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terça-feira, 23 de junho de 2015

Um governo sem agenda

Nunca antes na história recente do Acre se viu o início de um segundo mandato tão apagado como este do petista Tião Viana –se bem que se trata apenas do segundo governador reeleito em nossos 53 anos de Autonomia. (O primeiro foi justamente o irmão de Tião, Jorge Viana). Mas o fato é que o Acre está quase em estado de inércia, parado no tempo.

O governo demonstra não ter forças para fazer nossa enferrujada locomotiva voltar a andar; nem mesmo nossa ferrovia Made in China parece ter animado os petistas acomodados nas confortáveis poltronas da Casa Civil.

O governo Tião Viana vive o mais do mesmo. Em seis meses de mandato nenhuma novidade foi lançada. Enquanto Dilma inventa alguns programinhas novos para tentar salvar o Brasil da lona, o Palácio Rio Branco fica de braços cruzados. O segundo mandato de Tião Viana vive das migalhas do primeiro. O governador está sem agenda –isso em todos os sentidos.

A impressão é de que estamos tudo muito bem, obrigado, sem a necessidade de investir em mais nada. Outra análise é que, a Tião Viana, não sobrou mais nada para se fazer: ele herdou uma obra pronta dos sucessores Binho Marques e Jorge Viana.

Para expor o governador na mídia, só mesmo visitas aos mesmos programas do primeiro mandato, e quando algum ministro de Dilma resolve dar as caras pelo Acre. Em alguns casos é preciso requentar agendas, como há algumas semanas quando voltaram a prestar contas da arrecadação do Acre Solidário, dos donativos recebidos para a enchente de fevereiro. Por estes dias, Tião Viana se deu ao luxo de passar uma semana fora do Acre, em viagem à Espanha.

A justificativa é vender nossa imagem como exemplo de sustentabilidade econômica e social, quando na realidade a situação é bem oposta. Ainda moramos num Estado bastante pobre e atrasado nestes dois aspectos: o social e o econômico. Esta “velha agenda” já não cola mais.

O governo parece não ter a iniciativa de querer se reinventar para este segundo mandato. Parece que seu único objetivo em 2014 era este: assegurar a reeleição apenas por acomodação de poder, e não para dar continuidade a um projeto de governo apresentado à sociedade em 2011 –projeto este bem confuso e sem linha lógica diante de políticas que disparam para todos os lados, sem um foco central.

O petista Tião precisa dizer para quê lutou tanto por mais quatro anos no poder: se apenas por capricho pessoal ou para de fato agir como estadista e fazer o Acre sair de sua histórica inércia nesta ilha amazônica. Novos projetos e programas precisam ser lançados, o governo tem que sair de sua zona de conforto. A situação não é das melhores, o País atravessa uma crise econômica. Em tempos de crise nada melhor do que a ação, a inação só afundará nosso poço.

O governador precisa largar as picuinhas partidárias de lado e deixar de calcular somente como ficará o cenário para ele em 2018, com seu irmão Jorge atrapalhando seus planos de voltar para o Senado. Tião precisa entender que os acreanos lhe deram mais quatro anos para governar, e não fingir governar. É por essas e outras que, sim, o fim da reeleição no Brasil é uma necessidade – ainda estamos pouco evoluídos para conviver com a democracia.

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