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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Feliz 2018

O calor das eleições de 2014 ainda está sensível no caldeirão da política acreana. Mas as brasas para o pleito de 2018 já estavam sendo acesas ainda no desenrolar do segundo turno. Desde então muitas especulações surgem sobre quem será quem na sucessão eleitoral daqui quatro anos. As especulações ocorrem tanto em torno da oposição quanto do governo.

Do lado governista muitas teses surgem sobre o futuro do vianismo. Afinal, com os dois irmãos no poder, Tião e Jorge, fica a pergunta do rumo de cada um deles. Por conta da relação familiar, o senador Jorge Viana (PT) é impedido de um retorno ao Palácio Rio Branco agora. Nos bastidores fala-se em Marcus Alexandre (PT) para a sucessão de Tião Viana.

A questão é saber se os irmãos terão a disposição de disputar, simultaneamente, as duas cadeiras do Senado em 2018. Ainda não fiz uma consulta à legislação, mas ao que tudo indica não há nenhum impedimento para os irmãos concorrerem ao mesmo cargo no Legislativo, com o porém de ser disputa majoritária. (Por favor algum advogado especialista no assunto esclareça nossa dúvida).

Mesmo que a lei não impeça Tião e Jorge de buscarem os mesmos votos para os mesmos cargos, seria bizarro a população presenciar este duelo. Com o eleitor se mostrando nada simpático ao vianismo nos últimos pleitos, seria provável que um deles embarcasse na balsa rumo a Manacapuru.

Mas diante do combate irredutível do petismo contra o clientelismo e a parentela na política, não ouso acreditar que o partido não patrocinaria tal feito. (Quem duvida perde a vida, já nos diz o ditado). Ou alguém acredita que um deles sairia dos saltos do tamanco para brigar por uma cadeira na Câmara?

Pela oposição, a briga tende a ser entre o hoje senador Sérgio Petecão (PSD) e o candidato derrotado ao governo em 2014, Márcio Bittar (PSDB). O tucano, mesmo com a derrota, saiu como uma das principais referências oposicionistas do Estado. Seu desafio é manter viva a memória eleitoral daqui quatro anos, estando sem nenhum mandato.

Por outro lado, Petecão tende a ser mais fortalecido. Um mandato de senador faz toda a diferença. E com seu partido à frente do Ministério das Cidades –Gilberto Kassab tem no acreano um dos principais aliados – o parlamentar terá mais influência para destinar recursos aos municípios a torto e a direito, amarrando apoios importantes.

Mas até aqui Petecão tem sido desastroso nas suas conduções políticas. Patrocinou a malfadada candidatura de Fernando Melo (hoje assessor de Tião Viana) em 2012 para dividir a oposição, e provocou a mesma cizânia na última disputa.  O seu desafio daqui em diante é corrigir sua rota de percurso, não voltando a meter os pés pelas mãos.

Para Bittar ainda há a perspectiva de se manter vivo também na disputa para o governo. O PSDB é a referência no embate com o PT no Acre, repetindo o cenário nacional. O nome do tucano se apresenta como um dos mais qualificados para enfrentar a força da máquina petista.

Contudo, terá como concorrente interno aquele que ficou como o xodó do eleitorado em 2014: o senador eleito Gladson Cameli (PP), apontado como o nome natural da oposição para destronar o petismo e seus 20 anos de reinado na floresta.

Mas por enquanto vamos viver 2015, 2016, 2017 e que, em 2018, vejamos o começo de um novo espetáculo –deplorável ou digno de louvor.


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