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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Desenvolvimento Humano

Para quem chegava a Santa Rosa do Purus, localizada no meio da Floresta Amazônica, tinha a impressão de estar numa cidade esquecida e abandonada. A pista de pouso em terra batida era o primeiro sinal do atraso a que o município estava entregue. A falta de urbanização fazia os mosquitos tomarem de conta da cidade. Pelas ruas também de barro, índios e brancos convivem com a precariedade nos serviços públicos mais básicos.

Esta foi a Santa Rosa encontrada por mim em 2008, quando lá estive pela primeira vez. Passados cinco anos desde então, tive a oportunidade de voltar, desta vez pousando numa pista asfaltada, mas com bastante buracos que fazem das operações aéreas um risco. O desenvolvimento continua subdesenvolvido.

Mas a cidade teve significativas melhoras neste período. Se em cinco anos a isolada Santa Rosa experimentou um tímido progresso, em uma década a evolução social e econômica foi bem melhor. É o que mostra o mais recente Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Entre 2000 e 2010, o IDH de Santa Rosa evoluiu 86,64%, saindo de 0,277 para 0,517. Mesmo assim o resultado é baixo. A cidade continua entre as 20 piores do país em desenvolvimento humano. Pelo método de medição, quanto mais distante do 1, mais delicada é a situação daquela sociedade.

Tanto o salto no IDH quanto sua continuidade nas últimas posições são perceptíveis por quem anda pela cidade. A maioria das ruas já não está em terra batida. Como asfalto é um item de luxo no coração da Amazônia, a pavimentação ocorreu por tijolos. A urbanização ainda é baixa, chegando a 40,33%; em 2000 era de 18,88%(A urbanização, por sinal, espantou os temidos piuns).

Mas as dificuldades ainda são muitas para quem vive numa região onde os únicos acessos são por via aérea ou fluvial, em viagens que chegam a durar dias, dependendo do volume do rio Purus.  A pobreza é um dos principais problemas de Santa Rosa. De acordo com os dados da ONU, 63% de seus habitantes são extremante pobres. Mais grave: quase 80% estão vulneráveis à pobreza.

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