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sábado, 18 de abril de 2015

Recuperar calotes

Em processo de liquidação desde 1999, após sucessivos rombos em sua gestão, o Banco do Estado do Acre (Banacre) espera recuperar de calotes deixados por antigos devedores um montante de R$ 30,7 milhões. O valor do crédito é quase o mesmo pago somente em 2014 de débitos da instituição com a União: R$ 31,6 milhões. Até o fim do ano passado, o Banacre devia ao governo federal R$ 65,7 milhões; ou seja, o saldo a receber corresponde à quase metade do buraco a ser tapado.

Nos últimos 16 anos o Estado já desembolsou no pagamento de dívidas do banco R$ 340 milhões. Destes R$ 30 milhões em crédito a receber, o Banacre já conseguiu renegociar R$ 15 milhões. Parte do dinheiro já tem um destino certo: pagamento de mais dívidas.

Apenas com processos trabalhistas, o banco terá de desembolsar R$ 6,5 milhões. Tramitam contra o banco acreano nove ações na Justiça do Trabalho reivindicando direitos. Já na Justiça comum são outras 18 ações em que o Banacre aparece como parte.

No começo do mês, a reportagem já tinha mostrado que a dívida do Banacre representa 90% do que o Acre deve à União. Um dos princípios símbolos da atividade financeira do Acre nas décadas de 1980 e 1990, o banco veio à falência após sucessivos rombos em sua gestão.

Ingerências políticas acabaram por a instituição servindo para manobras contábeis e desvios de recursos. A instituição conta hoje com apenas 15 funcionários em processo de demissão voluntária.

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