Acomodação é o principal entrave para Henrique Afonso na
oposição
Rompido com a Frente Popular e recepcionado pela oposição, o desafio do deputado federal e pré-candidato ao governo Henrique Afonso (PV) é encontrar seu espaço dentro do grupo diante de tantos nomes já postos no processo eleitoral do próximo ano.
Com três pré-candidaturas na oposição, Afonso terá que optar
entre integrar o G8 (que defende candidatura única) ou o grupo de Tião Bocalom
(DEM) e do senador Sérgio Petecão (PSD), defensores da divisão.
Os primeiros a saírem na dianteira em busca do vede foram
Bocalom e Petecão. Apesar de se apresentar como candidato, Petecão tem se
articulado muito mais para viabilizar o palanque do democrata do que o seu
próprio. De olho neste filão, Gladson
Cameli (PP) marcou território e quer levar o PV para o G8 para, quem sabe,
chegar ao G9.
O problema é que no grupo dos oito já há candidatos
definidos para a majoritária: Márcio Bittar (PSDB) é o escolhido para disputar
o Palácio Rio Branco e Cameli o Senado. Uma indicação para vice ficaria até
inviável ante o PMDB, que selou aliança com os tucanos tendo a garantia de
indicar o vice.
A acomodação de Afonso no G8 ficaria mais complicada do que
na ala de Bocalom. Hoje a aliança mais enfraquecida dentro da oposição, Bocalom
e Petecão enfrentam dificuldades para a indicação de vice e um nome para o
Senado. Vice é uma possibilidade descartada pelo PV.
O desgaste do rompimento com a Frente Popular tem levado os
verdes à convicção da necessidade de encabeçar a disputa majoritária. À
legenda, dentro da aliança DEM-PSD, há a cadeira de Senado disponível. Uma
disputa pelo Senado seria uma saída honrosa, mas com pouca probabilidade de
sucesso.
Com estes cenários, ao PV resta a opção de não estar no
grupo da oposição e se apresentar com a terceira via. Para tanto seria
necessário o apoio de outras legendas, sobretudo dissidentes da FPA e com
perfil programático mais semelhante. Os verdes sabem o desgaste que sofreriam
numa aliança com o DEM e PSD de maioria ruralista no Congresso Nacional.
Em Brasília Henrique Afonso busca os apoios do PSB e da Rede
Sustentabilidade. Ele tenta por meio da ex-senadora Marina Silva selar pactos
com estas duas legendas. Outro alvo é o PCdoB, que tenta viabilizar a
candidatura única de Perpétua Almeida ao Senado, mas enfrenta a resistência do
PT de Anibal Diniz.
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