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terça-feira, 10 de julho de 2012

Eles estavam à toa na vida


Depois de 50 anos de existência enfim a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) parece ter percebido que tem um grande poder nas mãos. Aproveitando uma certa “fragilidade” política do governador Tião Viana e a ascensão da oposição, parlamentares endurecem o tom e querem fazer valer seus interesses. Parece que a época de o governo enfiar projetos goela abaixo dos parlamentares está com os dias contados.

A ficar este cabo de guerra com um toma lá dá cá de criação de blocos, a “Casa do Povo” entra num verdadeiro Carnaval fora de Época. Em ritmo folião, é aproveitar as marchinhas e lembrar que os deputados estavam à toa na vida, se curvando aos interesses do Executivo que tem a faca, o queijo e o cofre nas mãos.

Agora eles querem a faca, o queijo e também uma parte do cofre. Emenda é a palavra mágica. O governo não quer entrar na Sapucaí, mas tem o botão mágico para criar blocos e mais blocos afim de conter a fanfarra da oposição e seus Novos Baianos. Há duas questões em jogo: de um lado se fala na busca da independência, do outro o fisiologismo por emendas.

Enfim a Aleac saiu do noticiário já previsível do governo bater o martelo e pronto para as especulações de saber se a oposição terá forças para brecá-lo. Assim deve ser um Parlamento forte. Com a sociedade e não o governo impondo suas vontades. Com um Poder Legislativo travado é a população quem perde, pois o poder de fiscalizar e questionar fica suprimido.

Em um Estado onde o Quarto Poder tem sérias limitações de exercer sua função subtrair do único poder constituído a função de fiscalizar o Executivo é temerário.  Sai-se de um Estado Democrático para um autoritarismo imposto pela força econômica. É o uso do dinheiro público para tirar do público seu poder de vigilância.

Que este não seja somente mais um Carnaval da Aleac para brincarem com a cara do cidadão. Que não acordemos com a ressaca de um porre de um vai e vem de blocos. Que possamos entrar na avenida cantando a força e a independência de um Parlamento. Enquanto isso não acontece, é nos contentarmos com o papo de bêbado para delegado de terça a quinta das 10h em diante.

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