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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Clima e políticos temperamentais

As dimensões continentais de nosso país nos faz viver extremos no clima. Enquanto a região que concentra a maior densidade populacional enfrenta uma das piores secas da história, a Amazônia e seus poucos habitantes vive com o drama anual das enchentes que causam inúmeros estragos e transtornos. Mas o que conecta os moradores da periferia do Acre atingidos pela cheia e os de São Paulo com o “apagão” de água é a incompetência dos governantes longevos de ambos os Estados.

Em São Paulo os tucanos já ultrapassam os 20 anos de domínio no governo. No Acre o PT, representado pela irmandade petista, também caminha para duas décadas de hegemonia. No reduto do PSDB a crise da água já tinha sido alertada há muitos anos, mas nenhuma providência foi tomada.

A Sabesp, controlada pelo Estado e capital privado, se preocupou muito mais em garantir os lucros de seus acionistas, a injetar recursos em tecnologias que pudessem amenizar os efeitos da falta de chuvas, garantindo o mínimo de abastecimento na crise.

No Acre o mau-humor dos rios são conhecidos desde que a floresta surgiu milhares de anos atrás. Todo primeiro trimestre de cada ano as chuvas se intensificam, transbordam os mananciais e obrigam milhares de pessoas a abandonarem suas moradias. Em 20 anos de governo, somente agora o PT tenta amenizar o problema com o investimento na construção de casas fora de áreas de risco.

Mas a Cidade do Povo é um paliativo, pois os rios cortam a grande maioria das cidades acreanas, e sempre provocam o transtorno da enchente. O governo Jorge Viana em oito anos preferiu torrar milhões de reais na construção de uma passarela (ou pinguela) inútil no centro de Rio Branco, enquanto milhares veem suas casas submersas todo “inverno amazônico”.

Outras soluções foram apresentadas, como a construção de uma barragem para controlar o nível do rio Acre, evitando, assim, o alagamento de dezenas de bairros. Mas investir nestes projetos não é de agrado dos políticos. Para eles, é muito melhor deixar estas famílias (eleitores) à mercê do sobe e desce dos rios para surgirem como os salvadores da pátria, recebendo muitos votos na próxima eleição.

E fora as vantagens de decretar estado de emergência ou calamidade para beneficiar empresas de empresários aliados.

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