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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Crime Organizado


Apesar de o governo do PT tomar para si toda a glória do desmantelamento do crime organizado capitaneado pelo ex-coronel Hildebando Pascoal, foi na segunda metade da gestão Orlei Cameli que se deram as primeiras investigações da atuação da quadrilha e seu “estado paralelo” no Acre. À frente dos trabalhos estava o desembargador Gercino José da Silva Filho, presidente do Tribunal de Justiça, à época.

O ano era 1997. O desembargador se reuniu com o governador Cameli para pedir apoio do governo. Afinal, ele queria saber até que ponto o Palácio Rio Branco estaria disposto a se mobilizar para enfrentar Hildebrando. Gercino buscava o apoio político e financeiro do governo.

O desembargador tinha um único pedido: ajuda política e financeira para bancar a presença de agentes federais que conduziriam as investigações. Como a polícia acreana estava “contaminada” pela ação do crime organizado, somente a atuação da Polícia Federal garantiria o sucesso da operação.

O responsável por fazer o levantamento da possibilidade e do custo da vinda da PF foi o tenente-coronel Alberto Camelo de Oliveira, assistente-militar do Tribunal de Justiça. Os valores foram repassados ao governador, que, de pronto, autorizou a liberação das verbas. Além disso, Orleir Cameli entregou toda a estrutura do sistema de Segurança Pública do Estado nas mãos de Gercino, sem cobrar do magistrado qualquer satisfação acerca da ação ou apadrinhamento para qualquer possível envolvido.

Ele fez uma verdadeira “faxina” para tirar do centro das decisões pessoas que pudessem estar sob a influência de Hildebrando. Para a Secretaria foi nomeado o então procurador Samoel Evangelista. Orleir assegurou todo o apoio possível, mas fez questão de ficar de longe por, como ele próprio disse, ser político.

As investigações resultaram na identificação das principais peças do crime organizado infiltrado na estrutura da Polícia Militar e Civil. Como resultado, as primeiras prisões ocorreram no fim de 1998 e início de 1999, quando Jorge Viana (PT) assumiu o governo.

Eleito deputado federal, Hildebrando Pascoal foi cassado, preso e julgado pelos crimes de que era acusado. Até hoje, ele cumpre prisão em regime fechado após sucessivas condenações que superam os 100 anos. Por conta de seu trabalho, Gercino deixou o Acre e hoje é ouvidor agrário nacional e anda 24 horas com escolta policial.

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