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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Alan Rick e seus Judas

O jornalista Alan Rick ainda está engomando o terno para a sua posse de deputado federal pelo PRB na Câmara dos Deputados, neste domingo (1o).  Ele nem bem foi ungido parlamentar federal, mas já tem sentido na pele os embates que precisará enfrentar –principalmente dentro de seu grupo, a Frente Popular.

Alan Rick passou a encarar bombardeios constantes de setores da base governista numa tentativa de enfraquece-lo em suas relações com Tião Viana, mais a sua construção natural como uma liderança política futura, colocando em risco a sobrevivência de velhos grupinhos.

Uma das estratégias mais recentes disso é espalhar por meio de notas em colunas de jornal que o deputado já estaria planejando candidatura à prefeitura de Rio Branco. O objetivo é mostrar que ele deixou o poder subir à cabeça, achando-se “o dono do pedaço”, até mesmo ousar encarar o petismo em sua hegemonia frente ao maior colégio eleitoral do Acre.

Desta forma, Alan Rick passaria a ser um alvo preferencial dos detentores do poder, que se articulam para triturar publicamente todos os que ousam ao menos sonhar em ameaçar seus domínios.

O deputado é enfático: “Nunca me passou pela cabeça a ideia de disputar a prefeitura. Estão plantando notinhas sem nunca terem me ligado para saber se isso é ou não verdade. Esta é uma tentativa de me desgastar, tentativa conduzida por um grupo de aloprados que há dentro da Frente Popular.”

“Eu fui eleito pela Frente Popular e quero continuar nela. Agora, eu não terei condições de ficar numa aliança onde vez ou outra pessoas que se dizem aliadas trabalham para arruinar meu mandato”, comenta Rick.

A carreira política do jornalista está apenas no começo, e logo de entrada percebeu que, muitas das vezes, os verdadeiros adversários não estão na oposição, mas no mesmo círculo. Alan Rick saiu das urnas como uma liderança de expressão.

Em sua primeira candidatura já foi eleito, num colégio eleitoral pequeno e com apenas oito cadeiras em disputa, enfrentando candidaturas com estruturas pesadíssimas. Ele tem preparo emocional e intelectual para fazer um bom mandato. E em tempos de velhos caciques fazendo pajelanças para se manter no poder, a novidade sempre assusta –e ameaça.

Pequenez contumaz 
Outro episódio recente se deu quando Alan Rick (PRB), a pedido de sua colega jornalista Eliane Sinhasique (PMDB), tirou uma fotografia junto com a bancada federal ao lado do candidato Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na fotografia estavam Wherles Rocha (PSDB) e Flaviano Melo (PMDB). A imagem foi o suficiente para a turma dos “aloprados” espalhar aos quatro cantos que Alan tinha debandado para a oposição.

Curva abaixo 
Fontes petistas são taxativas: o partido é hoje um fiel aliado de Tião Viana, enquanto Jorge Viana tenta manter suas últimas influências. O governador conseguiu tomar para si o comando integral da legenda. Já Jorge perde espaços na sigla, enquanto no governo do irmão há muito não sabe o que é isso. “Hoje é evidente que, num eventual embate entre os irmãos, o PT tenderia em massa para o Tião”, diz um interlocutor.

Curva abaixo 2
Não há como negar que Jorge Viana ainda é uma liderança de peso no Acre, mas perdeu muitas forças. Suas declarações que antes abalavam as estruturas de poder no Acre, hoje não encontram mais eco. Ou o senador procura a sua reinvenção, saindo das dicas de receita no Facebook, ou até mesmo uma reeleição para o Senado, que até bem pouco tempo era tida como certa, fica em xeque.


Olha a água 
Os cientistas profetas que deram um prazo de 300 anos para o rio Madeira voltar a invadir a BR-364, ou quem sabe até os trilhos de nosso futurístico trem bala Acre/Rondônia, já que a estrada de ferro Madeira Mamoré enferrujou, devem estar se perguntando: onde foi que erramos? Os três séculos se transformaram em poucos meses, e há o risco iminente de termos nossa única interligação com o resto do país comprometida.

Duas faces 
O eleitor precisará ficar atento aos deputados estaduais que assumem no próximo domingo, eleitos em outubro usando o palanque oposicionista, mas agora mudando de lado. Um destes casos é Nelson Sales (PV), cujo partido já está muito bem obrigado e abrigado na estrutura do governo. Assim como o PV, a tendência é de outros seguirem a mesma trajetória. Foi assim na legislatura passada e será agora.

Novo emprego 
Os deputados Élson Santiago (PEN), Astério Moreira (PEN) e Moisés Diniz (PCdoB) por sorte não vão ter que recorrer ao esfacelado seguro-desemprego oferecido por Dilma aos brasileiros. Tão logo deixem os mandatos no sábado, assumirão seus cargos no governo. A perspectiva é que já na próxima semana suas nomeações sejam publicadas. Santiago ganhará o emprego mais buscado no Acre hoje: assessor especial do governador. O motivo da cobiça? Ganha muito e trabalha pouco.
 

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