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sábado, 11 de agosto de 2012

CPI sim, grampo não

Nas últimas semanas o Acre tem vivido momentos tensos por conta de mais uma onda de espionagem. É governo grampeando adversários políticos e jornalistas, e o tucanato colocando o copo de vidro nas paredes do gabinete do governador. É arapongagem de um lado e do outro. O estopim do caso foi uma nota imprudente emitida pela Secretaria de Segurança dando conta de uma possível escuta clandestina realizada pelo PSDB.

Com esta mensagem governamental, o Palácio Rio Branco passa ao cidadão a impressão de que qualquer pessoa –você, eu e vovó – podemos comprar um aparelhinho ali no Camelódromo e ouvir a conversa do vizinho, do patrão e da esposa. Ou seja, todos nós podemos estar com nossas conversas sendo ouvidas por arapongas fabricados no Senac.

Este “terrorismo” que vivemos precisa ser passado a limpo. Para isso o governo Tião Viana deve mobilizar sua base de deputados na Assembleia Legislativa para aprovar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Grampos, a CPI dos Grampos. A CPI deve investigar gregos e troianos. Se os tucanos realmente fizeram escutas clandestinas, os deputados são obrigados a apurar.

Da mesma forma se o governo do PT tem grampeado os celulares de seus adversários a Justiça deve ser feita e os responsáveis penalizados. A CPI necessita ficar livre da contaminação pelo embate PT x PSDB. O interesse maior do cidadão por apurações criteriosas e isentas devem prevalecer. O que não é mais admissível é o acreano viver com o medo de ter sua vida privada bisbilhotada.

O governador Tião Viana, autoproclamado como defensor da democracia, tem que vir a público e dar seu apoio à CPI dos Grampos. Dessa forma ele dará uma grande contribuição para o Estado do Acre, quando enfim saberemos se de fato somos vítimas de um Estado policial. Se o governador não apoiar a CPI é o atestado de que muita coisa errada está acontecendo no uso do guardião. Quem não deve não teme.

Obs: Terá o governo do PT disposição em apoiar uma CPI em ano de eleição?

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