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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Uma bolha na floresta

Após sucessivas contratações de empréstimos junto a instituições financeiras nacionais e estrangeiras na última década, o Acre já compromete mais seus recursos com o pagamento de dívidas do que com os investimentos. É o que aponta o mais recente balanço orçamentário do Estado referente ao primeiro semestre de 2015.

O governo pagou de dívidas R$ 120 milhões, de janeiro a junho, enquanto os recursos para investimentos contabilizaram apenas R$ 92 milhões no mesmo período. Os dados apontam que a dívida do Acre voltou a crescer entre o fim de 2014 e junho. De R$ 3,6 bilhões, o débito saltou para R$ 3,8 bilhões.

O aumento da dívida vem acompanhado pela queda crescente de arrecadação. Em discurso na semana passada, o governador Tião Viana (PT) afirmou que o Estado perdeu, em quatro anos, R$ 350 milhões e declarou que o “cobertor é pequeno”.

O caixa avariado tem sido o principal ponto alegado pelo governo para não fazer concessões salariais aos funcionários públicos, o que vem arrastando a greve na rede estadual de ensino para quase 45 dias.

O gasto com a folha de pagamento representa uma das principais despesas do governo. No primeiro semestre do ano o desembolso com pessoal foi de R$ 851 milhões.

A previsão é de que a despesa com pessoal chegue a R$ 2,1 bilhões em 2015.  O Acre chegou ao limite de alerta estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal para os gastos com a folha de pagamento.

Em maio, a redução dos investimentos no Acre foi de 71%, entre janeiro e abril, em comparação com igual período de 2014.

De R$ 192 milhões investidos no primeiro quadrimestre do ano passado, os recursos caíram para R$ 55 milhões neste início de segundo mandato de Tião Viana.

Os dados de maio apontavam que o Acre economizou R$ 200 milhões, entre janeiro e abril, para evitar déficit nas contas públicas no começo de 2015.

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