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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Na miséria Amazônia

Em visita à tríplice divisa dos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, a presidente Dilma Rousseff disse que aquela é a nova fronteira do desenvolvimento no Brasil. A região ganhou até um apelido, “Mapito”, a junção das primeiras sílabas de cada Estado. Dilma comparou a área ao Centro Oeste, que viveu um boom de desenvolvimento na última década.

Um boom de desenvolvimento com base na destruição da floresta amazônica e do pantanal. Enquanto as várias regiões do país estão numa boa fase de progresso, aqui na Amazônia continuamos na miséria, sempre amargando os piores índices de desenvolvimento. Brasília está de costas para a Amazônia.

Moramos na região mais rica do planeta, mas temos que conviver com o paradoxo da miséria. O mundo nos pressiona a não desmatarmos. No Acre, por exemplo, temos 88% de floreta intacta. Em compensação, somos um dos Estados mais pobres da nação verde e amarela.

Além do governo federal não ter políticas de desenvolvimento para a região, os Estados amazônicos pagam o preço de manter as indústrias do centro-sul aquecidas. Dilma abre mão do IPI, os governos ficam sem o FPE –vide a crise enfrentada pelo Acre em 2012.

Na Amazônia teremos as maiores usinas hidrelétricas do Brasil para abastecer o Sul maravilha. Os índios terão suas terras invadidas pela água e continuaremos a pagar a energia mais cara entre todos os brasileiros.

É dessa forma que o Brasil valoriza a Amazônia. Depois vem um bando de radicais chorar quando os gringos querem a internacionalização da Amazônia. Somos 25 milhões de cidadão à espera de políticas públicas que nos traga qualidade de vida –com a floresta em pé, não precisamos do Mapito.    

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