Páginas

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Um belo conto de Natal

Era uma vez uma cidadezinha no meio da floresta. Lá o povo gostava muito de vermelho. Era vermelho pra lá, vermelho pra cá. Neste reino encantado da florestania havia dois irmãos, que pintavam e bordavam na distribuição de presentes no Natal. Eles reinaram por longos e longos anos, até que um dia o povo estava ficando cansado. Percebendo a rebeldia e a ingratidão da pequena comunidade, os irmãos decidiram fazer o sucessor, ,as que não colocasse tanto em risco a alegria e a felicidade do reinado.

Este novo papai-noel tinha que vir de cara nova, ser um jovem, e com roupa nova, pois o vermelho já não satisfazia a gentalha –quer dizer, os cidadãos. O novo e bom jovenzinho chegou com seu trenó do vilarejo de Ribeirão Preto, a milhas e milhas de distância, na terra da Tucanolândia. A cada eleição ele se vestia de amarelo para iludir os súditos, mas depois se revestia do vermelho.

Tucanolândia era uma terra do mal, onde os moradores do reinado da floresta jamais poderiam conhecer. Tucanos malvados voavam dia e noite para tirar as moedas do povo; até a água lhes foi tirada –quanta maldade.

Certo dia o novo e velho bom papai-noel trouxe um belíssimo presente de grego para seus súditos: o aumento da passagem das carruagens sucateadas que eles usavam para trabalhar nas repartições públicas do império. Foi a partir daí que o povo passou a ver quem de fato era este ilustre papai-noel.

Mundo real 
Contos de fada à parte, esta é a realidade dos rio-branquenses neste final de ano. Até o fim do segundo turno todos foram bonzinhos, depois o lobo mau foi solto. O aumento da passagem de ônibus é uma excrecência. Quem depende do sistema de transporte público sabe que ele é uma porcaria e ineficiente.

Nada contra reajustes, pois no mundo capitalista são necessários para cobrir a inflação fora de controle adotada pelo governo Dilma. Tudo subiu: combustível, peças de reposição, etc. E logo mais os trabalhadores do setor vão às ruas pedir o justo aumento de salário para tentar cobrir as perdas de uma economia inflacionada.

Agora, sair de R$ 2,40 para R$ 2,90 é uma afronta jamais vista. Porém ela tem justificativa. Para aplacar o descontentamento da juventude, o principal segmento eleitoral a assegurar a sobrevivência do petismo no Acre, o prefeito Marcus Alexandre (PT) congelou as tarifas em R$ 1 para os estudantes.

Como não existe almoço grátis, alguém teria que pagar a conta deste benefício, pois alguém saiu perdendo: as empresas. Para se recuperar dos prejuízos, elas agora precisam do reajuste. E quem vai pagar? Os trabalhadores não estudantes.  É a velha lógica mercantilista de que, se for conceder para alguém, é preciso tirar de outrem. Ou seja, o trabalhador pagará o pato de a prefeitura fazer populismo com a juventude.

Pagar quase R$ 3 para andar em latas velhas, sempre lotadas e atrasadas não é nada justo. (Quem não se lembra de Marcus Alexandre, na campanha de 2012. afirmando que o preço da tarifa era justo?).

Ao fim das contas, o papai-noel não foi nada legal com os moradores de Rio Branco neste fim de ano.
       

Nenhum comentário:

Postar um comentário