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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O secretário Tião Viana

O procurador Armando Melo assumiu na última segunda-feira (5), oficialmente, a secretaria de Saúde do Acre. Sua indicação e nomeação foi uma surpresa na opinião pública do Estado por dois fatores. Primeiro pela sua origem: o direito, ciência totalmente oposta ao cargo que exercerá. Segundo pela saída de Suely Melo, apontada como braço-direito de Tião Viana, uma ungida intocável.

Um terceiro fator nesta renovação esta a opção do governador de não colocar um médico à frente da pasta, -tradição que vinha desde o governo de seu irmão, Jorge Viana. Esta “quebra” tende a provocar “bairrismo” da já corporativista classe médica. (Qual categoria profissional não o é?) Mas nisso tudo a única certeza é: o secretário de Saúde de fato é outro: o médico Tião Viana.

Tanto nos quatro anos de Suely como no próximo quadriênio a secretaria continuará sob o comando atento do governador, que tem no setor uma atenção especial por ser a área de sua formação humana e profissional. Mesmo estando de perto, acompanhando in loco o funcionamento do sistema público, Tião sabe que o segmento enfrenta sérios problemas.

O principal deles continua na humanização do atendimento, além da redução de filas para consultas com especialistas e exames. No interior esta problemática é ainda mais grave, quando muitas das vezes falta até um simples ginecologista para a população feminina.

O sistema de Saúde do Acre é complexo por, de fato, ser universal. Ele atende do mais pobre ao mais rico. O sistema privado não existe, não atende a demanda. Qualquer atendimento de média ou alta complexidade é remetido para o sistema estatal. O SUS não faz distinção de classes, mas quem paga um plano de saúde esperaria não ter que ser enviado para um hospital público.

Isso exige um melhor funcionamento do setor. E por isso o médico Tião Viana assume a secretaria para garantir que um dos serviços públicos mais essenciais, e responsável pela queda ou manutenção de qualquer grupo no poder, funcione com o mínimo tolerável. A perfeição talvez não seja encontrada, mas que já foi bem pior em épocas passadas isso não se pode negar.

Em comparação com outros Estados, então, também estamos em posições melhores. Armando Melo sabe que seu trabalho não é nada fácil, tendo em sua cola o médico Tião Viana a toda hora cobrando resultados.

Sua origem no direito, lidando com a frieza das leis, talvez o leve a adotar esta mesma frieza na aplicação e cobrança de metas num segmento corporativista, fortalecido pela maléfica estabilidade do emprego público.  O lado humano da saúde ficará em xeque com a frieza das leis?

Se a frieza da política tiver prevalecido sobre o médico Tião Viana, podemos dizer que sim.  

Mais cuidado 
O governo criou esta semana uma comissão especial para regulamentar a concessão de diárias e passagens aéreas para seus servidores. Aliás, já era hora do Executivo colocar em funcionamento regras mais rígidas nesta área, evitando farras na concessão dos benefícios. Em tempos de cintos apertados, o melhor é gastar cada centavo público com muito rigor.

Demora 
O governador Tião Viana precisa cobrar providências do setor responsável pela emissão das carteiras de identidade na OCA. O sistema nunca funciona, o que provoca a superlotação de pessoas em busca do serviço, fazendo o cidadão perder até um dia inteiro para retirar o documento.

Frutos maduros 
Depois de levar o PV para as bandas da Frente Popular com o encerrar do segundo turno, deixando o vice de Bocalom (DEM), Henrique Afonso (PV) numa saia justa, a verde Shirley Torres foi agraciada com um belo cargo: diretora de operações do Detran.

Reformulação 
O prefeito Marcus Alexandre formou comissão especial para tratar da reformulação do plano diretor participativo de Rio Branco. Este certamente será um dos temas a pautar a prefeitura ao longo de 2015. A reforma é uma exigência do Ministério das Cidades. Numa capital tão desordenada como Rio Branco, tal discussão é essencial para se evitar a repetição de problemas do passado.

Pepinos 
O ano começou com o governo tendo que desembolsar R$ 4 milhões para pagar dívidas do velho fantasma do Banacre, sucateado por governos passados. O banco acreano ainda está em processo de liquidação, e o pagamento de contas herdadas é uma constante, prejudicando a aplicação de verbas públicas em setores importantes.

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