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sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Rio+20 diária do Acre


Enquanto toda a cúpula do Governo do Acre é custeada com os impostos do contribuinte em confortáveis hotéis da Zona Sul do Rio de Janeiro para falar de sustentabilidade ambiental, nós aqui, neste verão amazônico de 40 graus, presenciamos nossa única e principal fonte hídrica ser agredida a olho nu.


A foto acima diz tudo: toneladas e mais toneladas de esgoto sem nenhum tipo de tratamento são despejadas no rio Acre 24 horas e bem no centro da cidade, para quem quiser ver. Este é apenas um ponto entre vários espalhados ao longo de seu curso no perímetro urbano de Rio Branco e outras cidades.


O nosso pobre e velho rio Acre continua sendo agredido como nunca. A ineficiência da gestão pública foi incapaz de alocar recursos para criar estações de tratamento de esgoto. Gastou-se milhões de reais para construir uma passarela bem ao lado desta fonte de esgoto, sendo que o investimento em saneamento básico ficou relegado.


Não são à toa os números do IBGE quando nos apontam com 73% de nosso esgoto a céu aberto. Na última década se fala muito no abecê do ecologicamente correto. É Chico Mendes, é exploração sustentável da floresta, madeira certificada, selo verde. Somos vendidos para o mundo como exemplo de economia verde.


Mas a realidade é bem outra. As pessoas nas cidades estão vivendo sem o básico do básico; ou seja, não há sustentabilidade para elas. Os acreanos continuam pobres, nossas cidades estão sem a infraestrutura mais básica, em 99% delas o lixo é jogado em lixões, as drogas avançam em nossa sociedade, mas ainda seremos a potência verde do planeta.


Viva a Rio+20, viva os nossos impostos, viva o rio Acre 






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