
Por exemplo, um pássaro da Amazônia não terá as
características de um colega seu do Alasca, ou de uma região litorânea. (Os
biólogos me perdoem se eu estiver errado). A teoria da adaptação, agora, vai
ter que ser bastante estudada por nós acreano por conta desta bagunça em nosso
fuso horário.
Após quase um século vivendo com uma diferença de duas horas em
relação a Brasília, o então senador Tião Viana (PT) em 2008 por cima foi e a
reduziu para uma hora. Passados cinco anos, teremos que nos readaptar ao velho
horário. Neste vaivém dos ponteiros, nosso relógio biológico vai ficando doido
–mais um tempo estaremos no fuso de Tóquio.
Como tudo no Acre se transforma numa lambança
partidária-eleitoral, vamos ficando num tiroteio de egos entre políticos da
oposição e do governo. Em 2010, de forma apertada, o povo decidiu se posicionar
contra a mudança do fuso. De lá para cá o PT trabalhou todas as formas para o
resultado do referendo cair na vala comum.
Mas, diante da pressão popular, com consequências desastrosas
para a tentativa de reeleição de Tião Viana em 2014, a trupe governista decidiu
jogar a toalha e fazer valer a vontade das urnas. Assim tem que ser na
democracia.
Espero que o fuso horário do Acre nunca mais seja alvo de
picuinhas políticas. Se novamente vierem a alterar a “hora de Deus” teremos que
esquecer as teorias de Darwin e escrever que nós não somos fruto da adaptação
ao ambiente, mas das conveniências políticas de quem estiver no poder.
P.S: O governo de Tião Viana deveria subsidiar a compra de
antenas parabólicas. Não é admissível mais assistirmos aos jogos do poderoso
Flamengo gravados pela ex-poderosa Globo. Não aguento mais saber o placar do
jogo só quando o vizinho dá um grito aqui ao lado.
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