Páginas

sábado, 10 de agosto de 2013

Farpas petistas



Uma guerra silenciosa está sendo travada neste momento dentro do PT pelo comando do partido. A disputa pode comprometer a já não tão saudável relação entre a maioria dos parlamentares do partido, membros do Palácio Rio Branco e os líderes da ala dominante, a Democracia Radical (DR).

O momento conturbado petista é consequência também do temporal provocado pela operação G7, da Polícia Federal, desbaratada em maio.

A forma como o presidente do PT, Leonardo Brito, vem conduzindo o partido e as reações do governo à operação G7 não tem agradado a grande maioria dos parlamentares (entre eles Jorge Viana) do PT e seus grupos dentro do partido.

A insatisfação da condução partidária também não agrada aos senadores petistas. Preocupado com os rumos da legenda e as consequências para a eleição do próximo ano, um dos senadores convocou reunião com parlamentares petistas para tratar destas questões.

O que os senadores ouviram foram muitas reclamações. Perceberam, então, que o descontentamento não era só deles, mas da maioria. O problema é que, sem o consentimento e conhecimento dos participantes da reunião, tudo que foi discutido foi repassado ao governador que, lógico, não gostou nada do que lhe foi repassado por quem estava presente na reunião. Tião Viana, por sinal, não foi convidado para o encontro.

Para repudiar esta postura, os assessores palacianos recorreram ao e presidente do PT, Leonardo Brito, para repreender os senadores, responsáveis pela reunião. Brito enviou uma carta aos dois senadores condenando a realização da reunião sem o conhecimento e a presença de Tião.

O envio da carta foi classificado como falta gravíssima pela executiva do PT, pelos senadores serem considerados petistas históricos e vistos como “intocáveis” – esta infração é mais grave do que “esquecer” de convidar o governador para a reunião.

Veja também:
Deputados federais vão disputar presidência do PT/Acre 

A partir de então os dois senadores começaram uma operação para enfraquecer o grupo de Léo, Carioca e André Kamai na sua luta para manter o domínio do PT nas eleições de novembro. Integrantes da Democracia Radical, tendência prevalecente no PT, definiu o sociólogo Ermício Sena para a sucessão de Leonardo Brito.

Em resposta, houve convite ao deputado Sibá Machado para também ser candidato a presidente do diretório estadual. Apoiado pelos senadores, o petista, considerado orgânico, foi em busca de apoio dentro do PT. Segundo pessoas próximas ao deputado, uma reunião foi convocada pela DR, na tarde desta sexta-feira (09) para tentar convencer Sibá a desistir da ideia.

Sibá não só descartou esta possibilidade como informou que sua candidatura é ungida pela CNB (Construindo um Novo Brasil), campo majoritário do PT que tem entre seus membros o atual presidente Rui Falcão, o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão.

O certo mesmo é que a situação política de Ermício Sena não é a das melhores. Em reunião recente promovida pelos senadores petistas no interior, foram expostas opiniões consideradas divergentes das do governador – o que é natural.

A forma como um dos integrantes da Democracia Radical relatou essas opiniões a Tião Viana não foram bem recebidas entre os senadores.A atitude desagradou ainda mais a bancada no Senado, que têm percorrido os diretórios municipais pregando o retorno do PT às suas origens.

Estas movimentações contribuíram para desgastar a candidatura de Ermício Sena nos grupos dos senadores Jorge Viana e Anibal Diniz –essenciais para garantir sobrevida no PT. Cogita-se a possibilidade da DR mudar seu candidato.

Segunda-feira é o prazo para as inscrições da chapa. O fim de semana será de muita negociação para aparar as arestas. Neste vale-tudo o que está em jogo será quem conduzirá o PT nos próximos anos e como o partido enfrentará as urnas em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário