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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Rio Branco, o céu e o inferno

*Esta é uma crônica enviada por leitor que preferiu não se identificar

Existe uma piada na qual o individuou morreu e foi pra perto de São Pedro, que lhe mostrou no andar de baixo, primeiro, o inferno. Ali, ele poderia decidir ficar se gostasse, ou ir direto pro andar de cima, o céu

Pela porta do elevador do inferno, o tal sujeito viu um gramado lindo, com mulheres maravilhosas de biquíni se deliciando numa piscina, alguns senhores jogando golf e tomando cervejas importadas e outros sendo paparicados por algumas garotas lascivas.

Pensou em ficar de primeira, mas pensou duas vezes e decidiu: “São Pedro, sei não hein! Quero ir para o céu”.

Chegando lá, no céu, ele viu mais ou menos o que via na Terra, nos panfletos distribuídos pelos missionários Adventistas, a figura do paraíso: alguns anjinhos tocando harpa, um monte de senhora bem vestidas passeando em um jardim, senhores de terno brincando com leões e pensou: “Hummm, sei não hein! Vou ficar aqui, mas se me entediar, vou tomar umas no final de semana lá no inferno”.

E assim ele fez. Passou no céu umas três semanas. A lei seca, a vontade de namorar, de se deliciar com uma carne falaram mais forte e ele não aguentou. “Seu Pedro, quero ir para o inferno”.

Assim foi feito com a ressalva de que ele nunca mais voltaria para o silêncio do céu. “É sem volta, hein!”, advertiu Pedrão.

Desse modo, o indivíduo foi lançado no inferno. Porém, quando abriram a porta do elevador, ele viu só fogo e pessoas queimando num caldeira realmente infernal. Gritos de terror ecoavam e ali, ele ficou: “P...merda...me f...”, disse ele.

Perguntou ao diabo-porteiro porque estava tão agradável o inferno há três semanas, quis saber pra onde teriam ido as loirinhas lânguidas e ouviu gargalhadas.

“Você é um grande otário, é que estávamos em Eleições para eleger o diabo-prefeito. Até ontem, tinha piseiro por aqui. Mas hoje volta tudo ao normal, acabou o segundo turno já. Tenha ótimos banhos de fogo no lombo”.

Assim parecemos viver no Acre. Em época eleitoral é tudo maravilha, um mar de rosas. É máquina abrindo rua na periferia, a água (ainda que pouca) chegando na torneira, o Estado e a prefeitura numa eficiência sem igual; até os petistas ficam simpáticos e beijam e abraçam todo o mundo na rua.

Fechada as urnas voltamos ao nosso inferno de Dante

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