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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ciência com limites

Criada em 2012, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac) tinha como objetivo ser um dos braços do Estado para o fomento aos trabalhos científicos e tecnológicos desenvolvidos por aqui, reforçando a atuação da já consagrada Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac). Para diretor-presidente foi escolhido o ex-reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Pascoal Muniz. A opção pelo conceituado professor conferia ao novato órgão prestígio e credibilidade.

Mas a Fapac parece ter tido vida curta. A estrutura praticamente não existiu, e muitas das pesquisas que seriam bancadas por ela estão agora comprometidas. Pascoal Muniz não é mais seu dirigente. O secretário Marcos Veríssimo (Planejamento) acumula a condução da fundação. Segundo fontes dentro da Ufac, a falta de estrutura desmotivou o ex-reitor a continuar no cargo.

Um dos exemplos claros disso foi o corte de investimentos por que a Fapac passou. A tesoura do governo nos recursos pode levar o Acre a perder ao menos 20 projetos de mestrado e doutorado que estavam contando com o financiamento da fundação. Em agosto do ano passado, foi aberto edital para a oferta de bolsas que auxiliarem teses de alunos de pós-graduação no Estado.

Este dinheiro serviria para bancar as despesas dos trabalhos de campo, e outros custeios que uma tese de qualidade exige do aluno. De acordo com o edital, as bolsas de mestrado seriam de R$ 5 mil, e doutorado R$ 8 mil. Os candidatos aprovados na seleção contavam com esta ajuda, mas desde setembro aguardam a liberação do dinheiro – que nunca sai.

À época, os gestores alegavam o período eleitoral como impedimento, o que não deixa de ser fato. Voltando a procurar a Fapac neste início de ano pós-reeleição, eles foram informados de que não há mais a mínima previsão de quando (e se) estas bolsas serão concedidas. O problema é que os prazos para a entrega dos trabalhos de conclusão estão acabando, e muitos mestrandos e doutorandos ficaram a ver navios –ou catraias.

O caso é sério, e revela o descompromisso dos gestores públicos no avanço do Acre na elaboração de trabalhos científicos que enriqueçam nosso conteúdo de ensino e aprendizado sobre a realidade acreana.

O governador Tião Viana precisa puxar a orelha de quem contingenciou os recursos da Fapac, garantindo que o Acre, um dia, assuma posições nacionais de destaque quando o assunto for ciência e tecnologia –tema tão tratado por ele na campanha eleitoral, mas que não tem, na prática, a atenção devida.


Menos segurança 
Quem também vê seus ganhos passar pela navalha da Fazenda são os agentes da Polícia Civil. Aqueles que atuam como investigadores recebem uma gratificação como incentivo. Desde dezembro o extra não é pago, o que tem revoltado a classe. Segurança Pública de qualidade passa pela valorização dos policiais, e cortar seus salários é um descompromisso com o setor.

De braçadas 
O tucano Wherles Rocha nem assumiu sua cadeira em Brasília e já mostra que dará muito trabalho ao Planalto. Se manter sua linha ofensiva utilizada contra Tião Viana, ele tende a ganhar destaque como uma das lideranças da oposição no Congresso Nacional. Qualidade intelectual para o debate ele tem, assim como a coragem para o enfrentamento. Ele tende a honrar o DNA oposicionista pelo qual foi eleito em outubro.

Paz e amor 
Depois de um longo período de guerra, as duas principais tendências do PT estão prestes a assinar acordo de cessar-fogo. Democracia Radical (DR) e Democracia Socialista (DS) caminham para uma relação pacífica –pelo menos até o próximo embate. Mas, para os petistas mais orgânicos, é esse enfrentamento interno entre os grupos que tem transformado o petismo quase que numa máquina “indestrutível”.

Proximidade 
Um dos motivos que levou Jonas Lima (PT) a abrir mão da liderança do partido na Assembleia Legislativa é a sua base política no Juruá. Para ele, o cargo exigiria tempo quase que integral em Rio Branco, acompanhando de perto cada passo dado pelo partido e pelo governo. A função de liderança requer do parlamentar dedicação quase que exclusiva, o que o leva ao distanciamento da base.

Às armas, camaradas 
Este é um ano para profundas reflexões dentro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Após o vexame das urnas em 2014, os “comunas” precisarão rever suas munições para um ressurgimento mais auspicioso em 2016. A tendência é que Perpétua Almeida assuma a presidência da legenda, liderando trabalho de reestruturação partidária, além de manter viva sua própria memória eleitoral para um eventual retorno à Câmara em 2018.

Ao canteiro, camarada 
Já para Edvaldo Magalhães na presidência do Depasa os desafios são ainda mais hercúleos. O primeiro, lógico, é refazer praticamente todas as obras do Ruas do Povo, que há muito já se dissolveram. Se antes o trabalho à frente da Sedens era mais “paz e amor”, agora o camarada precisará colocar os pés (literalmente) na lama para evitar o completo fiasco do Ruas do Povo, que é a vitrine da gestão Tião Viana.  

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