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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Os calos petistas

A composição do secretariado de Tião Viana parece não ter agradado muito aos partidos aliados do PT dentro da Frente Popular do Acre (FPA). Usando alguns de seus emissários, dirigentes partidários reclamam do pecado da gula do petismo, de sempre abocanhar as melhores posições, deixando as sobras do bolo para os aliados. Como sinal de insatisfação e de possível retaliação, já começam a citar as eleições municipais de 2016.

A choradeira é sempre a mesma: o PT não ganha sozinho, precisa da Frente Popular, e as eleições em Rio Branco não serão das melhores para o partido de Tião Viana e Marcus Alexandre. Em palavras mais claras, querem dizer que, para o PT contar com o comprometimento total das demais legendas, é preciso haver mais generosidade no loteamento dos cargos no segundo mandato do petista.

Que o PT é fominha na divisão dos cargos isso ninguém nega. Mas se levarmos em consideração a correlação de forças, o partido atua com total direito. É a maior e principal legenda da coligação, responsável por mobilizar (por livre e espontânea pressão) um exército de militantes para assegurar sua permanência no poder.

Ter as principais secretarias e num número superior é natural neste jogo. Cada um é agraciado conforme sua importância. Tião Viana não deixou de prestigiar nenhum dos partidos que obteve cadeira na Assembleia Legislativa. Se os nomes por ele escolhidos não passaram pelo crivo das bancadas ou dos caciques partidários é uma decisão dele. O governador precisa ter pessoas de sua confiança cuidando do primeiro escalão.

Agora, fazer política de aliança na base do toma lá dá cá não é coalizão, é sempre colisão de interesses.   Ao invés de chorar cargos para beneficiar os velhos mandas-chuvas, os partidos precisam investir em qualificação para ampliar suas bases, aumentando sua quantidade de voto para, quem sabe, ter o direito a reivindicar espaços maiores na divisão de forças.

Duelo de tradição 
Enquanto o PT fica refém de seus muy aliados, a oposição já se prepara para as farpas que vai encarar na disputa pelo maior colégio eleitoral do Estado no próximo ano. Entre os nomes mais cogitados no momento para disputar com Marcus Alexandre está o deputado federal Wherles Rocha (PSDB), e a deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB). Os dois são excelentes nomes, mas precisarão primeiro de muita articulação em busca do consenso.

Pecado eleitoral
As duas últimas eleições -2012 e 2014 – deram o claro recado aos oposicionistas: ou vão logo no primeiro turno com chapa única, ou continuarão a dar as sucessivas vitórias ao petismo. A desunião e a contínua briga de egos entre seus líderes tem levado o grupo a continuar no conhecido “muro das lamentações”, e sempre culpar o trator do governo por “corromper” o resultado final. Muitas das vezes, porém, a vitória da oposição escapa no detalhe.

Homens (não) trabalhando 
A promessa da duplicação das avenidas mais importantes da capital parece ter encalhado. Após intensa movimentação de máquinas e homens durante o período eleitoral, os canteiros estão com cara de terem sido abandonados. Pelo menos esta é a impressão ao longo da Getúlio Vargas. Não se pode justificar o chamado “inverno amazônico” pela paralisação. Os transtornos são grandes, e a população espera agilidade.

Encrenca 
Enquanto Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desembarcava pelo Acre para pedir voto à nossa minúscula bancada federal, os votos da oposição, a “Folha de São Paulo” trazia reportagem com um dos delatores do “petrolão”, na qual aponta o peemedebista candidato à presidência da Câmara como beneficiário do esquema. Cunha nega a acusação. A notícia, contudo, ficou ofuscada com a barbárie do atentado em Paris.

Frete Grátis 
A vice-governadora Nazareth Araújo terá um imóvel próprio onde funcionará seu gabinete. Ele está localizado na rua Isaura Parente. Os vices geralmente despachavam na mesma residência oficial do governador. Mas como terá uma dinâmica mais eficiente e com atuação ampliada, Nazareth contará espaço próprio e apropriado para esta nova dinâmica.

Dias ruins 
Informações dão conta de que o senador quase aposentado Aníbal Diniz (PT) não está nos melhores dos dias. Ele era cotado para ser o número dois no Ministério das Comunicações. A informação mais recente dá conta de que terá um cargo na assessoria da liderança do PT no Senado. Para quem já foi um dos homens mais fortes do petismo acreano, esta função não é a das mais nobres. Diniz também sofre este “rebaixamento” após ser destaque duas vezes em “Veja”, como um dos senadores mais atuantes do país.

Liberdade viva 
O mundo foi surpreendido ontem com mais uma atitude insana de fundamentalistas religiosos. O assassinato de jornalistas na capital francesa demonstra a intolerância de grupos fanáticos com a liberdade de imprensa conquistada pela humanidade ao longo destes dois últimos séculos. Muito se engana que atrocidades como estas feitas contra a imprensa irão intimidar a sua função de defesa do Estado democrático de direito, e o bom combate às práticas maléficas de quem está no poder, ou almeja chegar a ele, sobretudo com o uso da violência e da barbárie.
   

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