Mas tal feito parece contraditório quando a presidente precisou ceder o importante Ministério da Educação ao fisiologismo do toma lá dá cá entre Executivo e Legislativo, ao entregar a pasta ao ex-governador do Ceará, Cid Gomes. Depois de 12 anos com o PT dominando a pasta, o partido cedeu a cadeira para ter o apoio do Pros nas votações do Congresso.
Ou seja, é difícil acreditar em prioridade para a educação quando o ministério responsável é o primeiro a ser vítima desta relação nada republicana entre os poderes. Tomara, contudo, que Dilma de fato coloque a educação como prioridade pelos próximos quatro anos, conforme prometido ao povo no Parlamento.
Mas esta prioridade não é só encher o caixa das faculdades privadas com recursos públicos por meio do FIES e do Prouni. Com a educação transformada em mercadoria, estes projetos são sim importantes, porém distorcem a lógica da qualidade do ensino, com a única busca do lucro garantido por meio de verba estatal.
A lógica do governo deve estar no fortalecimento do ensino público em todos os seus níveis; no caso do governo federal o superior deve ser a prioridade. Ao invés de injetar recursos públicos em faculdades privadas e deixando uma legião de estudantes endividados com bancos, é dever do governo aumentar a oferta de vagas no ensino superior público e gratuito.
Esta oferta deve vir acompanhada da qualidade do ensino e das dependências físicas das instituições, muitas delas com estruturas defasadas. Para assegurar estas melhorias haverá dinheiro, como bem disse Dilma, por meio dos recursos do pré-sal.
Só resta a ela evitar que o Ministério da Educação seja ainda mais fragilizado pela velha política do “uma mão lava a outra”, símbolo de ainda um país muito atrasado, sem a mínima educação.
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