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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sem Graça

“Petrolão” pode afetar projeto de exploração de petróleo no Acre 

Depois de intensas articulações do governador Tião Viana em 2013 para que a Petrobras assumisse para si o projeto de prospecção e possível exploração de petróleo e gás no Acre, o empreendimento de transformar o Estado na potência petrolífera da Amazônia ficará comprometido. A causa principal para isso são as sucessivas crises pelas quais a estatal vem atravessando.

Em seu balanço trimestral divulgado na semana passada, a Petrobras já tinha anunciado cortes de ao menos 30% em seus novos investimentos. Grandes projetos que já estavam em andamento foram suspensos.

Na situação do Acre, onde ainda é incerta a viabilidade econômica desta exploração, mais as dificuldades impostas pelo ambiente hostil da floresta, a perspectiva da empresa de injetar recursos neste momento é quase zero.

Até outubro do ano passado a Petrobras ainda não tinha assinado o contrato de exploração da Bacia do Acre. A empresa alegava problemas burocráticos por conta da região estar localizada numa área de fronteira internacional, o que necessitaria do aval da Presidência da República.

Até o momento só há a assinatura do contrato de concessão. Este contrato, porém, só foi assinado 10 meses após a empresa ganhar o bloco no leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo, em novembro de 2013.

De acordo com a estatal, o contrato de concessão do bloco AC-T-8 (Bacia do Acre) prevê uma fase exploratória de oito anos, dividida em dois períodos exploratórios (o primeiro, com duração de cinco ano; o segundo, com duração de três anos). Com a crise do “peetrolão”, este período tende a se estender.

Em comunicado ainda em outubro de 2014, a Petrobras informava que a fase exploratória já se tinha iniciado por meio dos estudos geológicos e geofísicos da região do bloco. Mas com as sucessivas denúncias de corrupção na empresa, sua perda de valor de mercado e a baixa captação de recursos para investimentos, o projeto ficou comprometido, assim como os demais.

Ainda há a questão ambiental, por conta das terras indígenas no entorno da bacia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) recomendou à ANP readequar o projeto do bloco para que ele fique a uma distância segura do Vale do Javari. Segundo a Funai, esta região é um dos últimos refúgios do índios isolados, e sua proteção é essencial.


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