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quinta-feira, 9 de abril de 2015

A Lava Jato e o vianismo

Enquanto petistas ingênuos compram para si uma briga que não lhes pertence, mas é de foro exclusivo da família Viana, muitos deixam de ver o que está por detrás de todo este embate entre Jorge e Tião Viana.

Como se diz que a emoção tudo cega, neste momento a razão é o que precisa prevalecer para se abrir os olhos. E como tudo indica, o que leva os irmãos Viana a mais um embate é o futuro político diante de um cenário de desgaste para o Vianismo, as incertezas sobre o futuro do PT e o cenário eleitoral de 2018.

Tudo estava em paz entre Jorge e Tião até o final do ano passado. Mas a revelação do envolvimento do governador no escândalo da operação Lava Jato mudou todo o percurso e acabou por romper o acordo de cessar-fogo entre o senador e o governador. Segundo informações, a harmonia imperava até Jorge Viana ter a garantia de que Tião Viana não disputaria nenhum cargo nas próximas eleições gerais.

E Tião Viana estava de fato disposto a vestir o pijama –por um tempo. Enquanto isso, Jorge Viana garantia mais um mandato no Senado, o PT elegia um governador “tampão”, até o senador voltar a uma disputa pelo Palácio Rio Branco, e Tião regressar ao Senado.

Entendeu? Meio confuso mesmo. Mas é a mesma operação que aconteceu há bem pouco tempo quando Jorge saiu do governo, elegeu Binho Marques para o seu irmão assumir quaro ano depois, e ele ir para o Parlamento.

Isso estava tudo certo para acontecer agora, mas com Tião Viana sendo investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) tudo ficou complicado. Sem mandato, o petista perde a prerrogativa do foro privilegiado. Desta forma seu processo cairia direto nas mãos de um juiz federal como Sérgio Moro. Assim, ele ficaria mais fácil de ser processado e até eventualmente condenado.

Para não correr este risco, a única solução é um regresso para a vida no Legislativo, onde é a sua escola política. Como senador, Tião veria sua denúncia na Lava Jato seguir para o Supremo Tribunal Federal (STF). A possibilidade do irmão vir a ser candidato já em 2018 assusta Jorge. A probabilidade dos dois morrerem abraçados na praia é bem maior do que se elegerem juntos para o senado.

O eleitor acreano é birrento e jamais elegeria o Vianismo todo para o mesmo cargo. Das duas vagas em disputa, é certo que haja a divisão entre PT e oposição. De olho nisso, o senador já tenta pular fora do barco para não se “misturar com a gentalha”, se apresentando como o novo, mesmo integrando a mesmice da velhice.

Saber se esta estratégia dará certo é uma incógnita, mas que Jorge Viana é uma liderança bastante difícil de bater em qualquer disputa e em qualquer cenário não há dúvidas, O interessante é saber como seria uma disputa entre os irmãos pelo mesmos votos e para o mesmo cargo.

Qual dos dois  sobreviveria? Jorge foi mais esperto e saiu na frente. Suas declarações no café da manhã com a deixou a militância petista dependente dos cargos de Tião Viana enfurecida, mas o senador acabou de cair nas graças do povo de vez. Até mesmo aqueles que já estavam olhando de lado para ele voltaram a se encantar com seu falatório.

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