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domingo, 15 de março de 2015

Sou contra o impeachment de Dilma –neste momento


O Brasil está agitado diante de uma grande onda de insatisfação popular contra o governo da petista Dilma Rousseff. Pelas redes sociais as expressões contrárias sufocam os militantes do PT que tentam demarcar território. Não fossem os movimentos sociais ligados ao partido da presidente irem para as ruas na última sexta-feira (alguns até pagando os “simpatizantes”), a coisa estaria mais preta do que vermelha para o governo dito de esquerda.

Aqui no Acre, sem a força de um exército de cargos comissionados mobilizado pela estrutura das máquinas da prefeitura e do governo, Dilma jamais teria todo aquele coro e grito de guerra em sua defesa. O grande teste contra Dilma será neste domingo, quando está marcado evento nacional do “Fora, Dilma”

Aqui pelo Acre não coloco muita fé numa intensa participação popular no ato marcado em frente ao Palácio Rio Branco. Isso, mesmo com os acreanos derrotando de forma humilhante a presidente nas urnas nas eleições de 2014. O medo da perseguição do governo petista local afugenta as pessoas, que preferem mostrar sua indignação no silêncio da cabine eleitoral.

Mas o fato é que o pedido de impeachment da presidente neste momento é inoportuno, e sou contrário a ele. Este boom de insatisfação se dá pela atual crise econômica que provocou os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, energia, impostos e mais impostos, além da roubalheira do “petrolão”.

Crises econômicas todos os países passam, mas nem por isso há razões para tirar do poder um mandatário democraticamente eleito. Fosse assim os americanos teriam derrubado George W Bush por conta da quebradeira de 2008, sendo o seu governo o único responsável por isso.

E aqui não há como negar que Dilma Rousseff é a única responsável pela atual crise na economia. Culpar o cenário internacional é lorota. Já tem algum tempo que a economia mundial vem se recuperando. Na América Latina somos os últimos em crescimento. O vizinho Peru puxa a locomotiva na América do Sul. A grande potência Estados Unidos comemoram a cada dia a saída do pior. (por isso o dólar a R$ 3)

A economia brasileira em crise é de pura responsabilidade da senhora Dilma Rousseff, que em seu primeiro mandato colocou em prática medidas populistas para garantir a reeleição ano passado. Segurar o preço dos combustíveis foi uma delas, com a fatura agora sendo repassada. O mesmo com as tarifas de energia. Colocar a culpa em fatores externos ou no clima não nos convence.

Toda esta lambança na economia se deu por opções políticas erradas do atual governo. Mas, agora, a presidente tenta corrigir sua lambança. Entregou a economia para um neoliberal exemplar (Joaquim Levy), que coloca em execução –a contragosto da chefe – medidas de austeridade que, como sempre, quem paga a conta somos nós. Dilma nos pediu “paciência” no último domingo. É justo? Não é.

Mas derrubar uma presidente a esta altura do campeonato seria ainda mais desastroso para o Brasil, fazendo-nos mergulhar numa abismo econômico e, sobretudo, político. Precisamos ver até quando a economia ficará neste sufoco e esperar que as medidas de Levy tragam resultados bons num curto espaço de tempo –antes que nosso dinheiro suma. O país teve a oportunidade de tirar Dilma do poder em outubro, mas a maioria optou por deixa-la lá. Agora é muita paciência...

A minha única defesa pelo impeachment de Dilma será se um dia for comprovado por investigações sérias da Polícia Federal e do Ministério Público que o dinheiro do “petrolão” foi usado para financiar suas campanhas de 2010 e 2014. Neste caso não há a mínima tolerância para sua continuidade no Planalto.

Até lá é deixar ela fazendo o duro dever de casa para recolocar nossa economia nos trilhos, e votar melhor nas próximas eleições, brasileiros e brasileiras.

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