Sob o olhar de FHC, Bittar e Bocalom encontram a paz no PSDB (Foto: Gabriel De Angelis) |
Depois de um início de 2011 de farpas trocadas entre Tião Bocalom e Márcio Bittar para saber quem iria disputar a Prefeitura de Rio Branco, e um primeiro semestre deste ano de intensos embates para saber quem seria o vice, enfim a paz parece ter aportado na Rio Grande do Sul, onde está a sede do PSDB.
Não foi fácil para o tucanato enfrentar esse embate. O
primeiro a tirar proveito da situação foi o governo. Petistas de plantão tinham
na ponta da língua o discurso da falta de unidade da oposição, de projetos para
o Acre e de seus membros só praticarem o jogo do poder pelo poder.
A aliança de união da campanha de 2010 aos poucos foi se
desfazendo. O senador Sérgio Petecão (então PMN) e Flaviano Melo (PMDB) foram
os primeiros a romper. A dupla decidiu que iria patrocinar a campanha de do
ex-petista Fernando Melo, que assinou ficha de filiação ao PMDB.
Ao longo de 2011 outras candidaturas surgiram. O PPS, que um
ano antes compôs como vice de Bocalom, apresentou Airton Rocha. Em março último
foi a vez do fiel aliado Democratas dar seu grito de independência. Mesmo com
todos estes desfalques as pesquisas continuaram a mostrar a liderança isolada
de Bocalom.
O favoritismo teve um peso: a aliança com o estruturado PP de
Gladson Cameli, possível candidato ao Senado em 2014. Este namoro com o PP foi,
inclusive, o motivo para o DEM quebrar seu pacto com o PSDB. Com a vice de
Bocalom acertada com os progressistas desde o início, os “demos” não aceitavam
ficarem, mais uma vez, de fora da chapa majoritária.
Em abril veio à tona a revelação de um complô arquitetado
dentro do próprio PSDB para rifar Bocalom. As costuras teriam sido feitas nos
corredores do Congresso em Brasília por Petecão, Flaviano e o presidente do
partido, Márcio Bittar. De pronto todos vieram a público negar a trama. Se
havia de fato uma intriga da oposição, ela foi desfeita pela pressão da opinião
pública.
Ao longo das últimas semanas tudo foi se resolvendo. O
favoritismo de Tião Bocalom teve peso essencial para sufocar as demais
pré-candidaturas. Aos petistas coube o coro da “rasteira de Bocalom” –uma forma
de curar as mágoas das acusações da “rasteira” em Perpétua Almeida (PCdoB).
Depois de muitas bicadas os tucanos trocam abraços e
carinhos. Bocalom e Bittar são os melhores amigos desde a infância. O DEM dá
uma piscadinha para o PP, que por sua vez sorri para o PPS. Tudo isso
acontecendo sob o olhar atento e vigilante de Fernando Henrique Cardoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário