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sábado, 25 de julho de 2015

Ainda em campo -e de chuteiras

Foto: Assessoria TRE
O desembargador Adair José Longuini deixou oficialmente nesta quinta-feira (22) a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre e anunciou sua aposentadoria do Tribunal de Justiça após 27 anos de magistratura. A despedida oficial aconteceu em sessão especial no plenário da corte. A solenidade contou com a participação do governador Tião Viana (PT), de membros do Judiciário, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A eleição de Longuini para a presidência da Justiça Eleitoral, em 2013, se deu em um dos momentos mais conturbados do Judiciário acreano, logo após o desenrolar da operação G7, da Polícia Federal, que prendeu empresários e funcionários do governo acusados de formação de quadrilha e desvio de verba pública.

Conforme estipulado à época, o TRE deveria ser presidido pela desembargadora Denise Bonfim. Por ter sido a autora dos mandados de prisão cumpridos pela PF, ela passou a figurar como inimiga do governo. Este fator mais a conhecida atuação linha-dura da magistrada provocaram mobilizações para que a corte eleitoral não ficasse sob sua batuta.

Por não ter cumprido seu interstício enquanto juíza eleitoral, Bonfim acabou por não assumir o posto. Longuini iniciou sua carreira no Judiciário no fim da década de 1980. Ele teve o julgamento dos acusados pelo assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em 1988, em Xapuri, como um dos mais importantes nestas três décadas de toga.

“Não vou vestir o pijama ou pendurar as chuteiras como se diz por ai, quero buscar um novo começo. Não me desvencilharei do Judiciário, vou me desligar apenas um pouco da vida judicial”, afirmou ele. Longuini disse que investirá na vida acadêmica, onde atua como professor de direito pena na Universidade Federal do Acre (Ufac). Ele foi o 18º presidente do TRE e o 28º desembargador do TJ.  

Outro episódio que marcou a carreira do desembargador foi sua queda de braço com o governo Tião Viana enquanto ocupou a presidência do TJ, entre 2011 e 2012. Longuini recorreu até ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Executivo ampliasse a fatia do Judiciário na partilha do Orçamento, e transferisse para um fundo próprio o recolhimento previdenciário dos servidores do tribunal.

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