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sábado, 6 de dezembro de 2014

As diferenças no chão

A recuperação da BR-364 entre Rio Branco e Sena Madureira, mais o trecho urbano da rodovia que compreende a chamada Via Verde, explicitou aos moradores da capital e interior as diferenças de obras executadas pelo governo do Acre e pelo governo federal, isso sendo ambos do mesmo partido.

Elogios não faltam à nova rodovia. O asfalto é um tapete, garantindo conforto e segurança para motoristas e passageiros. Aqueles que estavam acostumados só a desviar os carros dos buracos a cada metro nas ruas da cidade, aproveitam o tapete para explorar a potência do motor de seus possantes –o problema é quando há um radar da PRF.

Esta obra foi toda executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte Terrestre (DNIT) – o nome é grande que falta até ar na última palavra. Ela se constituiu em tirar todo o protótipo de asfalto usado pelo governo estadual nestes últimos anos e colocar  uma camada nova, livre de impurezas.

Não houve tapa-buraco ou recapeamento. Houve a retirada concreta do material antigo e de péssima qualidade. A qualidade da nova BR salta aos olhos. Quem costuma trafegar por este trecho se lembra bem como era antes. Os mais de 170 km até Sena Madureira, então, nem se falam.

Trafegar pela Via Verde ou nos trechos entre a Ufac e o aeroporto dá ao motorista o sonho de que todas as ruas da cidade deveriam ter o mesmo respeito para com o contribuinte. Basta sair da rodovia para o condutor se deparar com a primeira cratera, esbravejando palavrões contra tudo e todos.

O fato político desta obra é a evidente diferença de quando o serviço público é executado com responsabilidade. Como órgão federal, o DNIT preza por cada centavo aplicado, pois terá  rígidos órgãos de controle em seu calcanhar caso algo saia fora do estabelecido em contrato. Por isso cobra das empreiteiras o que lhes é de dever: aplicar corretamente a verba do Erário.

Como no Acre vivemos numa bagunça institucional, com os Poderes desfigurados e com quem deveria fiscalizar e denúncia indiferente a tudo, a prática do zelo não é levada a sério.

Em Rio Branco temos ruas de péssima qualidade. O asfalto mais parece farinha, que se decompõe a cada sereno. Muitas destas crateras colocam em risco a segurança não somente de quem tem veículos, mas de toda a comunidade. Sem perceber, ao desviar de um buraco, o condutor pode atingir do ciclista ao pedestre.

Fica a pergunta: Por que governos do mesmo partido oferecem serviços tão distintos? Por que Dilma faz um asfalto de qualidade e Tião Viana e Marcus Alexandre, juntos, não conseguem manter uma via num remoto bairro da cidade em boas condições de trafegabilidade?. Há algum erro aí. Estão economizando dinheiro ou ele está seguindo outro rumo?

As respostas para estas perguntas deixo para o leitor enquanto estiver dirigindo seu veículo –mas cuidado com o buraco à frente.

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