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quinta-feira, 26 de março de 2015

A crise apertou, companheiros

Enquanto desde o fim do ano passado o governo federal, Estados e prefeituras de todo o Brasil vinham adotando uma série de medidas de ajustes fiscais, com corte de gastos e otimização nas despesas, no Acre os governos petistas de Tião Viana e Marcus Alexandre pareciam viver no “país das maravilhas”. Por aqui não havia crise, esbanjava-se na distribuição e criação de cargos políticos, abria-se mão de impostos. Enfim, isolados em nossa ilha amazônica, não havia motivos para alarde.

Infelizmente foi preciso uma catástrofe natural para que nossas autoridades percebessem que o “buraco é mais embaixo”. Somente uma cheia das proporções da passada, com o rio Acre atingindo 18,40 metros na capital, e deixando cidades do interior totalmente submersas, para os iluminados do governo decidiram colocar em prática medidas drásticas de enfrentamento ao seu modo populista de governar, e cujo único objetivo é a manutenção do poder pelo poder.

O “pacote de maldades” de Marcus Alexandre veio em boa hora, e era mais do que necessário. Só não é possível entender por qual motivo ele abriu mão de quase R$ 9 milhões das empresas de ônibus, quando no dia seguinte publica seu “pacotão”. É provável que as metas estabelecidas até o fim do ano já foram trabalhadas levando em conta esta queda de receita.

Abrir mão de impostos neste momento de crise é algo que reza contra toda e qualquer cartilha do mundo dos ajustes fiscais. Mas como o Acre é o Acre, esperamos para ver. O fato é que a crise apertou tanto que não houve outra opção para Alexandre: vai ter que cortar e muito para sobrar algum dinheiro para investimentos em obras que possam lhe trazer algum retorno eleitoral.

O petista executa o pacote não por ser bonzinho (ou mau na visão de outros). A crise é uma realidade, e caminhar com a forma irresponsável como estava levaria a prefeitura à falência. Marcus Alexandre inchou a estrutura de pessoal da prefeitura quando criou mais quatro secretariais que, convenhamos, poderiam funcionar como estrutura de assessoria em seu gabinete. Tudo isso para abrigar os aliados cooptados na acirrada eleição de 2012.

A “herança bendita” nas contas do município deixada por Raimundo Angelim (PT), aos poucos vinham se transformando numa maldição, o que obriga o atual prefeito a correr atrás do prejuízo e buscar o reequilíbrio. O “pacote de maldades” veio tarde, mas melhor do que nunca. A enchente histórica não poderia ser a melhor justificativa para os aliados partirem para o sacrifício em nome da sustentação de poder.

É provável que o próximo “pacotão” seja o de Tião. O Estado também está em sérias dificuldades. A máquina está inchada e é preciso reduzir seu tamanho. Por isso o choro de aliados da Frente Popular por cargos. Assim como Dilma Rousseff, Viana pede “paciência” aos correligionários. Ou se corta na própria carne agora, ou toda a sociedade acreana irá para o sacrifício.

Se a estrutura de pessoal continuar do atual tamanho, com perdas de receitas em virtude da crise, em breve faltarão verbas para saúde, educação e segurança. Que Tião Viana também apele para os efeitos da enchente para pedir a compreensão dos aliados antes que a catástrofe acabe de arruinar os cofres públicos.

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