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terça-feira, 7 de julho de 2015

Buracos na ferrovia


O governo de Tião Viana parece já acreditar que a ferrovia transoceânica Made in China que cruzará o Brasil e o Acre já está em pleno funcionamento. Outra explicação não justifica o completo abandono da malha rodoviária do Estado, mesmo as BRs, de responsabilidade da União.

Desde que o PT é PT o governo sempre fez questão de cuidar das estradas federais. Afinal, diante de nossa distância do governo central e da pouca importância estratégica nacional de nossas rodovias, só nos resta cuidarmos nós mesmos delas.

O exemplo maior deste descaso do Palácio Rio Branco se dá com a BR-364, e não só no escandaloso trecho entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. A desgovernança no Acre também prejudica a nossa única interligação rodoviária com o Brasil, o trecho entre Rio Branco e Porto Velho, pela BR-364.

O leitor que não passou pela rodovia estes dias poderia dizer que sou leviano, e que o descaso é na parte de Rondônia. Infelizmente não é. Do lado de lá a estrada está –como se diz – um tapete. O trecho rondoniense está completamente recuperado após a grande cheia do Madeira.

Todo o problema está mesmo nos pouco mais de 160 km até a divisa do Acre com Rondônia. Crateras e mais crateras prejudicam o tráfego de caminhões, ônibus e carros pequenos, ocasionando demora, desconforto e, óbvio, colocando vidas humanas em risco.

A viagem até Acrelândia que antes se fazia em uma hora, agora se gasta uma hora e meia –ao menos de ônibus. O governo Tião Viana fala muito em desenvolvimento, mas quando se trafega pela BR-364 saindo ou entrando no Estado percebe-se que é mais uma propaganda.

Um governo que deixa de investir na nossa única via de acesso ao restante do País mostra descompromisso com o desenvolvimento acreano. É pela BR-364 que passa tudo o que entra ou sai –neste caso somos muito mais importadores do que exportadores. Por mais que não seja sua responsabilidade, o governo local deveria realizar uma ação paliativa neste trecho até o Dnit iniciar um trabalho digno de recuperação do asfalto.

A BR-364 até Porto Velho não pode ficar nesta situação. A impressão que fica para quem chega ao Acre é que se está entrando em um Estado sem governo e abandonado, que não tem a capacidade de manter em condições dignas pouquíssimos quilômetros de asfalto de sua única interligação com o Brasil. Que Tião Viana cobre providências imediatas.

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