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terça-feira, 30 de outubro de 2012

A eleição de postes


No plano nacional se fala que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu seu segundo poste. Depois de Dilma Rousseff em 2010 agora foi a vez de Fernando Haddad em São Paulo. Embalados, alguns petistas da floresta chegam a fazer comparação entre Lula e Tião Viana, Marcus Alexandre e Fernando Haddad. Em SP, assim como no Acre, o ex-ministro foi apresentado como o novo. 

As duas eleições são totalmente opostas. Em primeiro lugar, Fernando Haddad de fato era o novo na capital paulista. Após 20 anos de tucanato e oito fora da prefeitura, o PT retoma o maior colégio eleitoral do País. Lá, ao contrário daqui, a influência da máquina é mínima. Em SP não há cargo comissionado obrigado a pedir voto e ficar em rotatória balançando bandeira.

Lá o atual prefeito Gilberto Kassab (pessimamente avaliado) pode até ter acionado a máquina em favor de José Serra (PSDB), mas o efeito foi inútil. O governo paulista está nas mãos do PSDB, mesmo assim não houve abusos. Em São Paulo, num universo de mais de 10 milhões de pessoas, esta influência é ínfima.

Em SP a vontade de mudança não foi solapada pelo trator do governo. O sentimento do eleitor foi respeitado, tanto é assim que os eleitores deram vantagem folgada a Haddad. O velho tucanismo foi derrotado pelo novo do PT. Aqui a coisa foi diferente. Todos os mecanismos (legais e ilegais) foram disponibilizados para eleger nosso poste.

Isso está comprovado nas urnas, com o placar apertado; menos de três mil votos separaram Marcus Alexandre de Tião Bocalom (PSDB).   A tal papagueada superpopularidade de Tião Viana não resultou em transferência de votos, ao contrário de Lula que conseguiu eleger seu poste. O resultado em Rio Branco nos mostra que, muito mais do que a popularidade de um líder, a força do dinheiro e dos cargos são os nossos grandes cabos eleitorais. 

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