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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A desconstrução de Marcus Alexandre

Que há tempos a lua de mel entre o prefeito Marcus Alexandre (PT) e a população de Rio Branco acabou isso é óbvio. Acordar cedo não é mais um trunfo para a grande maioria dos trabalhadores, que necessita pular da cama antes do galo cantar todo os dias –seja na “hora de Deus” ou na hora do Tião. Como sempre digo aqui, o novo não conseguiu se desvencilhar da velha maneira de fazer política.

Sua eleição em 2012 teve um alto custo, e inchar a pobre prefeitura da capital com cargos comissionados foi a forma de assegurar abrigo a todos os seus cabos eleitorais. E isso também tem um custo, e esta aí para todos verem. Rio Branco continua uma cidade sem a mínima infraestrutura, e todas as grandes obras tocadas por Alexandre são a herança bendita do antecessor Raimundo Angelim (PT).

O novo petista ainda não entregou uma obra para se afirmar sua marca. No primeiro momento ele caiu nas graças do povo e visto como a liderança do futuro, aquele capaz de assegurar a permanência do vianismo no poder, no revezamento entre os irmãos Jorge e Tião no comando do governo.

Mas Alexandre vem sendo engolido pela política clássica dos detentores da máquina, de recorrer a todos os métodos para garantir a sobrevivência. (Incluindo se aliar com o que tem de mais retrógrado em nossa sociedade e que tanto condenavam no passado).

Não se pode negar que Alexandre é bem intencionado e trabalhador. Mas empaca numa prefeitura de poucos recursos, e os que existem são para garantir a folha de pagamento dos aliados. E assim precisa operar para sua campanha de reeleição em 2016 e que terá impactos diretos em 2018, quando ninguém sabe como seu partido vai para a disputa. Muitos analistas o apontando como o sucessor de Tião Viana.

Mas o desgaste do prefeito coloca em risco até sua reeleição daqui mais um ano e meio. A cidade continua no buraco –e não é apenas uma figura de linguagem. Agora há mais uma boa notícia: um eventual novo reajuste da tarifa de ônibus, já que o anterior não levou em conta os recentes e sucessivos aumentos do diesel praticados por Dilma (PT).

Ou seja, o pepino tem que ser descascado não só por Brasília, mas também pelos prefeitos na base. Os deuses conspiram contra Marcus Alexandre neste seu início de carreira política. Seu brilho vai se apagando. A última eleição mostrou isso, quando a oposição venceu no primeiro turno em Rio Branco, perdendo por apenas dois mil de diferença –mesmo com o prefeito sendo vendido como o xodó dos rio-branquenses.

O novo já está velho, e este discurso de novidade não cola. Talvez por isso os comentários de que não disputará a reeleição, com o PT colocando outros nomes (Ney Amorim ou Gabriel Forneck). O objetivo é evitar ainda mais queima de cartucho, poupando o prefeito para o que mais importa ao petismo: o Palácio Rio Branco. Ele será trabalhado para lá chegar, até a volta dele: Jorge Viana (PT).

Bom trabalho 
A renovação na Câmara tem dado bons resultados. Com sangue no olho e disposição de mostrar serviço, os novos deputados federais suaram a camisa neste dias legislativos pré-carnaval. Que esta boa disposição continue até o final do mandato. O eleitor que paga seus gordos salários e benefícios fica agradecido. A renovação é salutar, ocupar um cargo por muito tempo é apenas um vicio e leva à corrupção.

Quadro novo 
Um bom exemplo da renovação é Antônio Pedro, eleito deputado estadual pelo Democratas, que tem como base o município de Xapuri. Ele nunca exerceu um cargo político antes. Sua experiência como empresário bem-sucedido na região do Alto Acre, porém, lhe dá a segurança de exercer um mandato profissional, com o estabelecimento de objetivos a serem conquistados. Como deputado, contudo, o retorno precisa ser não para si, mas para o cidadão acreano.

Petróleo Progressista (PP) 
Um dos possíveis motivos para Gladson Cameli (PP) não fazer, até o momento, nenhuma manifestação em defesa da CPI da Petrobras no Senado é o comprometimento do PP até a medula nesta que desponta para ser o caso de corrupção do século no Brasil. As investigações apontam o PP como um dos principais beneficiados no sistema de partilha das propinas. Ver o silencia de Cameli é desolador, pois o eleitor acreditava vê-lo como um parlamentar de oposição atuante.

Turma do funil 
E neste período carnavalesco a política local vai entrar em ressaca. Ela que já não está estas maravilhas há muito tempo, virá  ladeira abaixo como o embebecido nos bailes da cidade. Já se passaram alguns dias e as principais autoridades do Estado sumiram do mapa. E pelo jeito até o blog precisará de um engov até a Quarta de Cinzas; mas farei um esforço para escrever algo aqui e acolá. Abram-se as alas!!!


Feliz sexta-feira 13!

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