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quinta-feira, 23 de abril de 2015

A marca do vianismo no Senado

A passagem dos irmãos Viana pelo Senado Federal não terá só como marca o cumprimento de um bom mandato parlamentar em defesa do Acre, bem como o exercício de certa influência na Casa graças à força do PT na Presidência da República. Os senadores Jorge e Tião Viana também marcam a passagem pela Casa da Federação maculados por conta de deslizes no trato com a coisa pública.

O agora governador Tião foi flagrado, em 2009, emprestando um celular do Senado –cuja conta é paga com dinheiro do contribuinte – para sua filha passar férias no México. Descobriu-se que a brincadeira custou, à época, R$ 14 mil ao bolso do trabalhador. Diante do constrangimento, o então senador decidiu ressarcir os cofres do Senado, já que em seguida enfrentaria uma eleição para governador.

Agora, o senador Jorge Viana é também fisgado por uma lambança: alugar, sem a mínima necessidade, um veículo de luxo para andar em Rio Branco. Não há implicações legais para tal ato, mas há o impedimento imoral. Não há a mínima necessidade de Jorge alugar um veículo para circular em seu próprio reduto político; fosse por Brasília até seria tolerável.

Com o salário de ex-governador mais o de senador, certamente o petista tem todas as condições para comprar qualquer carro, e ir de Rio Branco a Cruzeiro do Sul sem nenhum problema –exceto pelo fato de a estrada já ter se derretido com a chuva. A questão que se fica é: terá o senador a mesma atitude de seu irmão, e devolver aos cofres do erário os R$ 51 mil gastos sem a devida necessidade?

Esta seria a melhor atitude a ser adotada pelo parlamentar, que há alguns dias reuniu jornalistas para criticar os “métodos” da velha política brasileira –na qual seu partido aperfeiçoou com maestria – e a defesa de aperto do cinto nos gastos públicos em tempos de crise econômica.

Estes R$ 50 mil pagos a uma concessionária talvez tenham melhor proveito no ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff; quem sabe, desta forma, saiamos do fundo do poço cavado pela própria Dilma.

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