo e saber fazer alianças são exemplos dos ditos do autor - os mesmos, por sinal, que o tornaram tão famoso e incompreendido. Cinco séculos atrás, o filósofo alertava para as sutilezas com que essas ações deveriam ser colocadas em prática.

"Maquiavel coloca que política é um território traiçoeiro e que nem sempre uma conduta marcada por princípios rígidos leva aos melhores resultados. O desafio é saber que se está lidando com terreno pantanoso", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Maquiavel, então, compreenderia bem quando políticos fazem alianças com partidos com linha ideológica diferente ou quando oferecem cargos em troca de apoio nas eleições. Mas alertaria: "Os Estados bem governados e os príncipes prudentes sempre cuidaram para não levar o desespero aos grandes e para agradar e contentar o povo, esta que é uma das mais importantes tarefas que incumbem a um soberano".

O que Maquiavel fez foi chamar atenção para a imperfeição do homem, para o jogo de interesses. Apontar como essas nuances se refletem na ação política. "Ele tinha claramente esses dois lados. Tinha preocupação com o interesse público, apesar de destacar os interesses pessoais (dos governantes)", lembra o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O filósofo conseguiu entender que a continuidade de um governante no poder exigiria mais que alianças e boa retórica e por isso recomendava sensibilidade para reconhecer os anseios do povo. "Os políticos não têm uma noção, essencial em Maquiavel, que é a ação no tempo oportuno. Todos os problemas não resolvidos se acumulam e explodem", pondera o filósofo Roberto Romano, professor de Ética da Unicamp.

Na prática. O Príncipe foi escrito num período monárquico, de reinados hereditários ou obtidos pelas armas. Ao longo dos seus 26 capítulos, Maquiavel fez comentários como: "Os príncipes devem encarregar outros das ações sujeitas à protestação, mas assumir eles próprios aquelas concedentes de graça".

Nada muito diferente do que faz a presidente Dilma Rousseff quando anuncia em rede nacional a redução da conta de luz. Ou do que fez o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao falar em "responsabilidade fiscal" e anunciar o corte de gastos depois da onda de protestos.

"As práticas descritas no livro tratam de como conquistar e manter o poder. No caso de Estados laicos e democráticos, como o Brasil, isso é legítimo e importante. Se pegarmos os últimos governantes, talvez o que não tenha seguido o caminho descrito por Maquiavel tenha sido Fernando Collor. Ele usou suas armas para conquistar o poder, mas não soube se manter no cargo", avalia o cientista político Fernando Filgueiras, da Universidade Federal de Minas Gerais.

Ainda assim, talvez seja o caso de se perguntar por que, em tempos de governos democráticos, as semelhanças com os dias atuais sejam tão evidentes. "Os homens não mudaram tanto assim. Mudaram as ordens que constituem a sociedade (empresa, Estado, jogo político, o Exército), mas a ação humana não. Ainda somos pessoas que têm de tomar decisão e agir, que é o cerne da política", avalia o professor Edison Nunes, da PUC-SP.

Para Roberto Romano, no entanto, de Maquiavel continua vivo justamente o que não é dele: "Políticos ainda estão no universo pré-maquiavélico, do apego às técnicas de dominação sem a percepção do que pode ser feito de democracia, de soberania popular". Talvez seja o caso de os políticos, estejam na base ou na oposição, relerem Maquiavel, mas com as lentes do século 21.

NO TRE

Adair Longuini é o indicado para assumir a presidência do TRE 

O desembargador Adair Longuini é o indicado entre os desembargadores do Tribunal de Justiça para assumir a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A decisão foi tomada ainda na sessão da última sexta que decidiu pela anulação da eleição de Denise Bonfim, realizada em outubro.

Longuini foi escolhido por ser o mais antigo e ainda não ter assumido a Corte eleitoral. À época da disputa para o cargo, ele não podia concorrer por estar na presidência do TJ. Longuini foi o autor da reclamação levada ao TSE que questionou a posse de Denise por ela não ter cumprido integralmente os dois anos de afastamento do TRE.

Adair Longuini é o juiz responsável pelo julgamento dos assassinos de Chico Mendes, em 1989. Em 2011 ele assumiu a presidência dao Judiciário tendo como ponto alto da gestão o cabo de guerra com o Executivo por mais recursos. Ele chegou a entrar com ações contra o governo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), sendo depois arquivadas por acordos.

Outro ponto de sua gestão foi a eleição de sua mulher, Regina Longuini, para compor o pleno do Tribunal de Justiça. À frente do TRE, ele terá como desafio conduzir as eleições de 2014, que tendem a ser uma das mais acirradas do Estado nos últimos anos.

Após ter sua posse anulada, Denise Bonfim entrou com embargo de declaração junto ao TSE. Ela questiona que os ministros não levaram em consideração uma “abertura” na legislação que permitira seu assento no TRE, mesmo não tendo cumprido o interstício.

Caso o tribunal superior acate o entendimento da defesa da desembargadora, ela pode voltar a compor o TRE-AC.

Os recursos à vista


A desembargadora Denise Castelo Bonfim entrará com embargo de declaração junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impediu sua posse na presidência da Corte eleitoral do Acre. O advogado da magistrada, Alessandro Callil, diz que o pedido de revisão da decisão será refeito por os ministros não levarem em consideração uma brecha em resolução do próprio TSE que asseguraria a ida de Denise para o TRE mesmo ainda não tendo cumprido o prazo legal de afastamento, o interstício.

De acordo com Callil, o parágrafo primeiro do artigo terceiro da Resolução 20.958 possibilita a posse da desembargadora pelo fato de nenhum de seus colegas estarem aptos, até então, a ocuparem cargos na Justiça Eleitoral.

De fato, quando da eleição em outubro, Denise Bonfim estava impedida de ser conduzida ao TRE, por de lá já ter saído em 2011. Somente a  partir de 14 de abril deste ano era que ela estaria livre, mas os desembargadores na fila da vez estavam impossibilitados.

É de se indagar o porquê de questionarem somente a vaga de Bonfim se o seu colega indicado, Samoel Evangelista, estava como vice-presidente do Tribunal de Justiça, e, portanto, inviável para ocupar cadeira no TRE.

É por conta destas diferenças que a sociedade começa a indagar se de fato a exclusão da magistrada não correu por “fatores externo”, como ela própria definiu. Fica subentendido aqui sua relatoria no processo da operação G7.

sábado, 6 de julho de 2013

As que você não leu

O governador Tião Viana (PT) inicia na próxima semana uma rodada de conversa de pé de ouvido com todos os deputados da base governista. O objetivo é convencê-los da necessidade de retirar os seus apoios à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do oposicionista Gilberto Diniz (PTdoB) que acaba com o pagamento de aposentadoria para ex-governador. É a partir desta reunião que a sociedade saberá se de fato os parlamentares manterão as assinaturas, mesmo com um “revólver na cabeça”.

Outro recado do Palácio Rio Branco ao Parlamento: o orçamento será reduzido como forma de apertar os cintos e manter o equilíbrio fiscal em meio à crise financeira. Emendas parlamentares? Nada de aumento e choro para liberação.

 A verba indenizatória da Casa não será afetada. Os gestores vão ter que apenas fazer ajustes, cortar ali e aqui, para não extrapolar. A ordem daqui para a frente será redução de gastos total não só pelo Parlamento, mas pelos demais poderes.

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sexta-feira, 5 de julho de 2013

A influência do sete

Após ter o seu pedido de ratificação do resultado da eleição de outubro realizada pelo Tribunal de Justiça do Acre que a indicou para presidir o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC) negado, a desembargadora Denise Bonfim classificou o gesto de “golpe institucional”.

A magistrada afirmou que a anulação de sua posse é consequência de sua atuação como relatora do processo da operação G7, deflagrada pela Polícia Federal em maio.

Ela foi responsável por decretar os mandados de prisão de 15 pessoas, incluindo empreiteiros e secretários do governo. A mesma opinião teve sua colega de toga, a vice-presidente do TJ, Maria Cezarinete Angelim.

Denise Bonfim lembrou que o deputado federal Sibá Machado (PT), em representação contra ela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse que a atuação na G7 ocorreu por represália ao Palácio Rio Branco por ele ter impedido sua posse no TRE.

“Não posso deixar que fatores externos tirem meu direito legítimo de assumir o TRE”, disse a magistrada.

O voto do relator do processo, Roberto Barros, presidente da Corte, foi favorável à anulação da eleição do dia 17 de outubro, na qual Denise foi escolhida à unanimidade, o indeferimento do pedido dela para manter este resultado e a convocação de nova eleição.

Barros considerou que à época da escolha Denise Bonfim não poderia concorrer por não ter cumprido seu período de afastamento do TRE, o chamado intertício. Como juíza eleitoral, a hoje desembargadora atuou em dois biênios seguidos

A última passagem de Denise pelo Tribunal Eleitoral foi em 2011. No dia 14 de abril deste ano ela cumpriu o prazo legal de afastamento. Enquanto da eleição e da posse como presidente a legislação a impedia o regresso ao TRE. Roberto Barros alegou que este foi o entendimento do TSE. Além disso, declara ele, quando da votação o pleno não tinha conhecimento do impedimento.

Ao todo, sete desembargadores acompanharam o voto do relator

Denise Bonfim ressaltou, contudo, que o Tribunal Superior não anulou a eleição de outubro. A magistrada disse ter achado estranho a decisão de seus colegas, já que em outubro todos votaram em seu nome. Ela lembrou que abriu mão de ser a corregedora do TJ para assumir a presidência do TRE.

A partir de então entrou em questão a validade da eleição de Pedro Ranzi para a Corregedoria. Por ter sido presidente do TRE no último biênio, o desembargador estaria inviabilizado para ser o corregedor-geral da Justiça.

Para Cezarinete, o pleno estava agindo com dois pesos e duas medidas ao apontar problemas na eleição de Denise Bonfim e deixar em branco a questão de Pedro Ranzi. Este ainda foi o apontamento de Francisco Djalma, que votou pela anulação da escolha do TRE e também pela da corregedoria.

A Semana

A semana política no Acre foi bastante movimentada e tumultuada

A PEC que propõe o fim do pagamento de aposentadoria a ex-governadores ganhou corpo –para espanto do governo – graças às pressões populares. Para retaliar os deputados, o governo passou o recado intimidador de redução do orçamento da Assembleia, afetando em cheio a chamada verba indenizatória que serve como moeda de troca para os parlamentares manterem as bases firmes e assegurar a reeleição.

Os professores da rede pública decidiram manter a greve. O Estado está quebrado, não tem dinheiro, A máquina pública está inchada de cargos comissionados para o governo petista evitar a rebeldia dos aliados em tempos de vulnerabilidade. Com isso, a margem de manobra fica comprometida, pois todo o orçamento já está carimbado.


Agora o fim da s semana tende a ficar tensa com a sessão do Tribunal de Justiça que definirá os novos membros do Tribunal Regional Eleitoral. A desembargadora Denise Bonfim será preterida? Segundo Sibá Machado, do PT, a atuação dela na G7 ocorreu por retaliação ao governo em virtude de sua não posse no TRE.

A pergunta é: há manobras palacianas para tirar Denise Bonfim da presidência do TRE Acre? 

Mais da Política acreana nas Quentinhas da Redação desta sexta 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Aleac x Governo

Crise à vista: após base assinar PEC de Diniz, governo faz ameaças de redução de verba

Uma crise entre os Poderes Legislativo e Executivo pode ocorrer no Acre até o fim da próxima semana. Pela primeira vez nos últimos 15 anos, o relacionamento entre Assembleia Legislativa e Palácio Rio Branco tende a ficar tensionado. Tudo por conta da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o pagamento de aposentadoria para ex-governadores.

De autoria do oposicionista Gilberto Diniz (PTdoB), a PEC ganhou corpo após oito deputados da Frente Popular assinarem a petição. Na quarta-feira os parlamentares ficaram em reunião por duas horas, sendo a pauta principal a retirada das assinaturas. Até o momento, contudo, não houve recuos.

Agora emissários do governo mandam recados aos parlamentares com ameaças de redução das suas verbas indenizatórias. O governo, por sinal, já pediu de volta o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para uma reformulação. Deputados falavam em retirada de recursos para a Aleac e aumento para Ministério Público. “Alguém vai ter que perder”, disse um líder partidário.

Há informações de que parlamentares foram convidados para uma reunião no gabinete do governador na tarde de quarta, mas não compareceram. O governo não quer deixar explícito seu posicionamento quanto à PEC de Gilberto Diniz, mas integrantes da base asseguram que há orientação para não lhe garantir sobrevida.

O objetivo é deixar passar os 60 dias e ela perder a validade. PEN, PT, PMDB, PSDB e PCdoB são os partidos que devem compor a comissão especial. De acordo com o autor da matéria, falta somente o PCdoB indicar o integrante. Moisés Diniz, presidente do partido, já declarou ser ele o membro.  

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Aqui jaz uma PEC

Governo orienta base a enterrar PEC da aposentadoria de ex-governadores 

Informações repassadas por deputados que participaram de reunião da base governista na manhã desta quarta dão conta de que a orientação palaciana é para “enterrar” a Proposta de Emendas Constitucional (PEC) que acaba com o pagamento de pensão para ex-governadores.

Outros negaram esta informação, dizendo que a reunião foi para tratar da agenda de votações da Casa. Governistas que assinaram a PEC disseram que não vão retirar o apoio.

Os deputados da base governista ficaram em reunião por duas horas na sala do presidente Élson Santiago (PEN). Segundo informações, os parlamentares que assinaram a PEC foram pressionados a retirá-las. O apoio dos governistas foi essencial para que a matéria entrasse em tramitação.

Até o momento o Palácio Rio Branco não se pronunciou sobre a PEC. O governador Tião Viana está em agenda oficial fora do Acre. Extinta em 1996, o benefício foi retomado no final do governo de seu irmão, o hoje senador Jorge Viana (PT).

O vice-presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Moisés Diniz (PCdoB), afirmou nesta quarta-feira que não vai retirar sua assinatura em apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o pagamento de pensão para ex-ocupantes do Palácio Rio Branco. “Não retiro a minha assinatura nem com um revólver na cabeça”, diz ele, que também preside o PCdoB, principal aliado do governo petista.

O líder do PSDB, Wherles Rocha, promete se retirar do plenário caso haja manobra para engavetar a PEC.

A proposta precisa ser votada em 60 dias. A Mesa Diretora já oficializou a formação de Comissão Especial composta por cinco integrantes para a análise da matéria. Ela será composta por parlamentares dos partidos com as maiores bancadas.

Até a manhã desta quarta, somente o PT faltava indicar seu membro.    “Esta PEC é fruto de uma manifestação popular, quando mais de 20 mil pessoas ocuparam as ruas de Rio Branco pedindo o fim de regalias aos homens públicos. Eu não acredito que os deputados vão retroceder pois eles têm um compromisso com o povo, que foi quem nos deu o mandato”, diz o autor da PEC, Gilberto Diniz (PTdoB).

terça-feira, 2 de julho de 2013

Próximos passos

Com assinaturas suficientes, Mesa deve convocar formação de comissão especial

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o pagamento de pensão a ex-governadores obteve nesta terça-feira as assinaturas suficientes para entrar na pauta de votações da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Dos oito apoios necessários, 12 parlamentares deixaram seus nomes no projeto de autoria de Gilberto Diniz (PTdoB).

Agora a Mesa Diretora precisará aprovar a formação de uma comissão especial para avaliar a PEC. Até a semana passada haviam apenas cinco das oito assinaturas, todas dos deputados oposicionistas. A partir de pressões nas redes sociais e do Dia do Basta, membros da base governista aderiram.

Entre eles está o ex-líder do governo e presidente do PCdoB, Moisés Diniz. Ele foi acompanhado pelos lideres do PDT, Luiz Tchê, e do PSD, Marileide Serafim. Ainda assinaram a PEC os deputados Edvaldo Souza (PSDC), Chico Viga (PSD) e Jonas Lima (PT).

O líder do governo, Astério Moreira (PEN), não soube dizer qual o posicionamento oficial do Palácio Rio Branco sobre a matéria. Ele afirma que procurou Tião Viana, mas foi informado que ele cumpre agenda em Brasília.

Astério Moreira é autor de PEC semelhante, apresentada em 2011. À época ele afirma ter recebido o apoio de Tião Viana, que afirmou não necessitar do pagamento da aposentadoria e deixou o aliado à vontade.

A PEC de Astério foi engavetada pela Comissão de Constituição e Justiça por haver uma Ação Direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode acabar com o benefício em todo o país.

Caso o parlamentar tenha o apoio do governo, ele pode desarquivá-la e pode substituir o projeto de Gilberto Diniz, já que foi apresentada primeiro.  

Os estudantes que lideram o movimento Dia do Basta estão pelas ruas da capital e cidades do interior em busca de assinaturas para compor abaixo-assinado que servirá como pressão para a Aleac aprovar a PEC.    


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Transparência zero



No Acre, a transparência é uma virtude que ainda não faz parte da cultura de nossos gestores públicos.
O Cidade Transparente, portal da prefeitura de Rio Branco que deveria fornecer informações de como nosso dinheiro é gasto, está neste estado: não funciona por completo.

A Lei de Acesso à Informação torna a transparência uma obrigação, e não exceção.

Com a palavra o prefeito Marcus Alexandre

Surfando

A ex-senadora acreana Marina Silva, que tenta viabilizar sua Rede Sustentabilidade, é a candidata a presidente da República que mais cresceu nas pesquisas de intenção de voto. Após ficar tecnicamente empatada em segundo lugar com Aécio Neves (PSDB-MG) na pesquisa do início de junho, Marina está isolada na mesma posição. Ela saiu de 16% para 23%. A presidente Dilma Rousseff, que até semanas atrás venceria no primeiro turno, não tem a mesma vantagem.

Se as eleições fossem hoje, Marina Silva seria a adversária mais provável de Dilma no segundo turno. Dilma tinha 51% da preferência dos eleitores entre os dias 6 e 7 de junho, caindo para 30% agora. A candidatura da ex-ministra Marina é a mais aceita entre os jovens, perfil dos manifestantes que ocuparam as ruas do país nos últimos dias.

Adversário mais direto de Marina, o tucano Aécio Neves saiu de 14% para 17%. A se confirmar este cenário, ela pode superar os mais de 20 milhões de votos recebidos em 2010. A votação dela foi essencial para definir o segundo turno entre Dilma e José Serra (PSDB). Analistas políticos de Brasília já avaliavam Marina como a presidenciável mais beneficiada com a recente onda de manifestações.