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quinta-feira, 9 de maio de 2013

O velho sistema

Saído de uma aprovação em níveis recordes na prefeitura de Cruzeiro do Sul no início dos anos 1990, Orleir Cameli foi eleito governador do Acre num dos momentos mais conturbados da história do Estado. Sem muito traquejo político, deixou o trem descarrilhar, perdendo a condução.

 Seus “muy amigos” aliados então aproveitaram para mandar e desmandar. Foi surfando nesta balbúrdia institucional que o então oposicionista PT se fortaleceu, desgastando ainda mais o governo com sucessivos ataques e denúncias.

Orleir Cameli foi “vítima” da velha ordem política e econômica acreana que ditava os rumos do Estado. A bagunça institucional que ficou enraizada desde o assassinato de Edmundo Pinto, se estendeu no estapafúrdio governo Romildo Magalhães e teve as portas abertas com Orleir.

Orleir Cameli não teve o mesmo traquejo político de seu sucessor, Jorge Viana (PT). Governando com mão-de-ferro, o petista colocou as “velhas oligarquias” sob seu cabresto. Conseguiu dominar todos os poderes (TJ, MP, TCE), manter amordaçada a imprensa e fragilizou ao máximo seus adversários. 

Sem esta postura para por ordem na casa, Cameli foi engolido pelo sistema ditado pelas oligarquias. Como empresário e político no estilo do populismo, ele também representava de certa forma os “coronéis de barranco” da política local.

Foi esta sua força política e econômica que o gabaritou a dar sustentação à atual oligarquia (agora de esquerda) no poder   

Uma série de fatores históricos contribuiu para que o governo de Orleir Cameli se tornasse mais conhecido pelo fracasso do que por suas importantes ações enquanto governador, entre elas a pavimentação das rodovias.

Em 2014 se completarão 20 anos da eleição de Cameli para o Palácio Rio Branco. Serão tempos para uma profunda análise do que foram os anos de 1995 a 1998.

Será que a história vai absolver o ex-governador Orleir Cameli? O tempo dará a resposta.

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