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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O galinheiro e a raposa

Causou-me espanto ao ler nossos diários nesta quinta-feira que o senador Anibal Diniz (PT) é o relator do projeto que trata da volta do fuso horário do Acre. Chamou-me ainda mais a atenção o fato de ele propor o debate de algo que já não necessita de debate e está decidido pelo povo em referendo. O mais espantoso são os protagonistas desta discussão: entidades classistas como a Federação das Indústrias do Acre, que se deu até ao trabalho de coletar assinaturas para que tudo continue como está.

Eu votei contra a volta do antigo fuso no referendo de 2010. Para mim o melhor é como está, mas se a grande maioria da população disse que quer atrasar o relógio preciso reconhecer minha derrota e respeitar a vontade popular. O referendo foi realizado de forma bagunçada pela oposição, que não se preocupou em analisar o lado jurídico da coisa.

Em outubro agora completaremos dois anos de referendo sem a decisão do povo prevalecer por uma burrice da oposição, e as articulações do governo para atrasar ao máximo o que era antes –se possível só depois das eleições ou nunca mais. Com a relatoria do projeto nas mãos de Anibal Diniz é provável que os ponteiros continuem na atual posição.

Este mesmo que vos escreve ouviu do senador para uma plateia de petistas que faria de tudo para não permitir a volta da “hora de Deus”. A oposição aplaude de camarote as iniciativas do senador, pois nas ruas a revolta do povo é evidente. Tem até candidato a vereador com o nome Fulano do Horário.

Entregar o projeto do fuso nas mãos de Anbial foi  como deixar com a raposa as chaves do galinheiro. O PT satisfaz seu gosto de não colocar o Acre no “atraso” e a oposição torce para o eleitor dar o troco na urna. 

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