Por mais que nossos governantes de plantão tentem transformar
o Acre em suas propriedades privadas, fazendo-se crer que vivemos numa ilha
isolada do resto do país e do mundo, enfim alguém acordou para perceber que o
buraco é mais embaixo. Como filho caçula da República Federativa do Brasil, o
Acre é o mais afetado com os cortes na mesada feitos pela madrasta Dilma
Rousseff.
Depois de turbinar o Orçamento de 2012 (o seu primeiro após
assumir o governo) Tião Viana manteve os dois pés no freio para o próximo ano.
Após aumentos consecutivos do Orçamento nos últimos anos, sempre variando na
casa dos 15%, o Palácio Rio Branco optou pela austeridade fiscal ao manter para
2013 uma previsão orçamentária um pouquinho maior que esse ano.
Em resumo, sairemos de R$ 4,3 bilhões para R$ 4,6 bilhões. O
governo tem encontrado sérias dificuldades em assegurar a aplicação dos
investimentos. Com uma maquina inchada por funcionários públicos, as receitas
servem tão somente para garantir a folha de pagamento e a quitação de nossas
dívidas e de contratos em execução.
Tião Viana tem mantido agendas constantes em Brasília na
busca de recursos. Praticamente quase toda semana ele está pelo Planalto
batendo na porta dos ministérios com o pires na mão. A tesoura de Dilma atinge
o Acre em cheio. Para evitar danos ainda maiores, o governador precisa dar as
caras por lá.
Tião passou a ser freqüentador assíduo dos ministérios. Um
dos preferidos é o Dnit, o departamento das estradas. Com a conclusão da
BR-364, os recursos ficaram minguados para o Estado. Mas a buraqueira e as
erosões ao longo da rodovia mostram que muito dinheiro será necessário para
assegurar a sobrevida da BR.
Antes tarde do que nunca. O Acre percebeu que não está numa
Torre de Marfim. A crise está à porta. Cabe agora ao governador Tião Viana
evitar estripulias no campo fiscal. Não cair na tentação do gasto descontrolado
em ano eleitoral é a melhor solução. Cortar gastos supérfluos e aplicar somente
no necessário.
Por outro lado, o governo precisa incentivar o fortalecimento
da iniciativa privada para que essa mantenha a economia acreana em atividade.
Reduzir o peso do Estado sobre as empresas não custa nada. Pode-se perder
alguns reais em tributos por um momento, mas logo se terá o retorno com mais
pessoas empregadas e consumindo.
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