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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CPT x Laminados Triunfo

Detentora das principais áreas de manejo florestal concedidas pelo governo acreano, a Laminados Triunfo pode se envolver em mais encrencas no ambiente político do Estado. Membros da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja Católica, veem ligações entre os últimos atos de intimidação à seu trabalho às ações em defesa de pequenos seringueiros que resultaram na perda, pela Triunfo, de uma área de exploração no Riozinho do Rola.

Com base em denúncias apresentadas pela comunidade de um antigo seringal, a CPT denunciou ao Ministério Público Estadual (MPE) a Triunfo por desrespeitar os planos de manejo, como retirar árvores protegidas por lei, o sumiço dos frutos da castanheira –fonte de sobrevivência do seringueiros – e a invasão às propriedades dos posseiros da região.

Documentados com fotos e depoimentos, a CPT pediu a intervenção no local. O MPE recomendou ao Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) o fim da concessão do plano de manejo. O órgão atendeu ao termo e cancelou a exploração da área.

A sede da CPT em Rio Branco foi invadida nos últimos dia 15 e 25. Os vândalos entraram no escritório que estava com dinheiro em espécie, cheques assinados e vários produtos eletrônicos; nada foi roubado. Os invasores deixaram tudo espalhado pela sede criando um cenário de desordem.

Para a presidente da CPT, Darlene Braga, não se trata de assaltantes comuns, mas uma mensagem de intimidação. A Secretaria de Direitos Humanos foi procurada para relatar o caso e providenciar proteção ao trabalho da ONG. O deputado Moisés Diniz (PcdoB) denunciou o caso na Assembleia Legislativa e pediu a entrada da Polícia Federal no caso.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O galinheiro e a raposa

Causou-me espanto ao ler nossos diários nesta quinta-feira que o senador Anibal Diniz (PT) é o relator do projeto que trata da volta do fuso horário do Acre. Chamou-me ainda mais a atenção o fato de ele propor o debate de algo que já não necessita de debate e está decidido pelo povo em referendo. O mais espantoso são os protagonistas desta discussão: entidades classistas como a Federação das Indústrias do Acre, que se deu até ao trabalho de coletar assinaturas para que tudo continue como está.

Eu votei contra a volta do antigo fuso no referendo de 2010. Para mim o melhor é como está, mas se a grande maioria da população disse que quer atrasar o relógio preciso reconhecer minha derrota e respeitar a vontade popular. O referendo foi realizado de forma bagunçada pela oposição, que não se preocupou em analisar o lado jurídico da coisa.

Em outubro agora completaremos dois anos de referendo sem a decisão do povo prevalecer por uma burrice da oposição, e as articulações do governo para atrasar ao máximo o que era antes –se possível só depois das eleições ou nunca mais. Com a relatoria do projeto nas mãos de Anibal Diniz é provável que os ponteiros continuem na atual posição.

Este mesmo que vos escreve ouviu do senador para uma plateia de petistas que faria de tudo para não permitir a volta da “hora de Deus”. A oposição aplaude de camarote as iniciativas do senador, pois nas ruas a revolta do povo é evidente. Tem até candidato a vereador com o nome Fulano do Horário.

Entregar o projeto do fuso nas mãos de Anbial foi  como deixar com a raposa as chaves do galinheiro. O PT satisfaz seu gosto de não colocar o Acre no “atraso” e a oposição torce para o eleitor dar o troco na urna. 

Resposta da Fenaj

Abaixo a resposta da Fenaj à minha carta enviada ontem

A Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre (SINJAC) vêm a público esclarecer que o 35º Congresso Nacional dos Jornalistas será realizado em Rio Branco por decisão da categoria dos jornalistas, tomada durante o 34º Congresso Nacional, realizado em 2010, em Porto Alegre.

Os Congressos Nacionais dos Jornalistas são eventos da Federação Nacional, promovidos e realizados por ela em parceira com um dos Sindicatos de Jornalistas associados.  Como maior instância deliberativa da categoria, os congressos de jornalistas são realizados há 70 anos, sempre pautados pelas demandas da categoria, pelas lutas gerais dos trabalhadores e pelas questões da comunicação no país.

A realização do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas no Acre é motivo de orgulho para o SINJAC e para a FENAJ. O SINJAC orgulha-se por ter sido o escolhido pela categoria e pela oportunidade de mostrar aos jornalistas brasileiros o que o Estado e sua Capital têm de melhor: a hospitalidade do povo acreano. A FENAJ orgulha-se por colocar em pauta o tema da contribuição do jornalismo para o desenvolvimento com sustentabilidade e por fazê-lo num Estado que é berço do debate nacional sobre sustentabilidade da floresta amazônica e do planeta.

FENAJ e SINJAC orgulham-se também de serem entidades sindicais autônomas, livres da tutela de partidos políticos e de governos. Somos entidades que fazem a defesa do Jornalismo e da profissão de jornalista, da liberdade de expressão e da democracia nas comunicações e vamos seguir firmes nesta defesa.


O licenciamento do presidente do SINJAC, Marcus Vicente, deu-se por sua solicitação pessoal, em virtude de compromissos profissionais assumidos. O vice-presidente Rutemberg Crispim vai assumir a presidência interinamente e contará com o apoio da Diretoria para prosseguir no trabalho que vem sendo desenvolvido.

Temos a convicção de que a negociação salarial em andamento não será prejudicada, assim como o trabalho que antecede a realização do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, a cargo de uma Comissão Nacional e uma Comissão Local de organização.

Celso Schröder- Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas

Rutemberg Crispim- Vice-Presidente do Sinjac

Minha conclusão dos trechos em itálico
Com um Estado cheio de problemas como o nosso vir falar em “hospitalidade do povo acreano” soa até hilariante, e não merece mais comentários. Sobre a defesa do Sinjac e da Fenaj pela liberdade de imprensa no Acre nunca vi algo neste sentido. Posso até estar errado. Se alguém tiver informações favor me avisar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Minha carta à Fenaj

Rio Branco, Acre, 29 de agosto de 2012

Ao senhor presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder

Olá meu caro companheiro de profissão Celso Schröder, presidente da conceituada e importante entidade de representação da nossa classe, a Federação Nacional dos Jornalistas, Fenaj. É com muita honra e orgulho que venho me dirigir a vossa excelência para fazer um pedido: transfira para outro Estado deste país a realização do 35º  Congresso Nacional dos Jornalistas.

O motivo é bem simples: o Acre não tem condições morais e éticas para sediar um evento desta magnitude. O Acre não tem moral para sediar o encontro de profissionais que têm como princípio a liberdade de imprensa, algo que não existe em nosso Estado. Há 13 anos o governo do Partido dos Trabalhadores, que irá bancar os custos do congresso, usa dinheiro público para tirar da população pobre do Acre seu direito de liberdade de imprensa.

Como o senhor e a Fenaj vão tratar de liberdade informação num Estado como esse? O Acre ficará constrangido em debater a liberdade de informação, sendo que ao mesmo tempo seu povo não tem o direito de reclamar do governo, onde jornalistas são perseguidos ao ousarem fazer reportagens críticas e de fiscalização de atos dos poderosos.

Ah, o senhor dias desses esteve aqui pelo Acre e visitou a Assembleia Legislativa. Esta também usa o dinheiro do cidadão acreano para impedir críticas e questionamentos por parte dos jornalistas. Já estamos com três meses de Lei de Acesso à Informação e até agora a Assembleia do Acre continua uma caixa-preta; ninguém sabe como seu orçamento é gasto. A Assembleia não tem condições morais de receber a diretoria da Fenaj em suas dependências.

Por fim cabe a lamentável situação da diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Acre, o Sinjac. Toda a diretoria está presa ao governo petista. O nosso presidente Marcos Vicentti é assessor de imprensa do candidato do PT à Prefeitura de Rio Branco, Marcus Alexandre. Dele para baixo todos estão muito bem acomodados em cargos do Estado, recebendo gordos salários e desconhecendo a realidade dos poucos jornalistas que atuam em redação.

Por exemplo, meu caro presidente da Fenaj, já estamos em agosto e até agora não temos notícias da negociação de reajuste de nosso piso, que deveria ter ocorrido em maio. Como o senhor pode ver, estamos numa situação deplorável aqui no Acre. Nossos jornalistas não estão empolgados e muito menos motivados para receber o congresso da Fenaj.

Ainda há tempo de o senhor mudar o local de vento, transferir para outro Estado. Como disse, o Acre não tem condições morais e éticas para um encontro desta envergadura e de suma importância para o fortalecimento da democracia e da liberdade de informação.
Desde já agradeço a sua compreensão

Atenciosamente
Fabio Pontes

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Eu não sou corrupto, governador

O Estado Acre está numa situação crítica, preocupante. Quando pensamos que a autoridade máxima do Estado já disparou todas as suas bravatas, vem mais uma. Não bastasse a gravidade de assumir que as conversas de todos os secretários ficam gravadas, agora o governador Tião Viana, diante de uma plateia de membros do Ministério Público, Judiciário, políticos e estudantes, fala que os jornalistas do Acre são corruptos, venais.

Diante desta afirmação eu não posso me omitir. Sou um jovem jornalista em início de carreira. Trabalho muito de domingo a domingo. Vivo dignamente e graças ao meu bom Deus com um piso de jornalista e mais uma gratificação. Vivemos numa profissão de estresse e correria, de pressões políticas e censura realizada por este governo que chama os jornalistas de corruptos.

Ganhamos uma merreca, precisamos fazer milagre para chegar ao fim do mês com dez reais no bolso, e o chefe do Estado vem dizer que somos corruptos? Eu não sou corrupto, governador. Trabalho honestamente. Durmo tarde e acordo cedo todos os dias. Tenho dignidade, cárater e ética. Se há jornalistas corruptos e pagos para dizer mentiras estes estão ao seu lado, que diariamente produzem matérias mentirosas, retratando um Acre que só existe no mundo de suas fantasias e conveniências.

Posso não ganhar rios de dinheiro e gordas diárias como seus bons repórteres, mas o que me engradece são as mensagens de apoio e reconhecimento por parte dos meus leitores. São eles que me incentivam a todo dia a apostar no jornalismo ético e responsável. É este reconhcimento das pessoas a minha locomotiva. Não há dinheiro que pague a alegria de receber um elogio de um desconhecido na rua. Não há diária que pague a paz de colocar a minha cabeça no travesseiro e dormir poucas horas de sono sabendo da missão cumprida.

Como jornalista acreano, nascido e criado nesta terra, não sou corrupto e exijo respeito. Assim como respeito o senhor e seu governo eleito democraticamente pelo povo, eu espero esta reciprocidade. Ao ofender um jornalista o senhor ofende toda a sociedade que ele defende através de um jornalismo de fiscalização e cobrança.

O que esperar do Sindicato dos Jornalistas do Acre? Bem, toda a diretoria está envolvida diretamente na campanha do petista Marcus Alexandre, e outra parte acomodada na Secretaria de Comunicação. Situação deplorável. Ah, mesmo assim ainda vamos sediar o Congresso Nacional dos Jornalistas em novembro. Como Tião Viana irá recepcionar os colegas do país: “Sejam bem-vindos, corruptos?”

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PT com cara de PSDB

Nunca antes na história deste país tivemos um governo do PT com tanta cara tucana do que esse de Dilma Rousseff. A presidente (a) petista é uma cópia de antecessor do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. A semelhança ocorre apesar de PT e PSDB serem legendas com formações pragmáticas opostas. Os governos Dilma e FHC são tão semelhantes quanto Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello.

As universidades brasileiras estão há três meses em greve. O ensino superior está travado e o ano letivo foi pelo espaço. As fronteiras estão abertas para a livre passagem de criminosos com as greves da Polícia Federal e da Rodoviária Federal. Ao todo são mais de 30 categorias de braços cruzados.

Estas greves tão longas só me recordo no governo FHC. Como estudante do Colégio de Aplicação, da Ufac, ficávamos três meses em casa sem poder ajudar. No comando das greves estavam os petistas e seus sindicatos com o movimento Fora FHC.

No governo Dilma até o movimento sem-terra decidiu dar as caras. Nem nos lembrávamos mais do MST e seus líderes durante o governo Lula, período que foram agraciados com avantajados repasses de verbas públicas. Reforma agrária se tornou uma definição obsoleta na era Lula.

Só foram as torneiras da gastança se fecharem com Dilma que a bagunça sindical e organizações sociais ressurgiram com força. É grevista levando porrada da PM na porta do Palácio do Planalto, e o movimento sem-terra sendo contido com gás de pimenta. Todas estas imagens ficaram no nosso imaginário na era FHC, com as bandeiras vermelhas do PT pisoteadas pelos coturnos dos PMs.

Agora os tempos são outros. Mesmo com os sindicatos ainda sob cabresto do petismo, o governo Dilma perdeu as rédeas. Sua relação política menos populista com partidos e sindicatos criou uma revolta na república da esquerda. E no terceiro mandato do PT no Planalto, vamos sendo conduzidos pelo modo tucano de ser.

Olha as privatizações a caminho –das ferrovias, rodovias, aeroportos...

O troglodita e o poligrota

A propaganda eleitoral começou -para a nossa alegria. Dizem que a campanha inicia de fato agora. O argumento é que todos os candidatos estão em pé de igualdade, por mais que o tempo de Marcus Alexandre (PT) não seja o mesmo que o do nosso Barack Obama amazônico, Leôncio Castro e o seu “Sim, nós podemos”. Sonhar não custa nada.

Deixando o lado cômico da campanha, vamos nos ater aos três principais candidatos. Marcus Alexandre (PT), confeccionado pela Cia de Selva, teve o melhor programa no quesito conteúdo e qualidade. Também pudera, os milhões de reais que a dupla Gilberto Braga e Davia Sanrana vêm recebendo dos cofres públicos transformam qualquer calouro de publicidade em um Washington Olivetto da vida.

Neste primeiro dia, Marcus Alexandre ficou “bem longe” de seus padrinhos Tião e Jorge Viana. A estratégia dos marqueteiros é fazer com que o petista tenha vida e caminhe com as próprias pernas -seja nas ruas do povo ou dos condomínios fechados. A imagem do popular -palavra ovacionada entre os governistas – Tião Viana não foi pregada à de Marcus Alexandre, pelo menos no primeiro programa.

O carismático Jorge Viana ficou por Brasília batendo o ponto do Senado. Do Planalto, pelo iPad, disparou contra a oposição. Chamou Sérgio Petecão (PSD) e Tião Bocalom de, respectivamente, camaleão e troglodita -não necessariamente nessa ordem. O filhote de Petecão, Fernando Melo (PMDB), estreou bem a meu ver. Seus produtores fizeram um bom produto e foi bem apresentado.

Ao contrário do adversário petista, Fernando Melo precisou de um baita empurrão dos padrinhos Petecão e Flaviano Melo. Eles foram a grande estrela do programa de Fernando, cuja última pesquisa registrada no TRE o apontava oscilando na casa dos 5%. Mas acredito que Fernando Melo terá boas chances de crescer. Este crescimento se dará muito mais pela própria capacidade dele do que dos coronéis de sua campanha.

Fernando Melo estará em confronto direto com Tião Bocalom. O que está em jogo entre os dois é o estilo oposição. O tucano vem com seu bonde morro abaixo e sem freio disparando contra o PT. Mantém seu estilo agressivo e de confronto. Fernando Melo vai para a oposição “paz e amor”. A sua definição do cuidar do que deu certo caiu como uma nona sinfonia no ouvido do eleitor anti-PT, mas que não deixa de reconhecer os avanços realizados pelo partido.

Este eleitor está principalmente na classe média, formada por funcionários públicos, médios empresários, trabalhadores da iniciativa privada em função de chefia, além de advogados e outros profissionais liberais. Este eleitor fica receoso em votar em Bocalom pelo seu UFC eleitoral. O estilo do tucano pode espantar a classe média, mas é o agrado da população mais pobre revoltada com os petistas, esquecida na periferia; ou seja, a grande massa pode estar com Bocalom.

Ele terá os votos de oposição do povão e Fernando Melo da classe média: em resumo, o PSDB não alcançará a votação suficiente e iremos para o segundo turno. Se Tião Bocalom e Fernando Melo continuarem dessa forma a vitória logo em sete de outubro fica inviável, dando um fôlego para Marcus Alxandre na prorrogação.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Campanha pé na lama

Os marqueteiros de Marcus Alexandre (PT) adoram papaguear que o candidato faz uma campanha pé no chão. Com estas chuvas porradas de agosto de verão amazônico, o ex-chefe do Ruas do Povo está fazendo uma campanha pé na lama nas verdadeiras ruas de Rio Branco.



A bela foto é de Marcos Vicentti 

Logo tu, Brutus?

O senador Anibal Diniz (PT-AC), aquele que tem mexido todos os pauzinhos para o antigo fuso horário do Acre não voltar, mesmo com a decisão do eleitor de querer o contrário, usou a sagrada tribuna do Senado para repudiar a “censura” do PSDB à pesquisa Ibope. Veja só, ele pediu respeito aos eleitores do Acre. Logo tu, Anibal?

O respeito ao eleitor acreano só vale para um lado e para o outro não? Já vamos completar um ano em que foi feito um referendo onde a população decidiu pela volta do fuso de duas horas a menos em relação a Brasília e até agora nada. O próprio Anibal disse em alto e bom tom durante evento do PT que mobilizaria todas as estratégias para que o resultado do referendo não vingasse.

O jornalista e ex-secretário de Comunicação no governo Jorge Viana e Binho Marques também falou sobre o direito à informação, assegurado, como ele bem lembrou, pela Constituição. Logo ele falar em liberdade de expressão e de imprensa, o secretário de Comunicação que agiu com mão de ferro em cima dos meios de comunicação e seus jornalistas, implantando um Estado de censura no Acre.

É de rir o comportamento de alguns membros do PT agora. Os vilões do passado se transformaram nos mocinhos de hoje. Resta alguém lembrar que a Constituição que ele tanto defende hoje foi promulgada em 1988. Portanto quando foi secretário de Comunicação, ela já estava em pleno vigor, sendo surrupiada para os acreanos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Winston Churchill e Tião Viana

O lendário primeiro-ministro britânico Winston Churchill é autor da seguinte frase: O político vence a eleição pensando na próxima eleição, o estadista vence a eleição pensando na próxima geração. Trazendo estas sábias palavras para a realidade do Acre, somente o primeiro caso se encaixaria muito bem. Ao olhar por exemplo para o Ruas do Povo, podemos constar que não passa de um programa eleitoreiro.

Infelizmente o governador Tião Viana está muito mais preocupado em sua reeleição daqui dois anos do que deixar serviços de qualidade para a população mais pobre. População esta esquecida por seus antecessores petistas, que aproveitaram a fartura de recursos enviados por Brasília para investir pesadamente em grandes obras com pouquíssimo impacto social.

Agora em tempos de vacas magras, Tião Viana tenta recuperar o tempo perdido. Suas intenções são boas. Levar a infraestrutura mais básica a regiões do Estado onde não há saneamento básico -sem água tratada e com esgotos a céu aberto - tem esbarrado-se na incompetência de empreiteiras cujo único objetivo é embolsar os recursos das licitações.

Os efeitos do Ruas do Povo estão sendo de um tiro no pé para o governo. As obras são de péssima qualidade. Onde os serviços foram executados as malfeitorias estão à vista. O governo coloca munição no tambor da oposição e deposita mais votos para seus adversários. A pressa eleitoral de realizar estas obras se sobrepõe à qualidade. Seria muito melhor “perder” um pouco mais de tempo e entregar obras prestáveis, do que aumentar o desgaste do petismo.

A eleição viria, Tião Viana elegeria seus aliados nos municípios, estaria reeleito em 2014 e as benfeitorias do Ruas do Povo ficariam por gerações.  O meu bairro, por exemplo, foi construído no governo Flaviano Melo, no final da década de 1980. Até hoje está lá, o esgoto tem vazante, a água não se acumula na rua e o asfalto está lá há mais de duas décadas.

Os números do Ibope

Veja a matéria do jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor de "A Privataria Tucana", mostrando os negócios escusos do dono do Ibope com órgãos estatais Brasil afora. Isso sim é uma audiência milionária.

sábado, 18 de agosto de 2012

Os números mentem

Tirei esta semana que passou para alguns dias de folga do trabalho. Como vivemos num dos países mais caros do mundo fica impossível sair do Acre e dar uma voltinha nos quatro cantos deste Brasilzão de meu Deus. O jeito foi ficar em casa. As minhas tardes dediquei a assistir ao julgamento do mensalão em tempo real pela TV Justiça.

Acompanhei atentamente as primeiras condenações proferidas pelo ministro Joaquim Barbosa. Pude ver melhor como funcionava o esquema de Marcos Valério e a quadrilha instalada no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O carequinha Marcos Valério era o grande articulador e dominava todo o esquema. A melhor forma de surrupiar o dinheiro público era por meio de contratos de publicidade com suas empresas.

Dessa forma funcionou com o petista João Paulo Cunha quando presidente da Cãmara dos Deputados, entre 2003 e 2004. A Câmara firmou contratos de R$ 10 milhões com a SMP&B, que por sua vez fazia subcontratos para beneficiar aliados de João Paulo Cunha; foi assim que o petista assegurou uma verbinha para o seu assessor para a empresa deste prestar serviços de assessoria de imprensa para a Casa.

Mas esta não é a questão. Marcos Valério assinou ao menos dois contratos com o renomado insituto Vox Populli, tão adorado pelos petistas acreanos e de propriedade do sociólogo Marcos Coimbra. O objetivo do contrato da SMP&B era avaliar a imagem da Câmara junto ao eleitor. Entre as perguntas, porém, estavam questões sobre José Dirceu e uma avaliação pessoal de João Paulo Cunha.

O Vox Populli é o instituto preferido do governo acreano e do PT/Acre. Desde que assumiu o governo, Tião Viana contrata os serviços da empresa para fazer pesquisas de avaliação de seu governo. Mais recentemente o PT contratou para analisar o desempenho de seus candidatos em Rio Branco e no interior.

São por esses e outros fatos que a sociedade fica desemparada em relação a estas pesquisas e instituos. Suas relações promíscuas com os donos do poder tiram qualquer impacialidade das estatísticas, manobrando os números para beneficiar aqueles que liberam o dinheiro dos contratos.

Assim ocorre com o renomado Ibope, que nas últimas eleições tem deixado muito a desejar, enganando de forma grosseira o eleitor. Felizmente para isso há a Justiça para nos livrar destas ações verdadeiramente criminosas contra a ética. Como afirmou a juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi, ferindo princípios da democracia e da igualdade.

Faça-se a Justiça

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Gracias, Correa

O agradecimento especial de Julian Assange ao governo de Quito

A questão agora é como ele vai escapar e vir para abaixo da Linha do Equador



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Cuidado para não ser seguido pela Scotland Yard

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O sujo e o mal lavado

O Palácio Rio Branco precisa escolher melhor seus deputados que vão à imprensa afirmar que acionarão o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para cassar Wherles Rocha (PSDB) por quebra de decoro parlamentar. Bem, se fosse enquadrar o tucano por este crime, o mesmo deveria ocorrer com alguns de seus colegas de Casa –inclusive os com dedo em riste.

Vários são os deputados denunciados pelo Ministério Público Eleitoral por compra de votos e outras infrações que afrontam a legislação, a moral e a ética da política. O próprio presidente da Aleac, Élson Santiago (PEN), está pendurado num processo de compra de votos de 1998. Longevo no cargo, ele usa a imunidade parlamentar para evitar a condenação.

Seu colega de partido, Walter Prado, também está no mesmo barco. Ética é uma palavrinha tão longe do vocabulário da Assembleia acreana que não existe o Conselho de Ética. O que há de sobra são manobras para aprovar instrumentos que os livrem de processos na Justiça. Antes de falar em ética, senhores deputados, procurem vivenciá-la diariamente em suas funções públicas e em épocas de (re) eleição.  

Como diz o bom cientista político Nilson Euclides, às vezes o silêncio é a melhor arma na política. Aqueles que estão no encalço de Rocha agora passarão a ter suas vidas investigadas. A sociedade acreana não pode ficar no jogo do sujo falando do mal lavado.

sábado, 11 de agosto de 2012

CPI sim, grampo não

Nas últimas semanas o Acre tem vivido momentos tensos por conta de mais uma onda de espionagem. É governo grampeando adversários políticos e jornalistas, e o tucanato colocando o copo de vidro nas paredes do gabinete do governador. É arapongagem de um lado e do outro. O estopim do caso foi uma nota imprudente emitida pela Secretaria de Segurança dando conta de uma possível escuta clandestina realizada pelo PSDB.

Com esta mensagem governamental, o Palácio Rio Branco passa ao cidadão a impressão de que qualquer pessoa –você, eu e vovó – podemos comprar um aparelhinho ali no Camelódromo e ouvir a conversa do vizinho, do patrão e da esposa. Ou seja, todos nós podemos estar com nossas conversas sendo ouvidas por arapongas fabricados no Senac.

Este “terrorismo” que vivemos precisa ser passado a limpo. Para isso o governo Tião Viana deve mobilizar sua base de deputados na Assembleia Legislativa para aprovar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Grampos, a CPI dos Grampos. A CPI deve investigar gregos e troianos. Se os tucanos realmente fizeram escutas clandestinas, os deputados são obrigados a apurar.

Da mesma forma se o governo do PT tem grampeado os celulares de seus adversários a Justiça deve ser feita e os responsáveis penalizados. A CPI necessita ficar livre da contaminação pelo embate PT x PSDB. O interesse maior do cidadão por apurações criteriosas e isentas devem prevalecer. O que não é mais admissível é o acreano viver com o medo de ter sua vida privada bisbilhotada.

O governador Tião Viana, autoproclamado como defensor da democracia, tem que vir a público e dar seu apoio à CPI dos Grampos. Dessa forma ele dará uma grande contribuição para o Estado do Acre, quando enfim saberemos se de fato somos vítimas de um Estado policial. Se o governador não apoiar a CPI é o atestado de que muita coisa errada está acontecendo no uso do guardião. Quem não deve não teme.

Obs: Terá o governo do PT disposição em apoiar uma CPI em ano de eleição?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Reféns do céu

A iniciativa da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) em investigar o roubo das companhias aéreas no Brasil merece não só o apoio de seus colegas de Casa, mas também de toda a sociedade brasileira. O nosso “caos aéreo” diário é resultado da ineficiência do Estado em cuidar de seus aeroportos e de empresas inescrupulosas cujo único objetivo é aumentar os lucros sem oferecer, em contrapartida, qualidade ao passageiro.

Os preços das passagens no país são uma verdadeira afronta ao bolso do trabalhador. Nós aqui no Acre, então, distante do resto do país, ficamos reféns de tarifas que ultrapassam a já comprometida camada de ozônio. Por que as passagens são tão caras no Brasil? Logo ali no Peru é possível ir de Puerto Maldonado a Lima desembolsando US$ 50, pouco mais de R$ 100.

De Rio Branco a Cruzeiro do Sul, onde se fica menos de uma hora dentro da aeronave, o custo não sai por menos de R$ 200. Ir para outro Estado, então, nem se fala. Nos nossos feriadões somos obrigados a ficar confinados por aqui pelo fato de ser impossível pagar quase R$ 2 mil numa passagem para Brasília ou Manaus.

Está mais do que na hora do governo abrir o caixa-preta das companhias aéreas e saber porque somos afanados. O que diferencia o preço das passagens cobradas no Brasil, no Peru, nos EUA e no Japão? Por que este roubo escancarado com o governo vendo tudo de camarote? Talvez seja porque Dilma Rousseff não quer ver mais brasileiros amontoados em nossos precários aeroportos. 

A oposição ficou no prego -e no grampo

A oposição continua tão atrapalhada quanto antes. Acusada de futricar a vida de Tião Viana e companhia (inclusive a da selva), ela pretendia pedir ao Ministério Público Federal uma varredura no temido guardião. O protocolo do requerimento deveria ter ocorrido ontem. Mas um dos integrantes perdeu a hora e os procuradores não puderam esperar, bateram o ponto e foram para casa.

O ato simbólico ficou para esta sexta às 10:30h. Mais uma vez seus integrantes estavam de mal com o relógio. Passou das 11h e os procuradores precisaram sair para almoçar. É muita organização pela oposição. Os seus líderes não têm a capacidade nem de cumprir o compromisso com a hora.

Enquanto isso, o guardião vai ouvindo a conversa alheia... 

O velho está mais novo que o novo

Sebastião Bocalom Rodrigues, o Tião Bocalom (PSDB), é o candidato mais velho entre os prefeituráveis em Rio Branco. Com 58 anos, o paranaense de Bela Vista do Paraíso é apresentado por seus adversários como o velho, o arcaico e o atrasado. Do outro lado Marcus Alexandre, de 35 anos, surge como o novo, a força da juventude, a estirpe da renovação.

Mas como no mundo de hoje juventude está ligada ao mundo das redes sociais e da internet, o velho Bocalom é mais novo do que o novo. Passado um mês da campanha, o adversário petista não possui um único blog, fotolog ou qualquer que seja um instrumento de interação com os eleitores.

Resume-se aos 140 caracteres do Twitter. Nem uma página no Facebook há. Marcus Alexandre paga o preço da ojeriza histórica de seus marqueteiros da Companhia de Selva pelo mundo livre da internet. Assim foi em 2010 e outras campanhas, quando as candidaturas majoritárias do PT ficaram de costas para a rede mundial de computadores.

Desde o início de junho o tucano tem seu site no ar e mantém contas no Twitter e Facebook. Seus jovens militantes espalham pela rede jingles em MP3, banners e outros aplicativos. Inovando a eleição em Rio Branco, passa a colocar na página uma ferramenta para o eleitor-simpatizante fazer doações ao comitê da campanha. É a Obamania de 2008 incorporada no Acre pelo senhor calvo de poucos cabelos brancos. 

Já no campo do PT, a molecada teve que recorrer a um blog para mobilizar sua militância. Pobres coitados.

Com seu arcaísmo publicitário, a Companhia de Selva está fazendo do velho o novo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Voa, Perpétua


A deputada Perpétua Almeida (PCdoB) foi destaque nesta quinta-feira no Facebook da revista Época. É a comunista acreana no cenário nacional. Depois de levar a rasteira do PT para a Prefeitura de Rio Branco, ela preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

O novo trabalho tem rendido a ela muitas horas de voos pelo Brasil e pelo mundo, o que proporciona o acúmulo de muitos pontos de fidelidade nos programas das companhias aéreas e muitas, muitas reclamações. 

Descontente com os serviços das empresas, agora Perpétua quer a CPI da Aviação Civil 

Cabra macho sim senhor

Sexualidade de governador do Acre é debatida na Assembleia

A opção sexual do governador do Acre, Tião Viana, foi tema de discussão entre os deputados na sessão desta quinta na Assembleia Legislativa. Tudo começou quando o líder do PSDB, Wherles Rocha, usou a tribuna para dizer que não se referia à sexualidade do petista quando o chamou de “mariquinha” na quarta-feira. “Eu não tenho nada a ver com a sexualidade do governador Tião Viana, isso é uma questão dele”, rebateu o tucano.

Usando por várias vezes a palavra sexualidade do governador, Rocha foi repreendido pelo presidente da Casa, Élson Santiago (PEN). Santiago o advertiu que não poderia tratar do assunto da tribuna do plenário e muito menos as opções sexuais do chefe do Palácio Rio Branco. Para colocar um ponto final na discussão, o presidente assegurou: “O governador Tião Viana é homem, deputado”.

A declaração provocou uma gargalhada entre os cidadão que assistiam à sessão na Galeria do Povo Marina Silva, formada por policiais federais em greve e estudantes do ensino médio, além dos jornalistas que realizam a cobertura da Casa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O povo merece resposta

A nota divulgada pelo Palácio Rio Branco dando conta de mais uma espionagem no Acre, desta vez praticada pelos tucanos, não pode cair no marasmo. A sociedade merece respeito. O Governo eleito de um Estado não pode ficar soltando acusações contra pessoas ou instituições sem provas, sem argumentos. Este é o atual quadro após o alarme da arapongagem realizada pelo PSDB no governador Tião Viana e seus auxiliares.

A nota emitida pela Secretaria de Segurança passa ao cidadão a insegurança em seus direitos fundamentais básicos, como o sigilo telefônico. O governo oferece a impressão de que a quebra de uma ligação telefônica pode ser feita por mim, por você e pela Dona Bentas e pela Tia Anastácia do Sítio do Pica Pau Amarelo.

Então agora qualquer entidade ou cidadão pode comprar um aparelho interceptor de ligações pela internet ou no Camelódromo do Terminal Urbano? Que fragilidade institucional é essa? Estamos num 007 à Amazônia onde tudo está livre e liberado? O governo está se desencontrando nas informações repassadas.

Uma hora se fala X, 20 minutos depois é Y. Até agora nenhuma prova foi apresentada, apenas uma nota evasiva e sem conteúdo, cheia de achismos. Um assunto grave como este não pode ser tratado como brincadeira por um governo responsável pela segurança de seus cidadãos. Para tentar se esquivar, Tião Viana rebaterá o discurso do líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Wherles Rocha.

O tucano não mediu palavras ao bombardear a nota da arapongagem. O cidadão não quer um bate-boca entre governo e oposição, governador. Queremos as provas dos crimes imputados pelo seu secretário de Segurança a um partido político. O mínimo que a sociedade acreana quer são esclarecimentos, respostas, uma investigação livre da contaminação política.

Quem praticou o crime que pague.

Demita seus assessores, governador

Desde que Tião Viana chegou ao Palácio Rio Branco em 2011 sua relação com a imprensa tem sido conturbada. O governador passou a marcar pessoalmente jornalistas tidos como adversários e desafetos, e a intitulá-los como oposicionistas ou simpáticos ao PSDB. O petista não disfarçava seu descontentamento e o expunha para quem quisesse ver.

Vários foram os casos de jornalistas que levaram um puxão de orelhas dele em público. Fanático pelo Twitter, o governador usava o microblog para disparar contra os profissionais da comunicação, colocando em suas costas artigos do Código Penal. Para piorar a situação, o petista se acercou de assessores que só o distanciaram da imprensa.

A impressão que temos nas redações é que somos tidos como inimigos do governo, personas non gratas. Nunca antes tivemos nosso trabalho tão dificultado pelos assessores. Eu mesmo passei isso. Tentei ter um bom trânsito com o governo ao buscar informações. Mas do outro lado da linha sempre percebia a máxima indisposição em conversar comigo e passar informações em off que pedia.

Quando lia as colunas dos concorrentes, estava tudo lá. Já fiz dois pedidos de entrevista com o governador para o Agazeta.net, a primeira para um veículo online. Até hoje estou esperando a resposta. Ora, me restou passar um pouco de óleo de peroba na cara e ficar no meu canto.

Depois a petezada vem chorar e me intitular de jornalista da oposição. Ora, se encontro todas as portas aberta dentro da oposição, com fontes não me negando os dados pedidos, é lógico que sempre terei mais notícias relacionadas ao PSDB, PMDB, PP, PDT e outros.

Para complicar sua situação, Tião Viana tem dado tiros nos dois pés consecutivos e seus assessores são incapazes de prevenir tais atos, ou ao menos mitigar as conseqüências, expondo o chefe ao ridículo. A mais recente é esta Nota de Esclarecimento falando em espionagem por membros do PSDB. Santo Deus! Quantas bravatas!

De pessoas próximas do governador ouço se tratar de uma pessoa de bom coração e humana. Mas a imagem que seus assessores deixam passar é outra bem diferente. Tião Viana tem lutado para transformar seu governo no governo social, mas todas as suas ações não são absorvidas pela sociedade. O sentimento de rejeição ao PT ainda é alto.

Culpa de uma assessoria e marqueteiros ineficientes. O governador precisa urgentemente pensar como sua imagem está chegando ao cidadão e aos formadores de opinião. Demitir sua equipe de assessoria seria a primeira solução. Se aproximar dos jornalistas, quebrar barreiras e assegurar o diálogo é outro passo importante.

O petista precisa ter a concepção de que ao fazer uma crítica o profissional não é seu inimigo. É melhor o senhor ouvir os críticos do que os bajuladores que o cercam.

Ou Tião Viana faz isso urgentemente ou seu governo estará fadado ao fracasso.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cancele estas linhas, Tião

Notícia melhor o Acre não poderia ter neste ano de eleições senão esta decisão do governador Tião Viana de reter os telefones institucionais dos servidores em cargos de confiança. Este benefício, da conta de celular pago pelo contribuinte, é mais uma imoralidade em prática no Acre.

Não é admissível que a população de um dos Estados mais pobres do país pague as conversas paralelas de secretários, diretores e presidentes de órgãos que já ganham salários bem gordos. Não seria possível tirar R$ 200 desta dinheirama para ir a uma lotérica e quitar a conta do celular?

Por que nós temos que arcar por este serviço? Como mostrei em reportagem domingo em Agazeta.net, o Acre já gastou neste ano quase meio milhão de reais com as faturas dos telefones “chapa-branca”. A melhor medida a ser adotada pelo governador Tião Viana para moralizar seu governo é acabar com esta regalia.

O povo acreano espera, governador, que os aparelhos continuem confiscados após passado o período eleitoral. O Acre tem muitas carências para se gastar o dinheiro público de forma tão supérflua. Num Estado tão pobre e carente como o nosso não podemos nos dar ao luxo de mandar quase meio milhão de reais para o lixo.

Cancele estas linhas, governador

domingo, 5 de agosto de 2012

Arrependei-vos

Que atire o primeiro tijolinho quem não sonhava com a candidatura de Antônia Lúcia para atrapalhar Tião Bocalom
 

Cala a boca, Dudé

O jornalista Itaan Arruda, editor de Economia do jornal “A Gazeta”, tem sido covardemente agredido por assessores palacianos por ousar questionar os sempre questionáveis números da Expoacre, que a cada ano alcançam cifras milionárias. Eu mesmo aqui neste blog coloquei em xeque a consistência destes dados, que não ignoram os mais pessimistas prognósticos econômicos.

Itaan Arruda foi assessor de imprensa do governo Binho Marques entre 2007 e 2008. Era tido como jornalista aliado do petismo. Deixou o governo e voltou para a nossa pobre vida de redação. Em artigo na semana passada colocou pontos de interrogação nas cifras “expoacreanas”. Foi o suficiente para ser bombardeado pelo decano organizador da feira Dudé Lima.

Há 16 anos promoter do governo petista, Dudé Lima ganha um generoso salário com sua fiel escudeira Nena Mubarac. Eles estão muito bem, obrigado, e querem colocar na cabeça de todos os acreanos que nossas contas-corrente estão tão saudáveis quanto as deles. 

Dudé Lima pergunta o motivo de Itaan questionar a Expoacre agora que está de fora do Palácio Rio Branco. Perguntou ele de forma grotesca no Twitter: “Sera que era o salário de assessor do gov que dava coerência Itaan ?” (Os erros de português são do autor da tuitada)

Dudé é do tipo petista que acha que bom jornalista é o jornalista calado e que apenas elogie o governo, sem nunca apresentar

questionários. Enquanto esteve na assessoria Itaan fez seu trabalho. Na redação atua como jornalista e sua função é informar o leitor, levar a verdade e não a mentira como os “donos da razão” desejam.


Aqui vai minha solidariedade a Itaan Arruda e os parabéns pelo excelente artigo que transcrevo abaixo: 

O consenso silencioso a respeito da manipulação de dados sobre o balanço financeiro da Expoacre exige comprometimento de mais atores, até agora omissos na guerra dos números. Atualmente, a contabilidade do volume de negócios da feira é feita exclusivamente pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Aplicados à Gestão (Depag).

É um departamento vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento. Portanto, um órgão sob o comando do governo. Todos os dias do evento, várias equipes se dividem com os questionários a serem respondidos pelos empreendedores.

E não se espera outro resultado. Ano a ano os recordes são certos. Não há crise no mundo que consiga entrar no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco. Na contabilidade oficial, o resultado está vinculado diretamente aos ditames políticos do Palácio Rio Branco.

A feira tem que ser um sucesso, custe o que custar. O governador Tião Viana, que tudo avalia com a calculadora “política”, age seguindo uma lógica que lhe foi permitida. Democrata que é, joga o jogo com as regras que recebeu.É a lógica.

O que espanta, de fato, é o silêncio de instituições como a Federação do Comércio, Associação Comercial e Industrial e Universidade Federal do Acre. Essas instituições deveriam fazer uma contabilidade paralela. Juntas, têm competência, recursos e capacidade técnica para apresentar dados que apontem a realidade.

Das duas, uma: ou o comércio do Acre, de fato, está indo muito bem, com vendagem acima das metas, ou não existe independência institucional no Acre, o que pode explicar o silêncio das representações de classe.

Na edição de 2013, é possível que um instituto extra-Seplan chegue aos mesmos resultados que o cálculo oficial, utilizando outra metodologia? Claro que é. Se houver manipulação de dados, no entanto, pior para todos. Governo, inclusive.

O suplemento Acre Economia foi a Expoacre praticamente todos os dias, inclusive à apresentação de Michel Teló. Nos vários depoimentos colhidos, a situação era de desânimo e pessimismo em relação às vendas. Embora ninguém aceitasse se expor.

Outra situação que deve ser revista: papel das instituições bancárias e venda de máquinas e implementos agrícolas. Já é prática consolidada (e naturalmente não assumida) de que as vendas de tratores e caminhões e pedidos de financiamentos feitos em datas próximas à feira sejam concluídos no evento. Há algo de ilegal nisso? Claro que não. Mas, por aí, já se vê o esforço articulado em rechear os números oficiais.

Necessário esclarecer, no entanto, duas coisas:1) mesmo entendendo a importância óbvia da Expoacre, é preciso compreender que ela não é indicativo de crescimento. Mostra demonstrativa do perfil da nossa economia, a feira é antes um termômetro de circulação de riqueza e dinamismo do comércio; 2)outro esclarecimento diz respeito aos valores não contábeis: a um menino do Juruá, puxado pelo braço da desconfiada avó, que viu as cores da Expoacre pela primeira vez,pergunte-se o prazer de estar ali! “Não há dinheiro no mundo!”

Para o setor privado, a Expoacre é importante em todos os aspectos. Mesmo que não se venda nada, é importante estar com a empresa lá. Consolidando a marca. Todos querem que a feira seja um sucesso. Ninguém deseja o contrário. É preciso, no entanto, deixar que os números expressem isso. Naturalmente. Brigar com os eles enfraquece a todos.

Fora Antônia Lúcia



A deputada federal cassada Antônia Lúcia (PSC) encarna bem o típico político espertalhão que tenta se dar bem às custas da ignorância de um povo pobre e sem acesso à educação. É o político sem o mínimo de pudor na cara, sem respeito para com o povo. Flagrada falsificando a ata de um partido que ela comprou, teve a coragem de vir a público e dizer que a falsificação não invalida o “conteúdo ideológico” do documento. Pelas barbas do Profeta!

 Abençoada pelo governo Tião Viana (PT) para atrapalhar a candidatura de Tião Bocalom (PSDB), Antônia Lúcia só se meteu em trapalhadas. Logo de cara foi impugnada pela Lei da Ficha Limpa –a primeira do Acre a experimentar a nova legislação.

Antônia Lúcia foi condenada em 2011 por formação de Caixa 2. A Polícia Federal apreendeu quase R$ 500 mil em uma caixa de papelão saída de Manaus e entregue em Rio Branco. Para a Justiça não há dúvida: o dinheiro não contabilizado era para a campanha dela. Uma liminar do TSE a mantém no cargo.

Esta foi apenas uma de tantos processos em que ela se envolveu em 2010 e 2011. Por muita esperteza não foi condenada em outros. Para manter os esquemas fazia o uso de um telefone da Câmara dos Deputados –protegido pelo foro privilegiado. A Justiça das leis frias pode falhar, tardar.

Mas a Justiça da ética e da moral, não. O povo começa a ver o tipo de pessoa pública desprezível que ela é. Capaz de mentir e falsificar assinaturas para manter uma candidatura fajuta e cujo único objetivo é beneficiar o governo, prejudicando Tião Bocalom. Pessoas deste tipo os acreanos sabem bem como tratar: logo, logo as lançam na lixeira de nossa história. Com Antônia Lúcia não será diferente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Juntos eles fazem mais



O que os petistas Fernando Haddad e Marcus Alexandre têm em comum, além da filiação partidária? Em primeiro lugar os dois são candidatos escolhidos pelos caciques políticos de seus respectivos Estados; no primeiro caso em SP e no segundo aqui na Florestania. Os dois nunca antes na história deste país enfrentaram as urnas. O paulista aposta na força de Luis Inácio Lula do Silva –o acreano-paulista nos irmãos Viana.

Outro ponto em comum são seus adversários. Tanto lá como cá o inimigo é o PSDB. No Tietê José Serra, e no igarapé São Francisco Tião Bocalom. Em ambos os casos os petistas estão bem atrás dos tucanos e vão precisar gastar muita energia para desbancar o favoritismo dos oponentes. 


Tanto em SP como no AC o processo de escolha dos candidatos do PT causou tremores na base. Por lá o dedaço de Lula expulsou do palanque petista a senadora Marta Suplicy; aqui a preterida foi Perpétua Almeida (PCdoB). 
Vamos ver se o destino da dupla Marcus-Haddad será o mesmo no dia 7 de outubro.

Tucano por um dia

O juiz Fernando Nóbrega da Silva negou pedido impetrado pelo PT para que fosse retirada montagem realizada em programas de computador em que o governador Tião Viana “pede votos” ao principal adversário do partido em 2012, Tião Bocalom (PSDB. A foto mostra Tião Viana em frente à urna de votação com os dedos formando o número 45, do PSDB. Segundo o PT, na imagem original ele sinaliza o 13 do PT.

“Até eu voto 45, vote você tbm (sic)”, diz a montagem. Na ação, o PT acusa Tião Bocalom e seu assistente Williamis França como autores da manobra. A defesa pede a retirada da montagem das redes sociais por propaganda extemporânea, além de causar prejuízos à candidatura oficial do partido. Para Nóbrega da Silva, a ação não apresenta a data em que ela foi publicada, não podendo ser considerada como propaganda fora de época.

Em sua decisão, o magistrado apontou que não havia motivos para Bocalom ser acionado por não ter sido provada sua participação, ou cuja publicação tenha ocorrido sob seu conhecimento. “O representante [PT] não logrou demonstrar a ocorrência de risco de dano irreparável ou de difícil reparação”, argumentou Nóbrega Silva. Por conta disso, ele indeferiu o pedido de liminar e deu um prazo de 48 horas para que Bocalom e França apresentem a defesa.

Que venha a próxima alagação


Mais um Expoacre findada e a vida volta ao normal. Encerrada a festa é hora de fechar os números dos negócios milionários alcançados nos nove dias. Como não poderia deixar de ser, as cifras sempre superam as metas passadas e a cada ano a Expoacre fica mais robusta.

O fato é que ninguém sabe nem viu toda essa dinheirama. Fico a me perguntar se seria do tacacá pequeno de R$ 10 ou da lata de refrigerante de R$ 3. Por mais que uma concessionária venda todos os seus carros expostos ali é impossível se chegar a mais de R$ 130 milhões.

Talvez levem em consideração o lucro da Pop Show durante os dias de espetáculo, deixando o público a esperar por mais de quatro horas pelo início do espetáculo. Ou então as vendas financiadas de caminhões ou tratores. Tinha me esquecido dos leilões das raças nobres de bovinos e outros animais.

Pode ser que o empresariado ainda tenha algum dinheiro no bolso Agora, a grande maioria da população que passeava pelo espaço apenas olhava e se assustava com os preços. A nossa grande força consumidora, os funcionários públicos, ainda estava para receber seus vencimentos. Ainda assim estes precisam deixar boa parte dos salários no banco para descontar os empréstimos.

O Estado tem salvado a economia acreana. Os pífios salários pagos pela iniciativa privada servem tão somente para assegurar a sobrevivência da grande maioria da população. A economia do contracheque garante os suspiros do comércio e outros setores.

Com uma iniciativa privada fraca e sua força econômica (funcionalismo) desmotivada, é de se questionar os estratosféricos números oficiais da Expoacre –que em todo ano são alvo do ceticismo da sociedade. Mas como na imaginação de nossos governantes o Acre continua um modelo para o Brasil e o mundo, tudo vai muito bem, obrigado.

A Expoacre acabou. Os números estão no azul. É curar a ressaca e preparar o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco para sua próxima utilidade: abrigar nossos miseráveis que moram em área de risco despejados de suas casas quando o rio Acre supera (novo recorde) sua cota de transbordamento. Na riqueza e na pobreza o local serve para mostrar os dois lados opostos do Acre: a potência econômica na cabeça dos petistas e a pobreza real vivida diariamente pela população.