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terça-feira, 28 de julho de 2015

As vítimas

O senador Jorge Viana (PT), vice-presidente do Senado, afirma que o PT é vítima e foi sugado pelo atual sistema político brasileiro de financiamento empresarial das campanhas eleitorais que resultam em relações de corrupção entre homens públicos e setor privado.

m entrevista exclusiva à ContilNet, o petista disse que “este modelo vem funcionando desde a redemocratização após o fim do regime militar (1964-1985) e envolveu a todos os partidos do País”. Viana diz esperar que o PT não pague sozinho pelo o que vem acontecendo, segundo ele, um “justiçamento”, enquanto as outras legendas não sejam punidas.

“Todos os partidos entraram nisso. O PT agora foi a grande vítima porque está no governo. Mas este episódio [escândalos de corrupção] existia desde [o governo] Fernando Henrique”, afirma Jorge Viana. “Um empresário preso diz: eu doei R$ 24 milhões para o Aécio Neves, e doei R$ 14 milhões para a Dilma. Os 14 da Dilma são dinheiro sujo e os 24 milhões do Aécio são tidos como dinheiro limpo.”

Defensor do fim da injeção de recursos de empresas nas disputas eleitorais, o parlamentar afirma que o modelo do financiamento privado está falido.

“O sistema político brasileiro de financiamento de campanha faliu, está com data de validade vencida, e o processo de corrupção que se vê é muito decorrência do que se instalou nos últimos 20 anos, que veio junto com a redemocratização”, analisa ele.

Para o petista, mostrou-se inviável o uso de dinheiro privado para bancar partidos e candidatos. “No Brasil, as campanhas ficaram caríssimas. A última, de 2014, custou oficialmente R$ 4,9 bilhões. Isso é mais caro do que as eleições nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo.”

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